BRINQUEDO ANTIESTRESSE POP-IT VIRA FEBRE COM REDES SOCIAIS
Buscas por bolhas de silicone disparam 535% em sites que comparam preços
Tudo começou com a pequena Giovana, de dez anos. Aficionada pelo TikTok, ela passou a assistir a vídeos de gente se divertindo com um brinquedo colorido de silicone com bolhas, que poderiam ser pressionadas de ambos os lados e faziam um suave “ploc”.
Foi o suficiente para insistir em que o pai, o empresário Roffman Ribeiro, encontrasse o produto. “Moramos na Barra da Tijuca e percorri uma parte da zona oeste do Rio atrás do pop-it”, diz Ribeiro, referindo-se ao “fidgettoy”- ou brinquedo antiestresse – da vez.
A procura, em maio, foi sem sucesso. Como trabalha com marketing digital e tem contato com alguns importadores, Ribeiro encomendou o produto e montou uma pequena loja dentro do site da sua agência, a Inconnect Marketing.
“Não tinha grandes expectativas, só montei a loja no fim de maio e pedi para ela avisar os amigos, pensando nos pais que também não iriam encontrar os pop-its. Mas viralizou”, diz. Em três meses, Ribeiro faturou R$150 mil com os pop-its – pelo menos dez vezes a renda mensal que ele tinha com a agência, cujo trabalho precisou interromper. Agora 100 % da sua atenção está voltada para o site Fidgettoys.com.br, domínio que ele registrou. A febre dos pop-its se alastrou nos últimos três meses com as redes sociais – foi até tema no mês passado do aniversário de 12 anos de Rafinha Justus, filha do publicitário Roberto Justus e da apresentadora Ticiane Pinheiro.
Segundo a Mosaico, que reúne sites de comparação de preços, em agosto, houve aumento de 535% nas buscas por brinquedos de amassar , em relação a julho. Já a quantidade de alertas criados – avisos quando o produto atingir determinado preço – disparou 1.600%.
Influenciadores mirins, como Luluca, com 11,3 milhões de seguidores no YouTube, fazem vídeos periódicos com os mais diferentes formatos de pop-its e de outros fidget toys, como o polvo do humor, o minicubo, o spinner ou as bolinhas amassáveis. É o suficiente para movimentar a venda dos produtos, desde lojas tradicionais até camelôs.
A maioria dos pop-its é importada. No Brasil, a Luka Plásticos se apresenta como a única fabricante certificada pelo Inmetro. Especializada em injeção plástica, com a fabricação de produtos promocional e de peças para a indústria automobilística, a empresa encontrou nos pop-its uma nova veia de vendas.
“Começamos a produção há cerca de 50 dias e já vendemos mais de 200 mil unidades para atacadistas”, diz Gonzaga Pontes, diretor da Luka Plásticos. Hoje, 50% do seu faturamento vem das bolhas de silicone. Seus principais clientes são atacadistas que revendem os produtos na internet.
Uma das varejistas de brinquedos mais populares de São Paulo, a Armarinhos Fernando está há cerca de 20 dias “vendendo muito bem” um único modelo de pop-its a R$ 19, 90 , segundo o gerente geral da empresa, Ondamar Ferreira.
“Compramos um lote até agora, o frete da China está muito caro”, diz o executivo.
Na Fidgettoys, de Roffman Ribeiro, o preço varia de R$ 60 a R$ 850. O item mais caro do mix é um pop-it gigante, de 85 centímetros, que pesa dois quilos. “Metade do preço é só frete, mas achei importante ter o produto para servir de aspiracional”, diz ele.
O tíquete médio da Fidgettoys é RS 205. Ribeiro já atendeu clientes ilustres, como a modelo Gracyanne Barbosa e a atriz Thaís Fersoza, mulher do cantor Michel Teló. Apesar do sucesso, o empresário, que até março era coordenador de distribuição da Volkswagen no Rio, diz que não ficou rico.
“Tem a despesa com o produto, a tarifa de importação, o intermediador de pagamento, a divulgação nas redes. Cerca de 70% do preço do produto é custo”, afirma Ribeiro, que conta com a esposa para fazer a postagem nas redes sociais e outros três profissionais – um designer, um editor de vídeo e um gestor de tráfego.
Ribeiro afirma que a primeira quinzena de julho foi “maravilhosa” em vendas, mas nos 15 dias seguintes apareceram os primeiros problemas com a logística. “Minha vida virou um caos”, diz.
“Vendemos para os mais diferentes locais do Brasil: Amazonas, Roraima, Ceará, Tocantins, Rio, São Paulo. Teve caso de pedido parado nos Correios por mais de 20 dias. Descobrir em qual rota o pedido está e tentar esclarecer o caso com os Correios não é uma tarefa fácil”, diz.
O empresário não sabe até quando deve durar a febre dos pop-its, mas a Fidgettoys vai continuar como uma loja de brinquedos, aproveitando a bola da vez. “O pop-it já superou completamente as minhas expectativas, mas acho que o sucesso ainda dura mais uns dois meses”, afirma o empresário, que se diz ”viciado” no barulhinho das bolhas sendo apertado. “Sempre pego um pop- it quando chega alguma reclamação”, brinca.
Já Gonzaga Pontes, da Luka Plásticos, avalia que os pop-its devem se tornar uma nova linha de produtos. “Existem efeitos terapêuticos para as crianças, elas se acalmam”, afirma.
Segundo especialistas, o brinquedo pode estimular a parte sensorial da criança, por meio de toques, cores e sons, ajudando na coordenação motora.
“Meu filho adora. Viu no You Tube, fomos ao shopping e ele me enlouqueceu até comprar”, diz Karinna Rodrigues, mãe de Pedro Henrique, de sete anos, que acabou levando um lote de produtos para oferecer como lembrancinha na festa de aniversário do filho, no mês passado.
“Mas acalmá-lo, não acalma não”, brinca Karinna, ela própria uma usuária do pop-it: comprou uma capinha de celular com o tema.
Giselle Vazquez, mãe de Bianca, 9, e Bernardo, 6, concorda. “Não acalma, mas, se brincar traz bem-estar, então está valendo”, diz ela, que também gosta de apertar a bolha quando encontra uma por perto. “As crianças usam os pop-its nas brincadeiras que veem no YouTube”.
“As crianças ficaram loucas pelo pop-it”, diz Ingrid Ferreira, mãe de Maria Luísa, 10, e João Paulo, 6. “Mas eles brincam cinco minutos e param. Porém, quando veem os youtubers brincando, apresentando os mais diferentes tipos de pop-its, passam horas assistindo”.
Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que o perverso de lábios e tolo (Provérbios 19.1).
Vivemos uma crise colossal de integridade. Essa crise desfila na passarela diante dos olhos estupefatos de toda a nação. Está presente no Palácio da Alvorada, em Brasília, e nas choupanas mais pobres dos bolsões de miséria de nosso país. Está presente na suprema corte e também nos poderes executivo e legislativo. A ausência de integridade enfiou sua cunha maldita no comércio, na indústria e até mesmo na igreja. Famílias estão sendo assoladas por essa crise de integridade. Vivemos uma espécie de torpor ideológico e uma vergonhosa inversão de valores. As pessoas valorizam mais o ter do que o ser. Coisas valem mais do que pessoas. Nessa sociedade hedonista, os homens aplaudem a indecência e escarnecem da virtude, enaltecem o vício e fazem chacota dos valores morais absolutos. Precisamos levantar nossa voz para dizer que é melhor ser pobre e honesto do que mentiroso e tolo. É melhor ter uma consciência tranquila do que possuir dinheiro desonesto no bolso. É melhor comer um prato de hortaliça com paz na alma do que se refestelar em banquetes requintados, mas com o coração perturbado pela culpa. É melhor ser pobre honesto do que ser rico desonesto. A integridade vale mais do que dinheiro. O caráter é mais importante do que a aparência. O que somos vale mais do que o que temos.
EM MEIO A DESEMPREGO RECORDE, PAÍS TEM ‘BOLSÕES’ DE VAGAS NÃO OCUPADAS
Faltam pedreiros, azulejistas e outros trabalhadores habilitados para funções básicas na construção civil; a dificuldade se repete no setor de prestação de serviços a empresas, como logística, e na agropecuária – onde há até leilão de salários
Em meio à 14,8 milhões de brasileiros desempregados – a maior marca desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2012 -, há setores que estão contratando e vivendo uma realidade completamente diferente da que predomina no País. Na construção, faltam pedreiros, azulejistas e outros trabalhadores para funções básicas. No campo, há leilão de salários para admitir vaqueiros e operadores de máquinas. E, com o avanço da digitalização, empresas de logística e tecnologia viraram grandes demandantes de mão de obra.
Os bolsões de aquecimento do mercado de trabalho com e sem carteira assinada estão concentrados em praticamente três de dez setores: agropecuária, construção e serviços prestados a empresas -, revela um estudo feito pela consultoria IDados, com base na PNAD Contínua. Em maio deste ano, a construção empregava quase 12% a mais do que em maio de 2020, o auge da crise sanitária. Em seguida, vem a agropecuária, com avanço de cerca de 10% no pessoal ocupado. Por fim, estão os serviços prestados a empresas, com crescimento perto de 6%. “É uma recuperação frágil do mercado de trabalho, já que muitos setores hoje não têm aumento na ocupação em relação ao auge da crise, em maio de 2020”, afirma Bruno Ottoni, economista da consultora e responsável pelo estudo. Ele ressalta que cinco setores têm queda da ocupação e dois – emprego doméstico e indústria – permanecem estáveis na comparação com maio de 2020. Também em relação ao período pré-pandemia, maio de 2019, quando o desemprego era alto, a maioria dos segmentos continua como nível de ocupação no vermelho.
Pesquisa da firma de consultoria e auditoria PwC Brasil, feita com 62 empresas de 16 segmentos entre outubro de 2020 e março de 2021, atesta esse resultado. A enquete revelou que 79% das companhias ampliaram os quadros, com crescimento de até 30 % nas contrações, puxadas pelo agronegócio e tecnologia. “O resultado surpreendeu positivamente, quando a gente vê os índices de desemprego tão elevados”, diz Flávia Fernandes, sócia da PwC.
CAMPO
Impulsionada pelo boom das commodities, a ocupação na agropecuária hoje supera o auge da crise e é maior do que antes da pandemia. Atualmente, há 8,7 milhões de trabalhadores no campo e a ocupação cresce por sete meses seguidos.
“Com o aumento da cotação da soja e do boi, produtores estão ampliando as safras e os rebanhos. Isso aumentou muito a procura por mão de obra, inclusive com leilão de salários e crescimento da rotatividade”, afirma Jaqueline Lubaski, sócia da consultoria de RH Destrave Desenvolvimento.
Há 25 anos atendendo a grandes empresas do agronegócio, ela não havia presenciado um aumento generalizado da procura por trabalhadores do gerente ao vaqueiro. “Estamos desesperados porque não temos vaqueiros nem capataz.”
Um ano atrás, o salário de um capataz, no Centro-Oeste estava em R$ 2,5 mil, com moradia, água, luz, internet. Hoje, Jaqueline conta que oferece R$ 3,5 mil, mais vale alimentação de R$ 618, e não consegue contratar.
SEM PARAR
O quadro se repete na construção, especialmente na capital paulista. Empreiteiras de São Paulo – que virou um grande canteiro de obras na pandemia -, enfrentam a falta de pedreiros, encanadores, eletricistas, conta o vice-presidente de Relações Institucionais do Sinduscon -SP, Yorki Estefan. A demanda está sendo puxada pelo aumento dos lançamentos,que foi de 183% no primeiro semestre deste ano ante 2020.
“Hoje, precisamos de dez pintores e não encontramos”, afirma Gilvan Delgado, dono da empreiteira Aracama. Para suprir a falta, ele contratou Marcos Paulo Viana, de 33 anos, que veio do setor de panificação, sem experiência na construção.
O reflexo, dessa escassez já bateu nos salários. “O dissídio dos trabalhadores em maio foi por volta de 7%, e estamos tendo de pagar 15%”, diz Mario Rocha, CEO da construtora Rocontec. Com os prêmios, Antônio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo, conta que há pedreiro tirando R$ 8 mil, enquanto o piso é de R$ 2.030.
Outro setor com alta na ocupação é o de serviços prestados às empresas, que inclui logística, serviços financeiros online e tecnologia da informação. No primeiro semestre, foram feitas 100 milhões de compras online, segundo o Ebit-Nielsen. E, por trás de cada transação, há uma massa de trabalhadores.
O Mercado Livre, por exemplo, um dos gigantes do setor, vai ter recorde de admissões neste ano. Fechou 2020 com 4,9 mil empregados diretos, hoje tem 10 mil e vai encerrar 2021 com 16 mil. ”Crescemos muito as contratações por conta de logística, tecnologia e serviços financeiros”, diz Patrícia Monteiro, diretora de People.
Faltam quase mil dias para os próximos Jogos Paralímpicos, depois da edição histórica que se encerrou no domingo passado em Tóquio.
Se nos falta otimismo ao olhar para o cenário político de modo geral, basta nos oxigenarmos na lembrança da melhor campanha da História do Brasil em Paralimpíadas. Não podemos deixar a chama da esperança se apagar. E assim como os atletas que já estão se preparando para Paris 2024, nós também precisamos aprender a pensar a longo prazo e preparar o futuro desde agora.
Nossos atletas nos deixaram transbordando de orgulho, trazendo para casa 72 medalhas.
Nem preciso dizer que Carol Santiago foi um arraso até debaixo d’água. A nadadora conquistou cinco medalhas. Débora Menezes quebrou tudo no parataekwondo. Alex Pires fez história ganhando a medalha de prata na maratona. Além disso, Fernando Rufino se destacou na canoagem. Isso só para citar alguns nomes.
Nosso supernadador Daniel Dias, que anunciou sua aposentadoria após suas 27 medalhas, abre caminhos para tantas e tantos. Fora as reflexões sobre como podemos avançar na inclusão das pessoas com deficiência no nosso dia a dia. Esta é uma causa que deve ser de todas etodos nós. Levantar a pauta é também uma das grandes conquistas dos Jogos Paralímpicos, embora recebam uma cobertura de mídia muito menor que os Jogos Olímpicos.
Quando falamos da inclusão de pessoas com deficiência, lembro o quanto vibrei quando uma amiga minha comprou uma Barbie cadeirante e já estou aqui de olho no site para comprar a minha. Minha amiga Andrea Schwarz sempre fala sobre a necessidade de representatividade dentro e fora do mundo corporativo.
Eu nunca tinha visto uma boneca cadeirante antes. E tenho certeza de que ao ter uma boneca como essa, crianças e adultos podem cada vez mais treinar seus olhares para trazer visibilidade às deficiências (parece óbvio, mas muitos ignoram) e também lutar pelo direito na prática da acessibilidade para todas as pessoas.
Além de banirmos urgentemente de nosso vocabulário termos capacitistas, que promovem discriminação às pessoas com deficiência, como dizer que algo está capenga como sinônimo de ruim ou chamar alguém de débil mental como algo depreciativo.
Sabemos que a Barbie cadeirante que mencionei é só a representação de uma das deficiências que as pessoas podem ter. É por isso que além de terem suma importância, os Jogos Paralímpicos também são extremamente didáticos ao trazerem visibilidade para a diversidade de deficiências e classificarem-nas em diferentes categorias, agrupando atletas a partir de perfis funcionais semelhantes.
Apesar das boas-novas trazidas pelas Paralimpíadas, faltam aparatos básicos como rampas, sinalizações e informações que promovam mobilidade e acesso às oportunidades de educação, esportes e emprego. Já sabemos que o Brasil não é dos países que mais se destaca quando o assunto é acessibilidade.
E, neste caso, não precisamos ter apego a esse título. Tampouco deveríamos nos agarrar a histórias de superação como a de pessoas com deficiência que, com ou sem medalhas, tornam-se heroínas no dia a dia só por conseguirem driblar as mais diferentes barreiras que remetem a ações, para muitos de nós básicas, como sair de suas casas.
Que até 2024 possamos construir novas bases para permitir que novos atletas paralímpicos e olímpicos possam alçar voos ainda maiores. Se já tivemos um desempenho incrível com tantos obstáculos estruturais, imagine sem eles?
Pesquisadores desenvolvem braço biônico que restaura comportamentos naturais
Lá pelo ano de 3.5OO a. C., diz a lenda, a guerreira Vishpla, rainha da Índia, perdeu a perna numa batalha e recebeu uma prótese de ferro para poder retornar à luta. A história épica é a primeira menção de um dispositivo artificial capaz de substituir uma parte do corpo. Foram necessários milênios para se chegar a um dos aparelhos mais extraordinários já desenvolvidos. Nesta semana, os avanços atingiram novo patamar quando cientistas da Cleveland Clinic, nos EUA, anunciaram um braço com funções muito semelhantes às de um órgão natural, até mesmo as mais sofisticadas.
O “braço biônico” permite que as pessoas pensem, se comportem com ele como se não fossem amputadas. Os resultados foram publicados na Science Robotics. O grande avanço é combinar mecanismos importantes: controle motor intuitivo, cinestesia de toque e sensação intuitiva de abrir e fechar a mão.
“A técnica é o estado da arte sob o ponto de vista acadêmico e de desenvolvimento tecnológico. A tendência que existe hoje na área é fazer integração sensório-motora para controle de próteses. Vários experts têm advogado que é preciso integrar não só a parte motora, mas também a parte sensorial”, diz Leonardo Abdala Elias, fundador e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Neuro-engenharia e coordenador do Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp. – E eles conseguiram.
Como prova a lenda de Vishpla, a próteses existem há milênios, mas foi há cerca de 70 anos que voltaram a ser pesquisadas e começaram a se aprimorar. Há quatro décadas surgiram as bioelétricas, que têm um comando a partir de um motorzinho. Ou seja, o usuário consegue levar o ombro para trás, abrir a mão, trazer o ombro para frente, fechar a mão. Já a integração sensorial é uma busca bem recente, dos últimos cinco anos. Os avanços são fundamentais para conter o abandono das próteses que, segundo Elias, chega a 60% no caso dos que perderam membros superiores.
O grande problema é a carga cognitiva. Quando uma pessoa não amputada vai pegar um copo, ela olha uma vez para o objeto e o resto se desenvolve naturalmente: esticar o braço, abrir a mão e colocar a pressão necessária para movê-lo. Como as próteses acessíveis hoje não têm sensibilidade, a pessoa tem que olhar e racionalizar cada uma das etapas.
Os desafios são pouco óbvios para quem não sofre a ausência do membro. Se fechar os olhos, essa pessoa sabe a posição da sua mão ou braço. Ao pegar um objeto, identifica imediatamente a pressão que deve usar para movê-lo. Se encostar em algo quente, imediatamente seu cérebro será notificado e ela se afasta. Essas são algumas das capacidades que estão sendo buscadas em centros acadêmicos de países como Suécia, Reino Unido e, principalmente, Estados Unidos. No país, boa parte da verba vem de uma agência de pesquisa ligada à Defesa americana – preocupação derivada do grande número de soldados feridos em guerras.
Pesquisas também vêm sendo feitas no Brasil, onde, apenas em 2020, 68.962 pessoas tiveram membros amputados.
Segundo a professora de fisiatria da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Diretor do IMREA (instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Cínicas de SP), Linamara Rizzo Battistella, as próteses bioelétricas usadas atualmente nos membros superiores oferecem muita dificuldade:
“Elas exigem atenção, coordenação e muito treinamento. São próteses sensíveis, e o acabamento não tem um senso estético, capaz de criar um conjunto mais harmônico.
Por outro lado, o braço biônico de Cleveland traduz outra lógica, que seria a capacidade de, com um impulso cerebral, movimentar o segmento.
“Não será para todos porque exige boa integridade dos nervos, treinamento e boa coordenação. Ainda não é automático. Mas será um dia. Por isso é importante olhar para estas pesquisas como um caminho e não um ponto de chegada. Mas é um bom começo. O fato de ter a função do tato, o sensor que te dá propriocepção, isso é muito refinado. A participação visual na prótese bioelétrica é muito grande, já na biônica é a percepção sensorial”, diz Battistella.
Quando esses braços biônicos vão chegar à população é difícil dizer porque vai além da ciência. Depende também da indústria de reabilitação, das agências reguladoras e muitos outros agentes.
OUTROS AVANÇOS
Em relação aos membros inferiores, as pesquisas mais importantes estão na biomecânica, na direção do controle da impedância, que é a rigidez na articulação para fazer movimentos mais harmônicos e suaves.
Há outras linhas de pesquisa. Em uma delas, como explica André Luiz Jardini Munhoz, pesquisador no Instituto Nacional de Biofabricação Biofabris/Unicamp, o coto da perna é escaneado, a imagem vai para o computador e é usada para montar um cartucho (dispositivo que integra a prótese ao membro) pela impressão 3D, oferecendo mais conforto para a pessoa amputada.
Outro projeto segue a linha internacional: em parceria com o Ministério Público do Trabalho, são desenvolvidos braços com sensores, capazes de emitir sinais do cérebro ao nervo e do nervo ao cérebro.
Paralelamente, na área de próteses, são estudados tecidos para simular a pele, biomateriais para implantes, ligas de titânio, polímeros associados, etc. Há também próteses virtuais, com olhos biônicos, e auditivas.
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