QUILOS MORTAIS
Segundo levantamento da SBCBM, cerca de 33,4% da população brasileira é considerada obesa
Quem assistiu ou leu a sinopse do programa “Quilos Mortais”, com 12 temporadas atualmente, já deve ter se perguntado como uma pessoa chega a esse nível de obesidade ou porque se deixou levar até este ponto? E o que surpreende alguns telespectadores é que muitos obesos só percebem que havia algo errado com o peso quando começam a sofrer consequências sociais e de saúde.
O presidente do Capítulo Paranaense da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). José Alfredo Sadowski, explica que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial. Sua progressão para a obesidade mórbida envolve uma combinação de influências genéticas, distúrbios psicológicos, distúrbios endócrinos, maus hábitos alimentares e falta de exercícios físicos.
”A obesidade mórbida é o resultado de uma complexa interação de fatores, incluindo também influências familiares, distúrbios alimentares como compulsão, problemas de saúde mental, alterações hormonais e metabólicas, escolhas alimentares pouco saudáveis e a falta de exercícios físicos. Todos são elementos que contribuem para o desenvolvimento dessa condição. Buscar o tratamento o quanto antes é fundamental para o controle da doença”, explica o cirurgião bariátrico.
Segundo levantamento da SBCBM, cerca de 33.4% da população brasileira é considerada obesa, com base em relatório produzido pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde. Isso equivale a aproximadamente 72.6 milhões de pessoas.
Todos os pacientes grau II e III que possuam alguma comorbidade, entre outros quesitos, são elegíveis para a cirurgia bariátrica. Porém o cirurgião bariátrico José Alfredo Sadowski alerta para, apesar de bastante segura, a cirurgia fica mais complexa quanto maior o nível de obesidade.
“É importante que os pacientes entendam que a obesidade é uma doença crônica, progressiva, e que busquem ajuda e tratamento o quanto antes, não deixando chegar em estágios mais severos como os mostrados no programa da TV. Um tratamento precoce e adequado diminui bastante os riscos de complicações permitindo uma cirurgia bariátrica mais segura”, explica Sadowski.
RISCOS DA SUPEROBESIDADE
A quantidade de gordura abdominal e o acúmulo de gordura no fígado são fatores que podem dificultar o acesso de instrumentos cirúrgicos até o estômago e intestino. O excesso de gordura também pode restringir a movimentação da respiração, gerando algum risco respiratório durante a cirurgia.
Por isso, para a maioria dos pacientes com níveis mais severos de obesidade, é indicado a perda de 5% a 10% do peso antes da operação. Em casos mais graves, algumas vezes são necessários outros tratamentos para se obter essa perda de peso antes da cirurgia, como o uso de medicamentos ou de balões gástricos.
“Perder um pouco de peso antes da cirurgia pode fazer uma diferença significativa na segurança e na eficácia do procedimento. Por isso. a SBCBM preconiza que o tratamento pré-operatório leve em consideração mudança de hábitos alimentares, prática de exercícios físicos, uso de medicamentos e até mesmo a utilização de outros recursos como os balões intragástricos, por exemplo”, comenta o cirurgião bariátrico.
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