OUTROS OLHARES

SEDE DE PRAZER

Relatos de aumento da libido depois de uma noite de drinques desafiam a ciência. Afinal, é tesão ou ressaca?

Janeiro de 2023: talvez você esteja lendo esta reportagem com aquela ressaquinha da festa de fim de ano. Sobram, para hoje, dores de cabeça, enjoos, desidratação, vertigem e… tesão. Por que não?

Apesar de ainda não haver pesquisas sobre o assunto, especialistas observam um aumento da libido e da vontade de transar no dia seguinte ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Segundo os pesquisadores da instituição norte-americana Alcohol Hangover Research Group, a ressaca acontece quando a concentração de álcool no sangue é próxima de zero, cerca de seis a oito horas depois da bebedeira. “Não há como olharmos para essa realidade apenas sob o prisma biológico, porque o efeito seria o contrário, já que o corpo está desidratado e cansado. A construção da sexualidade de uma pessoa é multifatorial, especialmente social e psicológica”, explica o ginecologista e sexologista Sérgio Okano, professor da Universidade de Ribeirão Preto. “Para a maioria das pessoas, o sexo não é prioritário na ressaca. Mas experiências prévias e outros deflagradores individuais do desejo, eventualmente, podem, sim, influenciar positivamente na resposta sexual nesse momento.”

A análise encontra eco na vida da estudante de Ciências Biológicas Luiza Costa, de 30 anos. Os dias de carência à época em que cumpria quarentena no auge da pandemia, em 2020, a fazia subir pelas paredes após bebedeiras em casa, sozinha. Intrigada com o comportamento, visto como incomum, a goiana procurou saber se outros amigos também já haviam sentido o mesmo.

“Não sei se é porque estava isolada, ou se bebia além do limite, mas me dei conta de que meu nível de libido subia mais que o normal na ressaca”, comenta. “Alguns amigos homens relataram que também ficavam com tesão na ressaca, mas percebi que o índice era maior entre as mulheres.” Luiza, no entanto, ainda não teve oportunidade de testar sua performance na cama em condições de hangover. “Quero muito. Mas como sou solteira, busco métodos que atendem a mulheres independentes, o que também é ótimo”, destaca.

Masturbar-se, de acordo com a ginecologista Marcela McGowan, pode servir como uma excelente saída para liberar a tensão sexual no dia seguinte à euforia alcoólica. Ainda, segundo a médica, um momento de prazer é potencialmente capaz de melhorar os sintomas da ressaca. “Os orgasmos e o sexo gostoso liberam substâncias no nosso corpo, como a dopamina e a endorfina, que acabam promovendo o relaxamento e a sensação de felicidade. É biologicamente possível que isso abrande dores e a sensação ruim depois de uma noite de drinques. Talvez seja o corpo buscando alívio através de uma atividade que ele sabe que é prazerosa”, pontua.

O neurologista Diogo Haddad, do Hospital Nove de Julho, de São Paulo, concorda e diz que o álcool é, a princípio, um estimulante do sistema nervoso central. Em excesso, ele atrapalha o funcionamento normal da região frontal do cérebro, responsável por nos sentirmos mais inibidos. É o que nos ajuda a não tomar decisões por impulso, por exemplo. “O álcool atrapalha esse processo. Então, ficamos mais soltos e desinibidos, e isso aumenta a libido”, aponta. Na ressaca, deveria acontecer o efeito contrário, diz ele. Mas, para alguns, talvez seja uma forma de tentar curá-la. “O grande ponto é que isso é individual. As áreas do cérebro são ativadas de acordo com o que cada um julga ser sexualmente atrativo. Tudo o que lhe dá um aumento de excitação, e não digo só a sexual, pode proporcionar um bem-estar”, finaliza Diogo.

Entre as outras suposições que tentam explicar a origem do desejo sexual nessa situação específica está algo que os especialistas chamam de “miopia alcoólica”, isto é, uma condição que faz com que as pessoas sob o efeito de álcool tendam a enxergar melhor uma realidade imediata e a focar nas próprias vontades. É o que acontece com a manicure e designer de sobrancelhas Érica Matos, de 36 anos. “Sinto aquela vontade de transar e vem uma adrenalina. Claro que meu corpo está cansado, estou enjoada, mas os sintomas da ressaca melhoram”, conta. E quando o parceiro com quem Érica está naquele momento também vive o hangover? “Eu saio como a tarada da história (risos).”

Além do tesão na ressaca, a vendedora Gabriela Polo, de 29 anos, já sentiu algo quase sempre inerente às mulheres: a culpa. “Porque é o momento em que também bate uma ressaca moral. Mas fiquei mais tranquila quando li outros relatos na internet, vi que não sou a única”, afirma. “Ainda acho um pouco estranho, porque as pessoas, geralmente, sentem um aumento da libido quando estão bêbadas. Comigo sempre foi o contrário. Quanto maior a ressaca, maior o tesão”, explica ela. Que o Ano Novo traga doses de prazer na medida!

GESTÃO E CARREIRA

52% DOS BRASILEIROS QUEREM TRABALHO REMOTO OU HÍBRIDO

Preferência pelo home office é maior entre as mulheres e aumenta conforme a idade

Se pudessem optar por uma forma de trabalho, 24% dos brasileiros escolheriam o modelo remoto, trabalhando em casa. Outros 28% preferem o sistema híbrido, trabalhando tanto em casa quanto na empresa. É o que mostra pesquisa realizada nos dias 19 e 20 de dezembro.

Os dois grupos que optam pelas formas de trabalho que se destacaram desde o início da pandemia representam 52% dos entrevistados. Há ainda 45% que defendem a jornada somente presencial, e 3% que não opinaram.

A opção pelo home office é maior entre mulheres (28%) do que entre homens (21%). Também aumenta de acordo com a idade, começando em 15% dos entrevistados na faixa de 16 a 24 anos até chegar a 36% entre aqueles com mais de 60 anos. A adesão entre trabalhadores com ensino fundamental (32%) é o dobro da registrada no grupo com ensino superior (16%).

O híbrido encontra praticamente o mesmo apoio no público feminino (28%) e masculino (27%). Nesse caso, a preferência é maior entre os mais jovens (44%) e cai gradativamente conforme aumenta a idade – está em 12% entre aqueles com mais de 60 anos. Também é maior entre trabalhadores com ensino superior (43%) do que no grupo com o fundamental (12%).

A escolha pelo somente presencial é maior entre homens (48%) do que entre mulheres (41%). Por idade, o número fica próximo de 40% nas faixas de 16 a 34 anos, sobe para 49% de 35 a 59 e cai para 41% naqueles acima dos 60 anos. A adesão entre trabalhadores com ensino fundamental (50%) é maior do que no grupo com ensino superior(40%).

No recorte por ocupação, a escolha pelo somente remoto é baixa entre empresários (11%), desempregados e funcionários públicos (ambos com 13%). Essa opção tem mais adesão de donas de casa (45%) e aposentados (39%). Os grupos que manifestam mais preferência pelo presencial são empresários e assalariados sem registro (ambos com 47%), assalariados com registro (50%), funcionários públicos (52%) e desempregados (59%).

O híbrido é a escolha, principalmente, do empresariado (40%), do funcionalismo (35%), dos autônomos (33%) e dos assalariados com carteira (32%).

Os estudantes ficam praticamente divididos entre híbrido (45%) e presencial (42%) – só 14% escolhem o remoto. No grupo dos aposentados, 39% apontam preferência pelo remoto, mesmo percentual que escolhe o presencial.

Na pesquisa, foram realizadas 2.026 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 126 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Para 56% dos brasileiros, a reforma trabalhista de 2017 trouxe mais benefícios para os empresários do que para os trabalhadores. É o que mostra a pesquisa realizada nos dias 19 e 20 de dezembro.

O número, no entanto, é menor do que a expectativa que havia antes da mudança na legislação. Levantamento feito em abril de 2017 mostrou que, na época, 64% tinham a expectativa de que a reforma beneficiaria principalmente os empregadores.

Na época, 21% tinham a avaliação de que empresários e trabalhadores seriam beneficiados na mesma medida. Agora, essa opinião é compartilhada por 27% dos entrevistados.

O percentual dos que consideram que a reforma traz mais benefícios para os trabalhadores do que para os empresários está em 6% na pesquisa mais recente, praticamente o mesmo percentual de 2017 (5%).

As novas regras criadas pela reforma trabalhista de 2017 completaram cinco anos em novembro. Desde a campanha eleitoral, as mudanças estão na mira do novo governo Lula.

A postura contrária à reforma supera 50% em praticamente todos os recortes socioeconômicos na pesquisa mais recente. As exceções são os grupos de renda acima de dez salários mínimos (37%), moradores da região Sul (43%) e os próprios empresários (27%).

A avaliação de que a mudança beneficia empregadores e trabalhadores na mesma medida é maior entre homens (32%) do que mulheres (23%), entre brancos (30%) e pardos (29%) do que entre pretos (22%), e cresce conforme a renda, saindo de 23% para quem ganha até dois saários mínimos e chegando a 46% na faixa acima de dez mínimos. Por ocupação, os percentuais mais altos estão entre empresários (58%), assalariados registrados (32%) e autônomos (30%).

Na pesquisa, foram realizadas 2.026 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 126 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

A pesquisa também mostra que 77% dos brasileiros preferem ter carteira assinada, com direitos trabalhistas garantidos, mesmo que a remuneração seja menor. Outros 21% escolhem trabalhar sem carteira, sem direitos trabalhistas garantidos, se o salário for maior.

A primeira opção tem mais apoio de mulheres (81%), pessoas com ensino fundamental (83%), moradores do Nordeste (80%) e católicos (82%). Os percentuais são menores entre homens (73%), no grupo com curso superior e médio (ambos com 75%), moradores do Sul (72%) e evangélicos (73%).

A preferência por salário maior a direitos trabalhistas e registro encontra mais apoio no grupo de autônomos, profissionais liberais e freelancers (37%), entre empresários (28%) e assalariados sem registro (20%).

De acordo com o levantamento, 11% dos entrevistados estão desempregados (9% procuram trabalho e outros 2% deixaram de procurar). Entre os que buscam emprego, 65% são mulheres, e 35%, homens. São 43% sem emprego há mais de dois anos e 31% há até seis meses.

Entre assalariados sem carteira, autônomos e outros ocupados sem registro, 64% já trabalharam com carteira assinada.

Entre essas pessoas que já tiveram registro, mas trabalham atualmente sem carteira assinada, 70% estão nessa situação há mais de dois anos e 19% há menos de um ano.

Gostariam de ter carteira assinada 61% dos brasileiros que trabalham por conta própria.

EU ACHO …

FANTASIAS

Podemos ter no mundo alguém sábio, inteiramente feliz. Também temos mentirosos

O fim de ano é uma época boa para sonhar e manifestar boas expectativas. Vou sugerir uma espécie de jogo. É um exercício lúdico sobre desejo e autoconhecimento. Se lhe fosse dado mudar algumas coisas, livremente, o que você faria? Explico-me.

Raramente os seres humanos estão satisfeitos com a estatura, por exemplo. Tirando alguns gigantes, a maioria absoluta parece desejar alguns (ou muitos) centímetros a mais. Se fosse livre para escolher, qual seria seu tamanho exato? Já fez essa conta?

Sei! Diante do seu círculo íntimo, você pode até dizer: “Estou satisfeito com a medida vertical do meu corpo”. Sim! É correto dizer isso.

Agora, fora da cena social, qual a altura exata você desejaria a si? Eu tenho 1m82cm. Pareço estar diminuindo com a idade; logo, quando a crônica for publicada, posso estar com um pouco menos…. Hoje, eu diria que meu desejo é de 1m88cm. Mais do que isso, em carros e aviões, traria desconforto. Não sei explicar de forma racional, mas 1m88cm é a altura que sempre desejei.

E você, querida leitora e caro leitor? Onde você, no mundo dos sonhos, deveria bater na fita métrica?

Fisicamente, aumentaria ou diminuiria alguma parte sua? Mudaria seu peso atual? Trocaria a cor dos olhos? Imagine-se nu, nua, diante do espelho e com o dom de mudar. O que alargaria, aumentaria, encorparia ou eliminaria?

Eu assumi uma identidade de cabeça raspada. Vivo assim e sem grandes dores. Porém… surpreendo-me, vendo minhas fotos aos 18 anos e imaginando… meus cabelos originais. Estão na terra de Nárnia, provavelmente.

E… se você pudesse escolher sobre renda a mais? Sabemos que excesso de dinheiro não é sinônimo de felicidade. Se pudesse aumentar sua renda, qual seria o valor associado à plenitude da felicidade? Cem mil? Um milhão por mês? Isso define um pouco do seu horizonte de ambição.

Uma pergunta delicada que terá uma resposta social e outra íntima: estaria com a pessoa que você está hoje? Ao menos, mudaria algo estrutural nela ou nele? Gostaria de uma esposa com reengenharia ou de um marido 2.0? Se não mudasse o corpo, transformaria algo do caráter do cônjuge?

À moda do gênio da lâmpada, indago os seus desejos neste final de 2022. O ano foi complicado, eu sei. Mais do que nunca, merecemos sonhar.

E… se pudesse ter fluência em várias línguas, quantas desejaria? Imagina-se hábil em um instrumento musical? Que modelos de carros você teria na garagem? Que defeito seu corrigiria? Aumentaria sua fama? Expandiria seu carisma? Imaginaria um modelo de casa ou apartamento ideal? Teria amizade, em com uma pessoa?

E… na noite de hoje, se fosse livre para supor um paraíso sexual perfeito, como ele seria habitado? Em qual ambiente? Com uma ou várias pessoas? Como seriam os corpos no devaneio erótico que sugiro realizar?

Aproxima-se o fim do ano. Qual seria seu Ano-Novo ideal? Onde? Com quem? O que existiria para comer e para beber? Qual a vista? Como seriam os fogos? Sua roupa? Haveria qual música a embalar a cena irretocável?

Fantasias incluem aumentar coisas (renda, força, estatura) e diminuir outras (pessoas chatas, neuroses, boletos). A mais ou a menos são os passos iniciais.

E… podemos pensar em um mundo sem doenças ou morte? Imaginaria um metabolismo em que você ficaria cada vez mais definido, comendo fios de ovos, torresmos crocantes, bebendo sem parar, sem nunca perder a dignidade?

Algumas pessoas (sei de várias) suporiam um paraíso isolado, sem outros seres humanos. Um mundo de isolamento e ausência de perturbações. Sim, muita gente imagina que o ideal é a solidão. Muitos que estão lendo estas palavras dirão na sala: “Bobagem do Karnal, tenho tudo o que eu quero e não mudaria as coisas e as pessoas. Sou plenamente satisfeito”.

Podemos ter no mundo alguém sábio, estoico, satisfeito e inteiramente feliz. Também temos, com mais frequência, mentirosos. Devaneios sobre nossos desejos confessáveis e inconfessáveis são exercícios psicanalíticos. Sem fantasias, pouco saberemos de uma pessoa. O que somos e o que desejaríamos são fronteiras plásticas do nosso ser.

Caminhoneiros já traduziram o melhor do conformismo religioso: “Não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho”. É uma ideia bonita e muito equilibrada. Já vi essa frase na traseira de um caminhão. Nessa hora, no entanto, o cara dirigia de forma pouco amorosa o veículo e sua vida.

A insatisfação é uma boa alavanca de mudança e também fonte de frustração, se for generalizada e sem plano de ação estratégico. Ulisses fugiu da ilha perfeita de Calipso. A vida como projeto de aperfeiçoamento é uma boa meta. A dor amarga de ser o que é, e sem horizontes, pode azedar muita gente.

Curiosamente, atingir os sonhos oferecidos pelo gênio, na literatura, quase sempre implica maiores problemas. O jeito? É continuar tentando. Quem sabe em 2023… A esperança, sabemos, é a última que morre. Ousa imaginar? Imagina uma fantasia?

LEANDRO KARNAL – É historiador, escritor, membro da Academia Paulista de Letras e autor de ‘A Coragem da Esperança’, entre outros

ESTAR BEM

ESCOLIOSE PODE SURGIR NA ADOLESCÊNCIA E QUANTO MAIS RÁPIDO TRATAR, MELHOR

No Brasil, são aproximadamente 6 milhões de pessoas convivendo com deformidade na coluna, em especial adolescentes do sexo feminino, na faixa etária com maior prevalência

Perceber um ombro mais alto que o outro, certa diferença entre os lados do quadril ou dor na região lombar. Esses podem ser sintomas comuns de quem sofre com escoliose, uma deformidade na coluna vertebral que a deixa em formato de “S”. Muitas vezes, nos casos de curvatura leve, não é possível ser percebida rapidamente, mas, quanto antes os tratamentos forem iniciados, melhor será o resultado em conter o avanço da doença.

Ortopedista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (F- MUSP) e médico do grupo de escoliose da AACD, organização que oferece assistência a crianças com deficiência, Alexandre Fogaça explica quais são os tipos de escoliose: congênita, sindrômica, neuromuscular e idiopática, sendo a última a mais comum.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 4% da população mundial possui escoliose idiopática, desvio de coluna progressivo e sem causa aparente. No Brasil, são aproximadamente 6 milhões de pessoas convivendo com a escoliose, em especial adolescentes do sexo feminino, faixa etária com maior prevalência.

TRATAMENTOS

“Ela incide, principalmente, na época da adolescência, porque coincide com o estirão do crescimento. As pesquisas mostraram que existe tratamento conservador para escoliose, por isso é muito importante o diagnóstico precoce, pois se pegarmos nas fases iniciais há tratamento”, esclarece o médico, coordenador do núcleo de coluna do Hospital Sírio-Libanês.

A curvatura da coluna é chamada escoliose quando passa de dez graus. Uma das formas de tratamento é a de exercícios específicos para escoliose, que oferecem melhora na postura e até impedem a progressão da curva. Além do acompanhamento com médico ortopedista, os exercícios precisam ser feitos sob supervisão de um fisioterapeuta.

Outra opção, como explica o ortopedista, é fazer o uso de coletes, que se apresentam eficientes para conter o avanço de curvaturas com maior grau em adolescentes, quando a coluna ainda está em fase de desenvolvimento. A estudante de Direito Fernanda Prado, de 22 anos, moradora de Campo Grande, foi diagnosticada com escoliose ainda na infância, aos 8 anos, e experimentou algumas das opções de tratamento disponíveis.

Ela iniciou o tratamento com colete aos 14 anos, quando a coluna já estava com 38 graus. As dores, conta Fernanda, sentia desde os 13 anos. Depois de dois anos em busca de aliviar os sintomas e amenizar a escoliose, retirou o colete ortopédico. Nessa época, sua coluna já estava com 47 graus de curvatura.

Além do colete, ela conta que faz tratamentos desde o início do diagnóstico e, com o decorrer dos anos, praticou atividades como pilates, natação, musculação e Reeducação Postural Global (RPG).

“Foi positivo para mim, porque consegui ter uma consciência corporal de como eu deveria ficar, por mais que ao tirar o colete não tenha ficado da maneira que deveria. Eu me respeitava muito e respeitava muito a doença que eu tinha. Mas eu não achava a cirurgia como algo que fosse acontecer comigo, até ver que ficou algo insustentável”, lembra a jovem.

ALÉM DAS APARÊNCIAS

Mas além das dores e impactos na autoestima, outros reflexos dessa deformidade são o maior problema, como explica o médico Adriano Esperidião, especialista em endoscopia de coluna e doenças e deformidades da coluna, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot). “Quanto maior a deformidade, maior a implicação na compressão de algum órgão interno. Por exemplo, pulmão, coração. Quando esse ângulo é muito agudo ou muito aumentado, aí começa a comprimir. A partir de 40 graus de angulação, só há indicação de operar, porque ela vai piorar. Quando opera é possível corrigir a curva e fazer com que ela pare de piorar”, alertou o médico.                                                                 

Em abril deste ano, já com 55 graus, Fernanda optou por fazer a cirurgia. Ela lembra que as dores intensas foram um dos motivos para ir em busca do procedimento cirúrgico para correção da coluna. Depois de passar pela cirurgia em agosto, com o ortopedista Alexandre Fogaça, em São Paulo, Fernanda celebra por não sentir mais qualquer tipo de dor.

“No começo do ano, eu comecei a sentir muito mais dores. Eu tinha dor o dia todo, não aguentava de dor. Tive de parar algumas vezes de dirigir, porque estava com dor”, recorda sobre a decisão de optar pela cirurgia.

Ou seja, o tratamento é feito de acordo com a gravidade da deformidade da coluna e varia entre procedimentos não cirúrgicos, como o uso de coletes, os exercícios específicos com fisioterapia e até tratamentos mais invasivos, como cirurgias.

FISIOTERAPIA E ESCOLIOSE

“Dependendo da sintomatologia e do grau da deformidade, a gente sempre tenta o tratamento conservador antes de optar pela operação. No exercício específico pra escoliose, pensando na criança, o fisioterapeuta vai ensiná-la a contrair uma parte da musculatura e alongar outras, junto de fisioterapia, exercício físico e melhora da postura como um todo”, salientou Fogaça.

A fisioterapeuta e presidente da Associação de Fisioterapeutas do Brasil (AFB), Denise Flavio de Carvalho, ressalta que na busca pelo tratamento é necessário realizar uma avaliação criteriosa das condições de vida da pessoa, como com o que trabalha e como desenvolve suas atividades no dia a dia. “Dependendo da causa, é possível reduzir ou cessar o desvio por meio de exercícios específicos, alongamentos, mas há situações que necessitam de intervenção cirúrgica. O acompanhamento com fisioterapeuta poderá ajudar a melhorar a condição do paciente com escoliose, com métodos e técnicas próprias, atividades ligadas à fisioterapia aquática, além de outras que são definidas com base na avaliação individual”, disse.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

NÃO HÁ LIMITES QUE DETERMINEM SE A PORNOGRAFA É VÍCIO

Especialista diz que o que deve ser avaliado é o quanto a prática atrapalha a vida de quem vê, como a relação com o parceiro ou o trabalho

A atriz e modelo Cara Delevingne, 30, afirmou em um documentário ser viciada em consumir conteúdo pornográfico. A artista disse no filme “Planet Sex” que assistia a material pornográfico desde muito jovem para conseguir atingir o orgasmo. Ela também confidenciou que sempre via os conteúdos sozinha, nunca ao lado de nenhum parceiro.

“De certa forma, me fez ter muito menos respeito e uma relação sexual muito pior comigo mesma”, disse a atriz. “Era viciada em pornografia”. Eu não assistia todos os dias, mas precisava ter um orgasmo todos os dias. Só que eu preciso assistir para ter um [orgasmo]. Então, acho que à sua maneira, é um vício”, comentou a atriz.

A psicóloga e sexóloga Camila Kurdian diz que não há um limite para determinar se pornografia é vício ou não, como acontece no caso de consumo de álcool, de cafeína ou de jogos. Mas o que é avaliado é se isso atrapalha a vida da pessoa.

“A pornografia ser usada como um auxílio à excitação não é novidade. Mas o que não dá é precisar dela para se excitar sempre. A pornografia libera dopamina no cérebro acima do que é liberado no sexo normal. E, quando a pessoa vicia nesse recurso, ela sempre vai precisar do mesmo estímulo, que é muito maior na pornografia”, afirma.

A atriz disse ainda no documentário, exibido pelo canal britânico BBC, que a pornografia dá aos jovens uma visão distorcida de como o sexo e a intimidade deveriam ser. “Eu definitivamente não teria feito muitas coisas se não tivesse assistido pornografia, e definitivamente me arrependi disso depois”, declarou. Delevingne afirmou ainda que largou o pornô em razão de ter se tornado uma pessoa “insensível”.

Kurdian explica que é mais comum o vício em pornografia nos homens do que nas mulheres. Muitos, relata a especialista, têm dificuldades em contar para a parceira, pois elas ficam chateadas e enciumadas. “Muitos têm medo de serem julgados e não admitem que precisam da pornografia. Dividir com o parceiro ou com a parceira ajuda, mas muito se escondem e optam por não ter mais relações sexuais e acabam se afastando”, afirmou.

É comum que homens que consomem muita pornografia tenham disfunção erétil ou dificuldade para ejacular. “Muitas vezes estão com a parceira, na cabeça dele está passando o filme e, na cama, ele age como um robô. Não está ali presente”, diz. No caso das mulheres, a maior dificuldade que elas apresentam é a mesma da atriz: dificuldade de atingir o orgasmo.

O momento de procurar auxílio profissional é quando a prática tem atrapalhado sua relação com seu parceiro ou prejudicado atividades do seu dia a dia como, por exemplo, o trabalho.

A psicóloga diz que na terapia vão ser buscadas estratégias comportamentais para diminuir o vício. Primeiro, explica a sexóloga, é preciso buscar a motivação para o paciente estar consumindo com tanta frequência a pornografia. “Depois, vamos evitar que ele fique sozinho, que converse com sua parceira, bloqueie sites etc. É preciso entender a motivação, mudar o ambiente para que ele não tenha acesso livre a esses conteúdos e tentar entender as cognições que faz para justificar a prática”, afirma.

Ela diz que é comum as pessoas terem alguns pensamentos para justificar o vício, como “vou me masturbar porque tive um dia cansativo e é mais fácil”. “São algumas justificativas que o paciente dá para consumir de madrugada, escondido do parceiro ou parceira esses conteúdos”. Kurdian afirma que, em alguns casos, será necessário um acompanhamento com psiquiatra também para serem usados medicamentos para auxiliar no tratamento.

Kurdian diz que a masturbação é saudável é uma forma conhecer o próprio corpo e o que dá prazer. “A masturbação é a mesma questão do pornô. Se for exagerado pode gerar vício, normalmente associado ao pornô”, diz.

Em entrevista ao canal de TV Mipcom, de Cannes, a atriz também revelou que participou de um seminário de masturbação e que descobriu que era muito “puritana”. “Fui num seminário de masturbação pensando que seria tipo uma aula e eu teria um caderno e tal. Ao invés disso, tinha um tapete de couro rosa no chão e seis pessoas falando: ‘Bom, tire sua roupa íntima. Aqui está o lubrificante’”, conta.

“Eu penso que sou uma jovem descolada, legal, uma mulher que topa tudo, mas fiquei tipo: ‘Desculpa, o quê? Desculpa, não, definitivamente não, não farei isso’. Mas acabei fazendo tudo que me senti confortável para fazer”, disse Delevingne, que esteve em Cannes para promover o documentário.

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