SAÚDE EM EQUILÍBRIO

PESQUISA APONTA O QUE REDUZ O RISCO DE CÂNCER NA PRÓSTATA

Possibilidade de ter a doença cai até 31% em homens com maior número de ejaculações

O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais incidente em homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Na maioria dos casos, ele se manifesta após os 50 anos e a sua frequência aumenta à medida que a idade avança.

Um assunto que médicos, principalmente urologistas, tentam descobrir há mais de 30 anos é se a frequência da ejaculação tem relação com a incidência do câncer na próstata. Um estudo da Universidade de Harvard realizado com mais de 31 mil homens que responderam a perguntas sobre a frequência da ejaculação, entre 1992 e 2010, constatou que os homens que ejaculavam 21 ou mais vezes por mês tinham um risco 31% menor de desenvolver câncer de próstata em comparação com os homens que relatavam de quatro a sete ejaculações por mês.

COMBATE A INFLAMAÇÃO

Isso pode ocorrer porque o processo de ejaculação diminuiria a concentração de toxinas e estruturas semelhantes a cristais que podem se acumular na próstata e potencialmente causar tumores. Ao mesmo tempo que ajudaria a melhorar o fluxo de sêmen pela próstata, possivelmente reduzindo a inflamação na região — fator de risco conhecido para o desenvolvimento do câncer.

Achados semelhantes foram obtidos na Austrália, onde a probabilidade de o câncer de próstata ser diagnosticado antes dos 70 anos é 36% menor em homens que ejaculavam em média de cinco a sete vezes por semana em comparação com homens que ejaculavam menos de duas a três vezes por semana.“Não podemos associar que a frequência da ejaculação é a causa para reduzir o número de incidências de câncer de próstata, mas há uma associação. Esta doença é multifatorial e podemos dizer que a frequência da ejaculação está associada ao estilo de vida do homem”, explica Bruno Benigno, Urologista e Oncologista

QUEDA DE ATIVIDADE FÍSICA E ATÉ DIVÓRCIO

Em um artigo publicado no site The Conversation, o professor de bioquímica Daniel Kelly, da Universidade Sheffield Hallam, Inglaterra, diz que “é difícil tirar conclusões gerais, especialmente quando os estudos diferem tanto na forma como foram conduzidos”.

“Fatores como as populações variadas de homens investigados, o número de homens incluídos nas análises e as diferenças na forma como a frequência da ejaculação é medida (se isso inclui relações sexuais, masturbação e liberação não solicitada, geralmente à noite) podem obscurecer o quadro”, afirma Kelly.

O pesquisador também acredita que a frequência reduzida de ejaculação está relacionada ao aumento do índice de massa corporal (IMC), à redução da atividade física e ao divórcio — todos fatores relacionados a uma saúde geral mais precária que, por sua vez, podem contribuir para o desenvolvimento do câncer.

OUTROS OLHARES

MATERNIDADE QUE VEM NA MATURIDADE

No Brasil, cresce o número de mulheres que têm filho depois dos 40 anos

Mesmo com muitos mitos, verdades e inseguranças, o número de mulheres que se tornam mães depois dos 40 anos vem crescendo. É o que aponta o Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos do Ministério da Saúde. Segundo o levantamento, o Brasil atingiu a marca de 106.534 nascimentos de filhos de mães com 40 anos ou mais em 2022, quase o dobro (78,05%) em comparação com o início do século (59.833, em 2001).

“Há uma mudança cultural da sociedade. Antigamente era natural sair da escola ou faculdade e já constituir família, as mulheres idealizavam o perfil do marido e a maternidade. Hoje em dia ninguém faz isso. A mulher tem objetivos em relação a ela mesma: ‘Eu vou me formar, morar em outro lugar, estudar outra língua’. A mulher tem uma vida para cumprir, independentemente de ser mãe”, explicou Rita Amaral, médica ginecologista especialista em gravidez de risco.

A psicóloga Renata Koldewijn entrou recentemente para essa estatística. Aos 45 anos, ela deu à luz Lua, que está com apenas 5 meses. “Foi uma gravidez superplanejada. Eu não sonhava em ser mãe cedo, priorizei o aspecto profissional e não tinha um parceiro que compartilhava dos mesmos valores de vida antes dos 40. Quando encontrei a pessoa que hoje é meu marido, exatamente aos 40 anos, éque decidimos ter filho”, contou.

Mas o processo não foi fácil. Inicialmente, Renata e o marido, o holandês Niels Koldewijn, 44, queriam adotar uma criança, só que, depois de quatro anos na fila e sem resposta positiva, decidiram tentar engravidar, o que não ocorreu naturalmente. Foi então que eles partiram para a fertilização in vitro. “Não é um tratamento fácil, requer muita consciência, paciência, disciplina e dedicação. Foram dez meses de hormônios, cuidados com a nutrição, com a mente e o corpo. No meu caso, que fiz uma tireoidectomia há cinco anos por causa de um câncer e estava na menopausa, era 5% de chance (de dar certo). No entanto, aconteceu de primeira”, lembrou a psicóloga.

NO AUGE

Aos 41 anos, a auxiliar de departamento pessoal Patrícia Santos, moradora de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, está esperando o terceiro filho com o marido, Flávio Martins, de 43. Depois de Ana Flávia, de 20, e João Pedro, de 14, todos planejados, agora ela está grávida de oito meses de Matheus Henrique. “Não fui eu que escolhi, a gravidez que me escolheu. No início, nos assustamos muito, mas depois das primeiras 12 semanas, que vimos que estava tudo bem com o neném, que a gravidez estava evoluindo de uma forma boa e tranquila, tivemos um alívio”, contou Patrícia.

Assim como Patrícia, muitas mulheres vivenciam o medo diante de uma gravidez chamada “tardia”: medo de que o bebê tenha alguma má-formação, que ocorra um aborto espontâneo, entre outros mitos e riscos reais associados à idade da mãe. Mas, quando há acompanhamento e boa saúde do bebê e da gestante, o que predomina são os pontos positivos de poder gerar uma vida após os 40 anos.

“A maturidade com certeza é o principal benefício. Você consegue entender o processo mais fácil, não tem tanto medo de uma dor ou outra. Sabe que vai dar conta, porque já passou por muitas coisas, além de lidar melhor com a educação e criação do filho”, avalia Patrícia.

Por outro lado, a idade passa a ser um peso ao olhar para o crescimento do filho que está para chegar. “A gente não tem mais a disposição de 20 anos atrás. Não vai conseguir fazer as atividades de casa sem se cansar e acompanhar o ritmo de uma criança, que tem muita energia e que em poucos anos se tornará um adolescente bastante ativo também”, diz.

Já Renata Koldewijn compartilha de outra preocupação em relação a ter tido uma filha aos 45 anos. “Confesso que passou pela minha cabeça (não estar presente durante a juventude da filha) algumas vezes. Mas nessa hora penso que ninguém sabe quanto tempo vai viver, e as expectativas de vida estão aumentando”, comentou.

CUIDAR DA SAÚDE É ESSENCIAL

O avanço da medicina e a capacitação de profissionais são aliados da gravidez tardia. “Hoje a gente tem acompanhamentos muito rigorosos no pré-natal, com medicações e ultrassons que permitem um acompanhamento melhor da gravidez, além das técnicas de reprodução assistida”, relatou a médica Inês Katerina Cavallo, membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais.

Ela explica, entretanto, que ter 40 anos ou mais já configura gravidez de risco pelo simples fato da idade, já que tanto a mãe quanto o bebê ficam mais propensos a complicações. Por isso, ter hábitos saudáveis é fundamental para auxiliar na gestação. “É muito importante que a mulher e o parceiro tenham uma dieta controlada e façam atividade física. Caso a pessoa tenha alguma doença, como diabetes ou problema de tireoide, é aconselhável ir a um médico de referência para estar com essas doenças controladas antes de engravidar”, afirma Inês.

Psicóloga perinatal e obstetra do Instituto Suassuna, Karla Cerávolo também ressalta a importância de a gestação ser acompanhada de um pré-natal psicológico, especialmente depois dos 40. “Cada mulher tem sua história em relação à maturidade e até mesmo traumas de tentativas de gestações anteriores. Isso pode gerar um peso para a criança. Por isso é extremamente importante ter esse cuidado em relação à saúde mental. Cuidar da mãe em todos os aspectos para uma gravidez saudável”, explicou.

GESTÃO E CARREIRA

SEIS ERROS DE GESTÃO FINANCEIRA QUE PODEM DESTRUIR UMA EMPRESA

Quando ouvimos dizer que uma empresa fechou suas portas, uma série de questionamentos costumam surgir. Vão desde o simples “o que será que houve?”, até o “será que não vendia o suficiente?”. O fato é que uma série de motivos podem levar um negócio a encerrar atividades e, em diversas situações, as causas estão diretamente ligadas à gestão financeira da empresa.

De acordo com Haroldo Matsumoto, que é sócio e diretor da Prosphera Educação Corporativa – consultoria multidisciplinar de gestão de negócios – os empreendedores e gestores de empresas precisam estar atentos aos detalhes administrativos para fazer o negócio prosperar.

Nesse contexto, é fundamental acompanhar os controles financeiros da empresa. Afinal, ninguém está imune à possibilidade de cometer certos erros. Matsumoto aponta seis erros de gestão financeira que podem destruir uma empresa. São eles:

MISTURAR CONTAS PESSOAIS E CORPORATIVAS

Separar as finanças pessoas e as finanças da empresa é a primeira medida a ser adotada ao empreender a fim de evitar mau uso do dinheiro e riscos desnecessários para o caixa da empresa. Os rendimentos da empresa devem ficar reservados em uma conta PJ e, a partir dela, devem ser gerenciados os pagamentos a fornecedores e colaboradores.

NÃO TER CONTROLE DO CAIXA

 Estar atento a tudo que entra e sai do caixa da empresa é preceito básico para a boa administração de um negócio. Todas as receitas e todas as despesas precisam ser elencadas diariamente. Só dessa maneira é possível ter uma visão completa das operações da empresa e, mais do que isso, quais investimentos podem ser realizados para aprimorar os negócios.

NÃO SABER PRECIFICAR

Saber precificar os produtos e/ou serviços ofertados é tarefa essencial. É por meio da precificação adequada que assegura a permanência da empresa no mercado, tornando-a competitiva, atrativa e lucrativa.

NÃO SABER CONTROLAR O ESTOQUE

Ao fazer o controle eficiente do estoque, a empresa diminui custos, equilibra entradas e saídas, pode definir de forma clara o volume ideal de compras e, consequentemente, alcançar um bom nível de lucratividade.

SOLICITAR EMPRÉSTIMOS SEM NECESSIDADE

Este é um ponto extremamente importante. Empréstimos não devem ser solicitados sem uma avaliação completa e precisa do cenário financeiro vivido pela empresa. Solicitar empréstimo para utilizar como capital de giro ou para encobrir falhas de gestão, por exemplo, só vai piorar a situação do negócio.

Mesmo quando utilizado para o crescimento da empresa, um empréstimo precisa ser muito bem estudado e estruturado com um plano de ação para sua quitação de maneira breve.

NÃO FAZER RESERVAS

Toda empresa enfrenta, em algum momento do ano, períodos de faturamento acima da média e outros nos quais as vendas são mais baixas. Não aproveitar os momentos de alta para reforçar uma reserva financeira pode ser um grande erro.

Afinal, nos momentos de crise, as despesas para manter o negócio ativo continuarão existindo. Além disso, é importante, nesses momentos de alta, que se faça um provisionamento para possíveis rescisões trabalhistas, considerando multas e outras obrigações.

Não são poucos os casos de empresas, que muitas vezes não pode rescindir o contrato de um colaborador, mesmo que ele esteja prejudicando os demais, por falta de caixa para acerto dos direitos trabalhistas.

“Todo mundo, em algum momento, pode cometer algum deslize querendo acertar. Qual é o empresário que nunca investiu erroneamente na hora de adquirir um produto ou matéria-prima? O segredo é ser ágil para identificar o problema e corrigir a rota. Tendo conhecimento da saúde financeira da empresa, isso se torna mais simples de ser corrigido”, finaliza o especialista.

FONTE: https://prosphera.com.br

EU ACHO …

A MATERNIDADE E O ENCONTRO COM A PRÓPRIA SOMBRA

Como validar esse discurso que faz com que mães se cobrem ainda mais e acreditem que precisam dar conta de tudo? Impossível

Desde que comecei a trabalhar com maternidade, há quase 15 anos, vejo gente recomendando o livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”, de Laura Gutman. Não é um livro que eu recomendo, porque ele coloca todo o peso do cuidado com as crianças nas costas das mães. Esse discurso maternalista vem sendo repetido à exaustão. E muita gente compra, eu já comprei. E a gente compra, e sofre por não conseguir ser a mãe “Padrão Ouro”. Esse discurso tóxico da responsabilidade única individual adoece, culpabiliza e sobrecarrega.

Assisti a uma palestra da autora, queria ver se ela tinha atualizado suas ideias, ou se eu conseguiria entender de uma forma diferente o discurso dela. Ela conseguiu ser divertida e leve em alguns momentos, mas o discurso maternalista estava ali, forte, em cada frase, cada palavra. Algumas coisas me marcaram mais, de forma muito negativa. Ela afirmou que não existe depressão pós-parto, que as mães choram muito e ficam tristes, porque sofrem violência obstétrica no parto, e porque não estão acostumadas com um bebê e toda a situação que é nova. Quando questionada sobre diagnósticos de autismo, ela disse que não é diagnóstico, é falta de conexão da mãe com a criança. Esse discurso de que todo o comportamento dos bebês e crianças é causado por falta de conexão ou outras questões relacionadas à mãe, joga nas costas da mulher todo o peso e toda a culpa.

No CID, a depressão pós-parto consta na categoria “F53 – Transtornos mentais e comportamentais associados ao puerpério, não classificados em outra parte”. Autismo é um transtorno fortemente genético, com uma herdabilidade estimada de mais de 90%, e pode ser herdado da mãe e do pai. Uma pesquisa de 2019, feita com 2 milhões de pessoas de cinco países diferentes, pelo JAMA Psychiatry mostra que cerca de 97% a 99% dos casos de autismo têm causa genética; destes, 81% são hereditários.

A maternidade que Laura prega é a maternidade “Padrão Ouro”, que poderia funcionar para mães de classe média alta, com uma super rede de apoio, família, empregadas e babás. Que podem realizar um parto humanizado na banheira do Einstein, que podem se dar ao luxo de tirar uma licença-maternidade de 20 anos e ter um marido também “Padrão Ouro”, rico e que sustente tudo isso financeiramente. Esse ideal de maternidade exclui mães-solo, exclui casais homoafetivos, exclui pessoas periféricas, pessoas assalariadas etc. Um padrão de maternidade irreal para a maioria das famílias. E, se a maioria das famílias não tem condições de criar filhos dessa forma, teremos nós, mortais, filhos problemáticos?

Sabendo tanto sobre o adoecimento físico e mental materno, causado pela sobrecarga materna que é um estado de esgotamento que afeta a saúde das mulheres devido à grande quantidade de tarefas e a todas as necessidades que precisam suprir em relação aos cuidados com os filhos; sabendo que essa autocobrança e as cobranças externas, somadas à falta de um parceiro ativo, contribuem para o burnout materno; sabendo que em 2022 mais de 164 mil crianças foram abandonadas pelo genitor ainda no útero materno; sabendo a respeito da solidão da mãe-solo e da falta de rede de apoio, como validar esse discurso que faz com que mães se cobrem ainda mais e acreditem que precisam dar conta de tudo? Impossível.

Gutman também afirmou que apenas as mulheres conseguem fazer esse mergulho para se conectar com os bebês, porque somos mamíferos -o  discurso do “instinto materno”, que comprovadamente foi uma invenção do ser humano para nos colocar nesse lugar do cuidado como se ele fosse o natural, e que, mais uma vez, joga toda a responsabilidade em relação aos cuidados com os filhos nas costas da mãe.

Esses discursos românticos são, no fundo, uma agressão, porque culpabilizam as mães que já têm que passar pelo julgamento da sociedade diariamente. Existem muitas formas de maternar com amor, cada mãe deve definir qual dessas formas é possível para ela, porque jamais seremos mães perfeitas, jamais conseguiremos exercer a maternidade “Padrão Ouro”, mas nossa capacidade de amar os nossos filhos e cuidar deles com todo carinho é infinita.

BEBEL SOARES – Fundadora da rede materna Padecendo no Paraíso  padecendo@gmail.com

ESTAR BEM

COMO NÃO VIRAR ESTATÍSTICA

Pesquisa mostra que sobrecarga e insegurança afastam as mulheres das atividades físicas. Mas há maneiras de driblar as adversidades

Mal o relógio toca seis horas e Cynthia Howlett já pula da cama. Depois de tomar banho e café, ela deixa os filhos na escola e segue para a praia de São Conrado, zona sul do Rio. Pratica, entre outras atividades, surfe, ioga ou natação. Só depois de fazer seus exercícios físicos matinais, lá por volta das nove horas, é que Cynthia começa a pensar em trabalho. Dependendo do dia, a nutricionista de 43 anos atende no consultório, agenda reuniões, visita escolas…

“Praticar esporte é tão vital para mim quanto tomar banho ou escovar os dentes. Não consigo ficar sem”, diz. “Assim como, na hora do almoço, as pessoas sentam para comer, eu paro o que estou fazendo para me exercitar. Fazer exercício não serve apenas para queimar caloria, mas também para proporcionar bem-estar físico e mental. Quando não faço, me sinto mal e não dou conta do resto”.

Cynthia Howlett não está sozinha na multidão. Um estudo com 24,7 mil participantes, sendo 16,6 mil mulheres, revela que, quando praticam exercícios físicos, elas se sentem mais felizes (52%) e confiantes (48%). Não é só isso. Relatam, também, sentir menos estresse (67%) e frustração (80%) quando correm ou fazem musculação – os exercícios favoritos de 65% e 50% das entrevistadas.

O problema é que, segundo esse mesmo estudo, 51% delas admitiram que, pelos mais variados motivos, estão diminuindo o ritmo dos treinos ou, pior ainda, desistindo de malhar. E mais da metade está insatisfeita com seus níveis de exercício.

“Para quase dois terços das mulheres (61%), a maternidade é o principal motivo”, afirma Constanza Novillo, diretora de marketing da ASICS América Latina, marca de material esportivo que encomendou a pesquisa, realizada entre junho e setembro de 2023 em mais de 40 países, incluindo o Brasil.

Os professores Dee Dlugonski, da Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos, e Brendon Stubbs, da King’s College de Londres, no Reino Unido, que conduziram o estudo, dividiram as razões que impedem as mulheres de se exercitar em três categorias: emocionais, ambientais e práticos.

Entre os obstáculos emocionais, 42% citaram que não se sentem em forma o suficiente, 37% admitiram insegurança quanto ao seu corpo e 32% relataram o medo de serem julgadas durante a malhação. Já entre os ambientais, o motivo mais alegado foi a falta de espaços seguros (43%) para a prática de exercícios físicos, seguido do sentimento de intimidação (36%) e do medo de assédio (32%). Por último, os desafios práticos: 74% relataram falta de tempo, 62% atribuíram a desistência aos preços das academias (e dos personal trainers) e 37% ao receio de sofrer lesões. Na média global, o porcentual de mulheres que alegaram falta de tempo, preços abusivos e sentimento de intimidação para desistir dos treinos é, segundo o estudo da Asics, de 74%, 62% e 36%; no Brasil, é de 67%, 60% e 52%, respectivamente.

O estudo da ASICS endossa o resultado de outro levantamento, conduzido pelo cientista Bradley Cardinal, da Universidade do Estado de Oregon, nos EUA, e realizado com 1 mil voluntários: o professor concluiu que, quando se trata de atividade física, os homens tendem a praticar uma média de 30 minutos por dia e as mulheres, 18. O estudo de Cardinal, não apurou os motivos pelos quais elas praticam menos exercícios.

No Brasil, a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, revelou que 45,8% dos homens praticam ao menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Entre as mulheres, são 36,2%. Em 2009, quando a prática começou a ser monitorada pelo ministério, esses porcentuais eram de 39,8% e 22,2%, respectivamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de atividade moderada (caminhada, ciclismo ou natação) ou 75 minutos de atividade vigorosa (corrida, futebol ou tênis) por semana.

JORNADA TRIPLA

Cuidar dos filhos, pequenos ou não, é apenas uma das muitas atribuições exercidas quase sempre pela mulher. As outras duas são: trabalhar fora e cuidar da casa. É o que os economistas chamam de “tripla jornada de trabalho”.

Segundo dados da terceira edição do estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado em março pelo IBGE, mulheres gastam, em média, quase o dobro do tempo dos homens nos afazeres domésticos e/ou no cuidado dos filhos – ou de outras pessoas, como pai e mãe. São 21,6 horas semanais, contra apenas 11 horas por semana. Mulheres negras ou pardas cumpriram, por semana, 1h30 a mais do que as brancas.

Outro estudo, encomendado por uma marca de creme anti assadura ao Ibope, revelou que 50% dos homens participam ativamente nas tarefas diárias de cuidado com os filhos. Ou seja, não sobra mesmo muito tempo para as mulheres praticarem uma atividade física ou cuidarem da própria saúde. É preciso que todo um ecossistema seja ajustado para que elas consigam se movimentar.

Não custa frisar que fazer exercício é um dos pilares essenciais para a manutenção de uma vida saudável. Segundo a OMS, o hábito traz benefícios significativos para o corpo e a mente. Dedicar-se a uma atividade física, ressalta a entidade, contribui para a prevenção e o controle de doenças cardíacas, câncer e diabetes. Ter uma rotina ativa ainda protege contra transtornos mentais, a exemplo de depressão e ansiedade.

Entre as mulheres que não desistiram de levar uma vida fisicamente ativa, 94% alegaram que o fazem para controlar o estresse e 86% para dormir melhor. Fora do País, os índices são de 87% e 68%. No Brasil, os exercícios prediletos são corrida e musculação para 79% e 68% das entrevistadas, contra 65% e 50% no resto do mundo.

VIDA ATIVA

Cynthia Howlett não tem filhos pequenos: Manuela está com 16 anos e Rodrigo, com 11. “Sábado e domingo, quando tenho mais tempo livre, gosto de levá-los comigo. Jogo futevôlei com a Manu e pratico surfe com o Rodrigo.”

Para as mães que não têm onde deixar seus filhos, Constanza Novillo, da Asics, sugere academias com espaços kids. Ela própria, além de executiva, é atleta amadora. Já participou de provas de 5 e 10 quilômetros e, no momento, se prepara para correr sua primeira meia maratona. Como ela consegue? “Tento ser criativa. Encaixo meus treinos em horários alternativos, como o do rodízio do carro”, exemplifica.

Natália Leão e Nathalia Fuzaro são jornalistas profissionais e atletas amadoras. Nati Leão, como é conhecida, pratica surfe, tênis e corrida. Já Nat Fuzaro é adepta do triatlo, que engloba natação, ciclismo e corrida. As duas trabalharam juntas, e sempre conversavam sobre o papel do esporte na saúde e o quanto ele ensina sobre coragem, resiliência e empoderamento.

O interesse em comum levou-as a fundar, em 2020, o canal Inspira e Transpira, com objetivo de empoderar as mulheres pelo esporte. “Não existe um jeito único de praticar esporte, muito menos o jeito certo. O que existe é o seu jeito”, afirma Nat Fuzaro, que acorda entre 4h30 da manhã para pedalar.

Embora sempre tenha praticado esporte, Nat Fuzaro só se deu conta da importância dele em sua vida quando teve de retirar um rim, em 2015. Foram oito meses até voltar a fazer exercícios. “De lá para cá, virei triatleta, estreei em maratonas e já fiz um meio-Ironman”, orgulha-se, referindo-se à prova que consiste em nadar 1,9 km, pedalar 90 km e correr 21,1 km – tudo no mesmo dia e com um tempo limite para cada modalidade.

Mas não existe o esporte ideal. Existe aquele que melhor se adapta ao jeito de ser de cada um – futebol, natação, skate, surfe, vôlei… “Nosso corpo não é uma máquina. Fluir é melhor do que forçar”, afirma Nati Leão. “Se, naquele dia, você não consegue correr por uma hora, por que não faz 15 minutos de ioga? Se não tem grana para pagar uma academia, por que não convida uma amiga para dar uma caminhada?”, sugere. Na pesquisa, mais de um terço das mulheres contaram que suas amigas são as mais importantes influenciadoras de exercícios.

AO AR LIVRE

Se você é daquelas que não gosta de fazer ginástica em academia, seja porque a mensalidade é cara, seja porque o espaço é intimidador, que tal praticar exercícios ao ar livre? A dica é de Débora Rios Garcia. Ela é conselheira do Confef, o Conselho Federal de Educação Física, e secretária municipal de Esporte, Lazer e Juventude da prefeitura de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. É claro que os espaços públicos também precisam ser mais convidativos e seguros para que elas se sintam à vontade.

Quando precisa viajar a trabalho para São Paulo, Cynthia Howlett não deixa de praticar exercícios. Ela apenas troca o surfe na praia de São Conrado por uma corrida no Parque do Ibirapuera. “Incluir atividade física em seu dia a dia é importante não só para manter o peso ideal, mas também para promover o bem-estar mental e prevenir o surgimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão”, explica Débora.

Todos os dias, a conselheira do Confef pratica caminhada e faz musculação. Para não esmorecer, traça estratégias. A primeira delas é estabelecer metas realistas, isto é, possíveis de alcançar. Que tal, então, antes de se inscrever na próxima São Silvestre, a corrida de rua mais famosa do Brasil, começar por provas mais curtas? “Comece aos poucos, bem devagar. Separe 30 minutos do dia, três vezes por semana, para praticar exercício”, sugere a especialista.

A segunda dica é fazer o que gosta: bike, dança, skate, ioga… Nada de praticar uma atividade só porque virou “modinha”. O terceiro e último conselho é diversificar. Fazer todo dia a mesma coisa pode ser um convite à desistência. “Trate a prática regular de atividade física como uma prioridade em sua vida”, orienta. “Não hesite em aproveitar toda e qualquer oportunidade para se exercitar. Por exemplo: o elevador está demorando a chegar? Vá pela escada!”

Cynthia gosta de fazer exercício logo pela manhã. À noite, quando está cansada, prefere desacelerar. Faz, no máximo, ioga ou alongamento. Ela também tem dicas para não se render ao sedentarismo. Baixar aplicativos de ginástica e fazer atividades em grupo são duas delas. No primeiro caso, opções não faltam: Nike Training Club, Google Fit, Home Workout… “Você faz 18 minutinhos e já tem ótimos resultados”, diz.

No segundo, vale tudo: de membros da família a colegas de trabalho. “Sozinho, as chances de desanimar são maiores”, adverte. A nutricionista compara a prática regular de atividade física à instrução dada aos passageiros antes do início de cada voo: em caso de perda de pressão na aeronave, coloque primeiro a máscara de oxigênio em você e, só depois, ajude quem estiver ao seu lado. “Preciso estar bem para poder cuidar dos outros”, afirma Cynthia.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

DOR OU LIBERTAÇÃO?

Quando os caminhos divergem, romper uma amizade ressignifica escolhas e valores

“Depois de uma longa discussão à mesa, no dia do meu aniversário, ela se levantou e foi embora. Nunca mais nos falamos. Vivi um superluto. O rompimento foi tema da minha terapia até meses atrás”, relembra a designer e empresária Gabriela Fonseca, de 35 anos. Quem escuta a história de primeira, a associa ao fim de um longo namoro ou casamento. Mas a lembrança, das mais dolorosas, foi o término com a melhor amiga de infância, em 2018. “Descobri, na época, que tenho fibromialgia. Ela é adepta de tratamentos naturais, tomava ayahuasca, mas para mim, nada adiantou. Eu sentia muita dor. Quando comecei com a medicação, que deu ótimos resultados, ela foi contra e ficou brava”, relembra Gabriela.

Além das discussões constantes sobreo assunto, a amiga também duvidava do diagnóstico da designer. “Sonhava com ela. Me sentia culpada pelo rompimento, mas ao mesmo tempo, conviver com esse julgamento sobre algo tão importante, era impossível”, lamenta. Além da parceira e confidente, Gabriela perdeu também parte de sua rede de apoio e suporte emocional para problemas como a depressão e o afastamento do pai.

O psicólogo Rossandro Klinjey, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), diz que deixar de lado uma amizade significativa na maturidade é sentido com mais intensidade. “São relações baseadas em afinidades e valores compartilhados. Mas muita gente parece incapaz de manter um vínculo que exige aceitação das diferenças”, acredita. Para ele, a diversidade de pensamentos deveria enriquecer as relações, não desfazê-las. Caso contrário, corremos o risco de viver no isolamento. “O que contribui para o aumento da solidão observado globalmente. Dá pra dizer que o luto do fim de uma amizade é comparável ao da perda de um parente”, continua.

Dói mesmo. E a ciência pode comprovar. Há 86 anos, a Universidade de Harvard conduz o estudo científico “The good life” (“A boa vida”, em tradução livre) sobre quais seriam as razões para uma vida feliz e com propósito. Segundo o psiquiatra Robert Waldinger, supervisor atual da pesquisa, a motivação número 1 é ter amigos. Tê-los por perto mantém nossos corpos e cérebros mais saudáveis. “Amizade é lugar para se ‘encostar’, ‘reclinar’. Só nos reconhecemos porque pertencemos a algum grupo ou lugar, que dão significado à nossa vida”, diz a psicóloga Daniela de Oliveira, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Embora a tristeza seja inevitável quando dizemos adeus a alguém íntimo, nem sempre o rompimento é sinônimo de dor. “Com o tempo, entendi que foi libertação”, afirma a advogada Gabriela Guimarães, 36 anos. Ela colocou um ponto final na relação coma ex-melhor amiga, de mais de 20 anos, por entender que a amizade se tornou tóxica. Caminhar lado a lado já não fazia mais sentido. “Crescemos e estudamos juntas, sou madrinha do filho dela. Mas, de repente, começaram as cobranças, julgamentos por atitudes que eu tinha, como quando voltei com um ex-namorado. Ficou pesado”, explica ela.

No início, conta, os amigos em comum até torciam por uma reconciliação. “Mas não tenho a menor vontade. É preciso normalizar que amizades acabam, situações mudam, e romper é necessário”.

E o que fazer quando, após tantos conflitos, parece sobrar apenas o vazio? “Aceitar a escolha do outro e entender que nem todo mundo é para nós, e nós não somos para todo mundo”, aponta a psicóloga Daniela de Oliveira. Por isso, lidar com a frustração, arrumar outros grupos de amigos e fazer terapia são ferramentas essenciais para sair dessa sem ferimentos graves. “A vida toma caminhos diferentes do que imaginávamos, a gente muda, e isso é bom. Para manter a sanidade, às vezes o afastamento é necessário”, fala a especialista.

Que seja eterno enquanto dure, desde que ninguém se machuque.

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