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COISA DE HOMEM

Relutância masculina em procurar médico adia tratamentos e amplia riscos à saúde

Há um divertido episódio do seriado “Os Simpsons” em que o protagonista Homer faz o possível e o impossível para fugir de uma cirurgia de doação de órgãos. É evidente que ele quer ajudar a salvar a vida de seu pai – que receberia um de seus rins – mas o pânico da operação o faz desistir da ideia sucessivas vezes. Para além do exagero do desenho, é claro, o comportamento masculino em termos de cuidado com a própria saúde não é, exatamente, muito diferente do exibido por Homer. Médicos alertam que, em geral, homens só procuram o serviço de saúde quando o quadro é avançado – em casos já com queixas e sintomas.

Levantamentos recentes sobre o tema reforçam as percepções dos consultórios. Um estudo da ONG Oxfam mostrou que, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, os homens se vacinaram menos do que as mulheres contra a Covid-19. Em São Paulo a diferença foi de 3 pontos percentuais, no Rio de quase 6. Homens e rapazes também são mais relapsos com os cuidados necessários em caso de contágio com HIV, em todo o mundo. Enquanto 80% das mulheres com o vírus fazem o tratamento regularmente, entre os homens essa taxa é mais baixa, de 70%.

É possível ir além: os brasileiros – em comparação com as brasileiras – vivem menos. A expectativa de vida de um homem no Brasil é de 72,2 anos, enquanto a das mulheres é de 79,3. Também são os que mais fumam – em São Paulo, 12,9% dos homens contra 9,6% das mulheres são tabagistas – e tomam refrigerante acima de cinco dias na semana com mais frequência – no Rio, são 19,8% dos homens contra 11,26% das mulheres.

Os dados são do Sistema de o Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizado pelo Ministério da Saúde.

“Em geral, as mulheres se preocupam um pouco mais cedo com a saúde. Caso ganhem um pouquinho a de peso, elas já procuram o e endocrinologista. O que facilita, por exemplo, o diagnóstico de uma diabetes precoce. Os homens, por outro lado, esperam algo mais grave acontecer para só aí procurar o médico”, descreve Tarissa Petry, endocrinologista do Hospital Oswaldo Cruz.

Eliézer Silva, diretor-superintendente do sistema de saúde Einstein, concorda e afirma que a soma de hábitos mais precários e a falta de vontade de procurar o médico desfavorecem o homem amplamente.

“A mulher tem consulta recorrente com a ginecologista. As meninas são ensinadas, desde cedo, que devem ir ao médico, os meninos não. Pacientes que chegam tarde ao hospital, têm tratamentos mais caros e com menor chance de sucesso”, sustenta.

UROLOGISTA

Dados compilados pela Sociedade Brasileira de Urologia ratificam essa colocação. Para se ter uma ideia do abismo que separa homens e mulheres, entre janeiro e julho deste ano, 1,2 milhão de consultas com ginecologista foram realizadas no SUS, contra 200 mil com o urologista. Se observarmos os atendimentos gerais dos dois sexos no SUS, em 2021, foram 370 milhões consultas e procedimentos com mulheres contra 312 milhões com os homens.

“A mulher contar para uma amiga ou vizinha que fará um papanicolau é algo comum. Se a outra fala em uma rodinha de amigas que vai à gineco, as colegas dão a maior força. Agora, se tiver uma roda de amigos e um deles fala que vai ao urologista, ele vai ouvir piadas. Ouve que homem que é homem não vai. Tem medo de ficar impotente, foge do exame de toque, imagine, algo absolutamente simples, de três ou quatro segundos. Há muito tabu, muito preconceito”, afirma Stênio de Cássio Zequi, líder da área de urologia do A.C. Camargo.

O médico acrescenta que o homem tem o triplo de chance de ter câncer na bexiga que a mulher, já que um dos fatores de risco desse tipo de tumor é o tabagismo.

Miguel Srougi, um dos maiores especialistas em urologia do país, do Hospital Vila Nova Star, ainda afirma que a hesitação masculina tem a ver com o receio de aparentar fragilidade.

“Os homens mais poderosos querem esconder quando estão doentes, os políticos também. Isso vêm mudando, mas eles ainda sentem medo de parecer vulneráveis. Pois isso, eles imaginam, pode minar a atenção que eles gostariam de receber”, explica.

Para o urologista, é preciso buscar atendimento e tratamento com velocidade. Em um estudo, nos Estados Unidos, foi constatado que os pacientes que protelaram o tratamento do tipo mais agressivo de câncer na bexiga por três meses tiveram 30% mais chance de morte do que os que iniciaram os cuidados imediatamente. Esperar não é opção.

PREVENÇÃO E CUSTO

Em consenso, os médicos pontuam como um fator absolutamente negativo a oportunidade perdida em identificar uma doença no início. Eles explicam que, em geral, problemas de saúde em estágio mais avançado têm tratamento mais caro, doloroso e menos proveitoso.

“Se pegarmos especificamente o câncer de próstata, o homem que só procura o médico após algum sintoma relacionado tem a chance de ter uma doença disseminada em mais de 90%. Significa, primeiro, que você não conseguirá curar esse paciente e vai diminuir a qualidade de vida dele. As medicações para esses estágios de saúde são muito mais caras e têm funcionamento inferior às indicadas aos pacientes em caso inicial”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Alfredo Félix Canalini.

O especialista acrescenta que caso o tratamento seja feito com celeridade, as estimativas se invertem.

“Imagina quantas vidas podem ser salvas?”, indaga.

OUTROS OLHARES

MOVIMENTO QUEER MIRA AMPLIAÇÃO DE DEBATES SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE

Tema tem suscitado mais discussões, que estão sendo impulsionadas pelo público jovem. Definições de orientação sexual são contestadas por quem não se vê reconhecido

Pagu Vulcão, de 24 anos, artista visual e tarólogo, nunca se identificou completamente com as roupas e o comportamento que a sociedade esperava que ele tivesse por ter nascido com vagina e, por isso, ter sido identificado socialmente como menina. Seu desejo sexual também não acompanhava as expectativas alheias e, na adolescência, ele se assumiu como bissexual, que sente atração tanto por homens, quanto por mulheres, mas não foi o suficiente para definir a complexidade da sua identidade.

Foi aos 20 anos que, após ter contato com debates mais profundos sobre gênero, Pagu conheceu as teorias queer e se entendeu como pessoa transgênero não binária e fluida – termo usado para definir pessoas que não se identificam com o gênero atribuído a elas no nascimento e nem se enxergam estritamente como homem ou mulher, mas transitam entre esses dois espectros.

A partir disso, ele começou a adotar pronomes masculinos para se identificar, pois entendia esses pronomes como neutros, conforme a norma culta da língua portuguesa, e se viu livre para se vestir, agir e ser quem de fato ele é.

Assim como Pagu, muitas outros, em especial jovens, têm se aberto para discussões sobre gênero e sexualidade e entendido os dois como coisas distintas e complexas.

Há poucas semanas, o apresentador Tadeu Schmidt falou sobre a relação com a filha Valentina Schmidt, de 20 anos, após ela ter se assumido como pessoa queer. “Minha filha continuou sendo a mesma”, disse ele. Em julho, a jovem disse no Instagram que estava feliz em ter liberdade para falar abertamente sobre sua sexualidade. Não à toa, a sigla que inicialmente era para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) cresceu nos últimos anos. Primeiro, foi acrescentado um Q, de queer, depois um I, de intersexo, e um A, de assexuais. Por fim, entendeu-se que esse é um tema em constante construção e, por isso, foi adicionado um “+” à sigla, representando a infinidade de possíveis definições de gênero e orientação sexual e o acolhimento do movimento a todas elas.

COMPLEXIDADE

“Estamos em uma constante construção e atualização de conceitos em busca de entender a complexidade do ser humano”, afirma a psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo Alícia Beatriz Dorado de Lisondo.

Segundo o sociólogo e professor da Unifesp Richard Miskolci, queer é um conjunto de teorias, estudos e políticas que se contrapõem à definição de gênero e orientação sexual.

Segundo ele, nunca houve linearidade férrea entre sexo, gênero e desejo. “A expectativa de que uma pessoa que foi definida ao nascer como homem seja necessariamente um adulto masculino e se interesse sexualmente por mulheres é a reprodução de um estereótipo, uma atitude irrefletida que, quando confrontada pela realidade cotidiana, se transforma”, diz.

Com base nessa perspectiva, o movimento queer ganhou força principalmente no fim dos anos 1980, durante o auge da epidemia de Aids e a ascensão do neoliberalismo. “Acadêmicos e parte minoritária do movimento social feminista e homossexual começaram a refletir sobre o papel do desejo nas relações sociais e formas alternativas de compreender as desigualdades e injustiças na esfera das sexualidades e dos gêneros”, diz Miskolci.

DIREITOS

Em meio àquele contexto histórico, afirma, ficou nítido que “marcar” pessoas pelo seu gênero e sua orientação sexual faz com que quem não se enquadre nas identidades padrão fique excluído e invisível, o que implica no não desenvolvimento de políticas públicas que considerem as especificidades desse grupo.

Por isso, o professor afirma que “o que chamamos de queer é uma vertente de estudos e uma perspectiva política crítica em relação às identidades como via para construir conhecimento ou demandar direitos (para pessoas que não se enquadram em padrões socialmente impostos)”.

O artista Pagu acredita que, na prática, definir sua identidade de gênero em um mundo que ainda funciona com base em  gêneros  é  essencial  para ser reconhecido.

GESTÃO E CARREIRA

TRABALHO REMOTO EXPANDE MERCADO NO EXTERIOR PARA PROFISSIONAL BRASILEIRO

Entre perfis mais procurados por empresas estrangeiras estão os da área de tecnologia da informação, mas cresce a procura por influenciadores digitais e designers

O número de profissionais que vivem no Brasil, mas trabalham para o exterior aumentou 491% entre 2020 e 2022, conforme pesquisa exclusiva da Husky, plataforma que facilita o recebimento de transferências internacionais. Os brasileiros da área de tecnologia da informação são os mais requisitados pelas empresas estrangeiras, mas profissionais de outras áreas também passaram a ser procurados para esse modelo de trabalho, como designers, influenciadores digitais e streamers.

Conforme a pesquisa, em março de 2020, no início da pandemia, havia 1.251 usuários da Husky. No fim de novembro de 2022, eram 11.284. O total de profissionais que trabalham do Brasil para empresas do exterior pode ser maior, pois nem todos usam a plataforma que fez a pesquisa. Para especialistas, o movimento reflete a consolidação do home office e as mudanças nas leis trabalhistas, como as que permitiram o trabalho híbrido.

Algumas empresas dispõem de alternativas no momento da admissão. A startup brasileira Mesa é uma delas. No contrato, o profissional pode escolher se prefere remoto, híbrido ou presencial. “Temos colaboradores espalhados pelo Brasil inteiro, e até em outros países. No nosso caso, a opção do remoto é de suma importância”, afirma Larysse Gurgel, responsável pela gestão de pessoas da Mesa.

Segundo Maurício Carvalho, gerente de Tecnologia da Husky, a permanência do trabalho remoto após a pandemia também é motivada pela flexibilidade do modelo. “Isso tem a ver com estilo vida e virou um fator determinante para um funcionário continuar na empresa”, afirma. Conforme a pesquisa, a área de tecnologia da informação é a mais atrativa para posições no exterior.

VAGA REMOTA

Há cinco anos, a advogada Caroline Florian, por exemplo, trabalha no setor de atendimento ao cliente de uma companhia americana. Ela decidiu encarar uma vaga remota no exterior em razão da sobrecarga do antigo trabalho. “Claro, foi um ajuste na minha rotina. Ganhei tempo para mim”, afirma.

Johnathan Alves, de 28 anos, é engenheiro de software sênior de uma empresa americana que não tem espaço físico desde que foi fundada. Antes do atual emprego, ele trabalhou remotamente para outras duas companhias estrangeiras.

A primeira experiência foi em 2020, em uma consultoria dos EUA. Passados dois meses, decidiu pedir demissão. Em menos de um ano, conseguiu ser selecionado em uma startup em Malta. No momento da contratação, o empregador sinalizou que, após a melhora da pandemia, seria necessário migrar para o modelo presencial. “Mas depois de dez meses na empresa disse que não fazia sentido ir para a Europa.” O chefe aceitou. Ele descarta um emprego presencial, já que não planeja sair de São Paulo. “Eu me vejo, no máximo, em um emprego híbrido.”

TRABALHADOR TEM DE SE ADAPTAR À LEI LOCAL E NÃO É AMPARADO PELA CLT

Quem opta por essa modalidade de trabalho remoto em empresas do exterior não possui direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como 13.º salário, rescisão e outras regras da norma brasileira. Na prática, cada empresa estrangeira pode ter uma política específica. Isso significa que a legislação pode se diferenciar conforme o país de interesse e a cultura da companhia.

Segundo a advogada especialista em direito trabalhista Maria Laura Alves, uma empresa estrangeira precisa ter uma parte do capital brasileiro para contratar um profissional por meio da CLT. Quando isso não é possível, o ideal é “escolher a lei mais benéfica para o trabalhador”.

EU ACHO …

A NOVA MINORIA

É um grupo formado por poucos integrantes. Acredito que hoje estejam até em menor número do que a comunidade indígena, que se tornou minoria por força da dizimação de suas tribos. A minoria a que me refiro também está sendo exterminada do planeta, e pouca gente tem se dado conta. Me refiro aos sensatos.

A comunidade dos sensatos nunca se organizou formalmente. Seus antepassados acasalaram-se com insensatos, e geraram filhos e netos e bisnetos mistos, o que poderia ser considerada uma bem-vinda diversidade cultural, mas não resultou em grande coisa. Os seres mistos seguiram procriando com outros insensatos, até que a insensatez passou a ser o gene dominante da raça. Restaram poucos sensatos puros.

Reconhecê-los não é difícil. Eles costumam ser objetivos em suas conversas, dizendo claramente o que pensam e baseando seus argumentos no raro e desprestigiado bom-senso. Analisam as situações por mais de um ângulo antes de se posicionarem. Tomam decisões justas, mesmo que para isso tenham que ferir suscetibilidades. Não se comovem com os exageros e delírios de seus pares, preferindo manter-se do lado da razão. Serão pessoas frias? É o que dizem deles, mas ninguém imagina como sofrem intimamente por não serem compreendidos.

O sensato age de forma óbvia. Ele conhece o caminho mais curto para fazer as coisas acontecerem, mas as coisas só acontecem quando há um empenho conjunto. Sozinho ele não pode fazer nada contra a avassaladora reação dos que, diferentemente dele, dedicam suas vidas a complicar tudo. Para a maioria, a simplicidade é sempre suspeita, vá entender.

O sensato obedece regras ancestrais, como, por exemplo, dar valor ao que é emocional e desprezar o que é mesquinho. Ele não ocupa o tempo dos outros com fofocas maldosas e de origem incerta. Ele não concorda com muita coisa que lê e ouve por aí, mas nem por isso exercita o espírito de porco agredindo pessoas que não conhece. Se é impelido a se manifestar, defende sua posição com ideias, sem precisar usar o recurso da violência.

O sensato não considera careta cumprir as leis, é a parte facilitadora do cotidiano. A loucura dele é mais sofisticada, envolve rompimento com algumas convenções, sim, mas convenções particulares, que não afetam a vida pública. O sensato está longe de ser um certinho. Ele tem personalidade, e se as coisas funcionam pra ele, é porque ele tem foco e não se desperdiça, utiliza seu potencial em busca de eficácia, em vez de gastar sua energia com teatralizações que dão em nada.

O sensato privilegia tudo o que possui conteúdo, pois está de acordo com a máxima que diz que mais grave do que ter uma vida curta, é ter uma vida pequena. Sendo assim, ele faz valer o seu tempo. Reconhece que o Big Brother é um passatempo curioso, por exemplo, mas não tem estômago para aquela sequência de conversas inaproveitáveis. É o vazio da banalidade passando de geração para geração.

Ouvi de um sensato, dia desses: “Perdi minha turma. Eu convivia com pessoas criativas, que falavam a minha língua, que prezavam a liberdade, pessoas antenadas que não perdiam tempo com mediocridades. A gente se dispersou”. Ele parecia um índio.

Mesmo com poucas chances de sobrevivência, que se morra em combate. Sensatos, resistam.

MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

COMO SE PREVENIR DAS PICADAS DE MOSQUITO?

As coceiras podem ser bastante incômodas, especialmente para os alérgicos; por isso é importante evitar os insetos a todo custo. Veja algumas opções

Com a chegada do verão, as picadas de mosquitos se tornam mais frequentes. Isso porque as temperaturas altas e o clima úmido favorecem a proliferação e a ação desses insetos. Em geral, as picadas costumam resultar em sintomas simples, como coceira, vermelhidão e pequenos inchaços, que podem ser tratados em casa e com recuperação rápida. Compressas com água gelada ou com chá de camomila costumam ajudar, uma vez que temperaturas mais baixas em contato com a pele podem reduzir a coceira e ajudar a reduzir a inflamação – em especial a camomila, que tem ação anti-inflamatória.

Porém, entre aquelas pessoas que têm maior sensibilidade à ação dos mosquitos, é possível que reações alérgicas apareçam. Nesses casos, os sintomas são mais intensos e a reação pode se espalhar. “Parece que são várias picadas, mas é apenas uma que se espalhou pelo corpo”, descreve Renata Barreto, dermatologista e gerente médica do Hapvida Notre Dame Intermédica.

ALERGIA A PICADA EM CRIANÇAS

O cuidado deve ser ainda maior com as crianças, que têm mais possibilidades de desenvolver alergias, conforme alerta Jandrei Rogério Markus, presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Segundo ele, por causa da imaturidade do sistema imune dos pequenos, a resposta à picada é desproporcional. “A saliva do mosquito é interpretada como algo estranho pelo organismo da criança e faz com que o sistema imune tenha reação exagerada”, diz. Essa tendência maior à alergia costuma durar até os 8 anos e diminui conforme a criança cresce. “O organismo percebe que isso vai ser frequente ao longo da vida, que a criança vai entrar em contato com as picadas em outros momentos. Por isso, ele vai se adaptando e reduzindo essa resposta imune exagerada.”

Por causa da gravidade, é importante investir no uso de repelentes, telas e mosquiteiros – principalmente no caso de pessoas que já sabem que são alérgicas. “Se tiver reação muito exuberante, procure um dermatologista ou alergologista que vai saber manejar todas as reações com os medicamentos apropriados”, diz. Mas, para evitar maiores complicações, a prevenção é fundamental.

COMO ESCOLHER O REPELENTE IDEAL?

A função do repelente é atrapalhar a capacidade dos mosquitos de encontrar o corpo humano. “Eles atuam nos receptores das antenas desses insetos e impedem que eles reconheçam o cheiro exalado pelo ser humano”, explica Renata. E há diversas opções no mercado, em versões em creme, gel ou spray.

De forma geral, não há grandes diferenças quanto à função de proteção. Seja qual for a versão escolhida, ela vai repelir os mosquitos. Por isso, a recomendação da dermatologista é investir nos que mais se adaptam a sua realidade. Repelentes em spray, por exemplo, podem ser boa opção para crianças, já que sua aplicação costuma ser mais prática.

Algumas pessoas optam por repelentes naturais. Há versões feitas com plantas, flores, ervas e especiarias, que prometem repelir insetos sem poluir o ambiente e trazer prejuízos à saúde. A citronela é bastante usada e há no mercado versões em óleo, que podem ser aplicadas diretamente na pele.

Lavanda, cravo-da-índia e eucalipto também são versões encontradas em lojas de produtos naturais. “Mas os inseticidas naturais não têm ação tão prolongada”, pondera a médica, que recomenda reaplicar o produto com frequência maior para garantir a proteção.

QUAL A MELHOR MANEIRA DE USAR O REPELENTE ELÉTRICO?

A indicação é que eles sejam ligados próximos a janelas e portas para criar uma espécie de nuvem de proteção, que impede que os mosquitos entrem no ambiente. Ao ligar em tomadas posicionadas distantes desses locais, a proteção pode não ser tão efetiva.

COMO USAR O REPELENTE COM O PROTETOR SOLAR?

É importante não deixar de lado a proteção solar, que deve ser feita antes da aplicação do repelente. Há produtos no mercado com Fator de Proteção Solar (FPS) em sua formulação, mas não são opções recomendadas pela dermatologista. “Isso atrapalha a reaplicação. O filtro solar exige reaplicação de hora em hora e com os repelentes não é possível fazer isso, por que não devem ser aplicados mais de três vezes ao dia.”

QUAL O MELHOR REPELENTE PARA CRIANÇAS?

A escolha do repelente ideal para os pequenos apresenta alguns detalhes. O mais importante é se atentar aos princípios ativos de cada produto.

São três aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): o DEET, IR3535 e Icaridina.

Antes dos 6 meses, a recomendação é não usar repelente e investir nas barreiras físicas, como roupas e mosquiteiro. Entre 6 meses e 2 anos, são indicados repelentes com o composto químico IR3535, mas em concentração de até 20%. Entre 2 e 12 anos, podem ser usados repelentes com DEET – desde que sua concentração não seja superior a 10%. A partir dos 12 anos, já é possível utilizar repelentes para adultos.

Os rótulos também costumam indicar a quantidade máxima de aplicação, que varia entre 1 e 3 vezes ao dia.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

COMPORTAMENTO INDIVIDUAL É AFETADO POR CONEXÕES SOCIAIS

Estudo mostra que contatos com família e amigos são importantes em momentos de crise como uma pandemia

Uma pesquisa de instituições acadêmicas do Reino Unido feita com 13.263 participantes de 122 países durante o auge da pandemia de Covid-19 mostrou que as conexões sociais afetam os comportamentos e, consequentemente, a saúde e o bem-estar das pessoas durante episódios de crise coletiva em larga escala. Os resultados do estudo global indicam novas diretrizes para o sucesso de ações de saúde pública e mental em momentos de turbulência ou de isolamento.

Os dados foram publicados na revista internacional Science Advance e destacam, sobretudo, a importância da família e de grupos próximos para o sucesso da adoção de condutas de segurança, bem como para o suporte emocional dos indivíduos.

O artigo “Social bonds are related to health behaviours and positive wellbeing globally” (“Laços sociais estão relacionados, globalmente, a comportamentos de saúde e bem-estar positivo”, em português) foi divulgado pela Sociedade Americana de Avanços da Ciência. Bahar Tunçgenç, Valerie van Mulukom e Martha Newson, autores do estudo, são ligados aos departamentos de psicologia e ciências sociais das universidades de Oxford, Nottingham Trent, Kent e Coventry. Segundo eles, desde o início da pandemia, os relatórios científicos têm observado um aumento do isolamento social e da ansiedade, bem como uma dependência mais profunda da conexão social em vários âmbitos para orientação sobre protocolos de saúde.

Os pesquisadores descobriram que os laços sociais, principalmente com a família, levaram a melhores comportamentos de saúde durante a pandemia. Também observaram que vínculos intensos (sentimentos fortes de confiança, pertencimento e compromisso) com certos grupos sociais foram associados a maior bem-estar e posturas saudáveis —com exceção do distanciamento, uma vez que o contato presencial é o que dá liga a esses círculos.

Foram utilizados no levantamento dois grandes conjuntos de dados que examinaram a ligação com círculos sociais próximos (ou seja, família e amigos) e grupos estendidos (país, governo e humanidade) nos primeiros meses da pandemia. Foram recolhidas amostras de mais de 100 participantes em três países do Hemisfério Sul (Bangladesh, Brasil e Peru) para balancear os dados trazidos do Hemisfério Norte.

“A necessidade de pertencer e se conectar com os outros é uma questão humana universal, mas as maneiras pelas quais os indivíduos representam seus relacionamentos são culturalmente variáveis”, relatam os autores.

Contudo, em contraste com estudos anteriores, os pesquisadores não encontraram evidências que sugerissem que a nacionalidade ou vínculo de alguém com seu país melhorasse o comportamento de saúde. “As mensagens de saúde pública e o apoio psicológico devem visar redes menores, como famílias e organizações de base, para proteger as comunidades dos impactos das crises globais”, alertam.

Mesmo diversos demograficamente e geograficamente, os participantes demonstraram que a identidade do indivíduo tende a estar em fusão com normas e valores de grupo, levando as pessoas a seguirem o comportamento de suas redes mais próximas. Quando ocorrem eventos críticos da vida pessoal —uma insuficiência cardíaca ou um acidente vascular cerebral, por exemplo —, essa tendência se repete. Se nosso grupo é favorável e nos apoia nessa decisão, somos assim mais propensos a fazer mudanças saudáveis no nosso estilo de vida. O painel avaliou que a forte identificação com a comunidade local antes da pandemia estava associada a maior probabilidade de fornecer serviços e apoio aos vizinhos durante o isolamento, bem como maior adesão às regras.

Os autores também argumentam que a definição da OMS (Organização Mundial da Saúde) para saúde mental não é a ausência de doença mental, mas a presença de “um estado de bem-estar no qual o indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com o estresse normal da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir para a sua comunidade”.

O grupo A completou um questionário online disponibilizado em oito idiomas, entre 28 março e 24 de abril de 2020. Os participantes responderam a perguntas sobre uso de máscara, comportamentos de higiene e estado emocional durante a pandemia de Covid-19.

Ao grupo B foi oferecido outro documento, com opção de 12 idiomas e aplicação entre 9 de abril e 24 de maio de 2020. Neste questionário, os entrevistados informaram o quanto seguiram o conselho geral de “manter distância física de outras pessoas”.

O critério de inclusão nos conjuntos foi a idade: mínimo de 18 anos para o A, e de 16 anos para o B. A adesão foi obtida por meio de anúncios nas redes sociais dos autores e canais de mídia locais, bem como em grupos de Facebook, Reddit e Twitter.

Para o psicólogo Yuri Busin, doutor em neurociência do comportamento e pós-graduado em terapia cognitivo-comportamental, os dados mostram que o sentimento de pertencimento é capaz de afetar a saúde mental.

“Esse estudo pega um recorte muito específico, o da pandemia, no qual tivemos um isolamento social grandioso. Com esse impacto vieram milhões de questões psicológicas para além das da Covid, que eram pessoas cada vez mais deprimidas, ansiosas e até perdendo os vínculos sociais”, diz Busin.

“Esse sentimento de pertencimento, de segurança em um grupo, de não sentir-se solitário e incompreendido é uma realidade. Apesar de muitas pessoas terem dificuldade ou frustrações com o outro, nós somos seres sociais”, afirma o psicólogo.

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