BARRINHAS DE PROTEÍNA SÃO MESMO SAUDÁVEIS?
Elas podem ser aliadas para atletas, mas no dia a dia o ideal é consumir o alimento in natura

As barrinhas de proteínas costumam ser consumidas por quem busca praticidade, em geral depois da atividade física ou como um lanche rápido entre os compromissos diários. Não faltam opções: desde as mais doces, como aquelas com cobertura de chocolate, até opções que prometem ser mais saudáveis, como as veganas e orgânicas. Com os diferentes sabores, estão as proteínas. Bianca Aliane, nutricionista da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva, explica que podem ser de origem animal, como whey protein, feito com a proteína do soro do leite. Há opções que usam fontes de proteína vegetal, como a ervilha, a soja e o arroz.
Essas proteínas podem ser importantes para quem pratica atividades físicas intensas, em especial pessoas cujo objetivo é o aumento do volume dos músculos. Segundo a nutricionista, as proteínas desses alimentos podem ajudar no ganho de massa muscular e favorecer a recuperação física após os exercícios. No entanto, as barrinhas não são sinônimo de alimentação saudável. “É preciso uma adequada ingestão de alimentos com fontes boas e variadas de proteínas ao longo das principais refeições diárias”, alerta.
CUIDADOS NO CONSUMO
Conforme explica Adriana Garcia, nutricionista e docente do Centro Universitário São Camilo, as barrinhas de proteínas são consideradas alimentos ultraprocessados. “O processamento pode reduzir a quantidade de vitaminas e de minerais que estavam presentes nos alimentos in natura”, diz. Além disso, as barrinhas também têm potencial para contribuir para o consumo de gorduras, sódio e açúcar além da quantidade ideal. “A grande questão é que o consumo desses ingredientes costuma estar relacionado com o aparecimento de doenças crônicas, como diabete, hipertensão, obesidade e problemas cardiovasculares”, conta.
“Isso não significa que devem ser proibidas, mas que os alimentos in natura devem ser priorizados”, recomenda ela, que indica substituições como consumo de castanhas, uva passa e damasco. “Esses são alimentos que muitas vezes estão presentes nas barrinhas, mas que não perderam suas vitaminas e minerais pelo processamento.”
COMO ESCOLHER
O melhor caminho para encontrar opções mais saudáveis é observar os rótulos desses produtos. Graças à nova rotulagem de alimentos, que está em vigor no Brasil desde outubro, é possível encontrar a quantidade de ingredientes como açúcares, gorduras saturadas e sódio que, conforme explica a nutricionista, devem ser evitados.
Ler a lista de ingredientes também é importante. “Os ingredientes aparecem em ordem da sua proporção no alimento. Por exemplo, se aparecer açúcar como primeiro ingrediente, é porque esse é o item em maior quantidade”, explica a nutricionista.
Além do açúcar, também é indicado evitar aquelas em que a gordura trans e saturada aparecem em destaque. “São gorduras que deveriam ser evitadas, porque estão relacionadas com o aparecimento de doenças cardiovasculares”, afirma ela, que recomenda as barrinhas cujos ingredientes naturais e integrais representam a maior parte da composição.
Observar os nomes dos ingredientes no rótulo do produto é outra forma de garantir que a barrinha escolhida seja mais saudável. Fique atento se são nomes complicados de entender ou que você não teria em casa. Adriana explica que, nesses casos, são altas as possibilidades de esses não serem as opções mais saudáveis do produto.
“Não é, necessariamente, a quantidade de ingredientes que indica se o produto é saudável ou não. Mas nomes desconhecidos podem sugerir isso”, avalia. Existem opções de barrinhas orgânicas que em geral não possuem aditivos químicos, costumam ter menos corantes e são feitas com ingredientes com maior valor nutricional, como aveia, mel, castanhas, damasco e uva passa.
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