OUTROS OLHARES

ADULTOS ATINGEM REMISSÃO DO DIABETES COM DIETA

Programa de perda de peso proporcionou benefícios até para quem tem maior risco

Um programa de controle de peso que utiliza uma fórmula chamada de “substituição total da dieta” se mostrou eficaz para levar a diabetes tipo 2 à remissão, inclusive para um grupo de pessoas do Sul da Ásia, população conhecida por ter um risco significativamente maior para a doença. A conclusão é de um estudo publicado na revista científica The Lancet Regional Health por pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia.

O trabalho analisa dados do Estudo DIRECT, conduzido pela universidade, que avalia um programa específico de perda de peso chamado de Counterweight-Plus e seu potencial no tratamento da diabetes tipo 2. Resultados anteriores do estudo já mostraram que uma redução de 10 kg ou mais ocasionou a remissão da doença um ano depois para 70% dos participantes que conviviam com o diagnóstico há menos de 6 anos. Em relação a todos os participantes, quase metade dos voluntários (46%) analisados atingiu a remissão.

No entanto, os cientistas destacavam que quase todos os participantes do DIRECT eram brancos e britânicos, então mais pesquisas eram necessárias para entender se o impacto seria o mesmo entre outros grupos étnicos. Por isso, conduziram a nova análise com uma população do Sul asiático, que tem mais risco de diabetes tipo 2.

O novo trabalho, com 25 adultos entre 18 e 65 anos, comprovou que o benefício se estende também aos participantes da região, com o Counterweight-Plus tendo levado 40% dos indivíduos a alcançarem a redução do peso necessária para a remissão da doença. Os resultados são semelhantes aos do estudo anterior, reforçando o potencial da intervenção terapêutica.

Os pesquisadores explicam que esse benefício acontece porque reduz os danos causados pelo acúmulo de gordura no fígado dos indivíduos com diabetes tipo 2. No geral, 35% dos participantes perderam mais de 10% do peso corporal – o que levou à queda de 15,3% para 8,6% de gordura no fígado.

“Foi incrivelmente importante examinar se a mesma intervenção dietética poderia ter o efeito similar na população do sul da Ásia; portanto, embora este estudo seja baseado em um pequeno grupo de participantes, as descobertas devem ter consequências para uma grande proporção da população mundial, para contribuir para o desenvolvimento de abordagens práticas para a remissão do diabetes tipo 2. Novos estudos devem ter como objetivo encontrar maneiras de maximizar a sustentabilidade da perda de peso por um período mais longo”, diz o pesquisador da Escola de Saúde Cardiovascular e Metabólica da Universidade de Glasgow Naveed Sattar.

A DIETA

O programa, porém, não é simples de seguir. Com três estágios, o Counterweight- Plus começa com um período de 12 semanas em que a dieta é completamente substituída. Com isso, o indivíduo passa a se alimentar apenas de shakes e sopas com baixa caloria, com apoio profissional para lidar com situações sociais, acompanhar os indicadores de saúde e dar orientações de forma geral.

Após os três meses, ocorre a reintrodução da comida. Gradualmente, os shakes e sopas passam a dar lugar a refeições completas, porém preparadas com base no total de calorias. Além disso, é criado um cronograma de alimentação e de prática de exercícios.

Depois de mais três meses, a última etapa envolve manter a perda de peso alcançada nas fases anteriores. Para isso, são formadas estratégias para a manutenção de hábitos positivos e mudanças no estilo de vida, além de encontros mensais com um nutricionista. Esse período de acompanhamento dura ao menos 18 meses.

“Até recentemente, as pessoas realmente não levavam a diabetes tipo 2 ou seu tratamento a sério o suficiente. Nosso estudo produziu um resultado impressionante, revertendo uma doença crônica incapacitante, muitas vezes terrível. É outra mensagem muito forte de que o mecanismo crucial que sustenta a remissão do diabetes tipo 2 é a mudança de peso com perda de gordura hepática. Esperamos que nosso estudo possa oferecer esperança e aumente o apoio para grupos de risco particularmente alto, com os profissionais de saúde priorizando o controle de peso”, defendeu o pesquisador Mike Lean, da Universidade de Glasgow.

GESTÃO E CARREIRA

EMPRESAS INVESTEM PARA TRAZER FUNCIONÁRIOS DE VOLTA AO PRESENCIAL

O trabalho a distância se tornou realidade depois da pandemia e tanto colaboradores como empresas estão se adaptando ao novo cenário desenhado por conta do isolamento social.

Todos os envolvidos, empregadores e empregados, tentam se adaptar a um modelo ideal que atenda às necessidades de todas as partes.

De um lado, as pessoas se sentem mais confortáveis e têm mais qualidade de vida por trabalharem a distância com as vantagens da redução de custo, otimização de tempo e melhor qualidade de vida. Do outro lado, empresas que entendem as vantagens que têm com esta distância, mas que ainda lidam com a dificuldade de manter a produtividade alta e controlar as tarefas do quadro de funcionários.

Segundo Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos cofundadores da Employer Branding Brasil, a grande maioria dos profissionais que hoje estão ativos no mercado de trabalho, algo em torno de 90%, afirma não estar disposta a voltar a trabalhar de forma totalmente presencial.

As empresas estão oferecendo diversos benefícios em troca da mudança de mindset, porém, poucas pessoas parecem dispostas a abrir mão da liberdade que o trabalho em casa proporciona.

“Uma pesquisa da WPC mostra que este número cai para 70% quando a proposta se limita à presença física por três dias na semana. E se a empresa não for flexível quanto a adotar, pelo menos, uma forma híbrida de trabalho, metade dos colaboradores ativos do mercado se mostram dispostos a ir em busca de uma nova oportunidade de trabalho mais maleável”, afirma.

Em suas palestras, Caio fala sobre um cenário que vivemos há alguns anos onde não existe mais uma escolha unilateral como antigamente, quando a empresa escolhia quem queria empregar. Hoje, a escolha vale para os dois lados e, cada vez mais, as empresas estão sendo escolhidas pelos talentos. Daí o crescimento da área de especialização de Caio, o chamado Employer Branding.

“A maioria das empresas ainda tem dificuldade para falar sobre a importância de investir em estratégia e no posicionamento da sua marca empregadora. A marca empregadora e a marca corporativa se misturam cada vez mais e, por não entenderem isso, as empresas estão perdendo negócios, clientes e talentos”, alerta Caio.

Grandes players do mercado falam diariamente nas redes sociais sobre a importância das pessoas voltarem 100% ao trabalho presencial ou passarem a ir mais vezes ao escritório. O tema work-life balance (balanço de vida e trabalho) ganha novos contornos com muito mais gente consciente sobre o quanto colocava de foco no trabalho versus nas demais dimensões da vida.

Os colaboradores brasileiros, por exemplo, afirmam querer trabalhar 2,3 dias em casa e as empresas aceitam algo em torno de 0,8, segundo o estudo Working From Home Around The World, feito por seis pesquisadores.

“O grande trunfo que as empresas têm na manga para convencer as pessoas a voltarem aos escritórios é o convívio social. A interação entre colegas de trabalho faz parte de um ambiente empresarial saudável e feliz, por isso deve ser sempre incentivada”, exemplifica Caio.

O especialista levanta outras desvantagens que podem ser estudadas pelas empresas para criar um movimento de retorno dos profissionais:

PERDA DE PRIVACIDADE

Ter a família perto pode ser bom, mas também ruim quando se trabalha totalmente a distância. Ser chamado a todo instante para assuntos familiares no meio do trabalho, por exemplo, não é legal;

EXCESSO DE CARGA DE TRABALHO

Como o trabalho é no mesmo lugar em que se vive, existe um risco de misturar as coisas e ficar com a cabeça sempre no serviço.

INDEFINIÇÃO DE HORÁRIO DE TRABALHO E LAZER

Ocorre facilmente quando não existe planejamento e disciplina.

ISOLAMENTO SOCIAL

No trabalho remoto é preciso levar em conta que não há conversa com os amigos do trabalho, troca de ideias e boas risadas, o que pode comprometer a saúde mental.

FALTA DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL EM PROCESSOS GERENCIAIS

Mais distante da equipe, é preciso cuidar para que a troca de experiência continue acontecendo, utilizando as ferramentas virtuais.

AMBIENTE DE TRABALHO ANTI-SOCIAL

Sem interação pessoal, olho no olho e comunicação corporal se transmite menos informações.

EU ACHO …

O PICARETA CRIATIVO

Nossa cultura produziu o profissional do século 21

Num mundo em que o marketing é a ontologia – determina a estrutura das coisas – , é inevitável que tudo seja composto por narrativas coloridas, mergulhadas num cenário de balada. Esta cultura produziu o profissional arquetípico do século 21: o picareta criativo.

Você não o conhece? Deve ter um na sua empresa, na sua faculdade, na escola do seu filho, na sua família, na sua igreja. no seu time futebol, no seu clube, no seu condomínio.

Alguns traços marcam sua trajetória. Ele mimetiza um repertório de experiências que na verdade são coitos interrompidos. Quando narrado por alguém, parece ter, ainda com pouca idade – pouca idade é fundamental porque velho não tem estampa para picareta criativo – um universo de atividades realizadas em campos distintos com suposto sucesso em todos. Mas, na verdade não, por isso são coitos interrompidos. Seja homem ou mulher, deve ser meio sedutor na fala, usar roupas descoladas – se for mulher, um pouco das pernas deve ficar a vista – e citar aqui e ali grandes clássicos que nunca leu.

Deve saber um pouco de inteligência artificial para fazer previsões avassaladoras como “em breve nenhum dos cursos que você oferece na sua faculdade existirão”.

Sua principal área de especialização, feita provavelmente no formato EAD, em alguma faculdade espanhola ou portuguesa – nunca fica claro se o picareta criativo de fato domina a língua inglesa – é a de economia criativa, o paraíso dos profissionais fracassados, mas descolados, seu grande ativo existencial.

Fundamental será você nunca conseguir entender exatamente o percurso dele. Nem de formação nem profissional. Para isso, a agilidade com a qual ele muda de assunto – e de local onde “esteve ligado a…” – é quase a da luz. Nomes de gente conhecida, siglas, marcas importantes, enfim, o essencial é que o vínculo dele com esses “players” nunca deve ficar claro, só que essa falta de clareza está em você, na sua falta de velocidade para acompanhar como funciona a mente de alguém tão “plugado no que há de ponta” no século 21, que, evidentemente, será de gente como ele, o picareta criativo. As palavras que definem o século 21, habitat desse espécime, são: transgressão como nicho de mercado, criatividade disruptiva. No fundo, o que elas escondem é a pura e simples violência de mercado narrada como uma vida pautada por mentiras como “não siga o caminho dos outros, faça seu próprio caminho.”

Mas, pergunta você, “mentira não tem perna curta?” Sua avó dizia isso, mas avós não existem mais ou não servem para nada porque “não tem lugar de fala”.

Essa frase não tem mais sentido, porque a mentira hoje é uma ciência prática da comunicação social. A mentira hoje tem tentáculos gigantescos, não pernas.

O picareta criativo sabe te elogiar na medida certa. Sua roupa, seus óculos, sua caneta. Para dar o bote e se apresentar como alguém que salvará o mundo ele precisa angariar “parceiros”.

O mundo que ele salvará será um mundo colorido e vibrante. De pessoas potentes. Uma vida cujo paradigma é um híbrido de resort gigantesco em que se tem aula de dança brega na piscina e a Disney. Barulhento e com sabor de festa. Só pessoas felizes e que “acreditam” tem acesso. Quase esqueci: o picareta criativo tem senso estético o suficientemente estabelecido para enganar pessoas desavisadas. Cita poltronas com assinatura de arquitetos que devem ser famosos.

Restaurantes gourmet com uma estrela Michelin no seu menu de experiências e propósitos é a cereja do bolo – um picareta criativo não tem propriamente um repertório profissional, mas sim um repertório de experiências e propósitos!

Inquieto, sempre aprendendo, aberto a experiências, meditação, vida e alimentação saudáveis, leituras sobre gestão de pessoas – jamais “recursos humanos” -, ousadia, esportes radicais – supostamente – , ausência total de preconceitos, assertivo.

As redes sociais dele não são grande coisa em termos de engajamento. Tal passivo de imagem é resolvido com leves comentários contra esse “mundo das redes sociais cheios de fake news”. Ele está aí, ao seu lado.

LUIZ FELIPE PONDÉ – Éescritor e ensaísta, é autor de ‘notas sobre a esperança e o desespero’ e ‘Política no Cotidiano’. É doutor em filosofia pela USP

ESTAR BEM

PARA QUE TÊ-LOS?

Pelos indesejáveis surgem nos homens a partir dos 40. A boa notícia é que há solução

Alguns homens, com o passar da idade, costumam ter crescimento de pelos nas orelhas e no nariz. Outros ficam calvos ou carecas. Mas porque isso acontece? Uma resposta simples são as variações do nível de testosterona, além dos fatores genéticos. Contudo, isso não quer dizer que os pelos não possam ser retirados. Há muitas formas de lidar com eles.

Confira as principais dúvidas dos leitores em relação aos pelos indesejáveis nessa fase da vida:

EU SOU UM HOMEM NA FAIXA DOS 50 ANOS E NOTEI FIOS BROTANDO EM LUGARES ESTRANHOS NO MEU CORPO, COMO NA PARTE INTERNA DAS ORELHAS E DO NARIZ. ISSO É NORMAL? POR QUE ISSO ACONTECE?

Os pelos tendem a nascer gradualmente. Talvez você veja alguns fios compridos saindo de suas narinas. Ou seu barbeiro pode perguntar se você gostaria de tirar pelos que cresceram na orelha.

O QUE INFLUENCIA NO APARECIMENTO DOS PELOS?

Os hormônios são grandes influenciadores de quando e onde os pelos aparecem no corpo, assim como de sua textura, curvatura e o quanto eles irão crescer. Durante a puberdade, os hormônios sexuais andrógenos, mais abundantes nos homens do que nas mulheres, e a testosterona ajudam no aparecimento de pelos na face, no peito, axila e área pubiana.

Quando os homens entram na faixa entre 40 e 60 anos, os efeitos da testosterona no crescimento dos pelos pode ser desconcertante.

“A testosterona prepara ou altera o bulbo capilar em áreas suscetíveis”, explica Bradley Anawalt, endocrinologista e professor da Escola de Medicina da Universidade de Washington.

Partes do corpo que você sequer imaginava têm folículos capilares, como o topo do nariz ou a orelha. Com o passar do tempo, elas se tornam sensíveis à testosterona, produzida durante anos, e isso provoca crescimento de pelos nessas áreas.

Esses novos e “errantes” pelos “refletem os efeitos lentos da testosterona durante a vida nesses bulbos capilares”, afirma Anawalt. Algumas dessas mudanças de distribuição podem levar anos para acontecer.

A genética também tem grande peso nesse processo.

“Há diferenças genéticas de resposta à testosterona, o que explica porque algumas pessoas têm barba espessa e completa, enquanto outras não”, diz.

Em outras palavras, se você vem de uma família de homens com barba cheia e pelos longos no nariz, existe uma chance considerável de você herdar essas mesmas características.

Paradoxalmente, a testosterona pode ter efeito oposto no couro cabelo se você é geneticamente predisposto a ser calvo ou careca. Nesses casos, o hormônio inibe o crescimento de cabelos na cabeça, causando queda de fios e sua troca por outros pequenos, finos e praticamente imperceptíveis.

Outra curiosidade: a testosterona parece também ter influência no comprimento das sobrancelhas. A razão para as sobrancelhas se tornarem mais cheias ou mais ralas com o passar do tempo não é totalmente compreendida, mas pesquisadores acreditam que as variações nos hormônios surgidas com a idade sejam uma boa aposta, de acordo com Anawalt.

Não existe consenso entre cientistas sobre a conexão evolutiva entre idade e pelos nos homens, afirma Steven Daveluy, professor de dermatologia na Wayne State University, em Detroit. Uma hipótese, de acordo com ele, é que a calvície ou pelo nas orelhas podem ter ligação com altas taxas de testosterona e virilidade, fazendo com que homens com essas características pareçam ser companheiros mais “viáveis”. Qualquer que seja o possível benefício, os pelos compridos do nariz não parecem servir ao mesmo propósito atualmente.

COMO REMOVER OS PELOS INDESEJADOS?

Para muitos homens, o aparecimento repentino de pelos no corpo pode ser irrelevante. Para outros, pode gerar bastante incômodo. O importante é que há muitas opções para retirá-los.

REMOÇÃO A LASER.

O laser pode gerar resultados duradouros com poucas ou muitas sessões, mas tem desempenho melhor nos pelos escuros porque eles são capturados com mais eficiência pela luz do equipamento. Se os seus forem brancos ou grisalhos, o laser pode não ser suficiente, diz Daveluy.

A luz do laser é absorvida na forma de calor pelo pigmento do fio, danificando o folículo e impedindo seu crescimento. Quanto mais sessões você fizer, maiores serão suas chances de interromper o crescimento do fio permanentemente. Uma desvantagem: pode ser doloroso ou desconfortável.

ELETRÓLISE.

De acordo com Daveluy, se você tem cabelos claros, pode considerar a eletrólise. Durante esse procedimento, uma pequena agulha é inserida em cada folículo piloso, onde emite uma corrente elétrica que destrói o folículo e o impede de crescer. Como o tratamento a laser, a eletrólise pode ser dolorosa e precisa ser feita em várias sessões, principalmente se você espera resultados permanentes. Ela também funciona para quem tem pelos escuros.

A Academia Americana de Dermatologia recomenda procurar um dermatologista certificado para depilação a laser e um dermatologista certificado ou um eletrologista certificado para eletrólise. Esteja ciente também de que ambos os tratamentos podem causar irritação e descoloração.

QUAIS SÃO AS ESTRATÉGIAS NÃO PERMANENTES?

As soluções de curto prazo para depilação incluem depilação com cera, barbear, cortar, arrancar e usar cremes depilatórios.

“Apenas certifique-se de seguir as instruções dos cremes, porque se você deixá-los por muito tempo, eles podem machucar a pele”, afirma Daveluy.

Ele também observou que arrancar e depilar com cera pode ser doloroso e causar irritação na pele. Portanto, converse com seu dermatologista se tiver problemas.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

POR QUE É DIFÍCIL FOCAR NOS PRÓPRIOS PENSAMENTOS?

Manter o hábito de ‘pensar por prazer’ pode trazer benefícios, como a redução da ansiedade

Nossas mentes podem evocar sonhos incríveis, boas lembranças e devaneios prolongados. E estudos mostram que esse tipo de pensamento, quando prazeroso, é bom para nós.

“Se não somos a única espécie, somos uma das poucas que têm esse tipo de linha interna de pensamento estendido, não apenas sobre coisas que aconteceram ou coisas que podem acontecer, mas também sobre coisas que nunca acontecerão ou que poderiam ter acontecido”, disse Erin Westgate, psicóloga social da Universidade da Flórida, ao The Washington Post.

Mas “apenas pensar” parece difícil e muitos lutam para ficar sozinhos com a pessoa com quem mais estão: eles mesmos. Quando solicitadas a passar um tempo sozinhas pensando, a maioria acha isso desafiador e não tão satisfatório, mostram estudos.

Até mesmo Henry David Thoreau, famoso por contemplar seus pensamentos sozinho em Walden Pond, uma famosa lagoa dos Estados Unidos, “passou uma quantidade suspeitamente grande de seu retiro ‘solitário’ na cidade visitando seus vizinhos”, observaram Erin Westgate e seus colegas em um estudo no ano passado.

Na hora de avaliar o quão agradável é pensar por prazer, a experiência tende a cair por terra. O equivalente a escovar os dentes, disse Erin Westgate. “Não é tortura, mas não é a melhor coisa do mundo.”

Estudos mostram que as pessoas têm uma preferência consistente por fazer em vez de pensar, mesmo que a atividade alternativa seja algo que pareça pouco atraente, como                                                 fazer uma revisão ou até mesmo receber choques elétricos.

No entanto, assim como em outras tarefas cognitivas desafiadoras, passar um tempo sozinho com nossos pensamentos pode ser positivo para nós. E podemos também aprender a ser melhores nisso.

BENEFÍCIOS

A solidão não é inerentemente boa ou ruim, mas “apenas uma das muitas experiências normais que temos em nossa vida”, disse Thuyvy Nguyen, psicólogo social que pesquisa solidão na Universidade de Durham, no Reino Unido.

Nguyen e seus colegas, no entanto, descobriram que passar um tempo sozinho por apenas 15 minutos tem efeitos calmantes no nosso humor. Os participantes tiveram uma redução na excitação e em emoções de alta energia, tanto positivas quanto negativas, como ansiedade, raiva e excitação. Eles se sentiram mais calmos e tranquilos.

“Acredito que o principal benefício da solidão é diminuir a excitação e nos permitir oportunidades de descanso e relaxamento”, afirmou Nguyen.

Ser capaz de pensar por prazer pode nos ajudar a tolerar situações desconfortáveis, disse Erin Westgate. A pesquisa descobriu que as pessoas que conseguem passar mais tempo

sozinhas com seus pensamentos são melhores em manter por mais tempo as mãos na água fria, por exemplo, sugerindo que a prática pode aumentar a tolerância à dor.

Mais importante: pensar por prazer pode ser mais significativo do que o que normalmente fazemos durante nosso tempo de inatividade.

Em um estudo, Erin Westgate e seus colegas pediram a mais de 170 alunos que pensassem por prazer durante o tempo de inatividade ou continuassem o dia como de costume. Aqueles estudantes que foram solicitados a pensar por prazer acharam isso tão agradável e mais significativo do que o tempo gasto normalmente, que. Como para muitas pessoas, esse tempo sem um pensamento focado acaba sendo “rolar a tela do telefone sem pensar”, disse a pesquisadora.

Quando é oferecida a escolha e feito com intenção, o tempo gasto sozinho com nossos pensamentos, embora difícil, pode aumentar nosso envolvimento com a vida e seu significado.

CULTURAL OU BIOLÓGICO?

Ao contrário do que possa parecer, desfrutar dos nossos pensamentos é um desafio em várias partes do mundo.

Em um estudo de 2019, mais de 2,5 mil participantes de 11 países de diferentes origens culturais e econômicas foram designados para fazer algo ou pensar por prazer. Houve algumas diferenças, mas se alguém era da Bélgica, Coreia do Sul, Turquia ou Costa Rica, em média, as pessoas gostavam de fazer algo a sós para pensar.

Esses resultados podem ser decepcionantes – embora os humanos tenham essa capacidade única de pensar por diversão, nós não parecemos muito bons nisso.

Mas, de outra perspectiva, isso é encorajador porque sugere que, “em vez de ser algo com o qual nascemos, essa é uma habilidade que qualquer um de nós pode aprender e melhorar”, disse Erin Westgate. “Todo mundo fica melhor nisso quando damos algum suporte para facilitar”, acrescentou o pesquisador.

COMO PRATICAR?

Em uma revisão de 36 estudos científicos envolvendo mais de 10 mil participantes, a pesquisadora e seus colegas descobriram que, quando definimos uma meta de desfrutar de nossos pensamentos, acabamos gostando deles. A chave é tornar os pensamentos pessoalmente significativos e mais fáceis de pensar.

Pense quando é fácil. É mais provável que nos envolvamos em pensar por prazer durante o tempo de inatividade, como quando estamos em trânsito ou envolvidos em cuidados pessoais, como tomar banho. Esses pensamentos rotineiros e automáticos não requerem nossa atenção ou poder cerebral adicional.

Como “seres que criam significado”, podemos reformular esses momentos de solidão como benéficos e normalizá-los como uma forma de autorregular nossas experiências, disse Nguyen.

Anote os tópicos e mantenha-os à mão. Escrever listas de tópicos para pensar com antecedência pode aliviar parte da carga cognitiva.

A pesquisa de Erin Westgate mostra que “auxílios ao pensamento”, como anotações na tela ou cartões de índice, tornam o pensamento por prazer mais fácil e, como resultado, mais prazeroso. A própria pesquisadora mantém uma nota em seu telefone sobre coisas para sonhar acordada.

Torne os tópicos significativos e agradáveis. Em um estudo de 2021, a pesquisadora e seus colegas instruíram mais de 250 estudantes de graduação a ter pensamentos “significativos” ou deram a eles tópicos significativos específicos, como o primeiro beijo, as próximas férias ou o dia do casamento dos sonhos.

Os participantes que receberam exemplos específicos acharam seu período de pensamento mais agradável e significativo do que aqueles que foram solicitados a se entreter com seus pensamentos sem qualquer orientação.

Pensamentos agradáveis não são inerentemente significativos, e pensamentos significativos não são inerentemente agradáveis. A pré-seleção de tópicos pode ajudar a melhorar a experiência desses pensamentos, o que pode facilitar a tarefa de ficar sozinho com seus pensamentos no futuro.

“Pode ser ‘a’ ferramenta no kit de ferramentas para aumentar o engajamento e aumentar o significado, que é gratuito”, disse Erin Westgate.

DICAS

META

Defina um objetivo para desfrutar seus pensamentos.

NORMALIZE A SOLIDÃO

Passe a compreender que momentos de solidão podem ser benéficos. Assim, passará a ser uma forma de autorregular suas experiências.

LISTA

Escrever listas de tópicos para pensar com antecedência pode ajudar a aliviar parte da carga cognitiva.

LEMBRANÇAS

Destaque tópicos significativos e agradáveis, como o primeiro beijo, as próximas férias ou o dia do casamento.

MUDANÇA DE VISÃO

Entenda que ficar sozinho não é bom ou ruim. É apenas uma das muitas experiências normais que temos na vida.

Reserve um tempo para si mesmo durante o dia. Cerca de 15 minutos sozinho é suficiente para já alcançar os primeiros efeitos calmantes no humor, além de reduzir a ansiedade, raiva e excitação.

TEMPO

Mais calmo e tranquilo, você será capaz, por exemplo, de tolerar melhor situações desconfortáveis do dia a dia.

DESENVOLVIMENTO

Torne a prática de “pensar por diversão” uma habilidade.

ROTINA

Troque o “fazer” pelo “pensar”. Dê a você mesmo mais oportunidades de descanso e relaxamento dentro do seu cotidiano.

Literary Revelations

Independent Publisher of Poetry and Prose

Postcardsfromhobbsend

Film reviews as you know them only much....much worse

Mon site officiel / My official website

Venez parler de tout ce dont vous avez envie avec moi. Donnez vos opinions en toute liberté. Laissez vos commentaires. Je vous attends nombreuses et nombreux !!! / Translation in English for people who don't speak French : come to speak about all you want with me. Give your opinions with complete freedom. Leave your comments. I await you many and many !!!

Yours Satirically

with no commitments and all excuses

Lire dit-elle

Vous devriez savoir que je laisse toujours mes yeux dans les arbres...Jusqu'à ce que mes seins s'ennuient...

Baydreamer ~ Lauren Scott

~ a thread of words from every stitch of life ~

FELICISSES

UM POUCO SOBRE LIVROS, FILMES, SÉRIES E ASSUNTOS ALEATÓRIOS

kampungmanisku

menjelajah dunia seni tanpa meninggalkan sains

Blog O Cristão Pentecostal

"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b

Agayana

Tek ve Yek

Envision Eden

All Things Are Possible Within The Light Of Love

4000 Wu Otto

Drink the fuel!

Ms. C. Loves

If music be the food of love, play on✨

troca de óleo automotivo do mané

Venda e prestação de serviço automotivo

darkblack78

Siyah neden gökkuşağında olmak istesin ki gece tamamıyla ona aittken 💫