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ENTIDADE AMERICANA INDICA REMÉDIO E BARIÁTRICA PARA CRIANÇA COM OBESIDADE

Associação pediátrica atualiza, após 15 anos, orientações sobre como tratar excesso de peso infantil; médicos brasileiros destacam necessidade de prevenir e mudar hábitos

Associação Americana de Pediatria (AAP)  atualizou, após 15 anos, suas recomendações para o tratamento de crianças e adolescentes  com sobrepeso e obesidade.  Embora  reforce que a terapia focada em  mudança de estilo de vida seja o mais eficaz, admitiu pela primeira vez a possibilidade de intervenção combinada com medicamentos emagrecedores (a partir dos 8 anos) ou cirurgia metabólica e bariátrica (em casos de obesidade grave e pacientes com 13 anos ou mais).

O  documento é divulgado no momento em que  a obesidade, doença crônica, é considerada uma ”epidemia”, agravada com o isolamento social imposto pela covod-19. Além disso, diz a associação, os Estados Unidos têm ambiente ”cada vez mais  obesogênico”,  que promove o comportamento sedentário e escolhas alimentares pouco saudáveis.

No  Brasil, conforme a pesquisa Nacional de Saúde 2019, a  proporção de pessoas com obesidade na população adulta, entre 2003 e 2019, mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8. No ano passado, o Ministério da Saúde informou que a obesidade infantil afeta 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no País; e o excesso de peso – 6,4 milhões –  “O Brasil curiosamente saltou da desnutrição para a obesidade.

Não tivemos um intermediário”, diz Durval Damiani, chefe de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança  e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

AVAL

Especialistas ouvidos veem com bons olhos as novas recomendações. Destacam que o plano valida opções já feitas pelos médicos, mas que sofriam resistência, na visão deles, por causa de estigmas. Outro ponto elogiado é o documento reconhecer a obesidade como doença multifatorial, não uma escolha; e, sobretudo, um desafio não de alguns médicos especialistas, mas de todos os que atendem o público Jovem. ”O que chama muito a atenção é a Sociedade de Pediatria, como um todo, discutindo algo antes visto como assunto de alguns médicos especialistas em obesidade, que eram até meio marginalizados por outros”, diz o endocrinologista Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome  Metabólica (Abeso). Ele aponta que isso é um passo preventivo importante. “Ninguém desenvolve a obesidade de um dia para o outro. A gente tem batalhado muito para que o pediatra chame a atenção da criança ou do adolescente para a obesidade, mesmo que esta não tenha sido a causa primária da consulta,”

Endocrinologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, Julienne Carvalho diz que o tratamento de crianças depende muito dos pais e responsáveis. “O pediatra é o médico de confiança da família desde sempre. Ele tem de estar a par dessas informações novas, para que a família se sinta realmente segura em fazer um tratamento que, até então, não imaginava possível.”

Segundo Damiani, remédios e cirurgia são cogitados apenas quando mudar o comportamento, sozinho, não apresenta resultados. Ele conta que sua equipe foi pioneira em cirurgia bariátrica em adolescentes no País. Em 2007, operaram uma paciente de 15 anos.

“Ela tinha de andar com apoio dos pais do lado, como se fossem muleta. Não ia à escola. Você não imagina o quanto caíram em cima da gente, dizendo que éramos loucos de operar uma criança com 15 anos”, afirma.

“Chocou o mundo (a indicação de remédio ou cirurgia) porque as pessoas têm preconceito com a obesidade. Existe ainda a visão antiquada e preconceituosa de que a obesidade é uma escolha e é somente relacionada a maus hábitos de vida”, diz Halpern. No documento, a AAP destaca que a farmacoterapia pode ser prescrita para crianças a partir dos 8 anos em  ”condições especificas”, após avaliação de risco e benefício, embora frise que não haja amplo  escopo de evidências para o uso desses medicamentos em pacientes menores de 12 anos.

GOVERNO

Em contato com o Ministério da Saúde e questionou-se quais eram as recomendações  para tratamento de obesidade infantil e os planos de atualizações. A pasta informou que o SUS “oferece assistência integral às pessoas com sobrepeso e obesidade, com  atividades preventivas de vigilância alimentar, acompanhamento nutricional, além de assistência clínica e cirúrgica, como cirurgia bariátrica e reparadora para corrigir excesso de pele”.

OUTROS OLHARES

PREÇO FAZ HOMENS TRANSSEXUAIS INTERROMPEREM HORMONIZAÇÃO

Testosterona teve aumento de 380% e passou de R$ 52 para mais de R$ 250

Com aumento do valor da testosterona desde setembro de 2022 em até 380%, homens transexuais se viram obrigados a interromper o tratamento hormonal e acompanham retrocessos em seus corpos, como queda de pelos e retorno do ciclo menstrual.

A alta no preço ocorreu devido uma liminar do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que permitiu à farmacêutica brasileira EMS reajustar o valor de comércio do medicamento Deposteron (cipionato de testosterona), de fabricação própria.

A substância é utilizada em casos de hipogonadismo masculino, doença relacionada ao mau funcionamento dos testículos que causa deficiência de testosterona, e por homens trans para terapia hormonal – nessa situação, a recomendação é que o hormônio seja aplicado a cada 21 dias.

Para 2022, a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) estabeleceu ajuste máximo de 10,89% nos preços de produtos farmacêuticos. De acordo com a tabela de preços ao consumidor divulgada em abril pelo grupo, o Deposteron deveria custar em torno de R$ 52,55 em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, considerando o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) de 18%.

A tabela de dezembro, no entanto, mostra R$ 252,49. Não há previsão de que a decisão seja revista, segundo as partes, o que gera problemas imediatos para os usuários do medicamento.

É o caso de Aron Giovanni de Oliveira, 22. Formado em ciências sociais, ele vive em Goiânia e está desempregado. Afirma que a última dose de testosterona que recebeu foi em setembro, quando teve de interromper o tratamento hormonal devido à alta no preço do medicamento.

De lá para cá, ele percebeu mudanças em seu corpo, como o retorno da menstruação. Oliveira diz que reconhece que é uma situação temporária, mas lamenta que impacte não apenas seu bem-estar como seu trânsito na cidade. Segundo ele, essa é segunda vez que precisa parar o tratamento por causa do valor. Na primeira, lembra que enfrentou um processo depressivo forte. Agora, enfrenta a situação de forma mais confiante devido a ganhos na sua identidade visual, como pelos no rosto – que ficaram mais finos, mas não desapareceram. A volta da menstruação, porém, tem sido difícil.

“Perceber que eu estou regredindo nas minhas características sexuais me traz medo, além de desconforto comigo mesmo, porque eu não me sinto seguro”, diz ele.

De acordo com o médico ginecologista Sérgio Okano, professor na Universidade de Ribeirão Preto e médico-assistente do Ambulatório de Incongruência de Gênero da USP, há pioras nos sintomas de disforia de gênero, o sofrimento provocado pela discordância entre seu sexo biológico de nascimento e sua identidade de gênero.

Okano diz que nem todos apresentam o retorno do sangramento quando o período de interrupção da terapia é curto. Porém, quanto maior o tempo sem tomar o hormônio, maior a probabilidade do retorno do ciclo menstrual.

Segundo Okano, faltam pesquisas e dados referentes aos possíveis danos físicos que a interrupção do tratamento pode acarretar. “A chance de o paciente desenvolver complicações são superiores em quem faz suspensões intermitentes em relação àqueles que já fazem o uso mais contínuo.” O medicamento não é distribuído pelo SUS, afirma o ginecologista, que relata que algumas cidades conseguem comprar o hormônio por meio de parcerias com empresas ou empregões. “É uma briga que precisa acontecer porque esse tratamento é essencial para a pessoa trans adquirir essas características. Não há outra forma de se fazer isso.”

Nicholas Iqueda, 23, se viu sem recursos para obter o hormônio e acabou deixando de tomá-lo por oito meses, após quatro anos de tratamento.

“Mexeu com meu emocional estar com essa falta de hormonização”, conta. “Não achei que poderiam voltar a acontecer algumas coisas, como sangrar. Eu tinha prometido para mim mesmo que eu nunca mais iria passar por isso porque eu vivia momentos horríveis durante o meu ciclo.” Porém, em novembro, o ciclo menstrual retornou. “Fiquei dias sem falar com a minha namorada, falei coisas absurdas, me diminuindo como homem e me sentindo inferior. Comecei a duvidar de mim mesmo, se eu era homem o suficiente”, relembra.

Em dezembro, ele conseguiu comprar um hormônio mais concentrado que o Deposteron, o undecilato de testosterona, que possui intervalo de três em três meses. Mesmo que continue desempregado, ele diz que não vai deixar mais de tomar o remédio. “Vou conseguir outro emprego, mesmo se não conseguir, vou me virar para conseguir tomar o remédio”, diz ele, que ainda está pagando parcelado a dose de dezembro. A farmacêutica EMS, fabricante do Deposteron, diz que o medicamento obteve registro sanitário em 1992, período anterior à criação da CMED. “Por causa disso, o Deposteron possuía um teto inicial de precificação que seguiu defasado por todo esse período. Somente em agosto de 2022, para estar de acordo com as condições e os mesmos critérios da atual legislação, o preço do Deposteron passou por uma adequação junto aos órgãos competentes”, afirmou.

GESTÃO E CARREIRA

MODELO DE GESTÃO ‘SEM CHEFE’ DÁ AUTONOMIA E ESTIMULA A EQUIPE

Com decisões tomadas de forma mais horizontal, profissionais podem tocar projetos com menos burocracia

Para a maioria das empresas, era inimaginável até pouco tempo atrás ter uma cultura organizacional em que os funcionários atuassem com mais autonomia, substituindo o “chefe mandão” por um modelo de gestão mais horizontal e colaborativo. Com a pandemia, que impôs o trabalho remoto, boa parte das organizações percebeu que o formato funciona e pode ser mais produtivo. Com autonomia, flexibilidade e liberdade, trabalhadores entregam resultados melhores.

Essa é uma das premissas do movimento “unbossing”, que prega a transição de um sistema de hierarquia muito delimitado para o modelo unboss (sem chefe), em que o objetivo está mais nos processos cooperativos. A ideia não é nova. Quem lançou a reflexão foi o veterano gestor e conselheiro empresarial Lars Kolind e o “serial startupper” (fundador de uma série de startups de sucesso) Jacob Botter, autores do livro Unboss, de 2012.

Boa parte da teoria criada pela dupla dinamarquesa foi baseada na experiência do próprio Kolind na Oticon, empresa de aparelhos auditivos fundada em 1904, que ele assumiu como presidente no final da década de 1980. Na época, a companhia estava estagnada e começava a perder mercado para concorrentes como Philips e Siemens.

Kolind foi ousado. Virou a gestão da empresa de ponta-cabeça, estabelecendo uma estrutura que descentralizou o poder e as tomadas de decisão. A ideia era inspirar pessoas a pensar, decidir e perseguir um propósito comum dentro da organização.

No formato, o gestor deixava de ser um controlador para ser um apoiador do processo. E os resultados para o negócio vieram poucos anos após a mudança: no final de 1995, o faturamento da Oticon foi de US$ 160 milhões (R$ 820 milhões), com lucro de US$ 20 milhões (R$ 102,5 milhões) – aumento de 100% em relação a 1990.

AUTONOMIA

“O termo unbossing está muito associado ao conceito de “liderança servidora”, em que o líder se adapta às necessidades da equipe, ouve mais do que fala, oferece mentoria, treina e desenvolve as pessoas”, afirma Caroline Marcon, consultora especializada no desenvolvimento de líderes e equipes de alta performance. Ela diz que teve a oportunidade de participar de perto do processo de unbossing da Novartis, que começou uma transformação global em 2019. “Na essência do conceito estava promover uma cultura de inovação na companhia, porque eram emergentes a perda de patentes e a necessidade de inovar em termos de soluções médicas.”

Os bons resultados do negócio, diz Caroline, apareceram, pois mais pessoas passaram a pensar em uma solução criativa e diferente para a resolução de problemas. “Isso também transforma o ambiente corporativo em termos de aprendizagem, não só para as equipes, mas para os líderes, porque todos aprendem juntos. É um ambiente de maior segurança psicológica, informalidade e colaboração que desenvolve as pessoas de maneira geral.”

ASPIRAÇÕES

Para Jonata Tribioli, especialista em cotas de empreendimento e um dos diretores comerciais da construtora e incorporadora NeoIn, a gestão no desenvolvimento e resultados dos funcionários trazem bons frutos. “Ninguém sabe de tudo. As experiências individuais podem contribuir muito com o todo porque os ângulos, perspectivas e experiências são diferentes”, diz. “Temos 130 pessoas trabalhando no escritório. São 130 mundos diferentes, com visões diferentes e que podem acrescentar absurdamente ao negócio.” O executivo afirma que o formato conecta a empresa com as aspirações pessoais do trabalhador por meio de treinamentos. “(O funcionário) Tem de assumir o poder pessoal e a própria criatividade, além das responsabilidades do lugar a que ele quer chegar. Esse modelo de gestão mais horizontal está muito ligado ao respeito às vivências de cada um”, diz.

DECISÕES

Presidente e diretor de marketing da empresa de bebidas One More, Arthur Guimil diz que o modelo sem chefe já estava na empresa desde a sua criação. Mas ele entende que, conforme a companhia for crescendo, adaptações serão necessárias.

“Por exemplo, não vai dar mais para todo mundo sentar na mesma mesa, mas dá para todos estarem no mesmo ambiente, dentro dessa estrutura ágil e versátil”, afirma. “É diferente de uma estrutura burocrática, em que a decisão demora para chegar. Mantendo os colaboradores com autonomia e responsabilidade para tocar os projetos, os resultados acabam vindo de uma forma muito mais positiva”, diz.

O executivo diz acreditar que a cultura da empresa também fica mais sólida em um ambiente colaborativo, ponto importante para que o time se sinta estimulado e parte do negócio. Isso também impacta o turnover, que se torna bem menor, segundo ele. “A gente passa 10, 12 horas por dia trabalhando e não tem como desassociar o trabalho do pessoal, então tem esse estímulo por leveza e alegria. Mas, é claro, cobrando a responsabilidade de todo mundo, dado que a autonomia para tocar os projetos é muito maior”, diz. Para isso, há um cuidado para que o alinhamento e a comunicação sejam diretos e claros.

A One More adotou momentos diários batizados de touch points, em que são compartilhadas informações sobre a evolução dos projetos, quais as dificuldades e onde é preciso ajudar. As reuniões ocorrem com a participação de toda a equipe. “O financeiro faz parte das tomadas de decisão do marketing, que por sua vez faz parte das tomadas de decisão do comercial”, diz Guimil. “A gente vai evoluindo junto, acompanhando as tarefas em conjunto, o que faz com que todo mundo esteja na mesma página e ciente das dificuldades e desafios.”

EU ACHO …

AI DE NÓS, QUEM MANDOU?

Mulheres ganham salários menores que os dos homens, e líderes feministas seguem lutando para reverter essa injustiça. Mas já não sei se é boa ideia continuar batalhando por igualdade. Depois de ler o resultado de uma recente pesquisa feita pela Universidade de Harvard, fiquei inclinada a pensar que talvez seja melhor manter as coisas como estão. A pesquisa chama-se Schooling Can’t Buy Me Love (Escolaridade não pode me comprar amor) e confirma que quanto mais as mulheres estudam, mais elas progridem. Porém, quanto mais bem-sucedidas, menores as chances de casar. Os homens ainda não estão preparados para abrir mão da superioridade que o papel de provedor lhes confere. E mesmo os mais antenados, que apoiam que suas mulheres sejam independentes, ficam inseguros se elas tiverem cargos de chefia e muita visibilidade. Ganhar dinheiro, tudo bem, mas aparecer mais do que eles já é desaforo.

Beleza. O que vamos dizer para nossas filhas? Estudem, mas fazer doutorado e mestrado é exagero, antes um bom curso de culinária. Tenham opiniões próprias quando conversarem com as amigas, mas em casa digam apenas “ahã” para não se incomodar. Usem seu dinheiro para comprar roupas, pulseiras e esmaltes, esqueçam o investimento em viagens, teatro e livros. E na hora de se declararem, troquem o “eu te amo” por “eu preciso de você”, “eu não sou ninguém sem você”, “eu não valho meio quilo de alcatra sem você”. Homens querem se sentir necessários. Amados, só, não serve.

Que encrenca que as feministas nos arranjaram. Estimularam o pensamento livre, a autoestima, a produtividade e a alegria de trilhar um caminho condizente com nosso potencial. De apêndices dos nossos pais e maridos, passamos a ter um nome próprio e uma vida própria, e acreditamos que isso seria excelente para todos os envolvidos, afinal, os sentimentos ficaram mais honestos, e com eles os relacionamentos. O amor deixou de ser o álibi para um lucrativo arranjo social. Passou a ser mais espontâneo, e as carências de homens e mulheres foram unificadas, já que todos precisam uns dos outros para dividir angústias, trocar carinho, pedir apoio, confessar fraquezas, unir forças no momento das dificuldades. Todos se precisam da mesma forma, não de formas distintas. Mas há quem defenda que homem só precisa de paparico e mulher de quem tome conta dela, e basta.

Nunca imaginei que em 2010 ainda estaria escrevendo sobre isso. Achei que os homens já tivessem percebido o quanto ganham em ter uma mulher inteira a seu lado, e não um bibelô. Acreditei que a competitividade tivesse dado lugar a um companheirismo mais saudável e excitante, onde todos pudessem se orgulhar dos seus avanços e se apoiar nas quedas, mas que iludida: isso não existe, filha. Essas mulheres aí que não cozinham, não passam, não lavam, que só evoluem, essas não são exemplo pra ninguém, são umas coitadas de umas infelizes que pagam as contas e ainda se acham divertidas, se fazem de inteligentes, querem bater perna em Nova York, pois vão arder no fogo do inferno, vão amargar na solidão, vão morrer abraçadas nos seus laptops, aqui se faz, aqui se paga, pode escrever.

Tamo ferrada.

MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

MAGNÉSIO, O NUTRIENTE QUE FALTA NA MAIORIA DA POPULAÇÃO

Mineral é responsável por ajudar mais de 300 enzimas em vários processos no corpo, além de contribuir para uma noite de sono reparadora

Nos últimos meses, muito se falou nas redes sociais sobre a importância dos suplementos de magnésio. Muitos sugerem que sintomas como problemas para dormir, músculos tensos e baixa energia são sinais de que você tem uma deficiência deste mineral e que deve tomar um suplemento.

Acontece que a maioria de nós provavelmente tem deficiência em magnésio. Segundo algumas pesquisas, grande parte das pessoas não consome a quantidade recomendada do nutriente para atender às necessidades do corpo. Estima-se que mesmo em países desenvolvidos entre 10% e 30% da população tenha uma leve deficiência do mineral.

O magnésio é um dos muitos micronutrientes de que o corpo precisa para se manter saudável. Ele é essencial para ajudar mais de 300 enzimas a realizar vários processos químicos no corpo, incluindo aqueles que produzem proteínas, fortalecem os ossos, controlam o açúcar no sangue e a pressão sanguínea e mantêm os músculos e os nervos saudáveis. O magnésio também atua como um condutor elétrico que ajuda o coração a bater e a contrair os músculos. Além disso, o nutriente atua na produção de neurotransmissores que contribuem para um sono de qualidade.

Dada a importância do mineral para o corpo, se você não estiver consumindo o suficiente, a falta dele pode causar uma miríade de problemas de saúde. Mas, ainda que a maioria de nós provavelmente seja deficiente em magnésio, isso não significa que você precise tomar suplementos para garantir que está ingerindo o suficiente.

Na verdade, com um planejamento adequado, a maioria de nós pode obter todo o magnésio de que precisamos com os alimentos que ingerimos.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE FALTA DO MINERAL?

A maioria das pessoas com baixos níveis de magnésio não é diagnosticada, porque os níveis de magnésio no sangue não refletem com precisão quanto dele é realmente armazenado nas células. Vale lembrar que os sinais de que há baixa do mineral no corpo só se tornam evidentes quando você já apresenta uma deficiência instalada.  Os sintomas incluem fraqueza, perda de apetite, fadiga, náuseas e vômitos.  Mas as manifestações que você experimenta e sua gravidade dependerão de quão baixos são seus níveis.

Se não for controlada, uma deficiência de magnésio está associada a um risco aumentado de alguns problemas crônicos, incluindo doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes tipo 2, enxaquecas e doença de Alzheimer.

Embora qualquer pessoa possa desenvolver uma deficiência de magnésio, certos grupos correm mais risco, incluindo crianças e adolescentes, idosos e mulheres na pós-menopausa.

Distúrbios como doença celíaca e doença inflamatória intestinal, que dificultam a absorção de nutrientes pelo corpo, podem torná-lo mais propenso à deficiência de magnésio, mesmo com uma dieta saudável. Pessoas com diabetes tipo 2 e alcoólatras também são mais propensas a ter baixos níveis de magnésio. Além disso, a grande maioria das pessoas nos países desenvolvidos corre o risco de deficiência de magnésio devido a doenças crônicas (certos medicamentos prescritos como diuréticos e antibióticos, que reduzem os níveis do mineral), diminuição do teor de magnésio nas plantações e dietas ricas em alimentos processados.

COMO INCORPORAR O NUTRIENTE NA DIETA?

Com os muitos problemas que podem ocorrer devido aos baixos níveis de magnésio, é importante certificar-se de que você está comendo o suficiente em sua dieta.

A quantidade recomendada de magnésio que uma pessoa deve consumir diariamente dependerá de sua idade e estado de saúde. Mas, em geral, os homens de 19 a 51 anos devem ingerir entre 400 e 420mg por dia, enquanto as mulheres nessa faixa etária devem consumir entre 310 e 320mg.

Embora frutas e vegetais hoje contenham menos magnésio do que há 50 anos, e o processamento remova cerca de 80% desse mineral dos alimentos, ainda é possível obter todo o nutriente necessário em sua dieta se você a planejar com cuidado.

Alimentos como nozes, sementes, grãos integrais, legumes, vegetais de folhas verdes (como couve ou brócolis), leite, iogurte e alimentos fortificados são ricos em magnésio.

Apenas 28 gramas de amêndoas contêm 20% das necessidades diárias de magnésio dos adultos.

Embora a maioria de nós seja capaz de obter todo o magnésio necessário dos alimentos que ingerimos, certos grupos (como adultos com mais idade) e aqueles com determinadas condições de saúde podem precisar de um suplemento. Mas é importante conversar com seu médico antes de iniciar a suplementação.

Esses produtos são seguros nas dosagens sugeridas, no entanto é importante tomar apenas a quantidade recomendada. Ingerir magnésio demais pode causar certos efeitos colaterais, como diarreia, mau humor, pressão arterial baixa. Também é recomendado que as pessoas com insuficiência renal não os tomem, a menos que sejam prescritos.

O magnésio também pode prejudicar a eficácia de vários medicamentos, incluindo alguns antibióticos comuns, diuréticos e medicamentos para o coração.

Suplementos de magnésio não são uma solução concreta. Embora ajudem, eles não abordam as causas profundas de sua deficiência, como certas condições de saúde que podem causar os baixos níveis.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

NO RITMO DO RELÓGIO DA MENTE

Depressão acelera envelhecimento, revela pesquisador

Pessoas acometidas pela depressão costumam se sentir – e parecer – mais velhas do que informa a certidão de nascimento. Não se trata de apenas de sensação. A depressão pode, de fato, tornar uma pessoa mais velha do que a idade cronológica, pois causa envelhecimento acelerado. Um novo estudo de cientistas brasileiros, franceses e canadenses não apenas demonstra esse envelhecimento, como indica caminhos para melhorar o diagnóstico e o tratamento da mais comum das doenças mentais. Ela afeta cerca de 4% da população mundial – ou 320 milhões de pessoas – , pelas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de abrir novas vias para se criar medicamentos, o trabalho mostra que jejum e exercícios ajudam no tratamento e na prevenção.

“A depressão está associada a um envelhecimento acelerado e evidências desse processo são encontradas mesmo em pacientes jovens”, destaca um dos autores do estudo, Flávio Kapczinski, professor titular de psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre.

A chave está numa proteína chamada GDF11 (sigla em inglês para fator de diferenciação de crescimento 11) revela a pesquisa, publicada no periódico Nature Aging. A GDF11 é um fator de rejuvenescimento. É produzida pelo organismo para dizer às células quando é a hora do detox, de se limpar e jogar fora estruturas celulares danificadas. A ciência chama isso de autofagia.

A depressão está ligada a falhas na autofagia, afirmam os pesquisadores. Há mais de duas décadas Kapczinski e seu grupo investigam os mecanismos biológicos da depressão e outras doenças psiquiátricas, como o transtorno bipolar. Em 2014, quando o papel antienvelhecimento da GDF11 foi descoberto, eles imaginaram que ele poderia ter relação com a depressão. O artigo é a prova de que estavam certos.

“Identificamos fatores tóxicos na depressão e fechamos uma parceria com o Instituto Pasteur, na França, que investigava o papel da GDF11 no rejuvenescimento de neurônios no hipocampo. Mostramos que em animais deprimidos e idosos, essa proteína promove autofagia nos neurônios e isso tem efeitos que melhoram a memória e a depressão”, destaca Kapczinski, considerado um dos pesquisadores mais influentes do mundo em psiquiatria, também diretor do Programa de Neurociência da Universidade McMaster, no Canadá, e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM).

Participaram do estudo cientistas do Pasteur, da McMaster e do Brasil, do grupo do INCT-TM. Os pesquisadores também descobriram que em pacientes deprimidos os níveis de GDF11 são mais baixos. Inclusive nos jovens – a média de idade dos 120 participantes do estudo era 26 anos.

“Uma das coisas que chama atenção nos pacientes com depressão é que parecem mais velhos. Nossa linha de estudo mostra uma razão biológica. O nível de GDF11 está baixo mesmo nos jovens com depressão e indica que eles estão envelhecendo de forma acelerada. Esses níveis baixos de GDF11 podem ser um biomarcador de depressão”, explica o cientista.

Nos animais usados como modelos de depressão foram identificados os sinais de envelhecimento: aumento da inflamação e de oxidantes, diminuição dos telômeros (extremidade dos cromossomos que encurta à medida que se envelhece) e de fatores de crescimento celular.

Tratados como GDF11, os roedores melhoraram dos sintomas de depressão e também de demência. Kapczinski esclarece que na demência há acúmulo indesejável de proteínas por falhas na autofagia. Também é sabido que doenças mentais como a depressão e mesmo o estresse crônico aumentam o risco de demência. Assim, normalizar a autofagia seria uma forma de tratar esse quadro.

“Por isso, acreditamos que, além de ser um marcador biológico da depressão, a GDF11 possa abrir portas para um novo antidepressivo ou medicação para a demência”, enfatiza o cientista.

A GDF11 faz parte de uma complexa rede de interações químicas dentro das células. Ela inibe outra substância chamada mTOR. O papel desta última é bloquear a autofagia no neurônio. Na depressão esse processo de faxina celular está desregulado. Por isso, quando se administra GDF11, os neurônios voltam a realizar a autofagia e a funcionar com normalidade.

Os resultados encontrados em animais precisam ser confirmados em seres humanos, mas Kapczinski está convencido que o caminho rumo a tratamentos mais eficientes para a depressão e a demência é promissor.

“Quem tem depressão começa a envelhecer mais cedo. E talvez ela seja parte de um quadro mais complexo no processo de envelhecimento. O efeito da GDF11 é particularmente forte nos neurônios, mas ele está presente em outros tecidos. Há muita coisa que não sabemos, mas o que descobrimos nos deixa animados”, enfatiza Kapczinski.

FAÇA VOCÊ MESMO

Existem formas de estimular o organismo a manter a faxina interior em dia e prevenir doenças sem recorrer a medicamentos. Exercícios aeróbicos e jejum intermitente estimulam a autofagia e são aliados importantes contra a depressão e as perdas cognitivas, frisa o professor de psiquiatria.

Tanto o jejum quanto a atividade aeróbica mais intensa estimulam as células a se livrarem daquilo que prejudica seu funcionamento.

O cientista diz que uma hipótese é que esse efeito benéfico seja uma herança evolutiva do tempo em que seres humanos eram obrigados a percorrer muitos quilômetros para comer e não serem comidos. E também a suportarem longos períodos sem alimentos.

Sob estresse da atividade física intensa e da falta de comida, o organismo se protegia. Entretanto, sem essa limpeza, verdadeiros detritos celulares se acumulam e, com o passar do tempo, causam danos.

Um exemplo dos benefícios da dieta e do exercício é o caso de uma paciente tratada pelo grupo de Kapczinski, em Porto Alegre. Aos 66 anos, Joana (esse não é o nome verdadeiro da paciente) se viu prisioneira da depressão. Ela vivia isolada em casa e não tinha disposição para nada.

“A primeira coisa que nos chamou atenção é que ela parecia mais velha do que sua idade cronológica”, diz o psiquiatra.

Dona Joana também estava acima do peso e era extremamente sedentária. Na verdade, passava a maior parte do tempo deitada. Chorava fácil, se lamentava de tudo, perdera a autonomia e tinha déficit de memória. Sofria de síndrome metabólica: glicemia e colesterol nas alturas, gordura visceral (em torno dos órgãos) acumulada e inflamação pelo corpo. Vivia à base de sedativos e calmantes, mas isso não aliviava a ansiedade.

TRANSFORMAÇÃO

Kapczinski diz que a melhora significativa do quadro depressivo aconteceu quando ela, além da terapia farmacológica, passou a realizar um programa intensivo de exercícios aeróbicos e dieta.

Antes, dona Joana chegava a beber nada menos que cinco litros de refrigerantes por dia e comia basicamente alimentos ultraprocessados. Trocou tudo isso por água e dieta saudável.

“Em seis meses a paciente reduziu o peso, aumentou a mobilidade e voltou a participar de reuniões familiares. Teve melhora da memória e das funções cognitivas”, conta ele, salientando a importância da atividade física e da dieta no tratamento de doenças mentais.

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