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ANABOLIZANTE USADO POR MULHERES VIRA FETICHE NAS REDES E MÉDICOS SOAM ALERTA

Oxandrolona é uma substância usada para ganho de massa muscular, mas os riscos são maiores do que os benefícios estéticos

“Para comprar oxandrolona chama no direct do insta”, diz a biografia da “tiktokerfit”, cujos primeiros três vídeos são seus próprios testemunhos sobre as supostas maravilhas do esteroide anabolizante para chegar ao estilo “marombeira”.

Apenas no Tiktok, a influencer acumula 40 mil curtidas e, nos vídeos fixados, 418,7 mil visualizações, além de 52,2 mil seguidores no Instagram. Estudante de direito, ela é apenas um entre muitos os diversos perfis na rede que promovem o uso do anabolizante oxandrolona para fins estéticos. O público-alvo, ao contrário da maioria dos esteroides do tipo, são mulheres. O uso para tal finalidade representa um desvio significativo de sua função original, uma vez que se trata de medicamento para tratar pacientes com perda muscular crítica ou crônica, como idosos, casos de desnutrição, câncer, Aids e queimaduras graves.

A oxandrolona é um derivado sintético hormonal, ou seja, um esteroide anabolizante artificial que se liga ao receptor da testosterona e tem efeitos semelhantes ao deste hormônio masculino virilizante. Pode causar, no caso de mulheres, mudanças físicas como engrossamento da voz (que pode ser irreversível), aumento do clitóris, atrofia mamária, queda de cabelo, acne e risco de mal formações fetais. É possível que desencadeie depressão, agressividade e irritabilidade.

O endocrinologista e médico do esporte Clayton Luiz Dornelles Macedo, presidente do Departamento de Endocrinologia do Exercício da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), diz que a população vem sendo iludida e exposta de forma preocupante.

Macedo, que também é coordenador do Núcleo de Endocrinologia do Exercício e do Ambulatório de Endocrinologia do Exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que não existem estudos de boa qualidade ética ou científica que preconizem o uso de oxandrolona para fins estéticos.

“As doses usadas com esse objetivo são bem mais altas que as usadas clinicamente e o discurso enganoso de menos efeitos colaterais coloca os usuários em risco”, aponta. A lista de efeitos colaterais inclui também, para homens e mulheres, trombose, embolia, aumento do colesterol ruim (LDL), diminuição do colesterol bom (HDL), hipertensão, alteração da glicose, aumento do risco de infarto do miocárdio, rabdomiólise (destruição e inflamação aguda dos músculos), infertilidade, derrame cerebral, arritmia e morte súbita.

A Sbem condena, por todos os riscos citados, o uso da oxandrolona com objetivo estético e declarou ainda, por meio de seu porta-voz, que os efeitos colaterais do uso de anabolizante são subdiagnosticados e subnotificados, sendo sua distribuição ligada a rotas como a do tráfico de armas e de narcóticos. “Existe atualmente uma normalização, banalização e permissividade para o uso dessas drogas, [mas] não existe dose segura nem da oxandrolona nem de nenhum outro esteroide anabolizante para quem não possui deficiência hormonal”, diz Macedo.

Patrícia Corradi, médica endocrinologista da equipe de Medicina do Esporte da Rede Mater dei de Saúde, concorda. “A hipertrofia causada pela oxandrolona consegue melhorar um quadro de desnutrição grave, que pode acontecer em doenças consumptivas, mas a indicação dela para fins estéticos é completamente banida pelas sociedades que regulam esse acompanhamento. O benefício não justifica o risco”, afirma Corradi.

Em 2018, a nutricionista e influenciadora Natalia Bravo Penariol começou a fazer crossfit e, no decorrer das aulas, percebeu que precisaria de ajuda médica para melhorar seu desempenho e ganhar massa magra. Ela havia se tornado mãe há pouco tempo e emagrecido com a amamentação, o que a deixou insatisfeita com seu próprio corpo. Ela começou a usar oxandrolona, que foi prescrita por um endocrinologista. “O médico me indicou uma dosagem baixa e logo no primeiro mês já senti diferença: uma maior resistência aos treinos e comecei a ganhar massa magra”, diz Penariol.

Quando começou a competir, incluiu outro anabolizante, a boldenona. “Acabei ganhando nesse período 14 kg de massa magra e continuei com a oxandrolona. Em dosagem baixa não tem tanta virilização, [mas] tive aumento de clítoris, minha voz engrossou bastante e, depois do meu primeiro ciclo, quando parei, tive alopécia. Meu cabelo caiu, minha pele também estourou bastante, mais por conta da boldenona”, afirma.

Em 2020, ela suspendeu o uso em decorrência da pandemia, mas já retomou e está alternando o medicamento com outras substâncias.

Atualmente, Penariol recorre ao esteroide com a finalidade de manutenção. “Não tem nada que você faça que não vá ter os colaterais. Recebo muita gente se inspirando no meu corpo e até pacientes no consultório dizendo ‘nossa, quero um corpo igual ao seu’. Não vou gerar frustração ou vender algo que não existe. Falo: a densidade corporal que tenho é fisiologicamente impossível para uma mulher ter naturalmente”, destaca.

OUTROS OLHARES

DESAFIO DO APAGÃO NO TIKTOK ABRE DEBATE SOBRE RISCOS PARA ADOLESCENTES

Polícia apura se caso de sufocamento e morte de menina de 12 anos na Argentina tem relação com brincadeira virtual

A polícia da Argentina investiga se a morte de uma menina de 12 anos ocorreu após a adolescente participar, na última sexta-feira,  do chamado Blackout Challenge, o “desafio do apagão”, no TikTok.

A “trend”, como se chamam os conteúdos virais que circulam de forma natural na rede social, estimulava jovens a provocarem o auto sufocamento até o ponto de desmaio. O TikTok desativou a busca pelo desafio e emitiu comunicados de prevenção.

“Alguns desafios online podem ser perigosos, perturbadores ou até encenados. Saiba como reconhecer desafios perigosos para poder proteger sua saúde e bem-estar”, afirma o comunicado publicado pela rede chinesa assim que se busca pela palavra-chave Blackout Challenge.

Segundo apuração do jornal argentino Clarín, que noticiou a morte da adolescente Milagros, esta teria sido a terceira tentativa de auto sufocamento da menina. Ainda conforme a imprensa argentina, a família diz que há vídeos no celular da garota em que ela aparece tentando a asfixia outras vezes.

A morte não teria sido a primeira ligada a esta “brincadeira”. Apesar de a reportagem não ter encontrado vídeos sobre o desafio no TikTok, há postagens relatando outros casos e alertando os usuários da rede social sobre o perigo.

A morte do britânico Leon Brown, de 14 anos, que foi encontrado asfixiado pelos pais em seu quarto em agosto de 2022, é uma das mais mencionadas nos vídeos que circulam na rede social. Na época, a mãe dele, Lauryn Keating, afirmou ao jornal escocês Daily Record que colegas do filho relataram que ele participou do desafio.

Em dezembro de 2021, a mãe da jovem Nylah Anderson, da Filadélfia, nos EUA, processou o TikTok pela morte da filha, que teria participado do mesmo desafio.

Mas, em outubro de 2022, o juiz rejeitou o pedido com base a Lei Federal de Decência nas Comunicações, dos EUA, que protege editores do trabalho de terceiros – a postagem é considerada de responsabilidade do seu autor, e não da rede. As famílias de mais duas meninas americanas, de 8 e 9 anos, mortas em 2021, também entraram com ação contra o TikTok pela mesma razão.

“A curiosidade é um motor importante para a vida. Leva a desafios, experiências e ao crescimento do repertório da pessoa”, diz Wimer Bottura, psiquiatra do comitê de adolescência da Associação Paulista de Medicina. Por outro lado, “como o repertório de informações da criança ainda é baixo, a intensidade da curiosidade dela tende a ser maior que a de um adulto”, o que as tornam mais vulneráveis a manipulações e riscos.

RESPOSTA

O TikTok afirma que desafios envolvendo asfixia são anteriores à rede social, lançada em 2016, citando documento do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano de 2008 que já relatava mortes por um jogo similar, o Choking Game. “Sentimos muito pela trágica perda desta família (em relação ao caso ocorrido na Argentina). A segurança da nossa comunidade é prioridade e levamos muito a sério qualquer ocorrência sobre um desafio perigoso. Conteúdos dessa natureza são proibidos em nossa plataforma e serão removidos caso sejam encontrados”, disse a empresa

GESTÃO E CARREIRA

HOME OFFICE AINDA É ADOTADO POR 33% DAS EMPRESAS NO BRASIL

Sistema abrangia 7% das companhias antes da pandemia e chegou 58% em 2021, apontam sondagens da FGV

A adoção do trabalho remoto, total ou parcialmente, caiu em 2022 com a flexibilização das restrições relacionadas à pandemia, mas está longe de voltar aos níveis verificados antes da crise sanitária. Sondagens da FGV mostram que o percentual de empresas que adotam o sistema de home office passou de 58% em 2021 para 33% em 2022 e que 34% dos trabalhadores prestam serviço de forma remota ou híbrida (semipresencial) – eram 55% um ano antes. Antes da pandemia, cerca de 7% das empresas tinham empregados trabalhando a distância.

Os números fazem parte de um trabalho dos pesquisadores Stefano Pacini, Rodolpho Tobler e Viviane Seda Bittencourt com base nas sondagens empresariais e do consumidor do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) em outubro de 2021 e de 2022. De acordo com os responsáveis pelas sondagens, as empresas esperavam, a partir da normalização dos negócios, que o modelo de trabalho remoto diminuísse significativamente, o que efetivamente não aconteceu.

“Havia um processo de aumento do home office muito lento antes da pandemia, que foi acelerado. A tendência agora é normalizar perto do que a gente tem hoje. A gente já vive um momento de poucas restrições, e as empresas também estão vendo o que é possível ou não fazer a distância”, afirma Rodolpho Tobler, do FGVIbre. A indústria é o setor com maior percentual de empresas com algum funcionário que trabalha remotamente pelo menos uma vez por semana, com 49% das companhias adotando o sistema. Nos serviços, são 40%. No varejo e na construção, os números giram em torno de 10%.

No segmento de serviços de informação e comunicação o percentual chegou a 90% em 2021 e estava em 74% em 2022. Nos serviços prestados às famílias, aqueles que mais dependem do contato presencial com o cliente, caiu de 37% para 13%.

Dois terços dos trabalhadores consultados nas sondagens do consumidor trabalham presencialmente todos os dias. São 20% no sistema totalmente remoto, enquanto 14% praticam o trabalho híbrido. A média na jornada dos colaboradores em home office da área administrativa se manteve próxima de 3 dias em 2021 e também em 2022. A perspectiva das empresas é que esse resultado se mantenha no futuro. Nas áreas operacionais, cresceu de 1,1 para 1,6 dia por semana.

Um estudo do departamento de estatística dos EUA mostrou que a parcela de pessoas que trabalham remotamente dobrava a cada 15 anos antes da pandemia. Em 2020 e 2021, o número quadruplicou.

Segundo a FGV, há divergências entre o que empregadores e trabalhadores percebem como benefícios desse sistema. As empresas com funcionários em home office reportam aumento médio de 23% na produtividade. Entre os trabalhadores, a maioria (41%) se considera mais produtivo ou igualmente produtivo (38%) no trabalho remoto.   

Com a redução no percentual de empresas que adotam o sistema, houve melhora na percepção sobre essa questão. Em 2021, 22% das empresas que adotaram home office observaram aumento na produtividade, e 19% apontaram redução. Em 2022, a proporção de empresas que notaram aumento da produtividade de seus colaboradores aumentou para 30%, enquanto as que avaliam que houve perda diminuiu para 10%.

Não perder tempo com deslocamento e horários mais flexíveis são as duas vantagens mais apontadas pelos entrevistados em função do trabalho remoto. Metade dos trabalhadores também cita questões como redução de custos e aumento da qualidade de vida. São 4% os que não enxergam pontos positivos.

O home office é uma opção predominante para as categorias salariais mais elevadas, segundo o levantamento. O trabalho remoto é atualmente uma opção para cerca de 20% dos trabalhadores com renda de até R$ 4.800, para 50% na faixa acima de R$ 9.600 e 40% no grupo intermediário. A pesquisadora do Ibre Viviane Seda Bittencourt afirma que o trabalho remoto ainda é um desafio também para as empresas pequenas e médias, que precisam de um esforço maior para incorporar tecnologias. Outra restrição é a falta de regras nas relações trabalhistas.

“Um risco para a continuidade do home office é a questão das mudanças no contrato de trabalho. Muitas empresas ainda não se adaptaram e podem sofrer depois com ações na Justiça, por conta de um regime que não está regulamentado, não está respaldado por um contrato de trabalho correto”, afirma.

Pesquisa Datafolha realizada em dezembro mostrou que, se pudessem optar por uma forma de trabalho, 24% dos brasileiros escolheriam o modelo remoto, trabalhando em casa. Outros 28% preferem o sistema híbrido, trabalhando tanto em casa quanto na empresa. Há ainda 45% que defendem a jornada somente presencial.

EU ACHO …

A ELEGÂNCIA DO CONTEÚDO

De ferramentas tecnológicas, qualquer um pode dispor, mas a cereja do bolo chama-se conteúdo. É o que todos buscam freneticamente: vossa majestade, o conteúdo.

Mas onde ele se esconde?

Dentro das pessoas. De algumas delas.

Fico me perguntando como é que vai ser daqui a um tempo, caso não se mantenha o já parco vínculo familiar com a literatura, caso não se dê mais valor a uma educação cultural, caso todos sigam se comunicando com abreviaturas e sem conseguir concluir um raciocínio. De geração para geração, diminui-se o acesso ao conhecimento histórico, artístico e filosófico. A overdose de informação faz parecer que sabemos tudo, o que é uma ilusão, sabemos muito pouco, e nossos filhos saberão menos ainda. Quem irá optar por ser professor não tendo local decente para trabalhar, nem salário condizente com o ofício, nem respeito suficiente por parte dos alunos? Os minimamente qualificados irão ganhar a vida de outra forma que não numa sala de aula. E sem uma orientação pedagógica de nível e sem informação de categoria, que realmente embase a formação de um ser humano, só o que restará é a vulgaridade e a superficialidade, que já reinam, aliás.

Sei que é uma visão catastrofista e que sempre haverá uma elite intelectual, mas o que deveríamos buscar é justamente a ampliação dessa elite para uma maioria intelectual. A palavra assusta, mas entenda-se como intelectual a atividade pensante, apenas isso, sem rebuscamento.

O fato é que nos tornamos uma sociedade muito irresponsável, que está falhando na transmissão de elegância. Pensar é elegante, ter conhecimento é elegante, ler é elegante, e essa elegância deveria estar ao alcance de qualquer pessoa. Outro dia conversava com um taxista que tinha uma ideia muito clara dos problemas do país, e que falava sobre isso num português correto e sem se valer de palavrões ou comentários grosseiros, e sim com argumentos e com tranquilidade, sem querer convencer a mim nem a ninguém sobre o que pensava, apenas estava dando sua opinião de forma cordial. Um sujeito educado, que dirigia de forma igualmente educada. Morri e reencarnei na Suíça, pensei.

Isso me fez lembrar de um livro excelente chamado A elegância do ouriço, de Muriel Barbery, que conta a história de uma zeladora de um prédio sofisticado de Paris. Ela, com sua aparência tosca e exercendo um trabalho depreciado, era mais inteligente e culta do que a maioria esnobe que morava no edifício a que servia. Mas, como temia perder o emprego caso demonstrasse sua erudição,  oferecia aos patrões a ignorância que esperavam dela, inclusive falando errado de propósito, para que todos os inquilinos ficassem tranquilos – cada um no seu papel.

A personagem não só tinha uma mente elegante, como possuía também a elegância de não humilhar seus “superiores”, que nada mais eram do que medíocres com dinheiro.

A economia do Brasil vai bem, dizem. Mas pouco valerá se formos uma nação de medíocres com dinheiro.

MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

SONECA DA TARDE FAZ BEM E NÃO ENGORDA

Ganho de peso está associado à ingestão calórica acima do gasto energético e má qualidade do sono noturno

Ficar com sono depois de comer acontece com praticamente todo mundo, especialmente depois de fartas refeições, que sobrecarregam o sistema digestivo. É quando os bocejos começam a se multiplicar e um estado de fadiga invade o nosso corpo. Por isso, na medida do possível, tirar uma soneca curta após as refeições é uma ótima maneira de recuperar a energia e relaxar, especialmente para quem não teve uma boa noite de sono ou leva um estilo de vida agitado. É uma prática saudável, atestada pela ciência, que restaura a vitalidade do cérebro, estimula a criatividade, reduz o estresse e melhora o humo.

Segundo a nutricionista Mayara Ayusso, esse fenômeno está relacionado ao processo de digestão e tem a ver com o fluxo sanguíneo. “Essa sonolência é chamada de letargia pós-prandial. Ela acontece porque assim que terminamos de come, para que ocorra a digestão dos alimentos e a absorção de nutrientes, é necessário que um fluxo maior de sangue seja direcionado ao trato gastrointestinal, por isso a quantidade de sangue enviada para o cérebro diminui e sentimos sono. Além disso, algumas doenças como hipotireoidismo, anemia e diabetes também podem favorecer a sonolência diurna, assim como quem sofre

Outro fator importante é o aumento do índice glicêmico. De acordo com o nutricionista Hugo Quinaglia, a sonolência pós-almoço está relacionada ao processo de digestão, pois o corpo também gasta calorias para digerir os alimentos, porém, a causa do sono pode estar mais relacionada à elevação da glicemia no período pós-prandial. ”O que é normal, já que quando a glicemia sobe, os níveis de cortisol, que têm a função de nos deixar em estado de alerta, caem”, afirma.

PRIORIZE O SONO NOTURNO

A nutricionista Mayara Ayusso explica que cada organismo possui particularidades e comportamentos diferentes e não são todas as pessoas que sentem essa necessidade de dormir à tarde. Além disso, ela alerta que pessoas que sofrem com insônia devem evitar pegar no sono durante o dia para não atrapalhar o descanso noturno.

“Nesse caso, a dica para fugir do sono depois do almoço é não ingerir muitos alimentos durante uma única refeição, priorizando fracionar a alimentação em porções menores ao longo do dia e manter-se bem hidratado. Tomar um cafezinho depois do almoço também pode ajudar evitar a sonolência, já que a bebida é considerada um estimulante energético”, diz.

COCHILO APÓS O ALMOÇO

E para quem acredita que o hábito de dormir depois do almoço pode favorecer o ganho de peso, o nutricionista Hugo Quinaglia esclarece que isso é mito. “Cochilar depois do almoço não engorda. O que de fato engorda são calorias ingeridas acima do gasto energético. Além disso, o que tem um grande impacto no metabolismo e influencia bastante na balança, podendo resultar em excesso calórico, é a má qualidade do sono noturno, que pode desregular os hormônios da saciedade (leptina) e da fome (grelina)”, diz.

Ele explica que uma pessoa que dorme mal durante a noite pode ter o hormônio da saciedade reduzido e sentir mais fome durante o dia Isso acontece devido ao aumento da produção de grelina, que leva as pessoas a quererem comer mais, o que pode favorecer o ganho de peso e dificultar a queima de gordura. Outro malefício é a elevação do cortisol, o hormônio do estresse, que pode aumentar a busca por doces.

Segundo a nutricionista Mayara Ayusso, nesse caso, o hábito de tirar uma soneca rápida durante o dia pode ser benéfico ao organismo e favorecer o processo de emagrecimento. ”Além de melhorar o humor e o estado de alerta, contribuindo positivamente para o bem-estar de modo geral, tirar um cochilo depois do almoço pode ajudar a conter os exageros com a comida e a escolha de alimentos inadequados e prejudiciais à saúde, escolhidos, muitas vezes, para remediar uma emoção”, diz.

APENAS 30 MINUTOS

É preciso evitar cair em um sono muito profundo para não correr o risco de prejudicar o descanso noturno e anular efetivamente todos os benefícios do cochilo da tarde, que não deve ultrapassar meia hora. “De acordo com a ciência, o tempo ideal para uma soneca após o almoço deve ser de até 30 minutos”, afirma o nutricionista Hugo Quinaglia.

Dormir além do tempo recomendado pode interferir no funcionamento do metabolismo. “Se o cochilo se estender por um período mais longo o corpo pode reagir como se o ciclo completo do sono fosse interrompido no meio, prejudicando dessa forma o descanso e a recuperação”, destaca a nutricionista Mayara Ayusso.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

CÉREBRO DE CEGO ‘ENXERGA’ SENSAÇÕES

Com ajuda de ressonância magnética, cientistas brasileiros mostraram como neurônios ligados a sentidos de audição e tato ‘colonizam’ área cerebral normalmente destinada à visão em pessoas com deficiência congênita

Um grupo de neurocientistas brasileiros jogou luz sobre uma questão que há tempos mobiliza esse campo de pesquisa: como pessoas cegas de nascença ganham capacidade extra para audição, tato e outros sentidos, se não existe espaço extra no cérebro para processar esses sinais? No novo trabalho, o grupo liderado por Fernanda Tovar-Moll, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), no Rio, rastreou a origem dessa habilidade ao desenvolvimento do tálamo, uma estrutura cerebral que no passado já foi considerada mais “primitiva” que outras.

É comum que, em algumas pessoas sem visão desde o nascimento, a capacidade de identificar detalhes em sons, texturas ou odores seja mais aguçada. Não está totalmente claro ainda, porém, como essas habilidades são construídas na estrutura física do organismo, pois o cérebro aloca áreas específicas do córtex, uma região “nobre” do órgão onde são processadas informações mais complexas.

Estudos recentes mostraram que, nas pessoas cegas, o córtex occipital (área cortical que processa a visão, na parte de trás da cabeça), acaba sendo “colonizado” por neurônios de outras regiões, como o córtex motor, que processa o tato. Cientistas não sabiam como isso ocorria, porém, porque as conexões necessárias para isso não existem em indivíduos adultos, que tipicamente não possuem as mesmas habilidades auditivas e tácteis dos cegos de nascença quando perdem a visão.

“Um estudo clássico do início dos anos 2000 mostra que quando os cegos de nascença leem em braile, eles ativam o córtex visual, quando na verdade eles estão fazendo funções relacionadas ao tato”, explica Tovar-Moll.

“Mas qual seria a explicação anatômica para entender como esses sentidos “conversam entre si” nas pessoas com deficiência visual?”

Esse fenômeno, batizado com o termo técnico de “plasticidade transmodal”, é um reflexo da capacidade do cérebro de se moldar e se adaptar a novas circunstâncias. No caso estudado, ela foi uma resposta à falta de estímulos visuais durante o desenvolvimento, algo essencial para maturar a visão. Para investigar a questão, o grupo da pesquisadora no IDOR empregou uma tecnologia nova de ressonância magnética, mais precisa que a de exames clínicos tradicionais. Com uma máquina de campo magnético mais potente que as outras, e uma técnica de análise de imagem mais sofisticada, os cientistas foram investigar as principais suspeitas de envolvimento no processo: as conexões neurais do tálamo.

“A gente levantou a hipótese que as conexões poderiam estar sendo misturadas no tálamo, porque ele é uma região onde existe uma espécie de “pit stop” do cérebro”, explica. “O córtex visual fica distante do córtex temporal e do córtex motor, mas dentro do tálamo os núcleos talâmicos, que se conectam com essas partes do córtex, são muito mais próximos entre si.

REMODELAÇÃO

Para entender as diferenças de estrutura cerebral, Tovar-Moll mapeou na ressonância magnética os cérebros de dez pessoas com cegueira de nascença e de outras dez capazes de enxergar, como comparação.

Ao mapear as conexões de neurônios do tálamo com neurônios do córtex em espaço menor e mais emaranhado de células, Tovar-Moll e seus coautores conseguiram evidências de que são os estímulos do tálamo que guiam a remodelação de áreas superiores do cérebro. O trabalho foi descrito em artigo dos cientistas no periódico Human Brain Mapping.

A pesquisa não gerou nenhum benefício clínico direto, ainda, mas os cientistas afirmam que ao melhorar a compreensão de mecanismos básicos do sistema nervoso, outros estudos estão agora em posição melhor para buscar aplicações do conhecimento gerado.

“Quando a gente trabalha com populações que têm alguma doença ou alguma forma de deficiência, elas compreendem que pesquisa básica também tem que avançar para poder ajudá-las”, diz Erika Rodrigues, neurocientista que participou do trabalho.

É comum que voluntários se interessem em participar das pesquisas em busca de autoconhecimento, algo que os ajuda a lidar com suas diferenças, conta Tovar-Moll:

“Uma vez eu estava apresentando numa palestra o resultado de um trabalho sobre plasticidade cerebral. No final, veio uma pessoa da plateia e me disse: “Lendo o seu artigo hoje, eu entendo como eu me comporto”.

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