POESIA CANTADA

SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ

ELIS REGINA

COMPOSIÇÃO: ALOYSIO DE OLIVEIRA / ANTONIO CARLOS JOBIM

É
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você

É, só tinha de ser com você
Havia de ser pra você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquele que a gente não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você

É, você que é feito de azul
Me deixa morar nesse azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim

É, você que é feito de azul
Me deixa morar nesse azul
Me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim
Eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim
Eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim
Eu sempre fui só de você
Você sempre foi só de mim

OUTROS OLHARES

ADEUS CINEMA?

Pesquisa aponta o futuro das salas e do streaming na pandemia

É praticamente eufemismo dizer que 2020 foi difícil para todo mundo, sejam as pessoas ou a economia. Para a mídia e o entretenimento, não foi diferente, com uma queda mundial de 3,8% na receita. No Brasil, foi ainda pior, com uma diminuição de 6% na renda do setor em relação a 2019. O país perdeu duas posições no ranking mundial, indo de 9º para 11º, segundo dados da Pesquisa Global de Entretenimentos e Mídia 2021-2025, estudo anual feito pela consultoria PwC, com previsões para os próximos cinco anos, feita em 53 países que englobam 14 segmentos, entre eles  internet, publicidade de jornal e revista, TV por assinatura, livros, cinema e vídeo OTT (vídeo de TV ou cinema, que inclui os serviços de streaming) – no Brasil, os dados que chamam mais atenção se referem aos dois últimos itens.

O cinema despencou 70,4% em receita. No Brasil, a queda foi mais drástica: 86%. “O mundo da exibição em salas de cinema está esfacelado”, disse Paulo Sérgio Almeida, do Filme B, site de análise e acompanhamento do mercado audiovisual. “Mas sou otimista”. Em compensação, o consumo do vídeo OTT explodiu, crescendo 29,4%.

O streaming virou o porto seguro dos fãs de audiovisual que encontraram as salas fechadas durante boa parte dos últimos 17 meses. Habituados a assistir a pelo menos dois filmes no cinema antes da pandemia, o blogueiro Diorman Werneck, de 29 anos, não retomou a rotina cinéfila.  Primeiro, por continuar  se sentindo seguro em casa, onde assistia a seus programas via streaming. Mas, principalmente, por não se sentir mais tão atraído pelas estreias semanais.

“O streaming  logo ocupou o horário que antes eu dedicava ao cinema – fechado em casa, se tornou meu principal passatempo”, disse Werneck. “A decisão de não voltar aos cinemas foi motivada porque vários serviços de streaming começaram a trazer as estreias junto com as salas ou um tempo depois”. O blogueiro, que assina três serviços de streaming, exemplifica: “Viúva Negra estava  disponível no mesmo dia que estreou no cinema e só não assisti imediatamente porque considerei o valor cobrado pela ferramenta (Disney)muito caro. Como eu sabia que logo estaria disponível, preferi esperar”. Werneck assistiu em casa a longas como Tenet, Convenção das Bruxas e Cruella. Com a comodidade de assistir em qualquer horário e mais de uma vez”.

DESAFIO DE RECONEXÃO COM O PÚBLICO

Apesar dos números desanimadores, estudo aponta cenário otimista para setor de mídia e entretenimento

Apesar dos números desanimadores, o estudo da PwC apontou uma perspectiva otimista para o setor de mídia e entretenimento até 2025. No Brasil, a expectativa da pesquisa anterior (de 2020 a 2024) previa um crescimento de 2,5%. De 2021 a 2021, espera-se que o aumento seja de 4,7% – claro que partindo de um patamar baixo -, mais ou menos seguindo as previsões globais de 5%.

O cinema é o segmento que deve crescer mais, cerca de 40% ao ano – o vídeo OTT deve continuar subindo cerca de 13% a cada 365 dias. Ainda assim, a arrecadação nas bilheterias nacionais, que foi de apenas US$96 milhões em 2020, deve chegar a US$ 518 milhões em 2025, mais ou menos o mesmo nível de 2016. “Já vemos alguma recuperação em 2021, mas a retomada deve se dar a partir de 2022. Ainda assim, também em termos de ingressos, ele volta apenas em 2025 ao nível de 2016”, disse Ricardo Queiroz, sócio da PwC Brasil.

Quem é da área vê com certo ceticismo quaisquer previsões sobre o futuro. ”Ninguém sabe de fato o que vai acontecer”., disse Jean Thomas Bernardini, que é dono da distribuidora Imovision, dos cinemas Reserva Cultural, em São Paulo e Niterói, e da plataforma de streaming Reserva Imovision. “Estamos no meio  de um túnel sem luz, sem saber quando vai acabar o túnel, se vai acabar, se tem um precipício no final do túnel ou uma floresta encantada”.

Nos casos dos cinemas mais comerciais, houve um respiro a partir do final de maio, quando lançamentos como Cruella, Invocação do Mal3,  Velozes e Furiosos e Viúva Negra chegaram às salas consecutivamente. Mas os números voltaram a baixar em agosto. “Ainda é uma incógnita”, disse Juliano Russo, diretor comercial e de marketing da rede de cinemas Cinépolis Brasil. “Mas a expectativa para os próximos meses é boa. Veja a repercussão que o trailer de Homem Aranha: Sem Volta para Casa teve”.

Bernardini acredita que a recuperação vai ser lenta. Em seu planejamento, a normalidade deve chegar apenas em 2024. “Até lá não tem como voltar aos números de antes, que já não eram tão bons, porque o cinema independente passava por uma crise”, afirmou. “Eu só posso afirmar que 2022 ainda não vai ser normal. Vai melhorar, claro. Mas são muitos fatores, não apenas a vacinação. No Brasil temos a questão política, o cinema brasileiro que não se define”.

Muitos distribuidores acabaram apostando no streaming como forma de ganhar algum dinheiro ou atrair novos assinantes para suas plataformas. Foi o caso da Warner, que lançou seus filmes simultaneamente nos cinemas e na HBO Max nos Estados Unidos, e da Disney, que colocou suas estreias ao mesmo tempo nas salas e no Disney+, com custo adicional. “Foi um teste e claramente não deu certo. Elas não estão faturando”, disse Juliano Russo.

Para Ricardo Queiroz, não há remuneração adequada para grandes produções no streaming. “Elas precisam da primeira semana de bilheteria. O pacote mais caro da Netflix custa por volta de R$55. O ingresso de cinema é mais do que isso, a TV por assinatura, também. Então o cinema está empatado; as pessoas aprenderam a ver em casa durante a pandemia, mas a receita do streaming é ainda pequena”. Para efeito de comparação, a previsão é que o gasto do brasileiro com vídeo OTT chegue a US$ 1,25 milhões em 2025. A TV por assinatura, mesmo com quedas anuais de 17%, deve faturar US$ 3 bilhões em 2025.

Por isso a Imovision decidiu não abolir a janela cinematográfica. Nenhum filme foi diretamente para a Reserva Imovision. “A gente tem os dois: uma plataforma que quer que cresça e um cinema que quer que volte. Obviamente que estamos torcendo para os dois”, disse Bernardini.

Ninguém acredita que o cinema vai acabar, como muitos mensageiros do apocalipse andaram apregoando. “Conversei com muitos amigos no Festival de Cannes e não vi ninguém achando que o cinema ia parar. É uma diversão quase insubstituível. Não vejo um debate pessimista”, disse Bernardini. Queiroz concordou. “Determinadas experiências não morrem nunca. É como a música: o que se houve em uma live não é a mesma coisa que o show ao vivo. A experiência presencial vai continuar existindo. Mas as pessoas aprenderam a separar o que vale e o que não vale pagar”.

SETE EM CADA 10 BRASILEIROS USAM STREAMING

O brasileiro definitivamente se apaixonou pelo streaming. Segundo pesquisa realizada pelo Itaú Cultural, em parceria com o Datafolha, para medir os hábitos culturais durante a pandemia, sete entre dez brasileiros acessam plataformas de vídeo sob demanda no País. Foram ouvidas 2.276 pessoas de 16 a 65 anos entre os dias 10 de maio e 9 de junho.

Uma grande parte assiste diariamente. Dos71% dos brasileiros que têm acesso, 44% assistem todos os dias. Para 23%, a média é de mais de cinco horas diárias, com 26% dedicando duas horas para o streaming, 18% vendo três horas, 17%, uma hora e 15% quatro horas. Entre os usuários pesados, que veem os conteúdos todos os dias,49% são mulheres, e 40% são homens; 51% são das classes D e E, ante 43% das classes A< B e C. Quem tem de 25 a 34 anos tende a consumir mais (49%), seguidos daqueles com 16 a 24 anos (45%) e 35 a 44 (45%).

Na classe AB, a penetração das plataformas de streaming é de 94%, enquanto 74% da classe C e 43% da classe D usam os serviços.

Na Região Sudeste, 756% dos entrevistados utilizam o streaming. Nas Regiões Norte e Centro-Oeste são 73%, com 70% na Região Sul e 61% no Nordeste. Nos habitantes das capitais e regiões metropolitanas, 75% declararam assistir a filmes e séries nesses serviços, ante 68% no interior.

Em termos de faixa etária, 48% das pessoas com idades entre 30 e 45 utilizam as plataformas em relação  a 44% daqueles com 17 a 25 anos, 33% dos que têm 46 a 60 anos e 26% de quem tem 26 a 30 anos. Apenas 8% dos maiores de 60 anos são usuários.  Entre as crianças, 11% daquelas com 1 a 5 anos e 19% entre os pequenos de 6 a 11 anos e os adolescentes de 12 a 16 usam Netflix, Disney+ e companhia.

A maior parte assiste televisão (49%), com 36% preferindo os celulares, 9% os notebooks, e 5% os computadores de mesa.

Os conteúdos preferidos são as séries, vistas por 77% dos usuários, seguidas por filmes estrangeiros (65%), filmes nacionais (49%), infantis (45%), animações (42%) e shows de música (36%).

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE SABEDORIA PARA A ALMA

DIA 15 DE SETEMBRO

A BUSCA DA SABEDORIA

O coração do sábio adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios procura o saber (Provérbios 18.15).

O conhecimento é a busca incansável do sábio. Os tolos buscam prazeres, sucesso e conforto, mas, ainda que alcancem o objeto de seu desejo, não se satisfazem. Quando o rei Salomão pediu a Deus sabedoria, recebeu também riquezas e glórias. Quando buscou, entretanto, a felicidade na bebida, na riqueza, no sexo e na fama, colheu apenas vaidade. As coisas mais atraentes do mundo não passam de bolha de sabão. Têm beleza, mas não conteúdo. São multicoloridas, mas vazias. Atraem os olhos, mas não satisfazem a alma. O tolo abre seu coração para o que é frívolo, mas o sábio não desperdiça seu tempo buscando coisas fúteis. O sábio está sempre disposto e pronto para aprender. Seu coração busca o conhecimento mais do que o ouro depurado. Seus ouvidos aspiram à sabedoria mais do que à música mais encantadora. O conhecimento é a base da sabedoria. Sem conhecimento, seremos massa de manobra nas mãos dos aproveitadores. A sabedoria é mais do que o conhecimento, contudo. É a aplicação correta do conhecimento. Não basta ao homem a informação; ele necessita de transformação. Não basta saber; é preciso saber o que convém e viver de acordo com esse conhecimento. A sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. É imitar a Deus. É andar nas mesmas pegadas de Jesus. É viver como Jesus viveu.

GESTÃO E CARREIRA

FIM DO E-MAIL É TENDÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA DAS EMPRESAS

Parece algo distante, mas os e-mails estão com os dias contados, pelo menos da forma como conhecemos hoje.

Diariamente, bilhões de e-mails são enviados e o excesso de mensagens que lotam as caixas de entrada nos e-mails corporativos geram cada vez mais estresse e angústia entre os colaboradores, sem contar o risco de perder informações importantes, não ser copiado em alguma mensagem e o recebimento crescente de spams.

Algumas empresas utilizam a caixa de e-mails como lista de tarefas que precisam ser feitas, como arquivo de informações importantes, registro de aprovação de propostas, discussão de ideias e até como detalhamento do escopo de projetos. Esta forma de gestão torna a organização da informação quase impossível.

A startup Ummense, uma plataforma de gestão de equipes para micro, pequenas e médias empresas, é um exemplo de empresa que optou em não utilizar mais e-mails na comunicação interna, utilizando apenas com clientes e fornecedores. Mesmo antes da startup ser lançada, os fundadores já idealizavam o fim da troca de e-mails internamente, utilizando a própria plataforma para organizar as informações, de uma forma segura, ágil e inteligente.

“Temos alguns colaboradores que, desde que entraram na empresa, nunca enviaram um e-mail, tudo é pela plataforma”, afirma Raul Sindlinger, CEO e co-fundador da Ummense. Armazenar todos os e-mails recebidos diariamente pode gerar diversas implicações, principalmente quando as mensagens são perdidas ou apagadas de um servidor, por exemplo, é o que aconteceu com o CEO da Ummense.

“Fui engenheiro de obras por 10 anos Toda a comunicação era por e-mail, e recebíamos mais de 100 mensagens por dia. Eu arquivava as mensagens em pastas para tentar organizar a informação para o caso de precisar delas um dia. Chegou o dia em que o responsável pela TI resolveu reduzir custos e limpou as mensagens antigas do servidor de e-mails. A obra que eu tocava ficou sem nenhuma informação: contratos, negociações, aprovações, detalhamentos, alterações. O prejuízo foi gigante”. Mudança cultural é fundamental para eliminar a troca de e-mails internos

Toda mudança exige tempo e também começa com o exemplo, principalmente da liderança. Com uma equipe de 13 pessoas, a Ummense não parou de usar e-mails de um dia para o outro. Esta mudança, que foi muito mais cultural, aconteceu de forma gradual, conforme novas funcionalidades da plataforma da startup eram implementadas, utilizando cada vez menos a troca de mensagens por e-mail. “Aos poucos, não usar e-mails passou a ser parte da cultura da empresa. Conforme novas pessoas iam se juntando ao time, acessar a caixa de e-mail já não fazia mais parte da rotina desde o primeiro dia na empresa”, comenta Keli Campos, co-fundadora da Ummense.

Mais produtividade e organização foram os principais pontos que a startup notou após eliminar os e-mails na rotina diária. Atualmente, toda a comunicação interna é realizada pela plataforma da Ummense, que também pode ser acessada por aplicativo no celular, e funciona como um Kanban Digital, organizando todas as informações das equipes em fluxos, cards e tarefas, sendo possível centralizar a comunicação em único lugar. Atualmente, conta com mais de 1.500 usuários assinantes que também utilizam a plataforma para centralizar a comunicação das equipes, e as informações dos seus projetos, processos e clientes.

“Essa mudança está alinhada com o nosso propósito de melhorar a qualidade de vida no trabalho das pessoas. Com as informações organizadas, tudo fica mais fácil para ser acessado pela equipe, reduzindo o tempo de busca o por informações e esse é um dos motivos pelos quais a produtividade aumenta. Os gestores não precisam perder tanto tempo em reuniões para saber o andamento dos projetos ou para a discutir informações pontuais.

“Na plataforma da Ummense essas informações ficam acessíveis de forma visual e prática, propiciando um ambiente mais a colaborativo e produtivo”, explica Keli Campos. Sobre o futuro da comunicação interna: “Provavelmente não eliminaremos a completamente os e-mails de nossa vida tão cedo, mas para a comunicação interna e organização das informações nas empresas, que representa grande parte do problema, sabemos que hoje já existe uma forma muito mais inteligente e organizada para fazer isso”.

“Além de organizar a comunicação interna, a Ummense também comercializa um aplicativo por assinatura, 100% integrado com a plataforma, e que é entregue com a identidade visual da empresa que contrata, para organizar e reduzir consideravelmente os e-mails também na comunicação com os clientes.

FONTE E MAIS INFORMAÇÕES:  www.ummense.com.

EU ACHO …

MARCO TEMPORAL

A falta de memória desse país é um projeto para absolver o colonialismo

Na última semana estava na praia. Tirei cinco dias de descanso entre baterias de escrito, evento e aula. Foi ótimo, pude respirar a brisa do mar, olhar para a imensidão e agradecer à natureza pela conexão.

Na terça, cheguei em São Paulo. Assim que entrei na cidade, me senti mole, cansada, sufocada. Minha pressão baixou e eu quase desmaiei. Passei a semana com dificuldades de cumprir minha agenda, encontrando forças para sair do sofá.

Enquanto passava mal, estranhava o que estava acontecendo, afinal estava bem momentos antes. Foi então que soube que um incêndio havia destruído boa parte de uma floresta na região, uma das pouquíssimas que restam. O incêndio, causado por um balão, se somou à poluição, à devastação de outras florestas para fazer pasto para gado, entre outras dinâmicas que estão superaquecendo o planeta e produzindo consequências desastrosas.

Como uma mulher negra que cultiva a ancestralidade, me vejo como parte da mata. A conexão entre os povos negros ancestrais e a natureza materializam o axé, força vital que traz o poder de viver com realização.

Como nossos mais velhos já ensinaram, a ancestralidade negra e a ancestralidade de indígenas produziram um intercâmbio de resistência física, espiritual e territorial que seguem até hoje. A soma do legado desses povos diversos, compostos por um vasto número de etnias, produziu a cultura brasileira e tudo que esse país se orgulha.

Entretanto, como sabemos, o colonialismo vive de apagar idiomas, culturas e memórias de grupos explorados e perseguidos ontem nos engenhos, hoje nas fazendas. Parafraseando Darcy Ribeiro, a falta de memória desse país não é uma crise, mas um projeto desenhado para absolver o colonialismo e seus descendentes da responsabilidade por atrocidades.

Um exemplo paradigmático do que estamos falando é a tese do marco temporal das terras indígenas, defendida por ruralistas – os descendentes dos senhores de engenho – para impedir novas e travar as atuais tentativas de demarcação de terras dos povos originários. Esse tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal desde a última semana e, se nenhum ministro ou ministra resolver pedir vista e arrastar o caso por mais anos ainda, pode ser decidido nas próximas sessões.

Para quem não está familiarizado com o tema, em linhas gerais significa dizer que os advogados dos ruralistas defendem por essa tese que somente é terra indígena aquela que estava ocupada na promulgação da Constituição de 1988.

Ocorre que povos indígenas foram alvos de chacinas, agressões, intimidações durante todo o período escravista e seguiram durante o século 21. Nesse ano de 1988, portanto, muitas terras estavam desocupadas como resultado da violência histórica contra esses povos. A tese, portanto, chancela a vitória infame do colonizador e autoriza a morte, a tortura e o exílio de povos inteiros.

A interpretação constitucional deve ser de fortalecimento da rede de proteção a esses povos, bem como à rede de proteção ambiental. Nesse sentido, é necessário destacar que diversas pesquisas apontam que as terras demarcadas historicamente funcionam como ilhas de conservação do meio ambiente. Na contemporaneidade constitucional, diante do aquecimento global, todas as medidas que implicam na proteção ao meio ambiente se sobrepõem aos anseios de pasto da pecuária brasileira.

Como mostrou reportagem esta semana, o índice de desmatamento nessas reservas tem aumentado exponencialmente durante o atual governo, devido à invasão de grilagem, extração de madeira e garimpo. Sob constante ameaça e invasão, as comunidades sofreram uma escalada de extermínio no atual governo.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), sob o atual governo, em 2019 houve um recorde nos conflitos de campo e assassinato contra indígenas. Ou seja, sequer o marco temporal é respeitado pelos que tanto defendem “segurança jurídica”. E, de novo, além do direito constitucional de maior demarcação aos povos originários, o STF deve determinar a proteção policial maciça aos limites dos territórios.

A discrepância do acesso ao sistema notarial e de justiça pelos povos brancos, criadores desses espaços, e os povos indígenas pode nos induzir a pensar que os descendentes dos senhores de engenho foram bem-sucedidos no STF, ou no Congresso, onde dominam e buscam aprovar leis nesse sentido.

Mas milhares de indígenas acampados em Brasília mostram o contrário. Com a força da natureza e a fé na justiça ancestral, seguem os passos de seus antepassados que resistiram apesar de tudo, apesar inclusive da justiça branca e suas teses engenhosas.

*** DJAMILA RIBEIRO – Mestre em filosofia política pela Unifesp e coordenadora da coleção de livros “Feminismos Plurais”.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

(RE) CONEXÃO

Dias de folga aliviam cansaço mental causado pela pandemia

Reconexão, descoberta, bem-estar. Diante de tantos significados que uma viagem pode ter, muitos se tornam agora ainda mais relevantes. Experiências proporcionadas pelo turismo podem ser aliadas no cuidado com a saúde mental e ajudar a lidar com quadros provenientes da pandemia, como ansiedade e exaustão.

“A viagem sempre traz descobertas de lugares e interações. Com uma parcela da população em home office, também oferece a possibilidade de deslocamento”, afirma Mary Yoko Okamoto, professora de Psicologia da Universidade Estadual Paulista no campus de Assis(Unesp/Assis). Ela explica que a conexão com os outros e consigo mesmo vivida nos dias longe de casa promove uma experiência emocional interna: “É uma medida para buscar um alívio, mesmo que seja temporário, para descarregar tensão, tristeza e angústia.”

Quando a ansiedade se caracteriza como transtorno ou doença, pode ser preciso fazer terapia e às vezes usar medicamentos, diz o médico Joel Rennó Jr., professor colaborador do Departamento de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Porém, atividades de lazer, socialização e ressignificação da experiência de vida podem contribuir positivamente”, diz.

Rennó Jr. lembra que todos vimos escapar o referencial de controle diante de tantos casos de doença e mortes. ”Tem quem lide com sequelas da covid, outros perderam pessoas próximas. A pandemia exacerbou o sentimento de apreensão, de finitude da vida. Algumas pessoas acabaram projetando planos até como forma de não adoecer, para encontrar força para lidar com estresse, medo, fracasso. Por exemplo, dizem ‘assim que isso passar, vou fazer uma viagem para a Itália ou Fernando de Noronha. Sempre tive vontade e nunca fiz’.

O longo período em isolamento, segundo a professora da Unesp, tirou do ambiente doméstico o significado de lugar de descanso.” Ele se tornou um ambiente para muitas coisas. O mundo do trabalho e dos estudos invadiu o mundo de casa. Sair traz a sensação de liberdade, de movimento.”

Depois de meses ensinando Artes em aulas online ou híbridas, Thaiany Ferreira passou uns dias em julho na Bahia. Foi para o Grand Palladium Imbassuí Resort & Spa com o namorado, Bruno Izzo, que trabalha na rede pública de Saúde em São Paulo. “Sou professora do Estado e meu namorado trabalha na parte administrativa de um hospital. São áreas desafiadoras”, diz. A quebra na rotina ajudou a espairecer. “Depois de um ano e meio bem rígido, serviu para relaxar. Sentimos um pouco da vida de antes da pandemia”, conta Izzo.

Esse foi um dos beneficias de viajar apontados por Felipe Laccelva, CEO da Fepo, startup digital especializada em atendimentos psicológicos, com preços acessíveis, a partir de R$38. “Traz a sensação de que estamos retomando ao modo de vida anterior, que o pior ficou para trás. Vivenciar experiências novas e inspiradoras é o que todos nós precisamos agora”, diz  o CEO da empresa que, só em 2020, ultrapassou o total de 2,7 mil sessões, ante 1,8 mil no ano anterior.

“O Brasil antes da pandemia já era considerado o país mais ansioso do mundo, com 93% da população com o transtorno, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Em junho de 2020, na pandemia, 41% dos brasileiros ouvidos numa pesquisa do Instituto Ipsos afirmaram ter experimentado algum nível de ansiedade. Outro estudo da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) verificou que cerca de 80% dos entrevistados sentiram subir os nível de ansiedade.”

O distanciamento prolongado, necessário contra o coronavírus, acabou afetando o lado psicológico, afirma Laccelva. “O ser humano é um ser social e o distanciamento provocou o aumento dos níveis de ansiedade”, diz. “A terapia é a principal maneira para lidar com isso. Mas há outras formas que ajudam a minimizar as consequências, como atividades físicas e de lazer. Desde que respeitada a segurança sanitária, essas ações geram bem-estar”.

A professora Thaiany lembra que o medo causado pela covid afetou seu equilíbrio. “A pandemia, a pressão no trabalho, questões pessoais, familiares, são várias as situações. Acabou acontecendo de eu não pensar na saúde mental. Mesmo que a viagem não resolva, ajuda a sair um pouco da rotina”, diz. Mary Yoko explica que as pessoas têm um limite para suportar coisas. “Não é porque somos privilegiados do ponto de vista econômico que estamos impedidos de sofrer, que não ficamos tristes. Temos sido muito exigidos. Quando atingimos um limite, precisamos de algo que forneça alívio”.

ATIVIDADES

Talvez isso explique o maior interesse dos hóspedes do Virá Charme Resort, no Paraná, em serviços de relaxamento e bem-estar. Em julho de 2021, a procura por passeios a cavalo cresceu 29% em relação a junho, o mês recordista em números de saídas, e 181% quando comparado a janeiro do ano passado, principal período da alta temporada. O empreendimento, a 150 km de Curitiba, vendeu 14.91% mais tratamentos no spa do que em junho deste ano e 20% acima de janeiro de 2020. O hotel-fazenda tem apenas 38 bangalôs em 170 hectares de área.

“Hotéis-fazenda e resorts estão entre os mais vendidos de julho no Zarpo. A infraestrutura de lazer e descanso é um atrativo incrível nesses tempos de isolamento”, diz Daniel Topper, CEO do Zarpo, agência online com 7 milhões de clientes e cerca de 500 parceiros, caso das redes Blue Tree, Tauá, Vila Galé, Iberostar e Bourbon. O setor de turismo no Brasil vem percebendo uma retomada gradual. No Zarpo, junho de 2021 teve 9% mais vendas do que o mesmo mês em 2019. “Depois de mais de um ano de pandemia, as pessoas estão ávidas para viajar”, diz Topper.

Pode ser uma escapada longa ou curta, rumo ao interior ou para a praia, sozinho ou em família. O aposentado Cláudio Ferreira fechou com a Pomptur um roteiro em outubro para voltar ao Jurema Águas Quentes, no Paraná, desta vez com a mãe e a irmã. Com dois resorts e águas termais, em 34 mil km2, o complexo viu o movimento subir em 2021: teve ocupação 41% maior em julho, em relação ao mesmo mês em 2020, no meio da pandemia

“A expectativa é boa, de ter um pouco mais de tranquilidade. Minha mãe está vacinada com as duas doses. Até lá, já tomei a segunda, e minha irmã também”, conta. “Estamos há muito tempo dentro de casa, e isso mexe com o psicológico e o físico. E o hotel é próprio para isso: oferece a parte recreativa, piscinas aquecidas, um ambiente gostoso, com tudo limpo e bem cuidado. Tem muita natureza e espaço.”

BENEFÍCIOS

VÍNCULO: Os especialistas ouvi­ dos na reportagem ressaltam que uma viagem pode servir para se conectar com outras pessoas e até consigo mesmo – e num ambiente novo.

SENTIDO: Diante de tantas incertezas trazidas pela pandemia, desfrutar de momentos de tranquilidade e paz pode dar à pessoa a chance de refletir e encontrar um sentido para seu momento de vida atual.

CONTROLE: Planejar dias fora da rotina e conseguir cumprir o que foi definido pode trazer segurança, a sensação de que algo pode ser previsto e realizado.

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