SAÚDE EM EQUILÍBRIO

MITOS E VERDADES SOBRE A FIBROMIALGIA

Dor crônica, mudança de humor e fadiga estão entre as principais queixas de quem sofre dessa condição

A fibromialgia, caracterizada principal- mente por dor crônica persistente, fadiga e mudanças de humor, é mais comum do que muitas pessoas imaginam. Pesquisas recentes indicam que a doença afeta entre 2% e 4% da população global, com prevalência em mulheres. No Brasil, estima-se que a fibromialgia atinge 2% da população. No entanto, ainda é frequentemente subdiagnosticada e mal compreendida.

Embora essa condição ainda seja invisível aos olhos da sociedade, a data de 12 de maio foi estipulada como o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia, condição ainda invisível aos olhos da sociedade, mas que acarreta sérias complicações para aqueles que a vivenciam.

Para esclarecer algumas das principais dúvidas sobre o assunto, Marcelo Valadares, neurocirurgião e pesquisador da disciplina de neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destacou alguns mitos e verdades sobre a doença. Confira quais são:

A PREVALÊNCIA DA FIBROMIALGIA É MAIOR EM MULHERES

VERDADE.

A predominância da fibromialgia em mulheres adultas é real e tem sido objeto de pesquisas ao longo dos anos. Estima-se que entre 80% e 90% dos casos ocorram em mulheres, com o ápice da doença entre os 30 e 50 anos. “Embora a ciência ainda explore o assunto, acredita-se que as mulheres estejam mais suscetíveis à fibromialgia. Entre as possíveis explicações para isso estão as flutuações hormonais, que desempenham papel na sensibilidade à dor na regulação do sistema nervoso; fatores genéticos; ou fatores psicossociais, como estresse crônico, condições de saúde mental como ansiedade e depressão. Além disso, em relação ao sistema nervoso central, também podemos ressaltar que as mulheres tendem a produzir níveis menores de serotonina, um neurotransmissor associado à sensibilidade à dor”, afirma Marcelo Valadares.

O ÚNICO SINTOMA DA FIBROMIALGIA ÉA DOR CRÔNICA

MITO.

Embora a dor crônica seja um sintoma predominante da fibromialgia, ela é uma condição complexa que envolve uma variedade de sintomas, incluindo fadiga, distúrbios do sono, problemas cognitivos (conhecidos como “névoa cerebral”), rigidez muscular e sensibilidade aumentada em várias partes do corpo. Além disso, o médico explica que estudos destacam também os impactos na saúde mental da condição. “A fibromialgia pode se manifestar de maneira diferente em cada pessoa. Enquanto algumas pessoas podem experimentar dor in- tensa em todo o corpo, outras podem ter dor localizada em áreas específicas. Além disso, os sintomas podem variar em gravidade. O tratamento personalizado e multidisciplinar é essencial para lidar com essa variedade de sintomas”, explica o neurocirurgião.

A CONDIÇÃO É CAUSADA APENAS POR FATORES PSICOLÓGICOS

MITO.

Embora o estresse, a ansiedade e a depressão possam piorar os sintomas da fibromialgia, a causa exata da condição ainda não é completamente compreendida. Segundo o especialista, pesquisas sugerem que seja uma condição que afeta a forma como o cérebro processa sinais de dor, além de ter influências genéticas, hormonais e sociais.

A FIBROMIALGIA TAMBÉM PODE AFETAR AS CRIANÇAS

VERDADE.

Embora a fibromialgia seja mais comum em adultos, ela também pode afetar adolescentes e até mesmo crianças. Os sintomas podem se manifestar em qualquer idade, embora o diagnóstico em crianças possa ser mais desafiador devido à dificuldade em expressar seus sintomas.

O DIAGNÓSTICO NEM SEMPREÉ SIMPLES

VERDADE.

O diagnóstico da fibromialgia costuma ser complexo e desafiador, devido à semelhança dos sintomas com outras condições médicas. Frequentemente é confundida com tendinite ou esclerose múltipla, por exemplo. Além disso, não há um exame específico que possa confirmar a presença da fibromialgia, e os sintomas variam muito de pessoa para pessoa. É necessária uma avaliação clínica detalhada, considerando a história médica do paciente, seus sintomas e a exclusão de outras condições médicas.

O TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA SE RESUME AO CONSUMO DE MEDICAMENTOS

MITO.

Embora não haja cura para a fibromialgia, existem opções de tratamento que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, mas os medicamentos não são a única opção. Marcelo Valadares defende que o tratamento multidisciplinar é essencial. “Além dos fármacos para alívio da dor, é necessário incluir tratamentos como fisioterapia, a inclusão de exercícios físicos na rotina, como o pilates, terapia ocupacional, técnicas de relaxamento, mudanças na dieta e estilo de vida, entre outras abordagens multidisciplinares. O tratamento deve ser individualizado, considerando todo o histórico do paciente”, afirma.

OUTROS OLHARES

NÃO LIMPAR A AIR FRYER PODE CAUSAR INTOXICAÇÃO ALIMENTAR

Especialista alerta para o risco de contaminação por bactérias de restos de comida

Cada vez mais comum nos lares brasileiros, a fritadeira de ar – mais conhecida como air fryer – tem como principal função fritar alimentos sem adição de óleo. Mas muitos usuários se descuidam de uma etapa importante que envolve a utilização deste eletrodoméstico: a limpeza. Ele tem que ser higienizado toda vez que é usado. Deixar acumular detritos no utensílio pode causar intoxicação alimentar grave, por conta da ingestão de restos de comida contaminados por bactérias.

Segundo Alexandre Danton, mestre em Nutrição e Saúde pela Universidade Estadual do Ceará e professor no Centro Universitário Christus, em Fortaleza, o aparelho precisa ser limpo regularmente para que se evite o acúmulo de sujeiras e microrganismos. Ele explica que a cesta da air fryer deve ser limpa com uma substância detergente, como o sabão neutro comum, água, esponja macia e um pano:

Nesse caso, pode ser utilizado o detergente de cozinha tradicional, para garantir a retirada de gorduras e impurezas, restos de alimentos que estão ali no equipamento. Você pode limpar a cesta com água corrente e ir esfregando coma esponja ensaboada. Já o pano levemente molhado serve para o restante da máquina.

É necessário ter cuidado no manuseio do equipamento para fazer a limpeza sem riscos. O primeiro passo é se certificar que ele esteja desconectado da tomada. Durante o processo, a esponja, ainda que seja de toque suave, precisa ser passada com delicadeza para evitar arranhões e manter a air fryer com aparência nova por mais tempo.

A parte externa do aparelho deve ser limpa com um pano levemente úmido – essa ação vai ajudar a restaurar seu brilho. E atenção: não se deve submergir a máquina inteira na água nem deixar o fio ser molhado.

PERIGO DO SILICONE

Para manter a limpeza da air fryer, há pessoas que usam uma cesta de silicone para colocar as comidas, que são uma forma de manter os alimentos sem contato com a cesta do aparelho. No entanto, de acordo com Danton, a depender da fabricação, esse tipo de material pode liberar substâncias tóxicas na comida.

“O ideal é não utilizar nada plástico para entrar em contato direto com o alimento. No geral, é melhor preparar na cesta presente na air fryer, porque, se a de silicone comprada tiver o composto Bisfenol A, o BPA (químico que serve de matéria-prima para a produção de diversos tipos de plásticos), estará colocando a pessoa em contato com uma substância altamente cancerígena”, ressalta o professor.

GESTÃO E CARREIRA

4 EM CADA 10 EMPRESAS PRETENDEM AUMENTAR O QUADRO DE FUNCIONÁRIOS

Estudo da Sólides, líder no Brasil em tecnologia para gestão de pessoas para pequenas e médias empresas, mostra que mais de 90% das pessoas concordam que o desenvolvimento e retenção de funcionários são de responsabilidade de todos os gestores, e não apenas da área de RH.

O dado foi extraído do Panorama Gestão de Pessoas Brasil, maior levantamento do segmento, feito com base em entrevistas com 1.000 profissionais formais e adultos de empresas de todo o país, sendo profissionais de recursos humanos, departamento pessoal, colaboradores e lideranças.

“Em um país em que 97% dos funcionários afirmam ter uma liderança direta responsável pela sua gestão, é de extrema importância extrapolar o debate sobre Gestão de Pessoas além das fronteiras da área de RH e Departamento Pessoal, e deve ser uma estratégia discutida por todos os líderes dentro da organização”, afirma Távira Magalhães, CHRO da Sólides.

Um dos pontos de atenção que a pesquisa traz é a questão da disparidade salarial e de cargos entre homens e mulheres nas empresas. Homens recebem em média 21,6% a mais que as mulheres. Em cargos operacionais, a diferença aumenta para 33,2% e, em cargos de gestão, a diferença diminui para 17,3%.

Outro ponto que corrobora o cenário é que mulheres ainda são minoria em cargos de liderança: apenas 40% dos cargos de gestão são ocupados por mulheres, enquanto 60% são ocupados por homens, uma diferença de 50%.

RETENÇÃO DE FUNCIONÁRIOS COMO RESPONSABILIDADE COLETIVA

As empresas estão vivendo uma crise na relação de trabalho com o seu colaborador. De acordo com dados do Caged, o Brasil possui a maior taxa de rotatividade do mundo: 51,3%.

Em contrapartida, 67% dos profissionais de RH afirmam que a rotatividade na sua empresa está baixa ou controlada, e aproximadamente 9% não sabem informar a taxa atual, demonstrando que as empresas não acompanham o seu turnover ou não sabem comparar com o mercado.

Além disso, 60,5% dos líderes concordam totalmente que o desenvolvimento e a retenção de funcionários são de responsabilidade de todos os gestores, e não apenas do RH.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO TRABALHO

Outro ponto analisado pela pesquisa foi a penetração das ferramentas com IA no trabalho das pessoas. Apenas 2 em cada 10 profissionais utilizam inteligência artificial, como o ChatGPT, no seu trabalho, inclusive nas grandes empresas.

No entanto, dentro da gestão de pessoas especificamente, 87,9% dos profissionais de RH consideram que ferramentas de Inteligência Artificial (IA) são aliadas do seu trabalho.

EXPECTATIVAS AJUSTADAS, CENÁRIO OTIMISTA

Entre os dados que se destacaram do levantamento, um chama a atenção: especificamente entre os profissionais que ocupam cargos de liderança, 6 em cada 10 não trabalham na área que sonhavam.

Se avaliadas as respostas de todos os entrevistados, a saúde aparece na liderança do ranking de incompatibilidade: 9 em cada 10 profissionais do setor não trabalham na área que sonhavam.

O Panorama também revela um otimismo por parte do empresariado brasileiro para este ano: 4 em cada 10 empresas pretendem aumentar o quadro de funcionários em 2024, enquanto menos de 15% pretende reduzir um pouco ou consideravelmente o número de colaboradores.

A pesquisa foi realizada em parceria com a Offerwise, com pessoas economicamente ativas com contrato de trabalho, entre líderes e colaboradores de RH, líderes de outras áreas e colaboradores de outras áreas.

FONTE E OUTRAS INFORMAÇÕES: https://blog.solides.com.br/panorama/.

EU ACHO …

REPETIÇÕES E MUDANÇAS

A vida é uma sequência de repetições e mudanças, uma dança entre o habitual e o inesperado que molda nossa experiência no mundo.

Vejo esta dualidade através da metáfora das ondas do mar. O mar imita a vida. O que tem de previsível tem de inesperado. Cada onda que se aproxima da costa parece similar à última. Ao mesmo tempo, cada onda é única em sua forma, força e até no som que produz ao quebrar na praia. Da mesma forma, um bebê em crescimento parece previsível, mas nos surpreende com pequenas mudanças. Tenho um filhinho de 11 meses e vivencio isso. Sempre me surpreendo com cada nova habilidade. Um movimento de mãos que parecia descoordenado já começa a parecer palminhas. Sons se juntam e formam-se palavras, ainda que incompletas. A gengiva coça, são dentinhos chegando. Sutil e ao mesmo tempo gradual e avassalador ver tantas mudanças que surgem em meio a repetições.

O conceito de mudança gradual é também relevante quando consideramos desafios sociais, como o machismo, o racismo ou ainda as mudanças climáticas. Machismo e racismo são estruturas enraizadas em nossas sociedades que parecem, às vezes, imutáveis. A resistência a mudanças pode gerar uma sensação de inércia.

Por exemplo, no combate ao machismo, é comum ouvirmos generalizações de que todos os homens são machistas. Isso pode ofuscar a percepção de aliados potenciais no movimento feminista. Homens, por exemplo, que estão ativamente envolvidos em desafiar normas de gênero e promover a igualdade.

Em muitos contextos, como na luta contra o racismo, a tendência de generalizar pode impedir o reconhecimento de progressos individuais. A generalização, enquanto mecanismo psicológico, nos ajuda a simplificar e gerenciar a complexidade do mundo, mas também pode limitar nossa capacidade de perceber a mudança.

As mudanças climáticas estão diante de nós. O planeta está aquecendo e vemos diferença no padrão de chuvas, de calor ou de frio. “Calor fora de época” e inundações de formas como não estávamos acostumados nos mostram que já não estamos mais diante do mesmo cenário de antigamente. Isso também requer de nós uma mudança gradual de hábitos que vão da nossa forma de nos alimentarmos à mobilização para doação e cobranças na hora do voto: precisamos exigir um posicionamento e planejamento nítidos dos políticos que iremos eleger neste ano sobre que questões climáticas.

Há ondas de mudanças acontecendo e nós podemos ser parte delas. Estruturas que parecem imutáveis são também passíveis de transformações. Assim como as ondas do mar, depende de nós a paisagem que vamos moldar.

LUANA GÉNOT

lgenot@simaigualdaderacial.com.br

ESTAR BEM

ATIVIDADES QUE AJUDAM A REDUZIR A PRESSÃO ARTERIAL

Estudo aponta que é preciso fazer exercícios isométricos três vezes por semana

Sabe aqueles exercícios mantidos em uma posição estática, como pranchas e apoios na parede? São ideais para reduzir a pressão arterial – desde que liberados por um médico e com acompanhamento de um profissional de Educação Física. É o que aponta uma pesquisa recente realizada pelo professor de Fisiologia do Exercício, da Universidade do Leste de Londres, Jamie Edwards.

Em parceria com Alex Walker, professora de Terapia Esportiva na mesma universidade, Edwards escreveu um artigo para a “The conversation” que fala sobre os resultados da pesquisa. Segundo os autores, os exercícios isométricos, aqueles que envolvem contrair um músculo ou um grupo muscular específico e mantê-lo estático durante a atividade, ajudam a reduzir a pressão arterial.

O estudo analisou 270 ensaios clínicos randomizados envolvendo mais de 15 mil participantes e constatou que a melhor forma de baixar a pressão arterial era realizar, em média, três sessões isométricas por semana.

“Cada sessão consistiu em quatro séries de dois minutos de exercícios isométricos, com um período de descanso de um a quatro minutos entre cada uma. A redução da pressão arterial foi comparável à observada em pessoas que tomam medicamentos padrão para controlar a pressão arterial”, explicaram os autores no artigo.

MELHORA NO CORAÇÃO

O grupo que participou da pesquisa também teve melhora significativa na função, na estrutura e mecânica do coração, na saúde do sistema vascular e no desempenho do sistema nervoso autônomo.

“Todas essas mudanças são importantes para uma boa saúde cardiovascular e menor risco de doenças” ressaltou Edwards.

CONFIRA OUTROS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE

De acordo com os autores do estudo, o motivo que pode fazer a isometria ser tão eficaz para a saúde cardiovascular é o fato de manter uma contração muscular estática. Assim, o exercício comprime os vasos sanguíneos. Depois, ao liberar a retenção isométrica, leva a um maior fluxo sanguíneo para os vasos anteriormente comprimidos.

E reduzir a pressão arterial não é o único benefício para a saúde trazido pelos exercícios isométricos. Eles ajudam também a resolver desequilíbrios musculares.

É comum que os músculos de um lado do corpo sejam mais fortes que os do outro devido à preferência por usar a parte esquerda ou direita do corpo, o que pode aumentar o risco de lesões. Fazer exercícios isométricos unilaterais, como agachamento dividido ou prancha lateral, pode ajudar a reduzir as diferenças de força entre os membros, já que visam um lado do corpo.

Os exercícios isométricos são eficazes ainda para melhorar a força em posições fixas específicas por ativar músculos ou grupos musculares.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

DE NOITE NA CAMA, FRITANDO

Saiba o que causa e como tratar insônia

Poucas horas antes de ir para a cama, o trabalho ainda ocupa a maior parte dos pensamentos. Meia hora antes de deitara cabeça no travesseiro, às vezes o jantar nem chegou ao fim. E poucos segundos antes de fechar os olhos, uma rede social bombardeia desde conteúdos informativos até dancinhas animadas. O resultado? O cérebro não desacelera, e o sono demora a aparecer.

A Associação Brasileira do Sono (ABS) estima que duas a cada três pessoas no país têm alguma dificuldade relacionada à hora de dormir. Dados do Episono, pesquisa realizada na capital paulista pelo Instituto de Sono, revelam uma prevalência de 15% de diagnóstico formal de insônia crônica, quando as queixas ocorrem ao menos três vezes na semana e perduram por pelo menos três meses.

Os números são semelhantes aos de outros levantamentos, como nos Estados Unidos, onde o diagnóstico afeta 14,5% dos adultos, segundo a última edição da Pesquisa Nacional de Saúde americana. Mas afinal, quais são as causas da insônia? E como tratar esse problema crescente?

“Sabemos hoje que existem marcadores genéticos que podem aumentar o risco da insônia. Mas eles não são suficientes sozinhos. A questão comportamental, de estilo de vida, tem uma interferência muito forte. Ela pode ocorrer puramente por hábitos que afetam o sono, assim como ser impedida pela mudança deles”, diz a pesquisadora do Instituto do Sono Luciana Palombini, doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O neurocientista John Fontenele, especialista em sono e professor do departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica quais são esses mecanismos biológicos que podem levara uma maior predisposição.

“Quando olhamos para o ciclo sono e vigília, é como se fosse uma gangorra, em cada momento um grupo de neurônios age. Então eu posso ter uma alteração neurobiológica que interfira nesse processo, ou uma hiperativação do sistema que nos mantém em vigília ou um enfraquecimento do que induza o sono”, afirma. Eles reforçam que, mesmo nos casos de predisposição, são os fatores ambientais e emocionais que importam, já que são eles que desencadeiam o quadro.

“Existe apenas uma doença que conhecemos que de fato leva sozinha à insônia, a insônia familiar fatal. Mas são casos muito raros, com pouquíssimas descrições na literatura. No geral, o que ocorre é o resultado dos hábitos, que pode ou não ser influenciado pela genética”, resume Fontenele

EM FAMÍLIA

Além disso, ainda que não se saiba se essa predisposição à insônia crônica possa ser transmitida geneticamente dos pais para os filhos biológicos, Palombini explica que há uma influência do histórico familiar:

“O que acontece com a tendência familiar é que ela não precisa ser genética. Às vezes são hábitos em família, a criança cresce num ambiente de ritmo de sono que já é bagunçado, então desenvolve um comportamento semelhante.

Mas quais são esses comportamentos tão mencionados que podem levar o indivíduo a desenvolver uma insônia crônica? A coordenadora do Laboratório e Ambulatório de Sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC) da Universidade de São Paulo (USP), Rosa Hasan, explica que são sobretudo o excesso de estímulos e a falta de rotina:

“O uso de eletrônicos antes de dormir que nos mantêm acordados, muito consumo de cafeína ao longo do dia, uma situação constante de estresse, muito trabalho perto da hora de dormir, a pessoa ficar muito tempo na cama sem dormir, fazendo outras atividades e desassociando a cama com o sono. Tudo isso são coisas que favorecem o sono ruim.

Palombini acrescenta que também existe o impacto do estilo de vida da pessoa:

“Se trabalha demais, não faz exercício regularmente, bebe ou fuma, tudo isso influencia. O que vemos hoje é um aceleramento da vida, as pessoas querem aumentara produtividade a todo custo, e como consequência à noite não conseguem dormir”.

Outros fatores que podem desencadear a insônia são os emocionais, complementa Fontenele.

“A perda de um ente querido, uma doença, um concurso público e uma entrevista de emprego são situações que fazem com que fiquemos ruminando aqueles pensamentos. Isso hiperativa esses circuitos neurais que nos mantêm em vigília. Porém, Hasan lembra que a questão é complexa porque nem toda dificuldade para dormir é insônia.

“Para chegar a um diagnóstico, é preciso uma avaliação completa de um profissional da saúde. As doenças psiquiátricas todas têm problemas no sono como um sintoma”, ressalta.

Fontenele diz que esse é um dos riscos de lidar coma dificuldade para dormir apenas com remédios: o paciente pode não enxergar um problema de fundo:

“Se eu trato de uma forma medicamentosa, sem olhar esses outros aspectos, ele não vai receber o diagnóstico e o tratamento adequados”.

Os especialistas contam que a primeira linha de tratamento da insônia crônica hoje é a terapia cognitivo comportamental para insônia. Essa modalidade começou a ser um consenso entre as sociedades científicas há cerca de dez anos, embora o acesso ainda seja um entrave.

“É um tratamento psicológico breve focado na insônia que faz a pessoa reaprender a dormir. Desmistifica concepções erradas sobreo sono e aborda o que está causando aquela dificuldade. O problema é que não está disponível para todo mundo. Já existe a opção de fazer online por alguns aplicativos que oferecem esse serviço, mas costuma ser mais presente nos serviços de referência”, diz Hasan.

Ela cita ainda a importância de uma rotina para se recuperar o sono adequado:

“Isso não quer dizer dormir de 22h às 6h sempre. Se você pode acordar às 9h, e isso te faz bem, não tem problema. Às vezes também não é necessário dormir oito horas por dia, para algumas sete é bom. É normal dar uma acordadinha no meio da noite. Cada corpo temo seu ritmo”, diz.

REMÉDIOS

Já os medicamentos são reservados para situações específicas e usados de forma temporária, no máximo por quatro semanas, associados a mudanças comportamentais.

“Um paciente que perdeu o pai e não está conseguindo dormir, passou por uma cirurgia, são casos específicos. Aí nós indicamos o medicamento, temporariamente, para evitar que essa insônia momentânea se transforme em crônica”, diz Fontenele. A preocupação como sono não é brincadeira. Afinal, os efeitos vão muito além de um maior cansaço ou mau humor no dia seguinte, explica o pesquisador:

“Quando retiramos o sono, temos um prejuízo muito grande na regulação do nosso corpo. E a implicação disso é principalmente no desenvolvimento de doenças, como diabetes, obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, como hipertensão e infarto. Porém, é preciso abordar a insônia da forma adequada, já que o uso abusivo de medicamentos como o zolpidem, que tem levado a quadros de dependência e efeitos colaterais graves, tem crescido em meio à busca por soluções rápidas e fáceis.

“O remédio inibe o paciente de mudar sua relação com o sono, porque induz um sono que não é natural, em que você não entra adequadamente em todas as fases. E o organismo vai se adaptando e precisando de doses mais elevadas. Além disso, há os riscos de sofrer acidentes domésticos ou no trabalho por causa do hipnótico. A longo prazo, tornam o tratamento da insônia muito mais difícil”, continua Fontenele.

Ele explica ainda que existe a preocupação sobre a possibilidade de, assim como ocorreu com os benzodiazepínicos, as drogas Z – classe à qual pertence o zolpidem – também levem a um risco aumentado de déficit cognitivo ao longo do tempo.

“Existe essa preocupação. Nós nunca usamos um medicamento por seis meses ou mais durante um estudo clínico, então os efeitos desse uso crônico só vemos na vida real. O medicamento foi liberado para tratamento a curto prazo, mas vemos pessoas que tomam por dez anos. Não sabemos ainda as consequências, mas podemos sim descobrir esses déficits cognitivos no futuro”, salienta.

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