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CURSOS ENSINAM COMO SE EXPRESSAR DO JEITO CERTO NOS FLERTES ONLINE

As mensagens de texto são o primeiro contato – e a primeira barreira – de casais que se conhecem por aplicativos de relacionamento

Abby Norton, uma editora de 24 anos, começou a conversar com uma pessoa que conheceu em um aplicativo de relacionamento, mas logo precisou fazer uma viagem de duas semanas ao exterior. Devido aos diferentes fusos horários, ela e seu pretendente lutaram para estabelecer uma rotina de comunicação enquanto ela estava fora. Assim que Abby voltou para os Estados Unidos, onde mora, os dois se encontraram pessoalmente, mas as mensagens de texto ainda pareciam insatisfatórias, sendo enviadas apenas “algumas vezes por dia, apesar de estarem no mesmo fuso horário”. Isso deixou Abby com muita ansiedade.

“Cheguei ao ponto de chorar uma noite sem ter notícias dele por um ou dois dias. Percebi que tinha problemas internos para resolver que me levaram a este ponto de insegurança e ansiedade”, conta a jovem.

Então ela decidiu procurar ajuda profissional e buscou um curso de mensagens de texto específicas para namoro. Esse é um campo emergente nos EUA. Ao fim, ela se matriculou em um curso chamado “Texting Communication Cure Crash Course” (que pode ser traduzido, do inglês, como um “curso intensivo para ‘curar’ sua comunicação por mensagens de texto”) ministrado pela terapeuta e coach de relacionamento Kelsey Wonderlin.

Wonderlin, que oferece cursos de namoro desde de 2021, é uma das várias coaches que tenta fornecer aos clientes as habilidades de comunicação por escrito necessárias para levar os “matchs” dos aplicativos para o mundo real e fazer com que durem.

Com quase 180 mil seguidores no Instagram, Blaine Anderson, outra coach de relacionamento, percebeu que seus vídeos sobre mensagens de texto sempre faziam sucesso com a maior parte de seu público masculino. Isso, somado a sua experiência pessoal em receber mensagens estranhas em aplicativos de namoro a incentivou a lançar um curso chamado “Texting Operating System” (“Sistema operacional de mensagens de texto”, em tradução livre do inglês) “para eliminar o estresse e a ansiedade dos homens ao se comunicar com mulheres por meio de mensagens”.

De acordo com Damona Hoffman, também coach de relacionamento e apresentadora do podcast “Dates&mates”, muitas pessoas ficam presas no que ela chama de “textationships” (a soma das palavras “texto” e “relacionamento”, em inglês). As mensagens de texto se tornaram uma nova fase do namoro, diz ela, em seu curso “The Dating Accelerator” (“O acelerador de namoros”, em tradução livre do inglês). Um dos objetivos do curso é que as pessoas evitem passar muito tempo na etapa do “textationships”.

FALTA DE HABILIDADE DIGITAL

Apesar do uso generalizado de aplicativos de namoro, as especialistas acreditam que nossa sociedade como um todo ainda carece significativamente de habilidades de comunicação digital. A razão, de acordo com Wonderlin, é que não há um lugar onde as pessoas possam aprender como iniciar e manter um relacionamento saudável no meio online. Em vez disso, muitos são forçados a descobrir as coisas por conta própria.

Afinal, mensagens de texto ainda são um meio de comunicação relativamente novo. Nossos cérebros não estão programados para pensar em mais de cem caracteres por mensagem, acredita Anderson. Embora as mensagens de texto sejam convenientes, elas não têm a textura e a profundidade das conversas pessoais.

“Traduzir nossos sentimentos complexos e sutis em mensagens nítidas é difícil, o que torna mais fácil dizer a coisa errada”, avalia.

Hoffman diz que não é surpreendente que as pessoas estejam enfrentando problemas. Embora muitas pessoas gostem de enviar mensagens de texto por conta da velocidade e eficiência, há muito espaço para interpretações errôneas.

“Sempre faltou educação em comunicação saudável”, pontua Wonderlin. “Mas como a maioria das pessoas se conhece online hoje em dia e começa a enviar e receber mensagens de texto imediatamente, as mensagens se tornaram o meio pelo qual as pessoas formam seus padrões de comunicação em um novo relacionamento.

Como muitas pessoas preferem se comunicar por texto em vez de falar por ligação telefônica antes do encontro, “é importante definir o tom desde o início para uma comunicação saudável e recíproca”, afirma a coach de relacionamento.

Enquanto o curso de Anderson se concentra principalmente na psicologia por trás de diferentes mensagens e fornece modelos de mensagens de texto, o treinamento de Wonderlin aborda a importância de criar uma comunicação saudável desde o início de um relacionamento.

Dan Leader, um engenheiro de 36 anos, se inscreveu no curso de Anderson em dezembro “porque não estava transformando muitas conversas em encontros e, quando conseguia encontros, eles não levavam a segundos encontros”:

“Desde que fiz o curso, escrevo com propósito e intenção. Faço perguntas para conhecer a pessoa e para que ela possa me conhecer. Então eu faço um plano claro para definir um encontro em um momento apropriado.

Embora as pessoas solteiras geralmente aprendam que, para ser desejável, você deve ser desinteressado ou se fazer de difícil, cursos como o de Wonderlin deram a participantes como Abby Norton e Laura Matson, uma fisioterapeuta de 36 anos, a confiança para perceber quando elas estão sentindo a necessidade de conversar por mais tempo com alguém por quem estão interessadas e o que fazer nessas situações.

“Em vez de pensar demais e ficar ansiosa”, Laura conta que aprendeu a desligar o telefone e fazer atividades relaxantes antes de voltar a tentar conversar com seus pretendentes.

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CRECHE PARA CÃES OFERECE DE NATAÇÃO A FESTA

Negócio ganha espaço com retorno de tutores ao escritório; pacotes incluem até monitoramento de pets por vídeo

Se o conceito de “mãe e pai de pet” ganhou força nos últimos anos, um tipo de negócio mira esse público com precisão: as creches para cães, que tratam os animais quase como alunos e dão aos seus tutores diversas experiências que teriam com um filho humano.

Clientes do serviço costumam deixar seu companheiro na creche de manhã e buscar no fim da tarde. Geralmente, é preciso preparar uma lancheira com aquilo que o bicho vai comer ao longo do dia.

As instituições oferecem ração comum e alguns petiscos, mas cada cão tem suas preferências, então o melhor é garantir.

Ao longo do dia, se a saudade apertar, basta acessar um link ou app e ver imagens ao vivo do pequeno, como em um Big Brother. Dá para checar se o animal está amuado em um canto ou interagindo com os coleguinhas. Se está se engajando nas atividades, como adestramento ou natação, e aprendendo coisas novas.

Há locais que também enviam vídeos curtos aos donos, no formato Stories, ao flagrar algum momento marcante.

Como nas escolas infantis, há brinquedos e paredes coloridas, monitores que chamam para brincar e eventos para estimular a socialização e deixar os pais orgulhosos, como festinhas de aniversário. Em outubro, por exemplo, teve creche que vestiu os bichos como pequenos bruxos e cantou parabéns para eles em clima de Halloween.

Essas atividades movimentam o mercado de serviços para animais, que vive um momento de alta pós-pandemia. Muita gente resolveu adotar um bicho enquanto estava trabalhando de casa. Conforme a volta ao presencial foi sendo exigida, pais de pet de primeira viagem ficaram em dúvida sobre o que fazer.

“A gente pegou um cão na pandemia, quando ficava o tempo todo em casa. Meu marido teve de voltar ao trabalho presencial full time. Eu tenho agenda mais flexível, mas a gente não teve como não colocar em uma creche. Ele não podia ficar sozinho”, conta a publicitária Letícia Natívio, 34, que mora na Mooca, zona leste de São Paulo.

Letícia conta que a decisão de adotar o beagle Pepino di Capri, 2, foi súbita.

“A gente foi ao canil e voltou de lá com um cachorro.” Hoje, Pepino vai a uma creche no bairro três vezes por semana, por R$ 500 mensais. O valor pode variar: o local pode oferecer serviços como banho e tosa e incluir o valor no fim do mês, por exemplo.

“A creche resolve várias questões: a minha falta de tempo, a necessidade do cão de gastar energia, de dar a ele uma rotina mais saudável. Ele volta supercansado e não costuma dar trabalho naquele dia.” Letícia diz que não imagina mais a rotina de Pepino sem a creche, mas que foi preciso fazer testes até achar a frequência ideal.

“Uma vez por semana era pouco, mas com quatro dias ele ficava supercansado. Ele teve uns desarranjos intestinais também. É preciso ter um equilíbrio”, aponta.

As creches costumam oferecer flexibilidade de dias em pacotes variados. Na Patrulha dos Cães, por exemplo, o pacote com uma ida semanal parte de R$ 360. Já seis visitas por semana saem por R$ 1.090 mensais.

O local tem cerca de 150 cães cadastrados, mas recebe entre 70 e 80 deles a cada dia.

“Depois da pandemia, muita gente que adotou acabou levando o cachorro para socializar na creche. E os tutores estão cada vez mais preocupados em saber o que está sendo feito, acompanham pelas câmeras”, diz Juliana Gonçalves, 39, uma das proprietárias da creche Patrulha dos Cães. Para evitar conflitos, os monitores ficam de olho na linguagem corporal dos bichos e buscam se antecipar a possíveis problemas. É comum também que os frequentadores passem por um período de adaptação antes de entrar para as turmas regulares. Nos últimos meses, Juliana ampliou a equipe de 4 para 9 funcionários e planeja abrir uma segunda unidade em 2023. Além de empregar monitores e veterinários, a Patrulha também costuma adquirir kits de festa feitos para cães, para celebrar os aniversários. Uma das fornecedoras, a Badalacão, oferece pacotes com bolos e outros petiscos para serem consumidos pelos cães. Custam em torno de R$ 150 por bicho e incluem decorações temáticas. As receitas geralmente têm sabor insosso para os humanos, mas cheiro potencializado para agradar ao olfato canino.

Geralmente, os monitores montam o cenário da festa, como encher as bexigas e fixar as decorações na parede, montam as mesas de petiscos e tiram as fotos dos pets “celebrando” as datas com os amiguinhos. As imagens depois são enviadas aos tutores, caso eles não possam estar presentes.

“No fim de ano, muita gente quer dar mimo para o cachorro. Aí fazemos panetones, biscoitos natalinos, costuma ter muita demanda”, conta Gabriela Martinez, 29, criadora da Badalacão.

Ex-funcionária de uma creche pet na zona sul de São Paulo, ela começou o negócio em 2016, como fonte de renda extra, mas dois anos depois deixou seu emprego e passou a se dedicar ao negócio em tempo integral.

Hoje, vende em média entre dois e três kits de festa por dia para adultos que querem ver seus companheiros com patas se divertindo como se fossem crianças.

GESTÃO E CARREIRA

CARREIRA EM TECNOLOGIA SEGUE PROMISSORA

Executivos afirmam que cortes em big techs e startups são passageiros, mas os critérios para reabrir vagas serão rigorosos

A onda global de demissões que se estende desde o ano passado em startups e big techs como a Microsoft chacoalhou as estruturas do mercado de tecnologia. Executivos ouvidos, porém, dizem que há vagas na área e que elas continuarão existindo, mas de forma mais criteriosa. Segundo eles, a fase é passageira, e o setor continua promissor para os profissionais.

Diego Alvarez, cofundador da edtech Strides, afirma já ter visto esse cenário antes. Em 2008, ele fazia estágio na Microsoft, nos Estados Unidos, e presenciou demissões em massa diante da crise financeira. Ali, ouviu histórias sobre o crash da bolha da internet em 2001, quando empresas de tecnologia se desfizeram após uma fervorosa alta de investimentos. “Hoje, certamente, é um desses momentos de novo, de um ciclo depois de uma grande euforia acontecendo”, avalia.

Para Marco Stefanini, CEO do Grupo Stefanini, as demissões em massa não ocorreram por falta de espaço no mercado, mas por necessidade de enxugar a estrutura em empresas nas quais o número de profissionais estava superestimado. Ele é otimista e diz acreditar que o mercado continuará favorável para quem deseja seguir carreira em tecnologia. Porém, avalia que a demanda por pessoas qualificadas e especializadas continua e acompanhará o amadurecimento tecnológico do País.

“Este é um momento de adaptação. Provavelmente, boa parte desses profissionais demitidos será absorvida pelo mercado, uma vez que existe uma quantidade muito grande de pessoas com essa formação tecnológica”, diz.

CENÁRIO

Claudia Farias, diretora de tecnologia e cofundadora da SafeSpace, segue o mesmo raciocínio, mas afirma que é cedo para concluir que o cenário de demissão tenha chegado ao fim. “Talvez, a gente deva se valer de um otimismo um pouco mais tímido, já que os sinais de uma possível recuperação, no momento, não estão claros”, pondera. Ainda assim, ela diz acreditar que, aos poucos, o mercado vai apresentar indícios de retomada.

Para Cláudio Azevêdo, co-fundador da Strides, os profissionais brasileiros podem ter melhores oportunidades. “Empresas tradicionais do Brasil estão contratando seus primeiros times de tecnologia porque precisam se digitalizar. Se olhar o mercado, as vagas continuam abertas, não no Google ou na Microsoft, mas em empresas de nível regional e nacional”, afirma.

QUALIFICAÇÃO

Para os executivos, o cenário força as organizações a investirem em projetos mais sustentáveis e em contratações mais assertivas, elevando a régua de critérios. Alvarez entende que a situação é mais desafiadora para quem está começando ou não é qualificado. “Para quem está preparado, vai ser um momento muito bom, porque as empresas serão mais criteriosas”, comenta.

Já Claudia Farias avalia que o mercado brasileiro aparenta estar preparado para as futuras mudanças por ter compreendido aspectos importantes que favorecem o clima organizacional, como diversidade, inclusão e bem-estar. “É um ponto a favor para quem está em busca da primeira oportunidade, porque isso deixa a decisão um pouco mais nas mãos dessas pessoas. Elas não precisam aceitar a primeira proposta”, diz.

A atualização contínua de conhecimentos impacta na vitalidade do profissional no mercado. Um estudo da Society for Human Resource Management, de 2018, mostrou que funcionários que buscam desenvolver a carreira são 12% menos propensos à demissão. Essa capacitação constante também faz com que a pessoa tenha 5,4 vezes mais chances de ser promovida, segundo pesquisa da Harvard Business Review, de 2017.

De acordo com o diretor- geral da LANDtech, Paulo Moraes, a recolocação de profissionais deve ocorrer, mesmo que demore um pouco, mas o maior impacto será na remuneração. A tendência, diz, é que os pagamentos sejam inferiores, especialmente nos casos de profissionais que buscam essa recolocação.

“Estamos passando por um ajuste de mercado e as empresas estão reduzindo a remuneração nas ofertas. E isso vem acontecendo nas duas pontas: por necessidade, já que as startups precisam reduzir custos, e por oportunidade de negócios”, afirma.

Moraes compara o momento atual com o que ocorreu há cerca de 15 anos, quando houve um boom por profissionais na área de óleo e gás. Ele lembra que, quando a demanda no setor explodiu, os salários foram junto. Mas, quando a necessidade por novos profissionais foi reduzida, as empresas não mantiveram o mesmo patamar de remuneração.

No cenário atual, ele aponta duas opções. A primeira é a companhia demitir o funcionário sênior e contratar alguém mais jovem para pagar menos. A segunda é ter um profissional sênior disponível que aceite receber uma remuneração menor, porque não consegue ficar muito tempo longe da atuação profissional.

OPORTUNIDADES

Na contramão das demissões, o Grupo Stefanini está acelerando as contratações em 2023 e conta com 500 vagas em áreas que envolvem analytics, banking, cibersegurança, ciência de dados, cloud, UX e marketing digital. Aos trabalhadores atingidos por demissões em massa, a Strides oferece meia bolsa para o programa de liderança em tecnologia ou a possibilidade de pagar a íntegra após a recolocação profissional. O foco da edtech é criar uma comunidade para compartilhar

EU ACHO …

120 CHAMADAS PERDIDAS

É tão dramático que dói lembrar, mas abro esta crônica com uma situação narrada por um homem que participou do resgate das vítimas da boate Kiss, dez anos atrás. Ele conta que viu, no celular de uma das garotas mortas, 120 chamadas perdidas feitas pela mãe dela. Qualquer um de nós pode se colocar no lugar dessa mãe desesperada. É por isso que temos obrigação de agir. E agir não significa rezar ou cruzar os dedos. Significa, antes de tudo, mudar nossa cabeça. Não dá mais para pensar: essas coisas acontecem, são fatalidades.

Quando vemos as imagens de crianças yanomamis em estado avançado de desnutrição, com os ossos quase rasgando a pele, o coração aperta, mas muitos argumentam que isso não é de hoje, que sempre foi assim, que estão politizando a questão. Quando o drama não é considerado novidade, lavar as mãos parece aceitável. Ninguém foi responsabilizado antes, por que responsabilizar agora? E segue-se em frente, como se morrer cedo fosse um costume indígena.

O caso Daniel Alves: outra não-novidade. Alguns homens, quando fazem sucesso e ganham bastante dinheiro, acreditam que a mulherada não quer outra coisa a não ser “dar” para eles. Enquanto este pensamento machista não mudar, o estupro parecerá um delito menor (ora, o cara teve apenas que forçar a barra um pouquinho com a moça teimosa, que se fez de difícil).

Fraude contábil seria alguma novidade? Quá, quá, quá. Entre risadas debochadas, se passa pano para empresários envolvidos em rombos milionários e que deixam inúmeros credores na mão. Afinal, quando se trata de dinheirama, o telhado de vidro é comum, melhor trocar de assunto: e o paredão do BBB, hein?

Novidade foi milhares de pessoas invadirem os prédios dos Três Poderes reivindicando a volta da ditadura. Aí são presos e parece uma injustiça, afinal, era só

uma “manifestação”. Se eu entrar no prédio da prefeitura de qualquer cidade e quebrar vidraças, estilhaçar lustres, rasgar poltronas e destruir obras de arte, não considerarão que é meu direito de me manifestar, sairei numa camisa de força, estando só ou na companhia de outros surtados.

Moldados pelo “país do jeitinho”, punir com rigor nos parece sempre um exagero, até porque ninguém é infalível, vá que um dia também sejamos julgados pela opinião pública. Então, optamos pela condescendência, para o caso de um dia precisarmos da condescendência dos outros. Fazemos no máximo uma postagem “indignada” nas redes sociais, e não se fala mais nisso.

Crime não é só disparar arma de fogo ou cortar gargantas. Negligência, racismo, homofobia, estelionatos e assédios podem não deixar marcas de sangue, mas também fazem vítimas. Se nossa cabeça não muda e o “sempre foi assim” nos acomoda, um dia poderá sermos nós os agoniados ao telefone, sem que atendam nossas chamadas.

MARTHA MEDEIROS

marthamedeiros@terra.com.br

ESTAR BEM

ZUMBIDO NO OUVIDO REQUER DIAGNÓSTICO PRECISO

Além da perda auditiva, o distúrbio pode estar relacionado a outras doenças

Semelhante à dor, o zumbido no ouvido não é uma doença, mas um sintoma que se manifesta com a percepção do som, principalmente com um tom agudo (classificado como chiado, assovio, apito ou barulho de cigarra), mesmo na ausência de ruídos externos. A condição é incômoda e afeta a qualidade de vida, interferindo no sono nas atividades cotidianas.

Nos casos mais graves, pode causar reações negativas e diferentes emoções, especialmente ansiedade e estresse. O transtorno pode se desenvolver gradualmente ou ocorrer de forma repentina, ser transitório ou permanente, e afetar pessoas em diferentes idades, especialmente adultos e idosos.

As causas podem ser diversas, como perda auditiva uni ou bilateral, principalmente relacionada à idade, acúmulo de cera, otite, sinusite, lesões ou corpo estranho no interior do ouvido.

Também pode ser provocada por danos causados por ruídos, vertigem, estresse, tensão muscular, distúrbios da coluna cervical, disfunções temporomandibulares e maxilares, além de medicamentos, doenças metabólicas, cardiovasculares ou neurológicas.

“O zumbido pode ser sinal de outros problemas de saúde não associados à audição, por isso o médico deve sempre ser procurado o quanto antes. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz o tratamento”, alerta o otorrinolaringologista Nassib Kassis Filho.

MEDICAMENTOS E TERAPIAS

Existem inúmeras maneiras de neutralizar o zumbido irritante nos ouvidos e o tratamento varia de acordo com o diagnóstico e a duração dos sintomas. “Na maioria dos casos, existe tratamento com medicações, dietas e prótese auditiva quando associados à perda auditiva.

Tudo depende do diagnóstico e causa do zumbido”, explica o otorrinolaringologista Carlos Eduardo Cervantes.

É importante destacar que, em alguns casos, o tratamento pode não ser totalmente eficaz – ou seja, pode eliminar ou reduzir os sintomas do zumbido.

Segundo o otorrinolaringologista Nassib Kassis Filho, o tratamento é direcionado à eventual causa, por isso, a terapia medicamentosa e paliativa não está indicada, exceto nos casos de diagnóstico definido. “Investigada a causa e havendo um tratamento, o problema será amenizado ou resolvido”, destaca o médico. Entretanto, geralmente não há uma solução rápida para o zumbido, a melhora ocorre gradualmente com o tempo. Além disso, havendo uma condição de saúde subjacente, a mesma deve ser tratada.

Para alguns pacientes, quando o uso de medicamentos não é suficiente, a terapia de retreinamento do zumbido que integra abordagens comportamentais pode ser indicada. Ela visa auxiliar na maneira como o cérebro responde ao barulho no ouvido, treinando o paciente para que ele se torne cada vez mais menos consciente do zumbido.

Entre outras medidas, técnicas de relaxamento e controle do estresse também podem ajudar, trazendo benefícios não apenas na luta contra o zumbido, mas auxiliando no combate de diversas outras doenças.

DIAGNÓSTICO EXIGE EXAMES ESPECÍFICOS

A base para um diagnóstico é uma anamnese abrangente associada a exames específicos, normalmente solicitados por um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo, que visam apontar a eventual causa do zumbido.

“O diagnóstico sempre é importante para descartar as causas mais graves que são possíveis, principalmente as de origem neurológica. Para isso, é necessária a realização do exame físico, audiometria e ressonância magnética do crânio. Em alguns casos a tomografia computadorizada dos ossos temporais também pode ser solicitada”, explica o otorrinolaringologista Carlos Eduardo Cervantes.

Além disso, posteriormente, se necessário, outras patologias devem ser investigadas, envolvendo outros exames e especialistas.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

“FATORES DE ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL”

Pesquisa chinesa entrevistou 29 mil pessoas com 60 anos entre 2009 e 2019; vida saudável ainda é fator contra demência

Um novo estudo com mais de 29 mil pessoas com 60 anos ou mais identificou seis hábitos – desde comer uma variedade de alimentos até ler ou jogar cartas regularmente – que estão associados a um menor risco de demência e a uma taxa mais lenta de declínio da memória. Comer uma dieta balanceada, exercitar a mente e o corpo regularmente, ter contato regular com outras pessoas e não beber ou fumar – seis “fatores de estilo de vida saudável” – foram associados a melhores resultados cognitivos em adultos mais velhos em um grande estudo chinês realiza- do ao longo de uma década e publicado na revista científica BMJ.

Embora os pesquisadores já saibam que existe uma ligação entre a demência e fatores como isolamento social e obesidade, o tamanho e o escopo do novo estudo adicionam evidências substanciais a um conjunto global de pesquisa que sugere que um estilo de vida saudável pode ajudar o cérebro a envelhecer melhor. Também sugere que os efeitos de um estilo de vida saudável são benéficos mesmo para pessoas que são geneticamente mais suscetíveis ao declínio da memória – uma descoberta “muito promissora” para os milhões de indivíduos em todo o mundo que carregam o gene APOEÎ 4, um importante fator de risco para a doença de Alzheimer, disse Eef Hogervorst, presidente de psicologia biológica na Universidade de Loughborough, que não esteve envolvido no estudo.

ESQUECIMENTO

A memória naturalmente diminui gradualmente à medida que as pessoas envelhecem. Algumas pessoas mais velhas podem desenvolver demência, um termo abrangente que pode incluir a doença de Alzheimer e geralmente descreve uma deterioração da função cognitiva que vai além dos efeitos normais do envelhecimento. Mas, para muitos, “a perda de memória pode ser apenas um esquecimento senescente”, escrevem os autores do estudo do BMJ – como esquecer o nome daquele programa de TV que você adorava ou aquele fato incômodo que você queria procurar.

A perda de memória não é menos prejudicial por ser gradual, e o declínio da memória relacionado à idade pode, em alguns casos, ser um sintoma precoce de demência. Mas a boa notícia, dizem os pesquisa- dores, é que “pode ser reverti- do ou tornar-se estável, em vez de progredir para um estado patológico”. O estudo foi realizado na China entre 2009 e 2019, com testes em mais de 29 mil pessoas com 60 anos ou mais. Os pesquisadores acompanharam seu progresso ou declínio ao longo do tempo – o que é conhecido como estudo de coorte de base populacional. Embora mais de 10.500 participantes tenham deixado o estudo na década seguinte – alguns participantes morreram ou pararam de participar –, os pesquisadores ainda usaram os dados coletados desses indivíduos em suas análises. No início do estudo, os pesquisadores realizaram testes de memória, bem como testes para o gene APOE. Eles também entrevistaram os participantes sobre seus hábitos diários. A partir das respostas, eles foram sendo classificados em um dos três grupos – favorável, médio e desfavorável –, com base em seu estilo de vida.

DEMÊNCIA

Ao longo do estudo, os pesquisadores descobriram que as pessoas no grupo favorável (que apresentavam de quatro a seis fatores saudáveis) e no grupo médio (dois a três) tiveram uma taxa mais lenta de declínio da memória ao longo do tempo do que pessoas com estilos de vida com hábitos desfavoráveis.

As pessoas que vivem estilos de vida que incluíam pelo menos quatro hábitos saudáveis também eram menos propensas a progredir para comprometimento cognitivo leve e demência. Os resultados defendem esses “comportamentos”, diz Hogervorst – em outras palavras, quanto mais fatores de estilo de vida saudável puder combinar, melhores serão as chances de preservar a memória e evitar demência.

O QUE FAZER PARA MANTER O CÉREBRO ‘AFIADO’

EXERCÍCIO FÍSICO

Fazer pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana.

DIETA

Comer quantidades diárias adequadas de pelo menos sete de 12 itens alimentares (que incluem frutas, legumes, peixe, carne, laticínios, sal, óleo, ovos, cereais, legumes, nozes e chá).

ÁLCOOL

Nunca beber ou beber ocasionalmente.

TABAGISMO

Nunca ter fumado ou ser ex- fumante.

ATIVIDADE COGNITIVA

Exercitar o cérebro pelo menos duas vezes por semana (lendo e jogando cartas ou mah-jongg, por exemplo).

CONTATO SOCIAL

Envolver-se com outras pessoas pelo menos duas vezes por semana (participando de reuniões da comunidade ou visitando amigos ou parentes, por exemplo).

Literary Revelations

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Postcardsfromhobbsend

Film reviews as you know them only much....much worse

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Venez parler de tout ce dont vous avez envie avec moi. Donnez vos opinions en toute liberté. Laissez vos commentaires. Je vous attends nombreuses et nombreux !!! / Translation in English for people who don't speak French : come to speak about all you want with me. Give your opinions with complete freedom. Leave your comments. I await you many and many !!!

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Vous devriez savoir que je laisse toujours mes yeux dans les arbres...Jusqu'à ce que mes seins s'ennuient...

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