ZUMBIDO NO OUVIDO REQUER DIAGNÓSTICO PRECISO
Além da perda auditiva, o distúrbio pode estar relacionado a outras doenças

Semelhante à dor, o zumbido no ouvido não é uma doença, mas um sintoma que se manifesta com a percepção do som, principalmente com um tom agudo (classificado como chiado, assovio, apito ou barulho de cigarra), mesmo na ausência de ruídos externos. A condição é incômoda e afeta a qualidade de vida, interferindo no sono nas atividades cotidianas.
Nos casos mais graves, pode causar reações negativas e diferentes emoções, especialmente ansiedade e estresse. O transtorno pode se desenvolver gradualmente ou ocorrer de forma repentina, ser transitório ou permanente, e afetar pessoas em diferentes idades, especialmente adultos e idosos.
As causas podem ser diversas, como perda auditiva uni ou bilateral, principalmente relacionada à idade, acúmulo de cera, otite, sinusite, lesões ou corpo estranho no interior do ouvido.
Também pode ser provocada por danos causados por ruídos, vertigem, estresse, tensão muscular, distúrbios da coluna cervical, disfunções temporomandibulares e maxilares, além de medicamentos, doenças metabólicas, cardiovasculares ou neurológicas.
“O zumbido pode ser sinal de outros problemas de saúde não associados à audição, por isso o médico deve sempre ser procurado o quanto antes. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz o tratamento”, alerta o otorrinolaringologista Nassib Kassis Filho.
MEDICAMENTOS E TERAPIAS
Existem inúmeras maneiras de neutralizar o zumbido irritante nos ouvidos e o tratamento varia de acordo com o diagnóstico e a duração dos sintomas. “Na maioria dos casos, existe tratamento com medicações, dietas e prótese auditiva quando associados à perda auditiva.
Tudo depende do diagnóstico e causa do zumbido”, explica o otorrinolaringologista Carlos Eduardo Cervantes.
É importante destacar que, em alguns casos, o tratamento pode não ser totalmente eficaz – ou seja, pode eliminar ou reduzir os sintomas do zumbido.
Segundo o otorrinolaringologista Nassib Kassis Filho, o tratamento é direcionado à eventual causa, por isso, a terapia medicamentosa e paliativa não está indicada, exceto nos casos de diagnóstico definido. “Investigada a causa e havendo um tratamento, o problema será amenizado ou resolvido”, destaca o médico. Entretanto, geralmente não há uma solução rápida para o zumbido, a melhora ocorre gradualmente com o tempo. Além disso, havendo uma condição de saúde subjacente, a mesma deve ser tratada.
Para alguns pacientes, quando o uso de medicamentos não é suficiente, a terapia de retreinamento do zumbido que integra abordagens comportamentais pode ser indicada. Ela visa auxiliar na maneira como o cérebro responde ao barulho no ouvido, treinando o paciente para que ele se torne cada vez mais menos consciente do zumbido.
Entre outras medidas, técnicas de relaxamento e controle do estresse também podem ajudar, trazendo benefícios não apenas na luta contra o zumbido, mas auxiliando no combate de diversas outras doenças.
DIAGNÓSTICO EXIGE EXAMES ESPECÍFICOS
A base para um diagnóstico é uma anamnese abrangente associada a exames específicos, normalmente solicitados por um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo, que visam apontar a eventual causa do zumbido.
“O diagnóstico sempre é importante para descartar as causas mais graves que são possíveis, principalmente as de origem neurológica. Para isso, é necessária a realização do exame físico, audiometria e ressonância magnética do crânio. Em alguns casos a tomografia computadorizada dos ossos temporais também pode ser solicitada”, explica o otorrinolaringologista Carlos Eduardo Cervantes.
Além disso, posteriormente, se necessário, outras patologias devem ser investigadas, envolvendo outros exames e especialistas.
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