OUTROS OLHARES

INFORMAÇÃO TÓXICA

Quem acessa as redes sociais, principalmente as crianças, precisa tomar cuidado com vídeos que estimulam a compra e o manuseio de produtos com substâncias desconhecidas

Informação tóxica

O aparentemente inofensivo e ingênuo “faça você mesmo” pode se tornar uma armadilha perigosa. Há vídeos tutoriais na internet que orientam os leigos a fazer qualquer coisa sem levar em consideração o risco do manuseio de produtos e equipamentos e a habilidade de quem está assistindo. Se a pessoa quer aprender a fazer algo, basta fazer uma busca. Sempre haverá alguém para ensinar. Porém, na selva das redes sociais, há informações irresponsáveis que podem levar a acidentes e causar danos à saúde, principalmente das crianças. Um caso recente, o slime, que parecia apenas uma brincadeira pueril, se tornou uma febre. Crianças de todas as idades, acompanhadas ou não de adultos, aprenderam a fazer a mistura de cola branca, corante e um ativador para produzir a conhecida e instigante geleca.

 ESTRATÉGIA SELVAGEM

O problema é que o slime contém uma substância tóxica, o bórax ou borato de sódio, usado para dar liga na geleca e que pode causar lesões graves. “É uma substância alcalina, um potente detergente semelhante à soda caustica”, afirma a médica dermatologista Tatiana Gabbi. Segundo ela, o tempo prolongado de exposição ao bórax durante a produção e a brincadeira pode causar dermatite nas mãos e braços, principalmente em crianças, por terem a pele mais frágil. A contaminação por ingestão ou inalação também é um problema. Uma criança de doze anos foi internada por uma semana, em São Paulo, apresentando náuseas, vômitos e cólicas abdominais. Suspeita-se de contaminação por bórax. Em nota, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) diz que a substância “não deve ser manipulada por crianças”. Há também boas propostas nas redes sociais, como a da youtuber Luiza Nery, que faz apresentações explicando os riscos de se fazer o slime usando bórax. “Quando ficamos sabendo que era algo lesivo, passamos a informar que poderia fazer mal”, diz Liz Nery, mãe e empresária de Luiza.

“Trata-se de uma sacada mercadológica. Fazer o seu próprio brinquedo é muito mais prazeroso para a criança do que comprar”, afirma o psicanalista e professor da ESPM, Pedro Luiz de Santi. “Por isso, a intencionalidade de quem passa a informação deve ser levada em consideração”. Para o especialista, o acesso livre e não intermediado à internet é um risco à saúde física e mental das crianças, mais expostas aos supostos vídeos “instrutivos”. “As empresas aplicam, hoje, uma estratégia selvagem. Os novos heróis têm de ser humanizados e por isso as empresas usam os influenciadores digitais que, além de mostrar como se faz, têm a segunda intenção de apresentar produtos para serem comercializados”, explica. Como se vê, é sempre bom tomar cuidado com os ensinamentos da internet.

Informação tóxica. 2

ALIMENTO DIÁRIO

SEGREDOS DO LUGAR SECRETO

Alimento diário - livro

CAPÍTULO 27 – O SEGREDO DE SE SENTIR ATRAENTE PARA DEUS

 

Quando você se aproxima de Deus, como Ele olha para você? Sua resposta a essa pergunta é de vital importância para o sucesso de seu lugar secreto com Deus. E o acusador sabe disso. Ele deseja que você considere Deus como pai rigoroso, exigente, sempre insatisfeito com o seu desempenho, na maioria das vezes desapontado com você e frustrado com a taxa de seu crescimento espiritual.

Se a caricatura de seu Pai celestial for parecida com a imagem que você carrega dentro de você, essa falsa ideia de como Deus o enxerga, começará a dirigir suas respostas emocionais em relação a Ele. Você ficará cansado de tentar agradá-lo e seu espírito não voará na liberdade da adoração de amor que Ele reservou.

Nada é mais fatal para o lugar secreto do que a falsa ideia de como Deus o enxerga. E nada é mais poderosamente energizante do que quando sua mente é renovada pela Palavra de Deus e você passa a entender como Ele o vê. Quando se apropria do fato de que Deus está sorrindo para você, que deseja sua companhia e anseia por intimidade, então a verdade dessa realidade começa a mexer em sua química emocional e você efetivamente começa se sentir atraente para Deus. Isso tem o poder de alterar tudo acerca de como você se relaciona com Deus!

Tudo começa com a compreensão de como Deus se sente sobre a cruz de Cristo. Apocalipse 5.6 descreve Jesus como um cordeiro de pé perante o trono eterno, “que parecia ter estado morto”. Em outras palavras, a morte de Cristo está tão recente na mente de Deus quanto o dia em que aconteceu. O tempo nunca apagará dos olhos de Deus a proximidade do horror do calvário e a função poderosa expiatória do sangue de Cristo. Deus é eterna e infinitamente apaixonado pela cruz de seu Filho!

Aqueles que depositam a fé nesta grande demonstração de amor ficam debaixo do intenso favor do Deus Todo-poderoso. A fé no sacrifício de Cristo libera as infinitas paixões e deleites de um Deus exuberante que anseia estar unido ao seu coração em afeição eterna. Como você depositou seu amor naquele cujo Pai depositou seu amor, agora você pode “entrar” automaticamente na presença de Deus. Você é seu filho, sua família.

Quando sabe que é atraente para Deus, você se achega a sua presença confiadamente. Você vem a sua presença da maneira como Ele deseja, com o rosto erguido, como olhos cheios de expectativas, com um sorriso de deleite, com uma voz ávida e um coração fervoroso.

E Ele não aprecia você menos por causa de seu esforço. Ele sabe de suas fraquezas. Ele vê suas falhas, mas ainda assim o tem como seu filho e o aprecia mesmo quando você cai! Ele ama quando você se levanta e continua avançando em direção aos braços dele.

Como é confortante saber que podemos trazer o pacote inteiro de nossas inadequações e falhas à sua presença e ter certeza de que Ele amorosamente nos abraçará e se deleitará em nós! Ele nos aprecia em cada estágio de nosso processo de amadurecimento.

Salmos 45.11 nos diz como nosso amado Senhor se sente quando olha para nós: “O rei foi cativado pela sua beleza; honre-o, pois ele é o seu senhor”. Essa é a forma como o Rei olha para a noiva que deixou tudo em ordem para se unir a seu marido. Você é incrivelmente belo para Jesus! Quando Ele contempla sua beleza, anseia por tê-lo e abraçá-lo por toda a eternidade. Quando você vem ao lugar secreto, está adentrando as câmaras do Rei que o considera belo e desejável. Não é somente você que anseia pela presença de Deus, Ele também anseia pela sua!

Talvez possamos chamar isso de “o segredo de ser atraente”. É o segredo de compreender que Deus nos acha atraentes. Essa compreensão nos capacita a desejar estar nas câmaras de Deus continuamente. Assim que entramos em sua presença gloriosa somos transformados à sua imagem (2 Coríntios 3.18). E a contínua transformação na imagem de Cristo nos faz ser – como se fosse possível – ainda mais atraentes para Ele!

Como a noiva se enfeita com “vestes santas” (Salmos 110.3), as afeições generosas de um Deus apaixonado são intensificadas. O que I Pedro 3.4 chama de “beleza interior” está se tornando cada vez mais belo no lugar secreto (abrigo) do Altíssimo, onde a beleza que não perece, “demonstrada num espírito dócil e tranquilo”, é aperfeiçoada através da intimidade.

É aqui que a noiva começa a clamar: “Coloque-me como um selo sobre o seu coração” (Cantares 8.6). A noiva está dizendo ao seu amado: “Porque sua vida será vinculada a minha e as principais afeições de seu coração serão dirigidas a mim, torne-me o centro de seu universo. Desejo que seus sentimentos me incluam. Quero compartilhar cada paixão do seu coração. Desejo que seus pensamentos se tornem os meus pensamentos. Desejo ser unida em amor a você”.

É um clamor para se tornar sua alma gêmea. A alma gêmea não é apenas aquela que chega às mesmas conclusões que você, mas que chega àquelas conclusões da mesma maneira que você. A pessoa pensa como você. Sua linha de raciocínio se alinha à sua. Você tem os mesmos processos de pensamento e respostas para as situações da vida. Jesus está transformando sua noiva em sua alma gêmea, e o lugar secreto é onde esse amor é incubado e desenvolvido.

Você não é apenas atraente para Jesus, mas também desejado apaixonadamente por seu Pai celestial! Ele o descreve como a “menina dos seus olhos” (Deuteronômio 32.1O; Zacarias 2.8). Isso significa que Ele o guarda e valoriza como você faz com a própria pupila dos seus olhos.

A descrição da preocupação de Jacó com seu filho Benjamim é equi­ valente à preocupação do Pai conosco:

Agora, pois, se eu voltar a teu servo, a meu pai, sem levar o jovem conosco, logo que meu pai, que é tão apegado a ele, perceber que o jovem não está conosco, morrerá. Teus servos farão seu velho pai descer seus cabelos brancos à sepultura com tristeza. – Génesis 44.30-31

Judá falou que a vida de seu pai estava “vinculada à vida de Benjamim”. Jacó representa seu Pai celeste. A vida de seu Pai celeste também é “vinculada” à vida de seus filhos amados. Ele vive quando vê que você vive; Ele se emociona quando o vê realizado; Ele se regozija quando você é liberto; Ele fica contente quando você está descansando. Ele criou essa coisa incrível chamada “redenção” porque o coração dele é vinculado ao seu. Você é o centro do universo de Deus!

Jesus testificou essa verdade quando orou ao Pai: “Para que o mundo saiba que… os amaste como igualmente me amaste” João 17.23). Pense nisso! Deus nos ama exatamente como ama o seu Filho amado! Ele sente por nós o mesmo que sente por seu Filho santo, imaculado, altruísta. Incrível!

Deus tem sentimentos muito mais profundos e apaixonados por mim do que eu tenho por Ele. Mesmo quando minhas paixões estão ardendo por Ele, não chegam à intensidade do amor de Deus por mim.

E há uma lógica simples que me fez perceber que isso é verdade. A intensidade do meu amor é muito limitada porque eu posso pensar somente em uma coisa de cada vez. Então, quando eu trabalho ou faço as tarefas diárias, os pensamentos cognitivos de Deus realmente desaparecem total­ mente de minha mente. Minha mente retornará para o Senhor algumas horas depois, mas em determinados períodos eu nem mesmo penso nele.

Mas Deus nunca para de pensar em mim. Seus olhos estão constantemente fitos em mim, e sua mente está incessantemente focada em quem eu sou e em quem Ele está me tornando. Quando volto meus pensamentos para Deus, o testemunho imediato do Espírito é: “Estive aqui o tempo todo, aguardando por você. Eu o amo muito!”.

Ele espera você vir até Ele! Ele espera a noite toda, observando-o, aguardando você se levantar, esperando ser o seu primeiro pensamento da manhã. Você não tem que imaginar se Ele deseja que você venha no lugar secreto. Ele está esperando por você e continuará aguardando o quanto for necessário – porque seu coração está ligado à sua vida.

Que você tenha a graça do alto para se apropriar verdadeiramente da realidade deste poderoso segredo: Deus o considera atraente!

“Senhor, que eu nunca venha a me retirar novamente de seus braços!”

GESTÃO E CARREIRA

A ARTE DA PERSUASÃO

Fazer alguém mudar de opinião não depende só de boa lábia. Influenciar pessoas e conseguir o que você deseja é um jogo de confiança. Conheça cinco estratégias para desenvolver essa habilidade.

A arte da persuasão

Persuadir não é coisa só de vendedor, político ou marqueteiro. Todo mundo enfrenta no dia a dia profissional situações em que precisa lançar mão de argumentação e atitudes certeiras para convencer alguém a mudar de opinião ou atitude. Ser ou não bem-sucedido na empreitada — em relação a um pedido de aumento ao chefe, à aprovação de um projeto, obter uns dias a mais na entrega de um trabalho ou mudar o comportamento desagradável de um colega — depende de quais estratégias você usa. Uma coisa é certa: não há fórmulas prontas nem garantia de resultado quando se trata dos contextos profissionais atuais. “Nos modelos de trabalho mais modernos, em que as relações se dão mais na horizontal e as informações estão disponíveis a todos, o chefe já não é o único dono da verdade ou da decisão”, diz Vania Bueno, consultora da HSM Educação Executiva. “Antes, a hierarquia bastava para convencer alguém a mudar de opinião; hoje, a colaboração e a confiança são valores imprescindíveis quando essa é a meta.” Ainda assim, há caminhos que devem ser percorridos (ou evitados) a fim de aumentar seu poder de influência. Nesta reportagem, compartilhamos algumas práticas.

 PRIMEIRO, ESCUTE

É o básico para gerar conexão com o interlocutor e trazê-lo para seu lado. Mas é preciso interessar-se de verdade pela visão do outro e não se mostrar aberto apenas para constar ou conseguir o que deseja. “Dar atenção genuína, observando inclusive os sinais não verbais, como postura, expressões faciais e reações físicas, é chave para compreender o outro e definir ou modificar o rumo da conversa de modo a alcançar o objetivo estipulado ou, pelo menos, chegar a um acordo bom para todas as partes”, explica Jeferson Mola, professor na Trevisan Escola de Negócios e autor do livro Negócio Fechado! As Habilidades Comportamentais e o Sucesso das Negociações (Trevisan, 49,90 reais).

Perceber que isso funciona na prática foi uma virada na mentalidade de Aline Batah, de 25 anos, gerente de vendas da TheFork, plataforma de reservas em restaurantes do TripAdvisor. Ela se destacou na empresa por conseguir vencer a resistência de clientes difíceis e fazê-los fechar negócio — tudo na base da escuta atenciosa e sem alguns vícios e preconceitos arraigados no processo. Um cliente, em especial, já havia conversado com outros colegas da equipe e não estava satisfeito com a solução até então proposta. Quando o caso chegou a Aline, ela gastou mais tempo do que o usual na tarefa, mas acabou convencendo o parceiro. “Cada um tem uma forma como gosta de ser tratado e tomar suas decisões, e isso só se descobre ouvindo. Focada nas metas da companhia, a maioria das pessoas acaba se fechando para essa etapa da negociação e desiste se não ti- ver uma resposta positiva logo”, explica Aline. Segundo ela, dar ouvidos às necessidades e aos desejos reais do interlocutor é importante, inclusive, para formular as perguntas certas e direcionar a venda. “Conversamos, cada um expõe seu lado e chegamos juntos a uma solução boa para os dois, mas que inicial- mente não estava no radar de nenhum”, diz.

 REVELE SEU INTERESSE

Comunicar claramente por que você gostaria que alguém mudasse de opinião ou deixasse de agir de determinada forma eleva a chance de sucesso, além de afastar mal-entendidos. “Em uma argumentação, muitas vezes as posições são diferentes, mas o interesse que está por trás, não”, diz Carolina Nalon, coach, especialista em mediação de conflitos e fundadora do Instituto Tiê. Apesar de parecer óbvio, isso nem sempre é simples de ser colocado em prática.

Por mais de três anos, o psiquiatra Guilherme Moreira Machado, de 34 anos, teve problemas com a agenda de consultas em uma das clínicas particulares em que atende em São Paulo. “Além dos usuais três pacientes por hora, o que já garante pouco tempo para cada um, muitas vezes a equipe marcava encaixes e acomodava pacientes que chegavam depois do horário, o que acabava atrasando a agenda inteira”, diz. Depois de se estressar bastante, ele descobriu em uma aula de comunicação não violenta a estratégia para mudar aquele comportamento do time. Guilherme redigiu um longo e-mail detalhando, ponto a ponto, o que estava acontecendo, como aquilo era ruim para médico e pacientes e qual seria a solução ideal. Foi uma forma de materializar as queixas e fazer com que as mudanças fossem compreendidas por quem não estava no lugar dele e, por isso, não se sentia prejudicado. “No dia seguinte, as coisas já estavam no eixo e nunca mais precisei reclamar”, diz.

INCLUA A VISÃO DO OUTRO

Quando o objetivo é fazer a cabeça de alguém, é comum focar-se na defesa de argumentos construídos e acabar se fechando para a realidade do interlocutor. Mas saber lidar com a diversidade de personalidades é um desafio na hora de vencer uma discussão. “É fundamental considerar a visão de mundo e o sistema de valores do outro e sopesar que nem sempre serão iguais aos seus”, diz Rhia Catapano, doutoranda em marketing comportamental na Escola de Negócios da Universidade Stanford, na Califórnia, e pesquisadora de temas como persuasão e bem-estar do consumidor. “Por exemplo, se está argumentando com alguém conservador, basear a discussão em termos da mesma natureza provavelmente será mais efetivo do que apresentar ideias inovadoras para você, mas que têm pouca relevância para a outra pessoa”, afirma.

 COLOQUE-SE COMO IGUAL

Não é porque você é novo no emprego ou tem um cargo menor que não pode questionar e propor ideias e mudanças. Desde que saiba do que está falando e conheça como as coisas funcionam em seu ambiente (naqueles mais conservadores talvez seja bom ter cautela), falar de igual para igual com os superiores pode contar pontos a seu favor. E não se trata de ser arrogante, passar por cima do chefe ou querer tirar a autonomia dele. “Um liderado pode não só pensar com cabeça de líder como também transformar a cabeça de um líder”, diz Chris Melchiades, COO e sócia da consultoria em desenvolvimento humano Fellipelli. “Apresentar seu ponto com algo na linha: ‘Quem decide é você, mas acho que seria uma boa ideia…’ demonstra autoconfiança, assertividade e maturidade”, afirma.

ESCOLHA O MEIO CERTO

Não há uma regra sobre qual meio — digital ou presencial — é mais certeiro quando a meta é persuadir, mas a escolha deve levar em consideração o conteúdo da mensagem que se pretende emplacar. “Se o tema demanda racionalidade e reflexão, o ideal é criar um contexto que permita a argumentação sem obstáculos ao entendimento — o que é mais difícil conseguir no ambiente online”, diz Rhia. Vale também considerar as descobertas de um estudo conduzido por um grupo de pesquisadores de ciência da informação da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, que analisaram quase dois anos de debates online e levantaram estratégias discursivas eficientes para persuadir. O experimento foi realizado em um fórum de rede social no qual os usuários postavam uma ideia e desafiavam os outros a discordar apresentando argumentos. Os pesquisadores concluíram que não houve mudança de

opinião na maioria dos casos, mas algumas lições ficaram claras. A primeira é que não adianta insistir demais no debate virtual — se você não convenceu ninguém depois de quatro ou cinco trocas de argumentos online, provavelmente não vai conseguir. “É importante admitir quando fracassou na tentativa e, então, mudar de estratégia ou desistir”, afirma Jeferson, da Trevisan. Outro achado foi que expor dados — estatísticas, exemplos concretos, opiniões de autoridades no assunto em questão — ajuda a embasar seu ponto e a gerar convicção no outro. As duas lições valem também para a comunicação presencial.

A arte da persuasão. 2

ARMADILHAS DO CONVENCIMENTO

Às vezes, por uma  diferença de tom ou erro de contexto, estratégias que poderiam ser eficientes acabam dificultando a conquista de um aliado. Veja como evitar deslizes

AUTORIDADE

Pode ser tentador para um líder lançar mão da posição superior para convencer um subordinado a compactuar com suas ideias e ponto final, mas certamente não é a melhor tática. O risco? entrar no campo da coerção, manipulação ou assédio e, com isso, perder a confiança e desgastar o vínculo profissional com o liderado. Autoridade conta, sim, mas deve ser usada de modo honesto, como fator de motivação, não de pressão. Ao conseguir plantar no interlocutor um pensamento do tipo “se ele está falando é porque deve ser verdade”, estará influenciando sem intimidar.

CONSENSO

Uma ideia ou posicionamento compartilhado por muita gente tem mais chance de ser aceito, valorizado e copiado — é fato e, senão fosse assim, os influenciadores digitais, que dependem de número de seguidores e curtidas, não ganhariam muito dinheiro com isso. Cuidado para não usar essa lógica do jeito errado, transformando opinião em mercadoria, usando o nome de outras pessoas como isca e negligenciando o real propósito da sua proposta.

IDENTIFICAÇÃO

Na publicidade, na política e nos negócios, fazer a cabeça de alguém depende em boa medida de criar um vínculo por semelhança — de interesses, gosto estético ou princípios, por exemplo. pense no político que aparece tomando um pingado na padaria para se mostrar próximo do povo. Ou o funcionário que frequenta os mesmos lugares e se veste com as mesmas grifes que o chefe, ainda que o salário não permita tais extravagâncias. Fique esperto: concordar só para agradar, fingir simpatia e simular conhecimento sobre um tema pensando em ser aceito e vender seu peixe é sempre ruim. De cima para baixo (de líder para liderado) ou de baixo para cima (liderado para líder), esse comportamento pode mirrar sua credibilidade e custar caro ao seu crescimento profissional.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

UM PARADOXO NA FORMA DE DESEJO E SUSPENSE

Em Ex-Machina: Instinto Artificial, o diretor Alex Garland levanta questionamento sobre o sujeito a partir da visão pulsional. A pulsão que está para além do instinto e traz inscrita nela inúmeras variáveis

Um paradoxo na forma de desejo e suspense

Filme britânico dirigido e roteirizado pelo estreante diretor Alex Garland, já lança com seu título aqui no Brasil uma questão no mínimo dúbia ao unir o tema do instinto ao artificial, criando, assim, no título, um paradoxo. Lembrando que em Psicanálise não falamos do sujeito a não ser a partir da visão pulsional, a pulsão está para além do instinto e traz inscrita nela variáveis múltiplas. O filme surpreendeu e ficou com o Oscar de Melhores Efeitos Visuais

 Levado por um suspense que vai se apresentando aos poucos, o espectador se vê diante de questões que animam as discussões atuais e pesquisas sobre um futuro ficcional, que se constrói com as descobertas científicas contemporâneas. Ao mesmo tempo remete, de maneira muito pontual, ao que nos faz pensar nas fronteiras da subjetivação. Onde estará a precisa linha que marca a construção de um aparelhamento psíquico próprio do ser humano? Nessa construção, que aspectos não poderão deixar de ser observados? h0ode me dar um exemplo de consciência… que exista sem a dimensão sexual? (…) A consciência pode existir sem interação?

Conheceremos, então, a sedutora personagem, Ava, representada pela recentemente oscarizada atriz Alicia Vikander, trazendo, ainda, nos papéis principais o ator Domhnall Gleeson (como Caleb Smith), que também foi muito elogiado por sua participação no já consagrado The Revenant, e Oscar Isaac como Nathan. O file usa e abusa da tensão sexual não explícita, levando não somente o ingênuo e confuso Caleb a interrogações acerca do lugar do desejo. Em tempos de discussões mais aprofundadas sobre sexo virtual, relações amorosas via rede, solidão compartilhada e novos artefatos excitantes para a atividade sexual, ele cai como uma eficácia inquietante para vivências já corriqueiras. Foi noticiada recentemente, deixando uma grande parcela de intrigados, a confecção de bonecos muito iguais a uma pessoa, cuja finalidade é tão somente para atividades sexuais.

O que se busca com o desejo? A relação de Caleb com Nathan é inicialmente a de um grande fã com seu ídolo, compara conversando com Ava, Nathan a Mozart da ciência da computação. Aos poucos, verá, como logo o adverte Ava, aproveitando-se de uma queda de energia, quando então não podem ser observados, que ele não é seu amigo e que também não é confiável. A rotina dos dois, Nathan e Caleb, entre conversas e o desenvolvimento da pesquisa, vai em uma tensão crescente, acompanhando e dando o ritmo de suspense ao filme. Interessante que em uma conversa dos dois sobre o  comportamento de Ava, Caleb diz que ficou intrigado com o fato dela ter feito uma piada, e que isso foi até aquele momento o sinal mais evidente pra ele de ter ali uma IA (Inteligência Artificial)m segundo sua interpretação, porque ela só poderia fazer isso consciente da própria mente e também da minha. É interessante, então, lembrar do quanto Freud destacou o complexo trabalho psíquico envolvido em um chiste, dos mais elaborados, a ponto de dizer que: “Na brincadeira, se pode dizer tudo, até a verdade”. E será exatamente isso que Ava faz com sua brincadeira de devolver a Caleb sua própria fala sobre querer ver a escolha que faria. De maneira muito intensa, a partir desse momento, ela ganha a cumplicidade do seu interlocutor.

Ava é uma aula de sedução, não poupando nada no uso de tudo aquilo que se constrói culturalmente, como o que faz uma mulher: uma sedutora em potencial A primeira vez que ela se veste se parecendo, então, completamente com uma humana, é cheia de sinais e  significados: embora longe dos artefatos de mulher fatal, sua aparência frágil e meio recatada provoca, como ela mesma observa, uma exaltação dos sentidos sexuais em Caleb.

O diálogo entre Caleb e Nathan sobre a questão de gênero e sexualidade presentes em Ava, intelectualmente, é um dos pontos altos do filme entre a importância da sexualidade para o processo de busca de interação, até ao fato de que não sabemos o que compõe o “programa” da nossa orientação sexual. Jogadas, como em um pingue-pongue entre dois grandes mestres, que faz com que nossos olhos não acompanhem o trajeto da bola, conquistam o já atordoado espectador, que só poderá elaborar em uma posteriori bastante  amplificado pelas impressões do que se verá logo a seguir, guiado pelo roteiro  intrigante  que Garland compôs. Numa sequência como essa é que um cinéfilo suspira pelo prazer que há em se deparar com filmes autorais, daqueles que são engendrados a partir das próprias reflexões e fantasias de seu realizador. Pretensioso ou não, diz o que quer dizer, ousa e se coloca em risco.

POLLOCK

“O desafio é encontrar uma ação que não seja automática”. Partem dessa discussão em torno da pintura que há na casa de Nathan, de Jackson Pollock, artista norte-americano, nascido no início do século passado (em 1912), que parte suas obras de um pingo de tinta. Não usa nem cavalete nem pincéis, com a tela no chão e pisando nela, sua execução partiria de um sentido supostamente aleatório, sem intenção. Sua arte ficou conhecida como “pintura de gotejamento”.

Em pleno início de século, quando se descortinava a questão do inconsciente como determinante dos nossos impulsos, é interessante observar a relação que o roteiro estabelece com o determinismo que ainda hoje buscamos e o desconhecimento que   persiste quanto ao que nos move, nossa “programação”. O que há de insondável, o que há de aleatório, o que há de fortes impulsos em tudo aquilo que realizamos sem saber? Nathan, de certa forma, é a expressão de Pollock, já que este também sofre de alcoolismo, depressão e ataques de fúria, como o pintor em questão. O inconsciente é sempre infantil, já nos lembrou de certa forma isso, também, o diretor Paolo Sorrentino em seu magnífico La Grande Belezza (2013), que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro (2014), na cena onde a menina joga tintas em uma tela, meio tipo Pollock, tomada pela angústia de ser levada a se exibir pelos seus pais para uma plateia fútil e adestrada.

Dia 5, Ava diz que vai testar Caleb. Pela sua capacidade de decodificar as microexpressões faciais ela é, como lhe diz Caleb, um detector de mentiras ambulante. E lança a pergunta: o que acontecerá comigo caso eu falhe no teste? Coisa que Caleb realmente não sabe responder, e ela questiona se existe alguém que o desligue caso falhe e por que seria justo fazer isso com ela? A essa altura vê-se que nosso jovem protagonista já se encontra totalmente capturado pela enigmática Ava, totalmente seduzido por aquele ser que parece tão real, e que luta por sua “sobrevivência”. Ela o deixa com a difícil pergunta: você quer ficar comigo?

“Os bons atos anteriores de um homem o defendem”, diz Nathan, após citar Oppenheimer, em meio a uma bebedeira, talvez refletindo sobre seus próprios atos e pesquisas. Ele, um homem riquíssimo, que alcançou a fortuna por ter desenvolvido um programa de buscas e armazenamento de dados chamado de “Livro Azul”, que se torna a base de sua pesquisa secreta sobre IA. Ele acredita que esse tipo de programa não é uma questão de “se”, mas, sim, de “quando”. Então, por que não realizar tal artefato?

Caleb constata que, antes de Ava, Nathan havia produzido outras “Ias”. Fica chocado com a descoberta de que até mesmo a auxiliar Kyoko (Sonaya Mizuno) é uma das suas fabricações – ela serve de todas as maneiras a seu inventor, inclusive sexualmente, como em cenas anteriores já tinha sido demonstrado. (Ava até então, em Kioko, uma subserviência que intrigava e incomodava, não somente Caleb, mas acreditamos que também quem assiste ao filme. Ao puxar sua pele artificial e mostrar a Caleb sua estrutura de máquina, ela revela sua obediência e, ao mesmo tempo, que há inquietação, e de certa maneira deixa clara a visão de dominação que Nathan, em seu isolamento, tem como visão da mulher, talvez de todos. Podemos pensar isso até pela escolha da forma em como colocar Caleb naquela experiência, um falso concurso onde, na verdade, a escolha foi feita pelo histórico de buscas de Caleb e sua inocência.

QUESTIONAMENTO

A pergunta que Nathan coloca fecha a indagação que o filme quer levantar, ou seja, se a capacidade de simular emoção para alcançar o objetivo seria, então, o que se poderia pensar que se alcançou um novo ser com inteligência artificial. Segundo ele, isso fará com que um dia os humanos sejam vistos como olhamos para os fósseis de animais pré-históricos. Ela sente ou simula como meio de alcançar resultados?

Ava, a nova da criação da IA, faz morder a maçã embebida da ilusão fantasiosa

Um paradoxo na forma de desejo e suspense. 2

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