A HISTÓRIA DO CASAMENTO
DIA 22 – A HISTÓRIA DE LISA

John e eu trouxemos diferentes formas de pecado sexual e de dificuldades para o nosso casamento. Enquanto John lutava suas próprias batalhas, eu tive de lutar minha própria guerra íntima. Nunca imaginei que escolhas sexuais aparentemente despreocupadas que eu havia feito quando era uma estudante universitária de dezenove anos voltariam para confrontar minha liberdade como uma mulher recém-casada de vinte e dois anos.
Quando meus pais conversaram comigo sobre sexo pela primeira vez, eles me explicaram que o sexo estava reservado para o casamento, mas não me disseram por quê. O que lembro foi que a ênfase principal da conversa era o medo de contrair uma doença e a vergonha de ter uma gravidez fora do casamento.
O casamento dos meus pais era muito instável e parecia haver muita inconsistência entre o que eles diziam e o que de fato faziam. Um exemplo característico dessa inconsistência é o fato de que meus avós por parte de pai terem tido múltiplos casos sexuais. O conceito de pureza ou virtude nunca entrou na conversa. Segundo o que eu podia observar, parecia que o segredo era fazer o que você quisesse desde que se comportasse de forma responsável e não fosse apanhado.
Adotei essa lógica de ação durante a faculdade e a somei a um senso de moralidade que construí ao conviver com minhas amigas: eu só dormiria com pessoas a quem amasse e, além disso, faria sexo com responsabilidade. Um aspecto dessa “responsabilidade” era usar contraceptivos. Quando necessário, eu até levava algumas de minhas colegas menos responsáveis ao meu médico para que elas também pudessem adotar a pílula.
Então conheci John e, ainda no nosso primeiro encontro, ele me conduziu ao Senhor. Eu tinha vinte e um anos. Nasci de novo, fui cheia do Espírito Santo e fui curada, tudo na mesma noite. Durante a nossa conversa, eu disse algo ridículo. Fiz o comentário: “Fico feliz por nunca ter tido um comportamento imoral”.
Tenho de me perguntar por que eu disse algo tão estúpido! Não faço ideia da resposta, a não ser o fato de que eu não entendia a diferença entre moral e santo. Lembro-me de que eu pensava que dormir com pessoas que você amava era igual a ter moral. Embora eu tivesse nascido de novo, naquelas primeiras horas, minha mente estava longe de ter sido renovada.
Mais tarde, quando começamos a namorar, esperava que John tivesse esquecido o que eu dissera. Imagine meu terror quando ele me disse: “Fico muito feliz porque nós dois nos guardamos”.
Tive vontade de gritar: “Não! Aquilo era um bebê cristão ignorante e recém-nascido falando!” Foi quando descobri o quanto as consequências das minhas escolhas pessoais poderiam ser dolorosas para os outros.
Então chegou o dia em que eu soube que John ia me pedir para passar o resto da vida com ele, e eu soube que tinha de lhe contar a verdade.
Eu sentia que não merecia John e acreditava haver perdido a preciosa oportunidade de construir minha vida com um homem que amava a Deus e se importava comigo. Saí para caminhar um pouco e clamei a Deus. Eu sabia que havia sido perdoada, mas estava dominada pelo remorso que sentia das consequências das minhas escolhas sexuais.
Fui ao apartamento de John para falar com ele, mas, antes que eu pudesse confessar meu segredo vergonhoso, ele disse:
— Você se importa se eu ler um versículo da Bíblia? Senti o desejo de compartilhá-lo com você.
Concordei, então John começou a ler:
— “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17, AA). Sei que isso parece estranho — ele continuou —, mas senti como se Deus me falasse para dizer a você que as coisas velhas passaram. Você é inteiramente nova, e é como… uma virgem.
Pensei que fosse vomitar.
— Eu não sou virgem — eu disse. — Era isso que eu ia lhe dizer. John segurou-me pelos ombros, olhou-me nos olhos, e disse:
— Se Deus diz que você é, quem somos nós para discutir? Naquele instante, toda a minha vergonha desapareceu.
RESTAURANDO A SEXUALIDADE QUEBRADA
Ainda assim, eu havia despertado a minha sexualidade na dimensão da luxúria e não do amor. Quando entrei no casamento e quis amar, eu não sabia como fazer isso. Na minha mente, sexo era ruim. Era errado. Era proibido. Agora que estávamos casados, o sexo de repente era bom e era algo de Deus e devia ser celebrado. Eu não sabia como fazer essa transição.
Se John e eu ficávamos sozinhos, eu tinha um súbito e aterrorizante flashback de uma imagem de algum filme pornográfico horroroso que havia assistido cinco anos antes na faculdade. Ou eu me fechava sexualmente com vergonha por causa das memórias que tinha de encontros sexuais passados com um ex-namorado. Era terrível.
Quando devia ser capaz de me entregar livremente a meu marido com total abandono, eu me via amarrada ao passado. John merecia tudo de mim, e eu não conseguia ter liberdade sexual por causa das minhas violações anteriores. Eu lutava contra pensamentos e imagens impuras, comparações e vergonha. Eu lutava contra essas coisas, mas parecia que nada adiantava. Foi nesse período da minha vida que aprendi sobre o poder de quebrar os laços da alma e as maldições hereditárias.
Falamos das maldições hereditárias anteriormente neste livro. Como mencionei, havia uma história de imoralidade e infidelidade na minha linhagem, à qual eu tinha de renunciar. Mas eu também tinha de quebrar laços em minha alma criados por encontros passados para que a minha sexualidade fragmentada pudesse ser restaurada. Vamos ler um versículo que trata desse assunto:
Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: “Os dois serão uma só carne”. 1 Coríntios 6:15-16
Não estou chamando meus ex-namorados de prostitutos, mas o princípio aqui é o mesmo. Eu havia me unido a eles e sido uma só com eles, e agora eu tinha uma aliança com outro homem. A cada união e separação, minha alma havia sido fragmentada até eu não ser mais inteira – e agora, eu estava quebrada sexualmente. Quando você está quebrado sexualmente, torna-se incrivelmente difícil você se entregar completamente ao seu cônjuge, porque você não está mais completo.
Para andar em pureza e desfrutar o dom da intimidade, precisamos estar inteiros, e só Deus pode restaurar nossa integridade quando ela foi maculada. Só Deus pode restaurar a honra da nossa sexualidade onde houve violação e desonra. Só Deus pode pegar o impuro e contaminado e torná-lo santo e puro novamente. Só Deus pode nos dar uma bela coroa pelas cinzas que nós levamos a Ele.
Se sua sexualidade foi maculada por causa da imoralidade no passado (quer seja promiscuidade, pornografia unida à masturbação ou qualquer outra impureza), gostaríamos de convidá-lo mais uma vez a dedicar um tempo para uma oração de restauração. Mais uma vez, prepare-se espiritualmente antes de orar, e ore somente com seu cônjuge, com um amigo próximo, com um parceiro de oração, ou apenas com a presença do Espírito de Deus. Diga em voz alta:
Pai celestial,
Obrigado por enviar Teu Filho para sofrer a punição pelo meu pecado. Porque estou em Cristo, todas as coisas velhas passaram da minha vida. Agora todas as coisas são novas. De acordo com 2 Coríntios 5:21, Jesus levou meu pecado para que eu pudesse me tornar a Tua justiça. Isto é o que sou hoje.
Agora confesso e renuncio ao meu pecado e aos pecados de meus antepassados por todo e qualquer envolvimento em pecado sexual e por toda impureza, perversão e promiscuidade. (Tenha o cuidado de citar aqui especificamente os pecados aos quais você está renunciando. Diga-os em voz alta diante de Deus sem vergonha. Não há nada em oculto – Ele já conhece cada um deles e anseia por remover de você o peso da culpa e da vergonha. Então, quando estiver pronto, prossiga.)
Pai, toma a espada do Teu Espírito e corta todo laço sexual impuro que prenda a minha alma à alma de… (ouça o Espírito Santo e diga cada nome à medida que for ouvindo. É bem possível que os nomes possam ser de pessoas com quem você não teve relações sexuais, mas com quem você se envolveu sexual ou emocionalmente de uma maneira que deveria estar reservada ao seu cônjuge ou ao seu Salvador somente).
Depois de dizer cada nome individualmente, ore:
Pai, libera Teus anjos para recuperar os fragmentos da minha alma presos a essas pessoas. Restitui-os a mim pelo Teu Espírito para que eu possa ser íntegro, santo e separado para o Teu prazer.
Pai, renuncio à influência de toda imagem pervertida e promíscua. Perdoa-me por permitir que imagens vis e pervertidas fossem colocadas diante dos meus olhos. Faço uma aliança de acordo com o Salmo 101:3, de guardar as fontes do meu coração através da porta dos meus olhos. Não permitirei que nenhuma coisa vil esteja diante dos meus olhos. Renuncio a todo espírito impuro e ordeno que ele e sua influência saiam da minha vida.
Pai, lava-me no sangue purificador de Jesus, pois só ele tem o poder para purificar e expiar. Eu me consagro agora como Teu templo; pelo poder do Teu Santo Espírito, remove toda contaminação do espírito, da alma e da carne deste santuário. Enche-me até transbordar com a presença do Teu Espírito Santo. Abre meus olhos para ver, meus ouvidos para ouvir e meu coração para receber tudo o que tens para mim. Sou Teu. Faz a Tua obra em minha vida.
Com amor, Teu filho.