OUTROS OLHARES

SELFIES DE RISCO

Cliques estão por trás de metade dos acidentes em locais perigosos

Animado com uma nova oportunidade profissional recém-conquistada, o especialista em gestão de unidade de informação Igor de Oliveira Rodrigues Dias, de 33 anos, resolveu comemorar com uma amiga em um dos seus lugares preferidos no Rio: a Praia da Joatinga. Na hora de ir embora, já no fim da trilha que liga o mar ao mirante, decidiu fazer uma última selfie, aproveitando a vista paradisíaca que conhecia tão bem. A foto não chegou a ser feita. Bastou um instante de distração. Igor perdeu o equilíbrio, caiu do penhasco de uma altura de mais de 20 metros e morreu na hora. O caso, ocorrido no dia 10 de novembro, uma quinta-feira, entrou para a estatística do Corpo de Bombeiros, que registrou, entre janeiro e novembro deste ano, 16 mortes em 180 acidentes relacionados a tentativas de fazer fotografias em costões rochosos, encostas, mirantes e cachoeiras do estado.

HOMENS: MAIORES VÍTIMAS

O número de ocorrências ligadas a selfies representa mais da metade (53,7%) do total de 335 registros feitos pelos bombeiros, até 18 de novembro. O levantamento aponta ainda que 80% das vítimas são homens. Os pontos com maior incidência de casos são a Pedra da Gávea (24), a Pedra do Telégrafo (22) e a Pedra da Tartaruga (10), mas há registros frequentes também na Pedra do Leme, no costão da Urca – que engloba toda a pista Cláudio Coutinho e o contorno do Pão de Açúcar, onde são comuns fotos em situação de pesca, salto das pedras e escaladas – e na Cachoeira do Horto, além da Joatinga. As 16 mortes, segundo os bombeiros, foram registradas na área da Pedra do Roncador e da Pedra do Telégrafo, no costão da Avenida Niemeyer, em Saquarema e em Rio das Ostras. A corporação informou ainda ter optado por não divulgar os locais exatos das ocorrências por questão de segurança.

“A imagem mais bonita que uma mãe pode ter de um filho é acordar de manhã e ver o sorriso dele ao vivo, pertinho. A foto mais incrível, mais curtida do mundo, não vale nada perto disso. Pensem sempre na dor de quem fica, o sofrimento é enorme. Pensem duas, três vezes antes de se arriscar por causa de uma selfie”, aconselha a contadora Luiza Mara de Oliveira Rodrigues, de 60 anos, mãe de Igor Rodrigues, que era filho único.

Em janeiro de 2019, Marcelo Francisco Maciel, de 37 anos, e Jaqueline Amorim de Souza, de 38, desceram o costão que dá acesso à Praia do Secreto, que fica entre a Praia da Macumba e a Prainha, na Zona Oeste do Rio, com o objetivo de fazer uma foto especial. O mar estava agitado, e o casal foi levado por uma onda. O corpo de Marcelo foi encontrado à noite. Simone só foi achada um dia depois. Na época, a filha deles publicou em uma rede social: “Mãezinha, vou sentir falta das suas palhaçadas e dos seus sorrisos, não vou ter mais um colo de mãe pra chorar quando estiver triste. Pai, sei que por um tempo estivemos separados, mas nada interfere no amor de pai e filha, vou sentir saudades de você pegando na minha mão para atravessar a rua. Quero que vocês saibam que eu vou fazer vocês sentirem muito orgulho de mim.”

“As verdadeiras memórias estão dentro da nossa cabeça e não em fotos. Procure sempre locais seguros, o importante é estar atento para não se colocar em risco nunca, não vale a pena”, observa o major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

CAMPANHA DE ALERTA

A recorrência de acidentes relacionados às tentativas de fazer o autorretrato mais impactante fez com que o Corpo de Bombeiros do Rio iniciasse uma campanha de conscientização a respeito. A ação acontece tanto por meio de publicações nas redes sociais da corporação, quanto pela abordagem direta das pessoas nos principais pontos de risco. Como mote “Não arrisque a sua vida por likes”, as publicações mostram vídeos impactantes de pessoas que colocaram a vida em risco por causa de um clique.

No texto, o alerta: “Evite fotos na beira de cachoeiras, em costões em dia de ressaca, em penhascos e em qualquer lugar onde haja risco de acidentes.(…) Sua vida vale mais que uma selfie”. Os bombeiros estão intensificando a abordagem ao ponto de publicar comentários nas redes sociais de pessoas que exibem fotos em locais perigosos. A campanha chama a atenção ainda para o potencial aumento do perigo após o consumo de bebidas alcoólicas.

“Podemos afirmar, sim, que sempre que existe o consumo de bebida alcoólica no mar ou em locais de pedras e costões o risco de acidentes aumenta bastante. Nós sempre sugerimos que não consuma. A bebida reduz o equilíbrio e o reflexo, as pessoas ficam mais vulneráveis. Além disso, também pedimos que não frequentem esses lugares em dia de chuva, quando as pedras estão mais escorregadias, evitem ainda os períodos de mar em ressaca e também durante à noite, quando a visibilidade é bastante reduzida”, reforça o major Contreiras.

O perigo das selfies em locais de aventura é um fenômeno mundial. De acordo com estudo da espanhola Fundação iO – que desenvolve projetos na área de saúde global, especialmente sobre doenças infecciosas e medicina do viajante -, publicado no Journal of Travel Medicine, da Universidade de Oxford, da Inglaterra, o Brasil é o quinto país no ranking de ocorrências do gênero, atrás apenas de Índia, Estados Unidos, Rússia e Paquistão.

O estudo, que compilou e analisou acidentes ocorridos entre 2008 e 2021, mostra que, a cada 13 dias, uma pessoa morre no mundo atrás do clique perfeito. Um outro estudo, do indiano Journal of Family Medicine and Primary Care, apontou que acidentes durante selfies mataram, em todo o planeta, cinco vezes mais que ataques de tubarão, de 2011 a 2017.

‘A DOR É INSUPORTÁVEL’

Para o antropólogo Roberto Da Matta, a busca por reconhecimento e fuga do anonimato está na raiz do comportamento de risco assumido por pessoas que procuram ganhar exposição nas redes.

“A gente vive em uma sociedade que aumenta a sensação de anonimato, a impessoalidade. A exposição na internet é uma chance de quebrar esse estado de coisas. Daí que a necessidade de aparecer para o outro, de ganhar curtidas, de ser notado, passa a ser muito grande. Todo mundo quer ser famoso de alguma forma, quer se destacar da multidão de anônimos e, assim, nem sempre mede os riscos na hora de buscar aquela exposição que eles acreditam que vai possibilitar um destaque mesmo que efêmero”, diz Roberto Da Matta.

Para quem fica, o que resta é lembrar dos bons momentos vividos e buscar conforto nas memórias construídas fora das redes sociais.

“O Igor sempre foi muito livre, sempre gostou de viajar, fazia amigos com uma facilidade impressionante. Tenho recebido muito carinho das pessoas que gostavam dele. Jamais imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer.”

A dor é enorme, insuportável. O que me conforta um pouco é saber que ele viveu intensamente e partiu num lugar lindo, que ele gostava muito”, afirma Luiza Rodrigues.

GESTÃO E CARREIRA

SENTIR-SE PARTE DA EMPRESA É SAUDÁVEL

O home office já é realidade para alguns profissionais há um bom tempo, mas durante a pandemia ele foi tão difundido que, agora, assistimos ao movimento de consolidação de novos modelos de trabalho.

Consequentemente, vemos uma transformação na forma de liderar pessoas. Segundo uma pesquisa do Google Workspace com IDC Brasil, apenas 25% das empresas estão atuando presencialmente. A maior parte está em modelo híbrido (56%) ou remoto (19%).

Isso nos leva a refletir sobre os desafios das organizações, que vão muito além dos estruturais, uma vez que cada vez mais profissionais exercem suas funções remotamente. Pois, em uma empresa, é necessário que exista um senso coletivo. Mas como fazer isso com pessoas que, em alguns casos, nunca se viram pessoalmente?

O mercado está sendo obrigado a repensar a cultura organizacional para despertar o senso de pertencimento nesses trabalhadores. Afinal, nunca é demais lembrar que o homem é um animal social. Segundo o psicólogo americano Abraham Maslow, a demanda pelo social fica abaixo apenas das fisiológicas e de segurança. Para Maslow, quando negligenciamos essas necessidades, sentimos frustração, desinteresse, pessimismo e insegurança, entre outras emoções negativas.

No mundo corporativo, é o senso de pertencimento que faz o colaborador se sentir parte do todo, aceito, útil e valorizado. Ele é capaz de refletir diretamente na melhora da saúde mental do profissional e na qualidade do seu trabalho. Com isso, é inevitável que a organização também se beneficie, usufruindo de um clima melhor. Segundo uma pesquisa da Harvard Business Review, profissionais satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores.

Quem se sente parte, se sente mais feliz e, consequentemente, produz mais e melhor. Os resultados podem ser vistos na qualidade das entregas internas, na queda da taxa de “turnover” e na reputação que a empresa ganha no mercado. Quem não quer trabalhar num lugar onde as pessoas se sentem bem assim?

A importância do senso de pertencimento vai além de ter uma performance superior – ela está ligada também com a retenção de talentos e a motivação. Porém, engajar e despertar esse sentimento, independente do modelo, é um trabalho que tem começo mas não tem fim. É bom salientar que isso precisa permear toda a organização. A começar pelo CEO, todos têm um papel fundamental nessa cultura.

O colaborador que se sente acolhido e parte de um time, num ambiente saudável, está menos propenso a pedir demissão e mais inspirado a continuar entregando o seu melhor. Mas como fazer ele se sentir verdadeiramente inserido sem a presença física? Como criar esse sentimento em perfis e gerações diferentes? A resposta está na liderança.

A busca por despertar um sentimento positivo de pertencimento começa por dar aos líderes as ferramentas necessárias para que eles aprimorem dois pontos cruciais: a comunicação e a percepção. O primeiro, a comunicação, deve ser analisado sob a perspectiva do gestor. Como ele se relaciona com os seus liderados? Ele consegue criar um espaço aberto ao diálogo dentro das suas equipes?

Tudo isso é determinante para a construção de uma cultura interna saudável, na qual todos se sintam ouvidos e relevantes para a empresa, mesmo estando a quilômetros de distância do escritório. O outro ponto é a percepção. Sempre atento aos detalhes e ao subjetivo, o líder deve ser um eterno observador. Ele observa o ambiente e os colaboradores para perceber comportamentos fora dos padrões, antever situações e intervir o quanto antes.

No home office, uma solução que tem se mostrado eficiente para olhar o entorno é abrir a câmera. Sim, deve haver o estímulo para que, sempre que possível, todos se vejam, mesmo que seja pelo computador. O contato visual no dia a dia atua como um fortalecedor dos laços. A comunicação e a percepção são poderosas aliadas para criar uma relação individualizada com cada colaborador. E o senso de pertencimento está ligado ao fato de se sentir entendido.

O empregado que tem a sua necessidade social atendida enxerga no líder um apoiador, alguém com quem ele pode contar. Vale reforçar que o respeito à privacidade é primordial. Por maior que seja a intimidade com o seu superior, em questões da sua vida pessoal, o colaborador deve ter a iniciativa de pedir ajuda e sinalizar o limite do que deseja expor. Sabe o que é muito instigante e apaixonante no trabalho de recursos humanos? A solução nem sempre passa por ações espalhafatosas.

Apostar em coisas simples e efetivas faz a diferença. Por exemplo, o gerente pode ligar para todos os seus liderados no aniversário de cada um. Pode ser considerado algo até banal, mas toda ação para fazer a pessoa se sentir parte é muito relevante. No caso da ligação, a atitude demonstra que o gestor se preocupa e gastou alguns minutos do seu dia apenas para felicitar o colaborador. Um ato que não custa nada e demanda apenas uma breve organização para salvar lembretes com as datas e alguns minutos por dia ao telefone.

Nesse novo cenário, o caminho para criar uma cultura de pertencimento requer a humanização das relações. A comunicação e a percepção vão fornecer os insumos necessários para o líder estabelecer essas interações mais individualizadas, respeitando a singularidade de cada colaborador, mas pensando sempre no coletivo. O gestor é uma peça-chave nessa construção de um ambiente, remoto ou híbrido, saudável.

Porque, além de orientar e estar sempre aprimorando as suas habilidades de gestão, ele também tem o papel de servir de inspiração. Os ganhos em ter uma empresa em que as pessoas se sentem parte dela, como já mencionado, vão além da produtividade, impactam diretamente na saúde mental.

JOSÉ CARLOS NASCIMENTO  – É diretor de RH da IOB).

EU ACHO …

DENTRO DE UM ABRAÇO

Onde é que você gostaria de estar agora, nesse exato momento?

Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, em diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema assistindo à estreia de um filme muito esperado e, principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar – a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Meu palpite: dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.

Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde à beira-mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?

Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. Entrando na semana dos namorados, recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste.

MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

POR QUE A MENOPAUSA PODE CAUSAR PERDA DE MEMÓRIA? VEJA O QUE FAZER

Acredita-se que as alterações hormonais afetem também o cérebro; exercitá-lo nesse período (que é passageiro) é fundamental

Ao 51 anos, Jeanne Chung começou a sentir que sua memória estava falhando. “Percebi problemas de memória, como esquecer certas palavras”, diz ela, que é CEO de uma empresa de saúde. Então, para exercitar seu cérebro, ela começou a fazer jogos de palavras. Sua memória irregular não foi causada por um ferimento na cabeça ou uma doença, foi claramente desencadeada, conta Jeanne, agora com 54 anos, pelas mudanças que acompanham sua transição para a menopausa, uma experiência comum para muitas mulheres, concordam os especialistas.

“Durante a transição para a menopausa, as mulheres podem sentir névoa cerebral ou dificuldades de memória e concentração”, conta Stephanie Faubion, diretora do Penny e Bill George do Centro de Saúde Feminina da Clínica Mayo. Ela afirma que esses sintomas desagradáveis geralmente começam no início dos 40 anos e se arrastam até que seu ciclo menstrual pare com o início da menopausa, geralmente aos 50 anos.

Em um estudo de 2022, os pesquisadores compararam exames cerebrais de ressonância magnética de mulheres na menopausa com os de mulheres na pré-menopausa. Os resultados revelaram que as mulheres na menopausa tinham mais lesões cerebrais chamadas “hiperintensidades da substância branca” do que aquelas na pré-menopausa. Pesquisas anteriores sugerem que essas lesões podem estar relacionadas a problemas cognitivos e doenças como o Alzheimer. Embora pareça alarmante, Stephanie informa que os problemas de memória induzidos pela menopausa não aumentam necessariamente o risco de demência da mulher.

Os médicos não sabem ao certo por que a menopausa afeta o cérebro, mas a alteração hormonal é a provável culpada. Durante essa mudança na meia-idade, o estrogênio e a progesterona ricocheteiam, ensina Louann Brizendine, professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia e autora de The Upgrade: How The Female Brain Gets Stronger And Better In Midlife And Beyond.

“Quando o estrogênio está alto, o cérebro e outros tecidos recebem um banho desse hormônio, que é responsável pela sensibilidade nos seios e problemas de memória.” Essas mudanças hormonais podem causar muitos sintomas, incluindo desafios cognitivos. Segundo Stephanie, os problemas de memória induzidos pela menopausa geralmente se resolvem quando a transição é concluída em uma mulher de 50 anos e não aumentam o risco de demência à medida que envelhece.

Quando os altos e baixos hormonais param, os sintomas geralmente melhoram, acrescentou Brizendine. Mas, mesmo que esses sintomas não sejam duradouros, ainda podem afetar sua sensação de bem-estar.

Amy Beckley, de 42 anos, farmacologista em Boulder, Colorado, anotava mentalmente as tarefas que precisava concluir. “Agora, tenho de escrever tudo”, recorda ela. Quando sua memória sofre um “curto-circuito”, Amy esquece as reuniões de trabalho e os itens do supermercado. “É frustrante e, às vezes, faz com que me sinta estúpida.”

Deslizes de memória frequentes podem levar as mulheres a se sentirem mal-humoradas e trazem preocupações sobre sua saúde. Mas elas não precisam sofrer em silêncio, orienta Anna Glezer, psiquiatra especializada em saúde da mulher em Burlingame, Califórnia. Quando a transição para a menopausa é difícil, as mulheres geralmente são instruídas a “aceitar” o processo, afirma Anna. Mas a luta e o desconforto não são necessários, porque os sintomas podem ser melhorados, ressalta a psiquiatra. Aqui estão algumas maneiras de lidar com problemas cognitivos induzidos pela perimenopausa ou pela menopausa:

EXCLUIR DEPRESSÃO OU ANSIEDADE.

Em alguns casos, dificuldade em encontrar palavras, esquecimento e névoa mental decorrem de distúrbios de humor não tratados, revela Stephanie Faubion. Por exemplo, estudos mostram que a perimenopausa pode aumentar o risco de depressão, enquanto a menopausa tornou algumas mais propensas à ansiedade.

A pesquisa sugere que problemas de memória e depressão podem ocorrer juntos, especialmente na meia-idade. Com as preocupações cognitivas, os sinais de depressão podem incluir sentimentos de tristeza, desesperança e irritabilidade.

Ao contrário do mau humor, esses sintomas não desaparecem, admite Anna Glezer.

Embora a menopausa seja uma transição de vida para as mulheres, ela não deve ser incapacitante, garante Stephanie. Quando as preocupações de humor resultam em esquecimento e outras dificuldades, psicoterapia, medicação e exercícios podem ajudar.

EXERCITE SEU CÉREBRO.

Embora os problemas de memória da meia-idade sejam estressantes, geralmente não duram para sempre, esclarece Brizendine. “O cérebro feminino pode se tornar mais forte.” A psiquiatra recomenda “hacks corporais para a mente” ou exercícios destinados a ativar partes do cérebro como o cerebelo, que auxiliam na resolução de problemas, julgamento, memória e regulação emocional. Isso pode significar uma caminhada de 10 a 20 minutos, ioga ou mexer os dedos dos pés, o que pode ativar o cerebelo. Além disso, a pesquisa sugere que brincar pode beneficiar a cognição adulta. Atividades como dançar ou resolver quebra-cabeça podem aguçar a mente. “Não tenho provas concretas de que jogar Wordle ajuda, mas desde que comecei o jogo, minha memória não está piorando”, avalia Jeanne Chung.

SUBSTITUA A NARRATIVA NEGATIVA.

A menopausa é muitas vezes referida como “puberdade ao contrário” ou “TPM constante”, explica Brizendine. Infelizmente, essa conotação negativa faz com que algumas mulheres evitem revelar suas lutas. Uma maneira de mudar essa narrativa negativa é reformular a experiência. Ela encoraja as mulheres a ver essa fase da vida como uma época em que a criatividade e a vitalidade são renovadas.

Desde que atingiu esse período desafiador para o cérebro, Tara Ellison, escritora de Los Angeles, relata ter tentado ver o lado positivo. Então, em vez de ruminar sobre o que perdeu, a mulher de 54 anos se concentra no que está indo bem. Por exemplo, se ela se sente mal com a aparência, diz a si mesma: “Mesmo que meu corpo agora não seja como era aos 30 anos, ainda é muito bom”.

APOIO É IMPORTANTE.

Falhas de memória, como não acompanhar conversas ou lembrar o nome de um colega, podem ser embaraçosas, levando algumas mulheres a se afastar da vida social.

“Às vezes, fico triste, porque meus problemas de memória podem afetar outras pessoas”, comenta Amy Beckley. Qualquer coisa que isole pode trazer sentimentos de depressão e solidão, avalia Brizendine. E, sem apoio social, essa mudança grande pode aumentar a vergonha. Para neutralizar esses sentimentos, a psiquiatra aconselha compartilhar sentimentos e lutas com entes queridos ou com outras mulheres que estejam passando pela menopausa. Tara Ellison encontra resistência emocional para confiar em suas amigas sobre seus desafios e inseguranças. “Se tiver alguma dúvida sobre um sintoma ou estou procurando um encaminhamento para um especialista, eu entro em contato.” Falar abertamente ajuda a desmistificar o período, o que lembra à escritora que ela não está sozinha.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

CONVERSAR É UMA DAS MANEIRAS DE CONSOLAR PESSOA QUE ESTÁ TRISTE

Estudos mostram que frases que validam os sentimentos são especialmente reconfortantes durante um diálogo

Você já deve ter pensado em como reconfortar um amigo, companheiro, parente ou colega de trabalho quando a pessoa está triste. Deixá-la desabafar? Oferecer um chocolate? Dar espaço para que ela possa chorar em paz? A abordagem ideal depende da pessoa e do contexto, dizem especialistas. Um conjunto pequeno, mas crescente, de pesquisas sugere, porém, que uma das maneiras mais eficazes de acalmar uma pessoa é engatar uma conversa.

Pelo fato de nós humanos sermos uma espécie tão social, as palavras exercem um papel poderoso em moldar nossas emoções. O cérebro é sintonizado com as informações que recebe de outros, e as pessoas utilizam essas informações constantemente como feedback para modificar seus próprios comportamentos e reações, disse Razia Sahi, doutoranda em psicologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles, que estuda como as interações sociais influenciam as emoções das pessoas. “Outras pessoas se preocupam muito com o que nós pensamos.”

Mas as palavras que usamos para reconfortar os outros são importantes, pois já foi constatado que alguns tipos de apoio verbal ajudam mais que outros. Em um estudo pequeno publicado em 8 de dezembro, Sahi e seus colegas descobriram que as pessoas recebem frases de validação como especialmente reconfortantes – por exemplo, “entendo por que você está sentindo isso” ou “isso parece muito difícil”.

Outras formas de feedback também podem ajudar, sugerem as pesquisas: ajudar uma pessoa a reconhecer que as coisas vão melhorar ou incentivá-la a encarar a situação sob uma ótica diferente. E, às vezes, esse tipo de reação pode ser ainda mais útil no longo prazo do que as frases de validação. “Diferentes estratégias atendem a diferentes necessidades”, afirmou Karen Niven, professora de psicologia organizacional na Escola de Administração da Universidade Sheffield, no Reino Unido, que estuda como as pessoas influenciam as emoções daqueles que as cercam.

A seguir, um guia baseado em pesquisas de como dar apoio a amigos, colegas e entes queridos nos momentos em que eles necessitam.

VALIDE AS EMOÇÕES DA PESSOA

Em seu novo estudo, que incluiu dois experimentos, Sahi e seus colegas perguntaram a 318 pessoas que tipo de feedback dos outros as deixariam mais reconfortadas depois de entrarem em conflito com alguém que conhecem (por exemplo, uma briga com um amigo).

O vencedor inconteste foi a validação. Os participantes acharam comentários de afirmação tipo “posso imaginar que isso foi difícil” mais reconfortantes que outros tipos de feedback usados para tentar ajudar a pessoa a mudar seu modo de encarar o problema, tipo “procure enxergar os dois lados da situação” ou “procure encarar o copo meio cheio”. “Quando as pessoas te ouvem e dizem que te entendem, você sente que confiam em você, que se importam com você. Você sente uma conexão com seu interlocutor”, explicou Sahi. “E sentir uma conexão com outros é extremamente importante para nós.” Pelo fato de que nossos ancestrais tinham mais chances de sobreviver se fossem membros de um grupo, o desejo de ser aceito por outros “é um instinto de sobrevivência que está embutido em nós”, explicou a pesquisadora.

AJUDE-A A TRAÇAR ESTRATÉGIAS

Frases de validação podem fazer uma pessoa sentir-se melhor naquele momento, mas não vão necessariamente ajudá-la a resolver seu problema ou superar suas emoções negativas no longo prazo, disse Niven.

Se ela estiver aberta a isso, conversar sobre como superar um entrave particular ou reparar um conflito pode dar a um amigo triste e aborrecido um sentimento de estar no controle da situação, acrescentou Niven. Isso pode ajudar a aliviar suas emoções e até mesmo a potencialmente resolver o problema por completo.

Entretanto, segundo Sahi, nem todas as pessoas são receptivas a tal abordagem, porque pode parecer que os outros não estão validando o que elas estão sentindo. Portanto, comece por ouvir como ela fala de sua própria situação. Pesquisadores já constataram que as pessoas dão dicas do que desejam por meio das palavras que usam.

Se a pessoa enfoca sua emoção, dizendo algo como “sinto que eles não ligam para mim”, é provável que só esteja buscando validação. Se, por outro lado, ela disser que queria não sentir o que está sentindo ou que gostaria de saber como resolver um problema, “ela está te convidando a ajudá-la”, disse Sahi.

ESCOLHA PALAVRAS COM CUIDADO

Niven recomenda que, se você acha que a outra pessoa está aberta a lhe deixar ajudá-la a traçar uma estratégia, comece por validar o que ela está sentindo. Diga que você entende por que ela está sentindo o que está sentindo ou que você, no lugar dela, teria tido a mesma reação. Estudos revelaram que as pessoas são mais receptivas a conselhos depois de sentir que receberam apoio emocional do que se não receberam validação alguma.

Em seguida, procure uma estratégia para resolver o problema. Os participantes no estudo de Sahi acharam mais útil a chamada abordagem do “distanciamento temporal”. Isso envolve mostrar à pessoa que, embora as coisas possam estar ruins agora, provavelmente vão melhorar com o tempo. As pessoas preferem essa abordagem a estratégias que visam deixá-las mais otimistas (como falar em copo meio cheio) ou sugestões de que encarem o problema sob a ótica de outra pessoa. Não está claro por que essa abordagem foi preferida, mas talvez tenha sido porque ela não foi vista como não validadora ou conflituosa, disse Niven, que não contribuiu para o estudo.

Segundo Sahi, também pode ser útil refletir sobre como a pessoa que está chateada te deu apoio no passado. O estudo dela constatou que pessoas que tendem a dar conselhos sobre como resolver problemas preferem receber o mesmo tipo de conselho quando estão aborrecidas ou tristes. Mas alguns problemas podem exigir uma intervenção mais séria. Talvez uma amiga esteja ignorando intencionalmente que seu relacionamento é abusivo e você queira ajudá-la a tomar consciência da gravidade da situação.

Nos casos em que você quer contestar o ponto de vista da pessoa, comece por explicar que seu feedback é baseado na importância que essa pessoa tem para você. O conselho é do psicólogo social Jamil Zaki, da Universidade Stanford. “Diga: ‘Quero muito que você se sinta realizada. Quero te ver empoderada. E acho que nesta situação específica em que se encontra você pode estar indo contra esse objetivo’”, recomendou.

O QUE VALE É A INTENÇÃO

Pode ser difícil saber a melhor maneira de ajudar alguém, mas Zaki destacou que precisamos ter confiança que nossas tentativas serão apreciadas, mesmo que não saibamos o que estamos fazendo. Num pequeno estudo publicado em 2022, pesquisadores descobriram que as pessoas geralmente subestimam a utilidade de seus esforços para ajudar outros, possivelmente por temer que seus conselhos não sejam perfeitos. A pesquisa mostrou que as pessoas apreciaram receber apoio, mesmo que não fosse exatamente adequado ao que elas precisavam.

Em outras palavras: o mais importante não é que você diga a coisa certa, mas que esteja presente e procure ajudar. “Podemos fazer diferença para as outras pessoas com relativamente pouco esforço”, disse Zaki. “Às vezes a única coisa que você precisa fazer é estar presente.”

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