SAÚDE EM EQUILÍBRIO

O QUE FAZER SE A MENOPAUSA CHEGAR ANTES DO ESPERADO

Para confirmar a suspeita, é importante realizar exames específicos; causa pode estar ligada a genética, maus hábitos ou doenças

Ao longo da vida, as mulheres vivenciam alguns processos marcados por variações hormonais. Um deles é a menopausa. Para algumas, esse processo é visto como parte natural do ciclo de vida, mas, para outras, ele ocorre antes do esperado, ocasionando uma série de desafios físicos e emocionais.

De acordo com Sérgio Podgaec, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, a menopausa é marcada pelo término definitivo da menstruação, geralmente manifestando-se entre os 45 e 50 anos. “A mulher possui uma reserva de óvulos e, quando essa reserva se esgota, resultando na interrupção da ovulação, a menstruação cessa. Quando esse processo acontece antes dos 40 anos, nós chamamos de menopausa precoce”, explica Podgaec.

Também conhecida como ‘insuficiência ovariana primária’, a menopausa precoce pode estar relacionada a fatores genéticos, como a síndrome de Turner, e também a doenças autoimunes, a exemplo de vitiligo, tireoidite e miastenia grave (que causa fraqueza muscular). Segundo Manuela Gurgel, ginecologista da Casa de Saúde São José, distúrbios metabólicos, incluindo alterações enzimáticas, também podem estar relacionados ao problema, assim como tratamentos considerados agressivos, como quimioterapia e radioterapia, que induzem a falência ovariana por toxinas.

A especialista ressalta ainda que a remoção cirúrgica dos ovários, responsáveis pela produção dos hormônios femininos, é outra causa significativa de menopausa precoce. É importante lembrar também que fatores comportamentais, como o tabagismo ou uso de esteroides anabolizantes, estão associados a um maior risco de desenvolver a condição.

SINTOMAS

O principal sintoma observado na menopausa precoce é a alteração no padrão menstrual. Tipicamente, mulheres diagnosticadas com essa condição começam a experimentar ciclos menstruais mais espaçados e com menor quantidade de sangramento, até eventualmente chegarem à ausência completa do fluxo menstrual.

Com a interrupção da ovulação, ocorre uma diminuição na produção dos hormônios femininos, como o estrogênio. Isso leva à manifestação de sintomas característicos da deficiência hormonal e da menopausa precoce, como ondas de calor, sudorese noturna, variações de humor, distúrbios do sono e redução da densidade óssea, que pode resultar em osteoporose, além do ressecamento ou atrofia da mucosa vaginal.

Outro impacto significativo relacionado à insuficiência ovariana primária é a infertilidade. Com o fim da liberação dos óvulos, os gametas femininos ficam impedidos de encontrar os masculinos para realizar a fecundação, o que tem um impacto direto na capacidade reprodutiva da mulher. Segundo Podgaec, mesmo em casos de reprodução assistida, muitas vezes é necessário que as pacientes utilizem os óvulos de uma doadora.

“Além da infertilidade, o ressecamento vaginal e a atrofia são sintomas comuns capazes de afetar a intimidade e o bem-estar sexual. Esses problemas podem levar a uma redução na qualidade de vida e desencadear quadros de ansiedade e depressão”, enfatizou Manuela.

DIAGNÓSTICO

De acordo com Podgaec, o diagnóstico de menopausa precoce pode ser estabelecido clinicamente quando uma mulher com menos de 40 anos apresenta sintomas como irregularidades menstruais, ausência de menstruação ou dificuldade para engravidar.

Para confirmar essa suspeita, é fundamental realizar exames laboratoriais, que incluam a análise de três tipos de hormônios: FSH, LH e estradiol. Na menopausa precoce, os níveis de estrogênio tendem a ser baixos, enquanto os níveis de FSH, particularmente, tendem a ser elevados.

Além disso, como acrescenta Manuela, mais dosagens hormonais (de hormônios tireoidianos e prolactina, por exemplo) podem ser realizadas para descartar outras possíveis causas. “A avaliação da reserva ovariana por meio do hormônio anti-Mülleriano e, em alguns casos, o aconselhamento genético, também podem ser partes essenciais do processo diagnóstico”, descreve a especialista.

TRATAMENTO

O tratamento para a menopausa precoce segue uma abordagem semelhante àquela aplicada na menopausa comum. Quando não há contraindicação absoluta ao uso de terapia de estrogênio, recomenda-se o uso de estradiol para diminuir o risco de osteoporose, doenças cardiovasculares, atrofia vaginal e para promover a saúde sexual e a qualidade de vida da paciente. Para mulheres com útero, a adição de progesterona é necessária, segundo Podgaec.

Para pacientes com contraindicações ao uso de estrogênio, Manuela destaca que existem opções terapêuticas alternativas disponíveis atualmente. Isso pode incluir medicamentos de ação central ou até mesmo fitoterápicos em alguns casos. “É importante enfatizar que cada tratamento deve ser individualizado de acordo com as necessidades específicas da paciente, considerando suas particularidades e condições de saúde”, ressalta a médica.

Além das terapias de reposição hormonal, semelhantes às utilizadas na menopausa convencional, outras medidas devem ser consideradas, como intervenções nutricionais, prática de atividade física e, principalmente, acompanhamento terapêutico.

DÁ PARA PREVENIR?

A médica diz que, atualmente, não existem medicações ou tratamentos específicos para prevenir a menopausa precoce. No entanto, adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física, pode contribuir para a regulação hormonal.

“É crucial destacar que evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o sedentarismo também desempenha um papel fundamental na prevenção de condições relacionadas à insuficiência ovariana”, ressalta a especialista.

FIQUE ATENTA A ESSES SINAIS

ALTERAÇÃO DO PADRÃO MENSTRUAL

Os ciclos menstruais começam a ficar mais espaçados e com menor fluxo sanguíneo, até chegar à ausência total de fluxo

ONDAS DE CALOR

Suar muito, especialmente durante a noite e madrugada, é um sinal de alerta

RESSECAMENTO VAGINAL

Por causa da baixa produção de hormônios femininos, a lubrificação diminui, dificultando as relações sexuais e causando impacto também na libido

DISTÚRBIOS DO SONO

Podem ocorrer dificuldades para pegar no sono, ou a mulher acorda várias vezes durante a noite

VARIAÇÕES DE HUMOR

A privação de sono, a ansiedade e a flutuação hormonal podem causar variações de humor

OUTROS OLHARES

REGRAS DO JOGO

Em voga, termo ‘não-monogamia ética’ suscita críticas, mas reforça valores inerentes a relacionamentos saudáveis

Bastou o Tinder colocar a opção “não-monogamia ética” entre as classificações sobre como as pessoas pretendem se relacionar, para começar a grita no X (antigo Twitter). “É como os jovens chamam os chifres?”, ironizou uma usuária. “Do que se trata? As outras são antiéticas?”, questionou outra. “Aparentemente só é ético para uma pessoa, e o resto que se dane. Meu Deus, que ódio”, desabafou uma terceira.

O termo não é bem recebido nem mesmo entre o não-monogâmicos declarados. No máximo, reconhecem que a expressão pode ajudar a compreender melhor o comportamento. Afinal, não-monogamia, defendem, não é bagunça. “Acho uma adjetivação desnecessária”, afirma a doutoranda em Ciências Sociais Luana Homma, de 31 anos, que tem uma relação do tipo como namorado de mais de uma década. “Mas pode ser um jeito mais amigável de apresentar o termo, num primeiro momento, para quem não está familiarizado. É ético por conta do diálogo que existe entre nós. Temos os nossos acordos estabelecidos. Um deles é jamais fazer mal ao outro.”

Autora do livro “Descolonizando afetos” (Editora Planeta), a psicóloga Geni Núñez explica que expressões como “não-monogamia ética” e “não-monogamia consensual” costumam ser traduções do inglês, já que diversos termos como estes têm surgido nos Estados Unidos nas últimas décadas. “A intenção dos pesquisadores costuma ser frisar o consentimento e a ciência de todos os envolvidos nessas relações, sobretudo para diferenciar esses casos daqueles em que haveria ‘traição”, afirma.

E para quem acha que é papo de geração Z (jovens nascidos entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010), Geni tem um recado: “Já acompanhei diversas mulheres mais velhas que viram na conquista do divórcio de um casamento normativo uma grande emancipação”. Segundo ela, embora o assunto seja mais recorrente entre os mais novos, a revisão sobre os modelos de relacionamento tem interessado pessoas de todas as faixas etárias. “Muitas delas já tinham esses incômodos e faziam experimentações afetivo-sexuais em um tempo em que o tema era ainda mais encoberto.”

Os ecos desse comportamento estão no Google. Segundo a plataforma, as buscas por “não-monogamia” quase triplicaram (+180%) no Brasil na comparação dos últimos dois anos com o período anterior. Do mesmo jeito, “o que é não-monogamia ética?” é a pergunta com maior crescimento sobre o tema na plataforma. Se você também busca essa resposta, a psicóloga Marcela Aroeira, dona do Instagram @amores_ plurais, afirma que essa “ética” da expressão serve para reforçar o canal de comunicação, o respeito à autonomia do outro e o cuidado com os demais envolvidos. E, nesse debate, segundo ela, cabe até um recorte de gênero: “A monogamia foi construída para as mulheres, que foram inseridas num contexto de domesticação e aprisionamento do próprio desejo e querer. Então, percebo que o impacto desse movimento é muito maior para elas, já que os homens sempre foram ensinados e encorajados a serem autônomos”.

Para quem não tem interesse em surfar nessa onda, contudo, o oráculo do Google também emite mensagens importantes: o Brasil é o primeiro país do mundo com mais interesse de buscas por “monogamia” nos últimos 12 meses. Que o diga o músico Gabriel Leal, de 41 anos, um dos entusiastas do modelo, embora faça questão de frisar que não tem nada contra a não-monogamia. Depois de um casamento de dez anos, ele chegou a cogitar o relacionamento aberto, mas viu que não era para ele. “Amar, para mim, demanda um certo empreendimento, um esforço contínuo, de se colocar em posições de fragilidade e entender a outra pessoa”, define Gabriel, hoje em outro relacionamento. “Respeito quem consegue fazer isso com mais de uma pessoa. Tenho amigas que se deram superbem desse jeito. Mas comigo não rolou.”

O combinado, como se sabe, nunca sai caro.

GESTÃO E CARREIRA

CONFIRA AS ÁREAS DE ATUAÇÃO E PROFISSÕES QUE PRIVILEGIAM PESSOAS 45+

Os dados parciais do Censo 2022 divulgados pelo IBGE indicam que a população brasileira está vivendo mais e já ultrapassou os 54,8 milhões de pessoas com mais de 50 anos. As estatísticas sobre a longevidade da população trazem novos desafios para a economia do país e para o mercado de trabalho, que deve estar preparado para absorver essa força de trabalho experiente e ainda muito produtiva.

Nesse cenário, Cris Sabbag, pesquisadora e CDO da Talento Sênior – empresa pioneira de Talent As a Service no Brasil para contratação de profissionais 45+ sob demanda – aponta algumas profissões e áreas de atuação em que os profissionais seniores conseguem mais oportunidades devido à vivência e experiência de mercado:

CONSULTORIA E MENTORIA

Muitas pessoas acima dos 50 anos e com vivência no mercado de trabalho encontram satisfação e demanda em papéis de consultoria e mentoria. Com anos de conhecimento acumulado, eles são capazes de oferecer insights valiosos, orientando empresas e novos talentos através de desafios complexos com uma mão firme e conselhos ponderados.

EDUCAÇÃO E TREINAMENTO

O setor educacional se beneficia enormemente da entrada de profissionais experientes. Seja na sala de aula, em treinamentos corporativos ou em workshops especializados, esses seniores trazem uma riqueza de conhecimento prático e teórico, enriquecendo o aprendizado com exemplos da vida real e lições aprendidas no campo.

EMPREENDEDORISMO

O espírito empreendedor não conhece idade. Muitos profissionais nessa faixa etária estão canalizando suas energias para o lançamento de novas empresas, aproveitando suas décadas de experiência para identificar nichos de mercado inexplorados e criar soluções inovadoras para problemas antigos e novos.

TRABALHO REMOTO E FLEXÍVEL

A flexibilidade se tornou um dos maiores atrativos do trabalho moderno e os seniores estão aproveitando as oportunidades de trabalho na modalidade Talent as a Service para equilibrar suas carreiras com outras paixões ou responsabilidades, demonstrando que produtividade e flexibilidade podem andar de mãos dadas.

SETORES EM CRESCIMENTO

Setores como saúde, tecnologia da informação, energia renovável e serviços financeiros estão em plena expansão e clamando por profissionais experientes. Aqueles dispostos a atualizar suas habilidades ou requalificar-se encontram nestas áreas um campo fértil para crescimento e desenvolvimento profissional.

CARGOS DE LIDERANÇA E GESTÃO DE PROJETOS

A experiência acumulada ao longo dos anos torna os profissionais mais velhos candidatos ideais para posições de liderança e gestão de projetos. Sua capacidade de navegar por complexidades e tomar decisões estratégicas é uma vantagem inestimável em qualquer equipe ou projeto.

Além disso, Cris Sabbag apresenta dicas de como esses profissionais podem aproveitar suas soft skills mais desenvolvidas para buscar novas colocações no mercado. Confira:

PARA A PESSOA SÊNIOR COM HABILIDADES EM COMUNICAÇÃO

A capacidade de se comunicar efetivamente, tanto verbalmente quanto por escrito, é altamente valorizada pelos empregadores. Isso inclui habilidades como escutar atenta- mente, expressar ideias de forma clara e concisa, adaptar a comunicação a diferentes públicos e resolver conflitos.

PARA A PESSOA SÊNIOR COM HABILIDADES NO TRABALHO EM EQUIPE

A capacidade de trabalhar em equipe é essencial em muitos ambientes de trabalho. Isso inclui habilidades de colaboração, respeito pelos outros, liderança, empatia e habilidades de negociação.

PARA A PESSOA SÊNIOR COM HABILIDADES EM RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

A capacidade de identificar problemas, analisar informações e encontrar soluções eficazes é altamente valorizada pelos empregadores. Isso inclui habilidades como pensamento crítico, criatividade, tomada de decisão e resolução de conflitos.

PARA A PESSOA SÊNIOR COM HABILIDADES EM LIDERANÇA

A capacidade de liderar, inspirar e motivar outras pessoas é altamente valorizada pelos empregadores. Isso inclui habilidades como comunicação eficaz, tomada de decisão, delegação de tarefas e gestão de conflitos.

PARA A PESSOA SÊNIOR COM HABILIDADES EM INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

A capacidade de compreender e gerenciar suas próprias emoções, bem como as emoções dos outros, é cada vez mais valorizada no ambiente de trabalho. Isso inclui habilidades como empatia, autoconsciência, autocontrole, motivação e habilidades sociais.

PARA A PESSOA SÊNIOR COM HABILIDADES EM GERENCIAMENTO DE TEMPO

A capacidade de gerenciar efetivamente o tempo e priorizar tarefas é altamente valorizada pelos empregadores. Isso inclui habilidades como planejamento e organização, gerenciamento de projetos, delegação de tarefas e gerenciamento de prazos.

“Dar continuidade à jornada profissional dos 50+ esbarra em três mitos etaristas a serem combatidos: de que não podem trabalhar; não são potentes como consumidores e não gostam de tecnologia. Para cada um desses mitos já existem estudos e pesquisas que comprovam exatamente o contrário.

Rótulos atribuídos aos profissionais maduros e que não condizem com a realidade ainda se repetem e invalidam a experiência e contribuições que os profissionais maduros podem agregar aos negócios”, conclui Cris.

FONTE E OUTRAS INFORMAÇÕES: https://talentosenior.com.br.

EU ACHO …

DESCULPE O INCÔMODO

Quando me perguntam por que gosto tanto de Londres, que é considerada uma cidade difícil, destaco logo o que me atrai nela: a mistura de vanguarda com polidez. A gente sabe que para romper padrões, é preciso ousadia, e ousadia raramente está relacionada aos bons modos. A pessoa arrojada se coloca de forma quase afrontosa, é assim que ela consegue ser vista e escutada, é o jeito que ela estimula o mundo a

sair do comodismo e dar um passo à frente. A vanguarda é o motor que faz o mundo avançar e este motor faz barulho.

Aí penso em alguns ingleses notórios. Mick Jagger e David Bowie nunca foram homens recatados.

Tim Roth sempre pensou fora da caixa. Vivienne Westwood estava longe de ser uma senhora discreta. Os Beatles convulsionam seus fãs até hoje. Artistas inovadores, que revolucionaram os costumes e a maneira de pensar a vida, mas com um adicional very britislt: nunca

dispensaram a pitadinha de fleuma. Stjam monárquicos ou plebeus, ingleses inspiram esta cronista avessa ao estardalhaço. Tenho um fraco por gente reservada, que não chega com

um megafone na mão, metendo os dois pés na porta. Por homens e mulheres que, mesmo tendo conquistado visibilidade para suas expressões artísticas ou de qualquer outra ordem, respeitam o espaço do outro e cruzam as pernas, elegantemente, durante

uma conversa. Podem ter o cabelo encardido e olheiras profundas, podem trocar o chá pelo bourbon no café da manhã e mandar todo mundo longe, mas nunca perdem a educação. “Go to hell… please

Eu adoraria ser uma escritora de vanguarda, mas até agora só consegui ser polida. Procuro não ser um estorvo na vida de ninguém. Estou sempre atenta para não atravancar o vai e vem dos pedestres, não chegar atrasada, não incomodar com pedidos esdrúxulos. Fico embaraçada se alguém tiver que desviar da sua rota

habitual para me dar uma carona, me apresso no banheiro quando sei que há uma fila lá fora, não toco em assuntos constrangedores com quem não tenho intimidade. Lembrei agora de um amigo que também é assim, um roqueiro brasileiro que tem com sua guitarra uma relação titânica, mas depois que o show termina, é quase tão encabulado quanto Eric Clapton. Não quero aborrecê-lo com essa exposição, melhor perguntar a ele se estou autorizada a revelar sua identidade. (….) É um lorde, autorizou.

Sir Tony Bellotto.

Eu poderia desistir de meu amor por Londres por causa da chuva, esse trauma que agora tenho, mas as mudanças climáticas estão afetando os dias por lá também, Londres

anda mais quente e ensolarada. Meu fascínio só aumenta por esta cidade que sempre me cativou com sua energia criativa, rebelde e progressista, sem deixar de ser civilizada. É meu pequeno manifesto por cidades menos caretas e brutais.

MARTHA MEDEIROS

marthamedeiros@terra.com.br

ESTAR BEM

CHÁ DE SUMIÇO: NÃO DEIXE DE TOMAR

Psicólogo explica a importância de se afastar e ter o focar em si mesmo para recarregar as energias

De tempos em tempos, a advogada Marina*, 28, se afasta das redes sociais. A medida é uma forma de lidar com a ansiedade e dar uma “sumida” quando sente que precisa recarregar as energias. Com um trabalho que exige o uso constante do celular para a comunicação, seja por ligações e e-mails, seja pelo WhatsApp, ela percebe que, em alguns momentos, não deseja mais abrir o aplicativo fora do horário comercial ou nos fins de semana. “Às vezes, só quero estar no celular para me distrair, sem a obrigação de responder a mensagens. E, então, eu não respondo até estar ok para manter uma conversa. Outras vezes, só quero jogar o celular longe e ir fazer qualquer outra coisa”, confessa, brincando.

O esgotamento mental também contribui para a decisão de dar um tempo, tanto da vida fora das telas quanto dentro delas. “Meu modo de me recuperar internamente é ficando em silêncio, seja por algumas horas, seja estando offline por dias para pensar. Isso, dependendo do que estou passando. Igual a servidor que dá ‘tilt’ e precisa parar para manutenção antes de reabrir o acesso, eu funciono um pouco assim também”, explica a advogada.

Embora tenha consciência do que a sobrecarrega e das formas pelas quais consegue se recarregar, ela reconhece que os momentos mais introspectivos e de solitude podem ser um desafio para quem convive com ela. “Eu tendo a me comunicar bastante no online e, de uma hora para outra, eu desligo. Na maioria das vezes, não é nada pessoal, só preciso de espaço. Mas já tive problemas em relacionamentos por causa disso”, conta Marina. Ela diz que agora tem tentado melhorar e dar ao menos algum sinal de que precisa sumir temporariamente, mas ainda considera que a compreensão e o respeito à decisão de se afastar acabam sendo um termômetro para medir se ela se sente à vontade para “reaparecer”. “Tenho sorte de conviver com pessoas que respeitam essa minha questão, mas é sempre uma desventura em novos relacionamentos”, reconhece.

Segundo o psicólogo Igor Hempfling, comportamentos semelhantes ao da advogada são completamente naturais – e mais ainda, também são saudáveis. “Vivemos numa sociedade em que nós mesmos colocamos a opinião do outro em um espaço de poder muito decisivo na nossa vida. Quando você dá ouvidos para o que o outro diz e aquilo tem um poder de decidir a sua próxima ação, as coisas se tornam exaustivas. Ir a uma festa, um churrasco ou outro compromisso mais para agradar aos outros do que a si mesmo é cansativo”, observa.

Diante deste contexto, tirar um tempo para dar uma “escapada” é recomendável, principalmente porque representa a capacidade de dizer “não” e de colocar o bem-estar como uma prioridade. “É preciso ter um equilíbrio. A opinião do outro é importante, vivemos numa sociedade, convivemos com outras pessoas, então a opinião vai ter um peso, mas não pode ser a ponto de definir todas as decisões na sua vida”, comenta. ”Hora ou outra você vai ceder, mesmo não querendo. Mas, se você ceder sempre, abraçar essa opinião, vai viver sua vida de acordo com o outro, e não de acordo com você”, completa.

EQUJLIBRIO

Segundo Hempfling, dar uma escapada ou decidir ficar offline por alguns momentos são métodos necessários também para que haja equilíbrio na vida. “Precisamos ter momentos em que não há desgaste mental, trabalho. É preciso ter prazer, descansar. Se não tivermos isso, vamos começar a chegar ao nosso limite”, pontua.

A social media Roberta*, 25, conta que tirar um tempinho para se desligar, principalmente do celular, é parte da sua rotina de descanso. “Trabalho com comunicação e redes sociais. Então, pela configuração do meu trabalho, estou o tempo todo em contato com as pessoas, seja aprovando algum material, alinhando alguma demanda, seja construindo algumas postagens. Fora os dias em que preciso ir aos locais e eventos com os quais atuo, para participar e acompanhar os clientes. Isso tudo é muito cansativo mentalmente, por isso, no final do dia, dou sempre uma sumida”, diz.

Para poder ter seu tempo, Roberta explica que costuma colocar o celular em outro cômodo e opta por passatempos que não envolvam conversa e interação. “O mesmo acontece nos fins de semana quando não existe nenhum evento ou compromisso. Nesses dias, gosto de acordar cedo, cuidar da casa e ficar quietinha no meu quarto. Às vezes fico vendo algo na TV, outras, jogando um joguinho no telefone ou dormindo”, afirma. Quanto às mensagens no celular, se não são urgentes ou questões relacionadas à família, ela prefere responder em outro momento.

Hempfling reitera a importância dessas escapadas e também da compreensão de que não é possível agradar a todos sempre, então não há nada de errado em optar por não ir àquele churrasco de família, reunião de amigos ou responder a alguma mensagem depois. “Tentamos agradar às pessoas que são mais importantes, mas, acima de tudo, temos que agradar a nós”.

* Nomes fictícios

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

INVESTIGANDO JUNTAS PARA NÃO CAIR EM CILADA…

Mulheres criam grupos virtuais para descobrir se são traídas e conseguir informações sobre homens com os quais pretendem se relacionar

Na ficção, a história é outra. Em “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, romance de Jorge Amado (1912-2001) levado ao cinema, com Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça nos papéis principais, a protagonista vive entre o assanhamento do falecido ex-marido e o recato do atual, numa narrativa fantástica que torna possível o inverídico.

Em “Jules e Jim”, filme do renomado diretor francês François Truffaut (1932-1984), ícone da nouvelle vague, é a personagem da atriz Jeanne Moreau quem conquista o coração de dois amigos ao mesmo tempo. Em ambos os casos, temos uma mulher mantendo relacionamentos com dois homens sem que eles necessariamente saibam desse fato.

Na vida real, tem acontecido o inverso, ao menos aparentemente. Grupos virtuais em redes de relacionamento na internet têm sido criados por mulheres com um objetivo claro: oferecer informações sobre homens com quem elas se relacionam, para, entre outras coisas, descobrir e se precaver de estar mantendo um namoro ou noivado com alguém já comprometido.

“Vivemos numa era em que as pessoas estão com medo de se envolver, por vezes buscando caminhos para evitar frustrações. Na expectativa de uma relação monogâmica, baseada no amor romântico, cuja premissa é a fidelidade, essas mulheres acreditam que, ao buscar o máximo de informações, investigar a vida ou até mesmo recorrer a esses grupos, teriam uma maneira de se resguardar”, opina a sexóloga e psicóloga Bruna Coelho, que procura compreender as motivações do gesto.

Embora não seja exatamente uma novidade, a razão de esse tipo de investigação ter migrado para o ambiente virtual revela uma tendência forte da contemporaneidade. Antigamente, era comum, principalmente nas cidades do interior, que as pessoas afixassem cartazes nas paróquias ou publicassem notas em jornais avisando a comunidade de um noivado, o que também acontecia com leituras nas missas de maior fluxo de fiéis, geralmente durante três semanas consecutivas.

Se ninguém se manifestasse contra o noivado após esse período, o matrimônio acontecia. No entanto, vez ou outra se descobria que o pretenso noivo já era casado, de papel passado e tudo, com outra mulher, especialmente quando se tratava de “forasteiros”, vindos de outras plagas.

DETETIVES EM AÇÃO

De acordo com uma pesquisa da Consultoria em Marketing Digital Conversion, os brasileiros permanecem, em média, de três a quatro horas nas redes sociais. Em seu consultório, a reclamação sobre o tempo gasto no celular é “constante e crescente”, relata Bruna. Aqui, pode estar uma das pistas mais preciosas para compreender a vontade de investigar o paquera na atualidade. As redes, na avaliação da sexóloga, proporcionariam tanto o poder da curiosidade quanto o perigo da tentação, o que não seria exatamente um privilégio do ambiente virtual.

“Ao passo que você compartilha seus interesses e interage em ambiente virtual, certamente encontrará pessoas diferentes, com interesses em comum. O desconhecido é sempre um terreno fértil para o desejo. Tanto tempo e exposição culminam em visualizações, interações, curtidas. comentários, e, de uma interação despretensiosa, pode surgir atração física e sexual e, consequentemente, relações extraconjugais…”, avalia Bruna.

Por serem mulheres que estão criando esses grupos de compartilhamento de informações sobre homens na internet, a psicóloga recorre ao fator cultural, embasado em séculos de machismo e patriarcado, e entende a postura como uma espécie de reação para se proteger de atitudes desleais e até violentas.

”Majoritariamente, a cultura de relacionamentos extraconjugais ocorre mais por parte dos homens”, acredita Bruna, que, ao mesmo tempo, observa um comportamento “envergonhado” dos homens quando são eles as vítimas da traição, o que impediria a criação desse tipo de grupo por parte da ala masculina.

“Homens tendem a lidar com assuntos relacionados à traição de forma silenciosa, sem se expor, considerando os termos pejorativos que são cunhados nessas situações. Este pode ser um motivo pelo qual os homens não falam abertamente”, diz ela, notando que, para o homem traído, a alcunha éde “‘como”.

UNIÃO FEMININA É TENTATIVA DE MUDAR PARADIGMA

Durante muito tempo cultivou-se no seio da sociedade ocidental, sob a vigência do patriarcado, a lendária rivalidade feminina, que prejudicava as mulheres e mantinha intacto o status quo masculino. As consequências eram notadas, por exemplo, nas cenas de peças de Nelson Rodrigues (1912-1980), como “Os Sete Gatinhos” e “Perdoa-me por Me Traíres”, recolhidas de sua ferina observação da realidade. A mulher traída não culpava o marido, mas aquela que o seduziu, num eterno retorno ao pecado original cometido por Eva, que, tentada pela serpente, entregou-se ao prazer quando abocanhou o fruto proibido.

Sexóloga e psicóloga, Bruna Coelho entende que há mudanças em curso na sociedade em busca de mais igualdade, representadas, inclusive, pelos grupos virtuais criados por mulheres para compartilhar informações sobre homens, o que denotaria uma histórica união. No entanto, ela ainda avalia essa transformação da rivalidade em parceria com ressalvas.

“É tudo muito recente. Ainda não podemos afirmar que, de fato, as dinâmicas das relações mudaram em virtude desses grupos. Mas o fato de comentar, demonstrar apoio e solidariedade nessas situações revela união por parte das mulheres e abre uma porta para estabelecer novos paradigmas de relacionamento, quebrando esses status que foi construído, fruto de anos de patriarcado”, conclui Bruna.

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