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EXPOSIÇÃO NAS REDES PODE PÔR SUA SEGURANÇA EM RISCO

Fotos, localizações, opiniões políticas e preferências são coletadas com frequência, abrindo brecha para golpes

Boa parte das pessoas já não consegue viver desconectada do mundo digital. E, ao navegar no universo virtual, os cidadãos vão abrindo mão da privacidade, expondo dados, gostos e experiências. Informações são ativos valiosos para o mercado, e é preciso cuidado. Facebook, Instagram e TikTok, por exemplo, traçam perfis de seus usuários o tempo todo e, a cada minuto, fotos, localizações, preferências pessoais e opiniões políticas são coletadas.

A prática de coletar dados é legal, desde que o dono da conta permita, o que é formalizado quando os termos de uso da rede são aceitos. Mas especialistas alertam para questões que fogem ao controle dos usuários.

“Nós presumimos que as redes têm acesso ao que entregamos, mas elas acessam três níveis de informação. Obviamente, as que fornecemos, mas também as que conseguem observar e as que podem inferir com base em padrões, como a hora em que acordamos, o quanto dormimos e até o nosso humor”, diz Christian Perrone, gerente de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS).

É justamente este primeiro nível, o das informações fornecidas pelos usuários, que exige atenção. Renata Tomaz, professora da Escola de Comunicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), alerta, por exemplo, para o risco de exposição de crianças e adolescentes:

“Quando falamos de circulação de fotos nas redes, é preciso ter em mente a Convenção sobre os Direitos da Criança adotada pela ONU em 1989, que garante a ela o direito à privacidade. O Brasil é signatário desta Convenção, que dá suporte ao Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990.

IMAGENS DE CRIANÇAS

Ainda que a família não tenha a intenção de expor uma criança, a professora destaca que é preciso tomar alguns cuidados antes de publicar a imagem, como ter um perfil privado, com acesso limitado, e evitar divulgar localização ou lugares frequentados – como a escola, que pode ser identificada pelo uniforme.

“Ao publicar imagens, os adultos estão construindo uma identidade digital que as crianças não escolheram ter. Considerando a dificuldade de apagamento das redes sociais, elas podem ficar conhecidas por características, situações e eventos pelos quais não gostariam.

Também são comuns os relatos de pessoas que tiveram dados reproduzidos por criminosos que, ao se apropriarem da identidade, pediram dinheiro a parentes.

“Toda informação sensível na internet pode ser usada por cibercriminosos. Até o dia do aniversário do cachorro. Datas comemorativas são comumente utilizadas como senhas em redes sociais ou bancos”, diz Fabio Assolini, chefe da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky (empresa de softwares de segurança) na América Latina.

A estudante de Publicidade Ana Beatriz Araújo, de 24 anos, teve a conta do Instagram invadida por um criminoso que tentou aplicar um golpe de compra e venda de criptomoedas, embora ela adote as medidas de proteção sugeridas pela rede.

“No dia em que minha conta foi invadida, vi que ganhei muitos seguidores repentinamente. Eram usuários com nomes robotizados e contas novas. Uma hora depois, meus amigos me mostraram que haviam feito uma publicação no meu perfil. Nela, tentavam aplicar um golpe envolvendo criptomoedas”, relatou.

João Quinelato, professor de Direito Civil do Ibmec, completa:

“Antigamente, a proteção de dados era relacionada ao cartão de crédito ou aos documentos físicos. Hoje, é tudo digitalizado. É necessário mais cuidado.

FACEBOOK E TIKTOK

Dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, a Meta diz processar os dados apenas para um “objetivo específico e claramente definido que agregue valor às pessoas”. Além disso, afirma coletar e criar a quantidade mínima de dados para “dar suporte a objetivos claramente definidos”. A companhia garante que guarda informações somente pelo tempo que for “realmente necessário” e oferece aos usuários a capacidade de acessar e gerenciar os dados coletados ou criados sobre eles.

O TikTok afirma coletar informações para “oferecer uma experiência útil e relevante”. Também diz incentivar os usuários a ler sua Política de Privacidade. “Implementamos fortes restrições no acesso, incluindo impedir que as chaves que desencriptam os dados de usuários sejam acessados por funcionários sem autorização ou justificativa necessária para acesso”, diz.

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FACE VISÍVEL DO CÂNCER

Pacientes encaram aplausos e riscos de expor cotidiano com a doença nas redes

A história do câncer saiu das consultas e da privacidade dos lares. Nas redes sociais, pacientes em tratamento falam sobre suas experiências com a doença, comentam seu dia a dia e compartilham informações sobre o tratamento. A doença é verbalizada e há histórias que arrastam milhares de seguidores e apoios. A conta no Instagram de Elena Huelva, uma jovem de 20 anos que contava sua vida como sarcoma de Ewing (tumor raro que atinge os ossos), alcançou 1 milhão de seguidores, e sua morte, em 3 de janeiro, transformou seu lema (“Meu desejo vence”) em um dos temas mais comentados no Twitter.

Ela também acredita que essa exposição tem riscos, como o de sentir a obrigação de contar algo por pressão:

“Isso não é Netflix, um episódio toda semana. Essa pessoa tem que poder decidir o que fala, quando fala e se deve deixar de falar.

Vozes sobre o câncer têm se feito ouvir nos últimos tempos. Além dos casos de famosos que anunciaram seus diagnósticos, há também revelações como a de Angelina Jolie, que se submeteu a uma dupla mastectomia como medida preventiva. Isso ajudou a “tornar visível uma realidade”, afirma Sonia Pernas, oncologista do Instituto Catalão de Oncologia (ICO). Coma ascensão das redes sociais, pacientes anônimos usaram a visibilidade para contar a vida com a doença.

Paco Gil, responsável pelo setor de psico-oncologia do ICO, garante que a utilização das redes sociais é “um recurso que as pessoas apreciam”:

“As pessoas se sentem validadas. Mas é importante que haja verdade, que também não se gere ilusões.

INDIVIDUALIDADE

Não existem dois doentes iguais e a forma como lidar com a doença é diversa, insistem os especialistas: para alguns, pode fazer bem contar sua rotina de tratamento. Para outros, o contrário.

“Quem faz, desabafa, sente a companhia dos outros. Mas quem está mais exposto não é necessariamente aquele que está lidando melhor com aquilo”, pondera Tania Estapé, presidente da Associação Espanhola de Psico-Oncologia.

O sentimento de luta e positividade, apontam os especialistas, “pode ser bom” para muitos pacientes. Mas Estapé alerta que há também “a armadilha do pensamento positivo”, que frustra quem não alcança a mesma atitude otimista.

Outra questão delicada, segundo os especialistas consultados, é o impacto que a morte de um paciente deixa nos seguidores.

Estapé admite que, após a morte de um paciente que contou a vida nas redes, vê-se “uma cascata de pacientes deprimidos ou assustados”. Saber que alguém famoso morreu pode ser “um gatilho para o medo de uma recaída”. Pernas defende, de qualquer forma, a responsabilidade ao compartilhar conteúdo sobre câncer nas redes sociais. Ela lembra que todas as informações divulgadas devem ser verídicas e embasadas cientificamente.

“Tome cuidado onde você obtém suas informações para não criar falsas expectativas —adverte.

Assim como aconteceu com Hilda, o outro risco dessa exposição é o assédio que os pacientes podem sofrer. Ou suas famílias. No caso dela, a filha denunciou “falta de respeito” e cobranças de seguidores que exigiam atualizações. Cervelló pesou esses fatores antes de se expor:

“O risco é você não ter o controle e acabarem te obrigando a fazer ou falar algo que você não quer. Não preciso gerar conteúdo.

As redes sociais de Hilda Silvério, com câncer de mama desde 2014, reúnem mais de 300 mil seguidores, embora sua família tenha visto a face mais amarga das redes recentemente e tenha denunciado casos de ameaças e assédio. Especialistas destacam o benefício de tornar a doença visível. Mas também alertam para os riscos de revelar o câncer nas redes: o paciente pode perder o controle de sua exposição pública e outros doentes podem ficar frustrados com a história.

Sara Cervelló não é de contar a vida nas redes sociais. Quando posta, é para compartilhar pesquisas sobre o câncer e divulgar sua participação em mesas redondas com especialistas. Ela tem 40 anos e aos 37 foi diagnosticada com um tumor de mama com metástases ósseas.

“Cada paciente lida com a doença como sabe, como pode ou como quer. Uso as redes para divulgar pesquisas, mas não preciso expor meu dia a dia”, explica.

Ela também segue algumas contas de pacientes.

“Eu sigo algumas, mas não ativamente porque não quero abrir o Instagram e ver pacientes contando seu dia a dia com câncer porque eu já tenho o meu”, admite. Porém, Sara destaca o lado positivo que a história de outros pacientes traz: tornar visível uma realidade que ela compartilha:

“Quando vejo relatos assim, sinto que não estou sozinha. É importante mostrar o lado humano, que não somos apenas um número. 

GESTÃO E CARREIRA

AMBIÇÃO NA MEDIDA CERTA PODE AJUDAR A TURBINAR A CARREIRA

Especialistas sugerem que é necessário manter objetivos definidos e buscar metas que ultrapassem o ambiente do trabalho para integrar a vida pessoal

Ambição. Provavelmente você  já escutou algo sobre essa palavra. Em uma simples pesquisa na internet, a característica é resumida como ”coragem, força e desejo de poder ou riquezas, honras ou glórias”. A empresária e CEO da Cortes e Companhia,  Egnalda  Cortes, de 49 anos, vai mais longe. Ela a considera uma “tecnologia de liberdade”, uma espécie de instrumentalização para alcance de objetivos. Afinal, a ambição pode favorecer o crescimento da carreira e de outros aspectos do âmbito pessoal? Especialistas indicam que é possível, sim. O diferencial está em como a direcionamos e em que lugar a colocamos na vida.

Egnalda dedicou 22 anos de sua trajetória atuando em grandes corporações. Durante o percurso, encarou situações que a fizeram enxergar a ambição como uma ferramenta positiva para o clima organizacional. A escolha das metas de forma estratégica foi um dos faróis para alcançar o equilíbrio.

“Eu sabia o que eu queria: prosperidade, pluralidade. Para alcançar o propósito, ela costumava incentivar colegas de trabalho a praticar a colaboração no cotidiano. “Não tem sucesso, não tem ambição, se o coletivo não existe. Quando você cresce, outros vão crescendo junto”, defende a empresária. “Se esse lugar é muito individualizado pode dar certo, a longo prazo pode trazer algumas dores.”

Seguindo essa linha, a ambição para além do trabalho pode até ser mais saudável, afirma a psicóloga e consultora de RH Eymi Rocha. Isso porque investir na competência somente para a carreira tem o potencial de desencadear sinais de frustração, explica.

”A ambição fora do trabalho ajuda a alinhar as demandas e entender qual o momento de acelerar mais ou de puxar o freio”, diz. Por exemplo, uma pessoa que planeja metas ambiciosas apenas em busca de aumento salarial, promoção e outras questões de responsabilidade da empresa, está mais sujeita ao esgotamento. “É preciso entender que o trabalho é um meio para atingir o que precisa, e não o fim”, recomenda.  

Depender de um fator único para contemplar o status de felicidade é perigoso. A demissão silenciosa, por exemplo, ganhou visibilidade na pandemia com o trabalho remoto. A ambição funciona como dispositivo motivador, diz Eymi. Por isso, o desempenho mínimo no trabalho pode estar relacionado com a renúncia à competência.

” A total falta de ambição pode ser maléfica porque tende a estagnar. Por outro lado, o excesso oferece danos porque é uma pessoa que vai querer tudo a qualquer custo”, analisa. O caminho é descartar exageros e radicalismos.

MULHERES AMBICIOSAS

Mesmo que o número de mulheres ocupando cargos de liderança tenha aumentado nos últimos anos, essas profissionais encaram mais desafios do que o sexo oposto.

Afalta de ambição explicita é um dos fatores para não se reconhecerem em posição de líder, o que inclui o medo de dizer que almeja determinado cargo e o temor por falhar e não conseguir.

”A ambição feminina existe. Porém, vive em uma espécie de purgatório. Muitas de nós temos, mas poucas admitimos carregá-la conosco”, provoca a CEO e diretora criativa da Obvious, Marcela Cerlbelli durante a abertura do evento “Mulheres e Ambição”, idealizado pela plataforma em 2022.

EU ACHO …

CONTIGO E SENTIGO

Sabemos como foi uma paixão pelo modo como ela termina. A maneira como se coloca o ponto final nas relações deixa evidente o verdadeiro espírito que norteou o que foi vivido.

Que tipo de final desejamos? De preferência, nenhum. Todo mundo quer um amor para sempre, desde que ele se mantenha estimulante, surpreendente, alegre, à prova de tédio. Ou seja, um amor miraculoso. Como milagre é do departamento das coisas impossíveis, é natural que as relações durem alguns anos ou muitos anos, e depois acabem. Lei da vida. Sofre-se o diabo, mas raros são aqueles homens e mulheres que nunca passaram por isso. O que fazer para amenizar a dor? Talvez ajude se analisarmos o final para entender como foi o durante.

Há os finais chamados civilizados. Ambos os envolvidos percebem o desgaste do relacionamento, conversam sobre isso, tentam mais um pouco, conversam novamente, arrastam a história mais uns meses, veem que nada está melhorando, aguardam passar o Natal e o Ano-Novo, fazem uma última tentativa e então decidem: fim. Lógico que é dilacerante. Não é nada fácil fazer uma mala, dividir os pertences e estipular visitas aos filhos, quando há filhos. A solidão espreita e assusta, e um restinho de dúvida sempre surge na hora do abraço de despedida. Mas foi um the end sem derramamento de sangue. Como conseguiram a façanha?

Provavelmente porque sempre escutaram um ao outro, porque não fizeram da relação um campo minado, porque as brigas eram exceções e não regra. É possível também que a relação fosse mais racional do que animal: ternura é bem diferente de paixão. Mas, enfim, mesmo sofrendo com a ruptura, deram a ela um fim digno, condizente com o que de bacana viveram juntos.

Agora vamos ao outro tipo de separação. Tire as crianças da sala.

A relação acaba geralmente depois de um ataque de ofensas, de uns “não aguento mais”, de muita choradeira, de cortes na alma, de desconstrução total, de confissões gritadas: “Quer saber? Eu fiquei com ela, sim!”. Garanto que se amam mais do que aquele casal que se separou assepticamente, mas perderam toda a paciência um com o outro, e também todo o respeito, e atingiram um limite difícil de transpor. Por que, depois desse quebra-quebra, não tentam um papo conciliador? Ora, porque não fazem a mínima ideia do que seja isso. Sempre foram atormentados pelo ciúme, pelas implicâncias diárias, pelas oscilações de humor, pela alternância de “te amo” e “te odeio”. Terminam falando mal um do outro para quem quiser ouvir, e não raro aprontam umas vingançazinhas. Tudo muito, muito longe do sublime.

Tive um vizinho de porta que gritava com a namorada ao telefone, sem se importar que o prédio inteiro ouvisse: “Não sei o que fazer! Fico mal contigo e fico mal sentigo!”. Sempre achei essa situação desoladora, e nem estou falando do português do sujeito. É duro ter apenas duas alternativas (ficar ou ir embora) e ambas serem terríveis.

Quando acaba docemente, é sinal de que você foi feliz e nada há para se lamentar. Se acaba de forma azeda, é porque a relação era mesmo uma neura e tampouco se deve lamentar. Nos dois casos, a performance final ao menos ajuda a compreender o que foi vivido e a se preparar para um novo amor que não acabe nunca. Em tese.

MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

CAFEÍNA AJUDA A CORRER MAIS RÁPIDO E AUMENTA FORÇA DOS MÚSCULOS

Substância estimulante do café contribui no desempenho de atletas, mas pode prejudicar habilidades motoras finas

Por dois anos, Steph Gaudreau desistiu de sua xícara diária de café. Não porque a cafeína estava afetando seu sono ou deixando-a ansiosa, mas porque ela queria ganhar uma vantagem em suas competições de mountain bike.

Na esperança de aumentar o efeito da cafeína como auxiliar de desempenho, Gaudreau tomou uma xícara de café no dia da prova, enquanto se aquecia. A atleta, agora uma terapeuta nutricional e treinadora de força, diz que sentiu uma sensação de euforia, que a ajudou a se sentir focada e mentalmente preparada para a competição. A estratégia deu certo. Ela cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

A cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo e uma das mais bem estudadas. Os cientistas têm observado o efeito da dela no atletismo desde 1900. Embora ainda haja alguma discordância quanto ao mecanismo exato pelo qual o consumo de cafeína afeta o desempenho do exercício – e se suspender o consumo até o dia da competição lhe dar uma vantagem -, os cientistas concordam que uma xícara de café antes do treino pode melhorar o desempenho.

No entanto, é importante estar ciente das possíveis desvantagens do consumo de cafeína e saber a melhor forma de usá-la a seu favor durante o treino.

QUANTO DE ENERGIA A CAFEÍNA PODE DAR?

Gaudreau não estava imaginando o efeito de sua xícara de café antes da corrida. Há um bom consenso entre os cientistas de que a cafeína dá uma vantagem ao exercício, seja correr uma maratona, levantar pesos ou jogar futebol, explica Nanci Guest, nutricionista, treinadora e pesquisadora da Universidade de Toronto, que liderou uma revisão abrangente em 2021 de cafeína e exercício.

Seja consumida por meio de café, um suplemento pré-treino ou uma bebida energética, a cafeína tende a melhorar o desempenho em uma média de 2% a 5%, conta Brad Schoenfeld, professor de Ciência do Exercício no Lehman College, no Bronx. Embora a cafeína melhore moderadamente as atividades anaeróbicas (exercícios intensos e curtos), como levantamento de peso e treinamento intervalado de alta intensidade, parece mostrar o maior benefício com esforços aeróbicos (exercícios menos intensos e mais longos), como natação, ciclismo e corrida. Por exemplo, uma análise de 2020 de vários estudos sobre o efeito da cafeína no desempenho do remo descobriu que os remadores competitivos melhoraram seu tempo em cerca de quatro segundos numa prova de 2.000 metros.

Essa resposta à cafeína varia de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como genética, sexo, atividade hormonal e até dieta. Alguns veem melhoria de desempenho acima de 5%, enquanto outros não experimentam melhoria quase nenhuma.

“Existem metabolizadores rápidos de cafeína e metabolizadores lentos”, explica Mike T. Nelson, professor associado do Carrick Institute for Clinical Neuroscience.

COMO FUNCIONA?

A influência da cafeína em nosso sistema nervoso começa com a adenosina, um neurotransmissor que se conecta a receptores específicos e nos deixa sonolentos. A cafeína se liga a esses mesmos receptores, bloqueando o funcionamento da adenosina.

“Quando a cafeína bloqueia esse receptor, o resultado é um efeito estimulante”, pontua Guest.

Isso, por sua vez, libera outros hormônios como dopamina e epinefrina, que estão relacionados ao humor, foco e estado de alerta.

Alguns estudos mostraram que a cafeína também ajuda nossos músculos a produzir mais força. Nosso corpo precisa de cálcio para iniciar as contrações musculares, e a cafeína ajuda a mobilizar os íons de cálcio para que eles tenham uma maior interação com os filamentos que induzem as contrações das fibras musculares.

“A cafeína aumenta a capacidade dos músculos de se contraírem em uma taxa maior e, portanto, criaria mais força”, detalha Schoenfeld.

Outros estudos mostram outra força poderosa em ação: o efeito placebo. Se esperamos que a cafeína nos ajude a ter um desempenho melhor, isso pode ser suficiente. Uma pesquisa feita com velocistas competitivos mostrou que eles tiveram um desempenho tão bom com cafeína quanto com um placebo, desde que fossem informados de que ingeriram cafeína. Quando os atletas foram informados de que receberam um placebo, eles correram mais devagar, mesmo que tivessem recebido cafeína.

COMO VOCÊ DEVE USAR A CAFEÍNA PARA AJUDAR NO SEU DESEMPENHO ATLÉTICO?

Seja físico ou mental, os benefícios da cafeína se aplicam a atletas competitivos e àqueles que desejam apenas uma ligeira melhora em seu treino. Um estudo descobriu que a cafeína melhorou, em provas de 5km, o tempo de corredores bem treinados em 11 segundos e corredores recreativos em 12 segundos.

“Para o atleta de elite ou de alto nível, isso significará muito”, garante Nelson.

Estudos mostram que a dose ideal para melhorar o desempenho varia entre 3 e 5,9 miligramas por quilo de massa corporal.

Por exemplo, uma xícara de café de 235ml tem cerca de 100 miligramas de cafeína (isso varia de acordo com o tipo de café e do método de preparo). Portanto, duas xícaras de café para uma pessoa de 68kg resultam em 2,9 miligramas por quilo.

Experimente café com frequência até encontrar sua dose ideal. Depois de encontrá-la, a consuma cerca de uma hora antes do exercício para dar tempo de a corrente sanguínea absorver a cafeína.

EFEITOS COLATERAIS

Embora a cafeína possa ajudar no exercício, ela tem alguns efeitos adversos.

“Se o seu desempenho envolve habilidades motoras finas, elas tendem a se sair pior”, alerta Nelson.

Tomar café no fim do dia para ajudar o treino no turno pode atrapalhar deu sono.

Qualquer ganho de desempenho que a cafeína esteja lhe dando pode ser anulado se você estiver passando por uma privação crônica do sono.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

POR QUE TEMOS DIFICULDADE EM MANTER O FOCO NO DIA A DIA?

Excesso de estímulos dificulta a concentração; estipular um tempo sem interrupção é uma das soluções sugeridas por especialistas

Em 2004, Gloria Mark, professora de informática da Universidade da Califórnia, em Irvine, observou os profissionais do conhecimento em um dia típico no escritório. Usando um cronômetro, ela anotou todas as vezes que eles trocaram de tarefa no computador, passando de uma planilha para um e-mail, para uma página da web, para outra página da web e de volta para a planilha. Ela descobriu que as pessoas demoravam em média 2 minutos e meio em uma determinada tarefa antes de trocar. Quando Mark repetiu o experimento em 2012, o tempo médio gasto por funcionários de escritório em uma tarefa caiu para 75 segundos. E continuou caindo a partir daí.

“Nossos momentos de atenção enquanto estamos em nossos computadores e smartphones se tornaram curtos – muito curtos –, já que agora gastamos cerca de 47 segundos em qualquer tela, em média”, escreveu Mark em seu novo livro, Attention Span: A Groundbreaking Way to Restore Balance, Happiness and Productivity (Amplitude de Atenção: Uma Forma Inovadora de Restaurar o Equilíbrio, a Felicidade e a Produtividade, ainda sem data para ser lançado no Brasil).

Quem já tentou estudar para uma prova, escrever um relatório ou ler um livro sabe como é difícil se concentrar por períodos significativos de tempo. Normalmente, os aparelhos digitais são os culpados pela interrupção. A internet é onisciente, nossos telefones onipotentes, e juntos eles exigem e destroem nossa concentração. Mesmo quando realmente tentamos nos concentrar em uma tarefa, muitas vezes descobrimos que não conseguimos, com nossos olhos vidrados e pensamentos à deriva. Felizmente, há modos de recuperar o controle de sua atenção.

O QUE NOS DISTRAI?

As notificações são uma das principais fontes de distração – esses toques nos desconcentram do trabalho e solicitam que verifiquemos mensagens de texto, e- mails ou o Slack (programa de mensagem instantânea). Como nossos cérebros são projetados para prestar atenção à novidade, esses alertas são quase impossíveis de ignorar. E, se você tentar, provavelmente descobrirá que sua ansiedade aumenta. Em um estudo, psicólogos levaram usuários intensos e moderados de smartphones para o laboratório sob os auspícios de um experimento diferente. Eles conectaram os participantes a monitores de condutância da pele, que medem os níveis de excitação, e retiraram seus telefones, dizendo-lhes que eles interferiam no equipamento de pesquisa. Em seguida, os pesquisadores enviaram mensagens de texto aos participantes várias vezes; os telefones estavam perto o suficiente para que eles ouvissem, mas longe para que pudessem verificar.

Quando seus telefones tocavam, os níveis de excitação dos participantes disparavam. “Eles sentiam que precisavam responder àquele texto ou pelo menos ver de quem era, e não podiam”, disse Larry Rosen, professor emérito de psicologia na Universidade do Estado da Califórnia e coautor do estudo. “E isso lhes causou ansiedade.”

De acordo com Mark, também pegamos nossos telefones porque precisamos de uma pausa. Simplificando, nossos cérebros não são capazes de se concentrar por longos períodos. Manter a atenção e resistir às distrações consomem recursos cognitivos, e precisamos nos reabastecer periodicamente para recuperar o foco. Não há uma equação para calcular o número de pausas que cada um precisa por dia, mas Mark conta que é normal que o foco vá diminuindo. “Não se pode esperar que mantenhamos a atenção por um longo período de tempo, da mesma forma que uma pessoa não consegue levantar pesos o dia todo.”

Embora uma caminhada no quarteirão ou 10 minutos de meditação provavelmente sejam mais rejuvenescedores, não há nada de errado em navegar nas redes ou jogar um jogo repetitivo como Candy Crush para recarregar. O problema surge quando as pausas se tornam mais longas ou frequentes do que você pretendia. É aqui que entram o cronômetro e o autocontrole.

FAÇA PAUSA CRONOMETRADA

Para aumentar seu tempo de atenção, Rosen recomendou empregar o que ele chama de “pausa tecnológica”. Antes de se concentrar em uma tarefa, reserve um ou dois minutos para abrir os seus apps favoritos. Em seguida, defina um cronômetro para 15 minutos, silencie o telefone, vire-o para baixo e coloque-o de lado. Quando o cronômetro parar, você tem mais um ou dois minutos para verificar seu telefone – uma pausa tecnológica. Repita esse ciclo três ou quatro vezes antes de fazer uma pausa mais longa no trabalho.

O objetivo é aumentar gradualmente o tempo entre as pausas tecnológicas, ampliando-as para 20, 30 e até 45 minutos. Rosen revelou que você saberá que está pronto para se concentrar por períodos mais longos quando o cronômetro parar e você quiser permanecer na tarefa em vez de pegar o aparelho.

TENTE A LEITURA NO PAPEL

Pausas tecnológicas e autoconsciência podem ajudá-lo a controlar o desejo de pular de uma tela para outra, mas Maryanne Wolf, professora residente da Escola de Pós-Graduação em Educação e Estudos da Informação da Ucla, ensinou que mesmo quando estamos lendo apenas uma tela, não estamos muito concentrados nela. Isso ocorre porque as telas são projetadas para nos fazer ler muito rapidamente – para passar os olhos, e rolar a tela. Como resultado, não damos toda a atenção ao texto e estamos mais propensos a perder informações.

“A natureza de uma tela é atualizar as informações”, observou Wolf. “Existe uma mentalidade psicológica para ir do início ao fim o mais rapidamente possível.” Tradicionalmente, nossos cérebros tendiam a ler materiais impressos mais lentamente, em parte, porque era mais provável que voltássemos e checássemos novamente o que tínhamos acabado de ler. Esse tempo extra se prestou a processos mentais sofisticados como análise crítica, inferência, dedução e empatia.

Infelizmente, imprimir um artigo ou optar por um livro físico em vez do Kindle não garante que você se torne um leitor mais engajado repentinamente. Nossos cérebros se adaptam para ler no estilo do meio que usamos com mais frequência, e é provável que você passe muito mais tempo lendo na tela do que no papel. Como resultado, segundo Wolf, você provavelmente lê um material impresso da mesma forma que lê em tela. Para voltar à prática do que Wolf chama de “leitura profunda”, tente dedicar pelo menos 20 minutos por dia à leitura de um livro físico, juntamente com as dicas de Mark e Rosen para combater a distração. Comece com algo que você deseja ler por prazer, defina um alarme para 20 minutos, coloque o telefone no modo silencioso e obrigue-se a ler devagar e deliberadamente.

Não fique frustrado se você não ficar concentrado imediatamente. Quando Wolf tentou esse experimento, levou duas semanas até que pudesse se envolver e aproveitar o que estava lendo.

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