SAÚDE EM EQUILÍBRIO

EM UM MUNDO CONECTADO, BEBÊS TAMBÉM SOFREM COM DEPRESSÃO

Além da doença, redução precoce do QI está associada ao uso de telas

Em Belo Horizonte, no ano passado, dez crianças entre 1 e 4 anos foram diagnosticadas com depressão. Os números são os mesmos de 2022 e chamam atenção, sobretudo em um mundo cada vez mais conectado eem meio a pesquisas que mostram que o uso de telas por crianças e adolescentes pode estar diretamente relacionado à doença.

O estudo da Universidade Federal de Minas Gerais {UFMG) que mostra que 72% das pesquisas realizadas mundialmente comprovam uma relação direta entre a exposição constante a telas de celulares, computadores e televisores e a depressão em crianças eadolescentes não se refere especificamente à situação dos bebês. Entretanto, especialistas afirmam que um dos causadores da depressão nos primeiros meses de vida é a falta de atenção por parte dos pais e responsáveis, distanciamento que pode ser causado também pelo uso excessivo e prolongado de telas.

“Osbebês também podem ter depressão. Isso ocorre principalmente naqueles bebês que são abusados, agredidos, por exemplo, ou negligenciados. Aqueles bebês em que as demandas ou são pouco atendidas, ou não são atendidas. Então, eles choram muito e não recebem o afeto, o carinho que eles necessitam”, explica Júlia Khoury, médica psiquiatra, mestre e doutora em dependências químicas e comportamentais.

Conforme a profissional, os bebês com depressão ficam mais agressivos, irritados e inquietos. Além disso, dormem pouco, não se alimentam adequadamente e costumam perder peso. “A gente pode fazer o diagnóstico de uma depressão em um bebê também, apesar de ser mais raro do que em crianças e em adultos”, diz ela, lembrando que é preciso realizar exames para excluir causas orgânicas.

Além da preocupação com a depressão entre os pequenos e a relação com o uso de telas, o estudo da UFMG mostra que a utilização excessiva pode levar à diminuição do Quociente de Inteligência (QI) antes do previsto. Isso seria o resultado da falta de incentivo a atividades que precisam de pensamento rápido e de outras habilidades que contribuem para o bom funcionamento cerebral.

SINTOMAS DA DOENÇA ENTRE OS PEQUENOS

Diagnosticar bebês e crianças com depressão não é uma tarefa fácil, já que elas expressam sentimentos diferentemente dos adultos. Conforme o psicólogo Thales Coutinho, entre os sinais de que uma criança está deprimida estão o tédio e a desmotivação. ”Muitas vezes, elas não sabem o que querem fazer, não querem jogar futebol, ir ao teatro, por exemplo, se isolam”, diz.

Júlia Khoury, médica psiquiatra, mestre e doutora em dependências químicas e comportamentais, também lembra que crianças não conseguem relatar tristeza e perda de prazer com as coisas, diferentemente de adultos.

“Crianças demonstram mais a depressão através de irritabilidade, agressividade, um isolamento de outras crianças ou até mesmo de familiares, um prejuízo nos relacionamentos”, afirma ela, ao dizer ser importante procurar ajuda profissional para que se inicie o tratamento adequado.

OUTROS OLHARES

DOUTOR GOOGLE, ESTOU DOENTE?

Mais da metade dos brasileiros costuma buscar diagnósticos pela internet, mas, na maioria das vezes, o resultado não é o correto

Uma dorzinha que parece durar tempo demais. Um incômodo que surge, aparentemente, sem explicação. Ou um conjunto de sintomas que, até então, nunca tinham sido apresentados. Não faltam situações que sirvam de justificativa para que as pessoas recorram à internet para tentar entender ou até mesmo buscar um diagnóstico para aquilo que estão sentindo.

Embora essa prática não seja recomendada pelos médicos, ela é cada vez mais comum no cotidiano de muita gente. É isso o que mostra uma pesquisa feita pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em 2024. Conforme o levantamento, mais da metade dos brasileiros (51%) faz consultas em sites para tentar entender os sintomas.

Os riscos envolvidos nesse tipo de comportamento são inúmeros. O primeiro deles tem relação direta com o próprio resultado das pesquisas. Segundo um estudo publicado no “The Medical Journal of Australia”, que analisou 36 indicadores internacionais, ao pesquisar por sintomas na internet, o diagnóstico correto é o primeiro resultado das buscas em apenas 36% dos casos.

O psiquiatra Bruno Brandão observa ainda que, em muitos casos, as pessoas costumam utilizar a internet para confirmar um diagnóstico que elas já acreditam ter. “Se a pessoa tem uma febre e acha que está com pneumonia, ela começa a selecionar as informações que confirmam aquilo. Raramente alguém vai fazer uma busca achando que tem alguma coisa e não vai confirmar após a pesquisa, porque ela vai fazer uma seleção daquilo que convém para ela”, explica.

Esse comportamento também é refletido em atendimentos no consultório. “Alguns pacientes chegam na tentativa de convencer os médicos que eles estão certos. Especialmente na minha área, que é a psiquiatria, a gente vê muito isso com o TDAH. Às vezes recebemos uma pessoa que está entrando na universidade, que dorme mal, que está consumindo álcool diariamente, que está muito nervosa, ansiosa e fumando maconha com certa frequência, mas chega lá e já fala que tem TDAH. Alguns até imprimem o. testes feitos na internet e a lista de sintomas que eles têm. Mas aquilo está fora de contexto, são só sintomas isolados. Ela não tem aquilo presente durante toda vida ou silo sintomas que podem ser confundidos com dependência da cannabis, com um histórico de vida irregular. A própria ansiedade também pode influenciar no que acontece”, pontua.

AUTOMEDICAÇÃO

A situação também é preocupante quando as pesquisas são direcionadas aos fármacos – comportamento que, conforme a pesquisa do ICTQ, acontece em 47% dos casos. “São vários problemas relacionados à automedicação, mas o principal deles é a pessoa não levar em conta o potencial nocivo de um medicamento. Alguns são contraindicados para quem tem uma doença cardíaca, outros são contraindicados para quem tem glaucoma, doença renal, epilepsia, entre outros”, afirma Bruno Brandão.

Segundo o psiquiatra, o perfil de interação medicamentosa também não costuma ser levado em conta, o que pode gerar outros riscos. A possibilidade de que as medicações escolhidas mascarem problemas de saúde mais sérios também é apontada por Brandão. “Vemos muito isso, por exemplo, com a insônia. A pessoa tem uma queixa por não estar dormindo bem e isso pode ser desencadeado por vários fatores, como uma depressão ou apneia do sono, mas vão lá e tomam um remédio para dormir por conta própria. Nesse caso, elas vão aliviar o sintoma e não tratar o problema”, aponta.

Em entrevista, a farmacêutica Paula Molari Abdo também destacou que o uso indevido de medicamentos é um risco quando os fármacos são tomados por conta própria, decisão que, inclusive, é tomada por 1 em cada 10 brasileiros, segundo dados de um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) feito em 2022. “A pessoa pode ter uma intoxicação com aquela substância, em alguns casos pode acabar tendo sequelas permanentes” adverte a profissional, que também é especialista em atenção farmacêutica pela Universidade de São Paulo e também em Manipulação Magistral pela ANFARMAG (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais).

No Brasil, inclusive, as intoxicações medicamentosas somam centenas de milhares de casos. Segundo o estudo publicado em 2020, na revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento foram registrados 565.271 casos de intoxicação no país entre os anos de 2010 e 2017. Desse total, 298.976 – ou seja, mais da metade dos registros – tiveram o medicamento como agente tóxico mais frequente.

A intoxicação também pode desencadear outras doenças. Segundo Paula Molari, pessoas que são sensíveis às substâncias podem desenvolver problemas hepáticos, no fígado e também nos rins. “Há uma sobrecarga desses órgãos quando esses remédios são utilizados”.

Além disso, o uso indiscriminado de remédios – algo que pode ser desencadeado quando os fármacos são utilizados sem acompanhamento -, também pode afetar a efetividade das medicações. Paula exemplifica a situação com o uso de analgésicos – o número 1 entre os remédios mais utilizados sem prescrição pelos brasileiros, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ).

“Se uma pessoa toma esse medicamento durante muito tempo, ela pode desenvolver uma tolerância. Então, depois de um período, ela vai precisar de doses ainda maiores. Há casos que ele também deixa de fazer efeito para ela”, explica.

GESTÃO E CARREIRA

TRABALHO REMOTO TAMBÉM PODE ESTRESSAR

Home office levou muitas pessoas a trabalharem mais, carregando hábitos ruins do auge da pandemia; veja como se precaver

Entramos em uma nova era de trabalho: uma era em que as regras foram flexibilizadas e as linhas foram borradas. Muitos trabalhadores se sentem ao mesmo tempo menos conectados e mais estressados pelas ferramentas de comunicação digital. O resultado é o burnout, a exaustão. O burnout não liga se você trabalha exclusivamente no conforto de sua casa. Ele pode ocorrer mesmo que você tenha uma carga de trabalho leve, se gosta de seus colegas e até se for apaixonado pelo que faz.

De acordo com pesquisa do Pew Research Center, cerca de 29% dos trabalhadores afirmam que seu trabalho é estressante e 19% dizem que ele é esmagador o tempo todo ou na maior parte do tempo.

“O que está acontecendo é que há uma carga de trabalho e uma desconexão insuperáveis”, disse Dan Pelton, psicólogo clínico que trabalha com consultoria de gestão. “Isso está criando uma nova sensação de esgotamento.”

Embora alguns especialistas digam que os empregadores são amplamente responsáveis por fazer mudanças estruturais que reduzam o estresse dos funcionários, o ônus geralmente recai sobre o indivíduo. Aqui estão oito práticas que podem ajudar a reduzir o estresse. Se você achar que não consegue fazer isso sozinho, procure um terapeuta que possa ajudá-lo.

FAÇA UMA LISTA DO QUE VOCÊ AMA E ODEIA

Faça uma lista do que é mais importante em sua vida e veja se ela corresponde ao que você está priorizando. “O que geralmente descobrimos é que a família, a liberdade ou o relaxamento são os principais valores. O trabalho é o terceiro ou quarto”, disse Pelton.

Ao longo do dia, preste atenção ao que o estressa, disse Bridget Berkland, gerente de bem-estar dos funcionários e treinadora certificada de saúde e bem-estar. São reuniões sucessivas? Comunicações após o expediente? Isso pode ajudá-lo a entender como remediar a situação.

“Reconheça o fato, mas não se envolva com ele”, disse Lorenzo Norris, diretor de bem-estar da Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington, sugerindo que você não deve se prender a sentimentos negativos.

MOVIMENTE SEU CORPO; DESCANSE SEU CORPO

Você pode melhorar a saúde, as funções e o humor do seu cérebro cuidando do seu corpo, afirma Norris. Encontre 10 minutos para tirar um cochilo, certifique-se de que esteja bem alimentado e hidratado e considere a possibilidade de fazer exercícios matinais ou usar uma esteira para “caminhar” enquanto está na sua mesa de trabalho.

Se você estiver muito ocupado para se exercitar, transforme suas reuniões em caminhadas e conversas no estilo Aaron Sorkin (cocriador da série West Wing, onde há muitas cenas de conversas enquanto se caminha).

Embora esses esforços possam não resolver os principais problemas que causam o burnout, eles podem ajudá-lo a pensar com mais clareza e a se sentir melhor. “Apenas 30 minutos de exercício podem melhorar seu humor por quatro a seis horas”, diz Norris.

REDUZA O TÉDIO NO TRABALHO

Parece contraintuitivo, mas, às vezes, fazer mais pode ajudar a combater o esgotamento. Apenas certifique-se de que seja o tipo certo de trabalho – e o trabalho em que você seja bom.

Isso pode significar criar sua tarefa de forma diferente, para aumentar o prazer e a satisfação, afirma Michael Leiter, coautor do livro The Burnout Challenge: Managing People’s Relationships with Their Jobs (O desafio do burnout: gerenciando a relação das pessoas com seus trabalhos, em tradução livre).

Faça uma auditoria das coisas que lhe dão mais satisfação e das coisas que fazem você se sentir mais exausto. Tente fazer com que as tarefas significativas ocupem cerca de 20% do seu dia.

PARE DE TRABALHAR A CADA 25 MINUTOS

Lembrar-se de fazer uma pausa pode ser difícil, mas é fundamental para reduzir o burnout. Defina um cronômetro para lembrar-se disso, sugere Leiter. Pode até ajudar trabalhar por 25 minutos com intervalos de cinco minutos entre eles – método chamado de Técnica Pomodoro, disse Pelton.

Outro método é olhar para uma distância de 6 metros por 20 segundos a cada 20 minutos, o que pode ajudar a reduzir o cansaço visual e a exaustão. Aplicativos como o StandUp podem ajudá-lo a fazer pausas regulares.

Integre atividades energizantes a essas pausas. Pense nas coisas de que você gosta, como música, meditação, socialização, dança ou simplesmente tomar um pouco de ar fresco, disse Berkland.

Uma atividade de atenção plena que Pelton sugere é sair de casa por 10 minutos e prestar atenção aos seus sentidos – o que você vê, ouve etc.

Isso força seu cérebro a permanecer no presente em vez de ficar deprimido com o passado ou ansioso com o futuro. Crie sua própria sala de descanso. Reserve um espaço silencioso em sua casa ou escritório e encha-o de plantas e atividades, como livros, para fugir no meio do dia.

TRAGA DE VOLTA O BATE-PAPO

Transforme seus colegas em amigos de trabalho com o poder do bate-papo e das happy hours. Considere “qual apoio social você precisa para seu bem-estar”, disse Berkland.

Estabeleça metas, como tomar cafés presenciais ou virtuais toda semana com colegas.

ADOTE O ‘NÃO PERTURBE’ NAS NOTIFICAÇÕES DE TRABALHO

As configurações de notificação padrão podem fazer com que você seja incomodado pelo trabalho o tempo todo. Para filtrar o ruído, ative as configurações.

Inclua seu horário de trabalho em mensagens de ausência e assinaturas de e-mail. Além de ajustar suas notificações, converse com seu chefe ou equipe para estabelecer normas para que os funcionários possam fazer pausas ou se desconectar sem culpa.

TIRE FÉRIAS E LICENÇAS

Tire seu tempo livre – é para isso que ele existe. Consulte seu calendário e escolha alguns dias, mesmo que seja com muita antecedência.

Pode ser uma excursão de duas semanas, um fim de semana de três dias ou um dia de saúde mental.

LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ ESTÁ SE SAINDO BEM

Não seja duro consigo mesmo. Ninguém está 100% satisfeito com o trabalho o tempo todo. Colocar pressão desnecessária sobre si mesmo pode agravar o problema.

EU ACHO …

POR QUE FOCAMOS NO NEGATIVO? EXPLORANDO O VIÉS DA NEGATIVIDADE

Nos dias de hoje, o viés da negatividade continua a influenciar significativamente o comportamento humano e a percepção do mundo

O viés da negatividade é a tendência natural do nosso cérebro de dar mais peso a experiências e informações negativas do que positivas. É como se tivéssemos um “radar do pessimismo” sempre ligado, nos deixando mais alertas a perigos e ameaças.

A origem do viés da negatividade remonta aos tempos primitivos. Para sobreviver. Nossos ancestrais precisavam ser altamente sensíveis a ameaças como predadores e perigos naturais. Esse foco no negativo, portanto, evoluiu como um mecanismo de proteção e alerta, essencial para a sobrevivência em um mundo imprevisível e muitas vezes hostil.

Além disso, Rick Hanson, neuropsicólogo que explora como esse viés molda nossa percepção do mundo, emoções e comportamentos, nos explica que nosso cérebro processa informações negativas mais rapidamente e com mais intensidade, liberando hormônios como o cortisol que nos preparam para a ação. Já as informações positivas demoram mais para serem processadas e geram menos impacto criando um desequilíbrio na nossa memória, fazendo com que as experiências negativas pareçam mais frequentes e significativas do que realmente são.

Nos dias de hoje, o viés da negatividade continua a influenciar significativamente o comportamento humano e a percepção do mundo. No contexto das redes sociais e do consumo de notícias, essa tendência pode levar a um ciclo de feedback negativo, onde as pessoas são continuamente expostas a informações perturbadoras e alarmantes. Isso pode contribuir para um aumento dos níveis de estresse, ansiedade, autocrítica, baixa autoestima e pessimismo geral na sociedade. No ambiente de trabalho, o viés da negatividade pode afetar a moral e a motivação dos funcionários, com críticas sendo mais lembradas e internalizadas do que elogios.

ALGUNS EXEMPLOS DO COTIDIANO

MEMÓRIA SELETIVA:

Lembramos mais de comentários negativos do que elogios.

NOTÍCIA SENSACIONALISTA:

Foca em eventos negativos para atrair aa tenção do público.

PENSAMENTOS NEGATIVOS AUTOMÁTICOS:

Diante de um desafio tendemos a focar nas dificuldades e obstáculos, ignorando nossas habilidades e recursos.

DICAS PRÁTICAS PARA COMBATÊ-LO E CULTIVAR UMA MENTE MAIS POSITIVA

PRATICAR A GRATIDÃO

Reconhecer e agradecer pelas coisas boas da vida. Criar um “diário de gratidão” ajuda a focar no positivo.

CULTIVAR O OTIMISMO

Treinar a mente para focar no lado positivo das situações aumenta a resiliência.

TREINAR A ATENÇÃO PLENA

Meditar e praticar técnicas que nos ajudem a tomar consciência dos pensamentos e emoções no momento presente, permitindo que observemos os pensamentos negativos sem nos apegar a eles.

CONFRONTAR PENSAMENTOS NEGATIVOS

Reconhecer e desafiar pensamentos negativos automáticos permite reformulá-los de maneira mais positiva ou neutra, questionando sua validade.

BUSCAR E CRIAR EXPERIÊNCIAS POSITIVAS

Intencionalmente buscar atividades e experiências que trazem alegria e satisfação ajuda a equilibrar a tendência de focar no negativo.

LIMITAR A EXPOSIÇÃO A CONTEÚDOS NEHATIVOS

Reduzir a exposição a notícias negativas e mídias sociais pode diminuir a carga de estresse e ansiedade.

AUTOCOMPAIXÃO

Ser gentil e compreensivo consigo mesmo, especialmente em momentos de dificuldade, promove a autoaceitação e alivia o sofrimento.

BUSCAR AJUDA PROFISSIONAL

Se o viés da negatividade estiver causando sofrimento significativo, um terapeuta pode ajudar a desenvolver ferramentas de enfrentamento e construir uma relação mais saudável com seus pensamentos e emoções.

Lembre-se, o viés da negatividade não precisa definir sua realidade. Sócrates já alertava: “A mente é como um jardim. Você pode plantar flores ou ervas daninhas em seu interior”‘.

A escolha do que consumimos molda nossa realidade. Ao tomarmos consciência desse viés e desenvolvermos estratégias para combate-lo, podemos cultivar uma mente mais positiva, resiliente e propensa à felicidade.

ALESSANDRA ARAGÃO – Comunicadora, trabalha com desenvolvimento humano, atuando em terapia sistêmica, mentoria positiva e coaching de vida e carreira

E-mail: alessandraaragaocoachingsistemico@gmail.com

ESTAR BEM

VOCÊ TEM LIMPADO SUA GARRAFA D’ÁGUA REGULARMENTE? SE NÃO, É BOM COMEÇAR

Sem a higienização correta, garrafinhas oferecem o ambiente propício para a proliferação de bactérias

Como muitas pessoas, Carl Behnke carrega regularmente uma garrafa de água durante seu dia. Do escritório para a academia e de volta para casa, Behnke raramente está sem ela. Mas Behnke também é professor associado da escola de administração de hotelaria e turismo da Universidade de Purdue e, quando descobriu um “biofilme” na parte interna de sua garrafa de água ao limpá-la, ficou surpreso.

“Percebi que provavelmente não estava sendo tão cuidadoso com a limpeza da minha garrafa de água quanto deveria”, explica ele. “E isso me deixou curioso: se alguém que sabe sobre segurança alimentar não é cuidadoso, e quanto às outras pessoas?”.

Essa questão levou a um es- tudo, conduzido por Behnke e um grupo de acadêmicos e cientistas, sobre como os níveis de contaminação em garrafas reutilizáveis são afetados pelo uso e por comportamentos de limpeza. Se você bebe água regularmente de uma garrafa reutilizável, os resultados podem fazê-lo reconsiderar suas próprias práticas de manuseio da garrafa de água.

Enquanto carregar uma garrafa de água reutilizável o dia todo é bom para você – e bom para o meio ambiente –, negligenciar esse cuidado pode levar a consequências negativas. “Você lava seus pratos depois do jantar?”, pergunta Behnke. “Sim. Mas com garrafas de água, muitas vezes as levamos para todo lugar e não as limpamos adequadamente.”

Você pode enxaguar sua garrafa, mas, se não a lavar adequadamente, com a frequência que deveria, ficaria surpreso com o que pode estar crescendo na superfície e no interior.

ESTUDO

O estudo consistiu em dois momentos. No primeiro, os usuários de garrafas responderam a um conjunto de perguntas que focou no tipo e na “idade” da garrafa que utilizavam, o que colocavam dentro dela (água, bebidas energéticas, etc.) e frequência de uso. A segunda parte focou nos comportamentos de limpeza, desde o método até a frequência.

Essencialmente, disse Behnke, o uso típico da garrafa de água tem todos os ingredientes para fomentar o crescimento bacteriano: umidade, contaminação e, frequentemente,    temperaturas quentes.

Yuriko Fukuta, professora-assistente de medicina e doenças infecciosas no Baylor College of Medicine, concorda. “Estamos constantemente tocando as garrafas de água com nossas bocas e mãos. Então, é fácil transmitir bactérias a elas, e esses micro-organismos simplesmente crescem”, explica. “Em alguns casos, isso pode nos levar a ficar doentes, especialmente quem tem um sistema imunológico mais fraco.”

Fukuta sugere que as bactérias podem incluir estafilococos ou estreptococos. E tem mais uma surpresa, do estudo de grupo: “Mais de 20% de nossas amostras tinham bactérias coliformes, que são matéria fecal”, adverte Behnke.

ESCOLHA A SUA

De acordo com Fukuta, na hora de escolher o modelo ideal, as melhores opções são garrafas com uma boca larga (que as torna fáceis de limpar e secar) e com um canudo embutido, que mantém suas mãos longe, se possível.

Se seu objetivo é manter sua garrafa d’água longe de se tornar um criadouro de microorganismos, a abordagem mais simples é a de Behnke, que ele mudou após conduzir a pesquisa. “Eu enxáguo minha garrafa uma vez por dia”, ele diz, “e lavo uma vez por semana, usando um bom detergente, uma escova para garrafas e um borrifo de água sanitária.”

CUIDADOS ADEQUADOS PARA GARRAFAS DE ÁGUA

Se todo esse papo sobre bactéria faz você querer cuidar direitinho da sua garrafa d’água, preste atenção nas orientações a seguir.

• Limite-se a colocar apenas água em sua garrafa para diminuir o crescimento bacteriano. Bebidas energéticas, chás ou outros pós e aditivos só aumentarão a probabilidade de crescimento bacteriano.

• Mantenha sua garrafa de água longe de lugares que podem aquecê-la. “Não deixe dentro do seu carro para depois beber a água”, exemplifica Fukuta. “Temperaturas quentes e tempo aceleram o crescimento de germes.”

• Enxágue após cada dia de uso, recomenda Behnke.

• Lave bem uma vez por semana, de preferência com uma escova especial para garrafas. Quando terminar, deixe-a de cabeça para baixo em um escorredor para secar completamente – não guarde suas garrafas molhadas.

• Evite compartilhar garrafas de água com qualquer outra pessoa. “Se for sua saliva e apenas água, não é grande coisa”, diz Behnke. “Mas se você compartilha, está introduzindo outros contaminantes.”

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

PORQUE NORMALIZAMOS O ABSURDO?

De acordo com psicóloga, individualismo crescente leva à perda da capacidade de se indignar com a dor do outro, aceitando um cenário em que o chocante vira a norma

Transtornado, o homem de porte esguio, cabelos desgrenhados e cenho franzido sente as imagens da miséria o atingirem como um punhal de fina e penetrante lâmina cravada na nuca. A cada quarteirão, sucedem-se homens e mulheres que se confundem com a sujeira das ruas, em expressões cadavéricas e degradantes, estendendo a mão na tentativa de manter acesa uma minguada esperança. A cena é uma das mais comoventes da série “Betinho: No Fio da Navalha”, do Globoplay, que retrata a trajetória do sociólogo mineiro que dedicou a vida a ajudar o próximo e, em 1997, aos 61 anos, morreu vítima da Aids, contraída em transfusão de sangue por conta de sua hemofilia.

Betinho foi o criador de iniciativas sociais que marcaram a história recente do Brasil, como a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, que eternizou o bordão “Quem tem fome tem pressa”; mas, de alguma maneira, seu legado de luta e indignação parece ter esmaecido nos últimos tempos. Ainda na cena descrita, o sociólogo constata, arrasado, que “as pessoas perderam a capacidade de se indignar com a dor do outro”. A conclusão, infelizmente, é a mesma da psicóloga Carol Pinheiro. “A desigualdade social é um comportamento normalizado que deveria nos chocar. Essa desigualdade foi aumentando ao longo do tempo, mas nem sempre foi assim…”, avalia.

Em um poema célebre de Manuel Bandeira (1886-1968), publicado no dia 27 de dezembro de 1947, com a identificação de que o poeta pernambucano vivia, na ocasião, no Rio de Janeiro, o eu lírico descreve, espantado, uma situação insólita, ao tentar reconhecer qual bicho, afinal, cata comida entre os detritos, “na imundície do pátio”, engolindo o que encontra com voracidade. Ao final, o susto é ainda maior: “O bicho não era um cão, / Não era um gato, / Não era um rato. / O bicho, meu Deus, era um homem”, conclui o poeta. Ali, embora já houvesse a degradação da miséria, o autor parece conservar, ao menos, certa capacidade de não naturalizar o horror da situação.

“Quando a gente se conscientiza de que eu e o outro somos um e de que eu tenho, sim, responsabilidade, pois tudo que eu faço na minha vida, todos os meus comportamentos, estão interligados ao todo do qual eu faço parte, é possível manter a sensibilidade e não naturalizar o que é chocante”, aposta Carol. O mesmo vale para preconceitos que se arraigaram ao inconsciente coletivo, como o machismo, o racismo e a homofobia, que, inclusive, foram criminalizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que, em 2019, reconheceu que “atos atentatórios a direitos fundamentais” são passíveis de pena com privação de liberdade. Os crimes de transfobia também entraram na decisão.

Além de uma conscientização cultural, com base na educação, a psicóloga acredita que restaurar o hábito de não aceitar o inaceitável depende de um gesto contínuo e amplo de solidariedade, que ela define como “compreensão do nosso lugar no mundo”. “Enquanto uma pessoa está em sofrimento, eu também estou”, analisa. No fundo, é uma percepção que fundamenta, como pilar de sustentação, as concepções religiosas, pregadas, inúmeras vezes, nas passagens bíblicas que trazem à tona a figura de Cristo. Para se compadecer com a dor do outro, basta reconhecer a própria fraqueza e aceitar que, sendo todos iguais, posso ser eu quem estende o braço pela dor da fome.

REDES SOCIAIS ACELERAM TENDÊNCIA

A ideia de que a desigualdade é uma consequência natural das relações estabelecidas pelo ser humano foi difundida em larga escala, segundo a psicóloga Carol Pinheiro, pelo modelo de organização social, político e econômico atualmente vigente na maior parte do mundo, incluindo o Brasil. “O mundo do capitalismo nos leva a só querer ter, acumular, conquistar, ignorando por completo tudo que acontece à nossa volta, com os outros, sempre olhando para o nosso mundinho, nosso próprio umbigo, com um individualismo crescente, que afasta as pessoas de todas as questões coletivas”, salienta a psicóloga.

Não custa lembrar que, pela própria origem da palavra, no capitalismo o capital é o centro das relações, em detrimento do social e do comunitário, o que justifica, por exemplo, a naturalização de comportamentos como a indiferença e o egoísmo diante de uma realidade chocante. O fato de crianças venderem balas nos sinais de trânsito para sobreviver, há muito tempo, parece não causar mais comoção à sociedade. De acordo com a Auditoria Fiscal do Trabalho, em 2023 havia, no Brasil, mais de um milhão de crianças e adolescentes submetidos ao trabalho infantil. “Essa tendência de normalizar o absurdo está relacionada ao ego, e cada um só pensa em si mesmo”, lamenta Carol.

Ironicamente, enquanto no mundo real as pessoas se fecham em interesses próprios que, muitas vezes escusos, não se constrangem ao passar por cima do outro, nas redes sociais abundam as plataformas que apostam na curiosidade pela vida alheia, como é o caso do Instagram. “Com as redes sociais, vivemos também a normalização do excesso de informação. A gente vai mudando de uma coisa chocante para a outra sem se envolver de verdade, apenas como espectadores passivos que não têm nada a ver com aquilo, o que leva, consequentemente, à banalização de tudo, inclusive do que deveria nos chocar”, conclui a psicóloga, que ainda crê em uma “necessária mudança”.

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