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QUANDO CORAÇÃO DE MÃE BATE DE FRENTE COM A LETRA FRIA DA LEI

Mulheres acusadas de alienação parental dizem que são silenciadas porque denúncia pode encobrir pais abusadores e violentos

Não me leva, eu não quero”. No fórum de uma cidade do interior de Minas Gerais, a menina grita e agarra uma mesa para não ser retirada à força. Tapa os ouvidos com as mãos. A caminho do estacionamento, sob os cuidados da família do pai, pede: “Não vai fazer pinto pra mim? Promete?

Você vai me devolver?”. A cena foi registrada pela administradora Maria*, de 43 anos, mãe da criança, no dia 9 deste mês, e o vídeo viralizou a partir da semana seguinte. Era o momento de uma busca e apreensão da Justiça em processo de inversão de guarda, que deu ao pai o direito de criar a filha de 5 anos e 9 meses.

A mãe o acusa de ter abusado sexualmente da menina e reclama que a decisão desconsidera um laudo psicológico que, apesar de inconclusivo, descreveu os relatos suspeitos e recomendou que a guarda permanecesse com ela. Mas foi o ex- companheiro que venceu a batalha com base na lei de alienação parental, criada em 2010 para proteger crianças em processos de divórcio, punindo pais e mães que tentam colocar o filho contra o ex-cônjuge. A lei se baseia numa suposta síndrome, descrita pelo psiquiatra americano Richard Gardner, em meados da década de 1980, que acometeria crianças em separações conflituosas. Seria desencadeada por ataques ou atos de difamação contra um dos pais. A medida legal visa estancar esse processo.

O dispositivo, entretanto, é alvo de críticos porque estaria favorecendo pais agressores e abusadores, acusados de violência física, psicológica e patrimonial contra mulheres e filhos. No começo deste mês, peritos da ONU apelaram ao novo governo eleito no Brasil para que a lei seja extinta.

Professora de Direito da UnB e procuradora da República, Ela Wiecko é favorável à revogação da lei, que considera problemática por judicializar as relações familiares e colocar os pais numa “lógica adversarial”.

“A lei foi pensada pelo movimento de pais separados, que entendia que as mulheres têm mais direitos e são mais favorecidas. É aparentemente neutra, mas prejudica as mulheres, acusadas de alienadoras”, afirma Ela Wiecko. “Além disso, tem favorecido abusadores sexuais, porque é muito difícil comprovar estupros de vulneráveis. A palavra da criança não é ouvida. Partem do princípio de que a mãe colocou aquilo na cabeça dela. Não há estatísticas nacionais sobre processos de alienação parental, que tramitam em segredo de Justiça. Mas uma pesquisa de estudantes da UnB orientados por Wiecko analisou 95 decisões do Tribunal de Justiça de São Paulo entre 2016 e 2019. Em 32 sentenças, a Justiça reconheceu a alienação parental. Em 24 (75%), a mãe foi declarada alienadora. Em 13 casos (54%) de mães supostamente alienadoras, foram determinadas multas, inversão da guarda e até proibição de contato com o filho. Quando o pai foi considerado alienador, só em dois casos (25%) foram aplicadas inversão da guarda e multa.

DE VOLTA PARA CASA

Para a advogada Maria Berenice Dias, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família, a convivência dos filhos com os pais é indispensável, e a lei corrige uma injustiça contra homens, “alijados pelo entendimento histórico segundo o qual a criança pertence à mãe”.

“A partir do momento em que as mulheres saíram para o mercado de trabalho, os pais foram convocados a serem participativos e se aproximarem mais dos filhos. Quando se separam, querem continuar. As mulheres se incomodam, e tem muito daquela vingança: “Se não me quis mais, então fica sem o filho”. A mãe tenta convencer a criança de que o pai fez alguma coisa que não aconteceu. Uma psicóloga inexperiente coloca isso no papel. O que o juiz faz? Suspende a convivência”, observa Berenice.

Mas há casos e casos. Maria conta que se separou quando estava grávida. Apesar do afastamento, a relação com o ex- companheiro continuou amigável. Vivendo em cidades diferentes, ele dormia na casa dela quando visitava a filha. Com a filha com 2 anos e oito meses, Maria notou que ela passou a voltar da casa do pai com um “comportamento sexualizado”. Colocava brinquedos na vagina, simulando um pênis, e fazia desenhos fálicos.

Maria gravou vídeos e os levou ao Conselho Tutelar. As conselheiras a orientaram a procurar a polícia.

“A lei nos coloca diante de uma contradição. Se denuncio, sou alienadora. Se não, sou conivente. Saí de lá chorando e fui fazer o boletim de ocorrência.” Mesmo assim, a juíza não cancelou o direito dele de ter pernoites com ela.

Quando o pai viu que a juíza estava do lado dele, pediu a guarda com base na lei de alienação – lamenta Maria, que obteve, no dia 18, decisão do STJ lhe devolvendo a guarda da filha. A menina chorou ao reencontrá-la.

Aos seis meses de gravidez, a representante comercial Ana*, de 52 anos, teve o seu primeiro alerta: o então companheiro lhe empurrou durante uma discussão. Depois que o bebê nasceu, as agressões se tornaram recorrentes. Não demorou para que o menino aparecesse também machucado, com manchas roxas, dores abdominais e sangramento no ânus. Um dia, Ana chegou em casa do trabalho e deu de cara com os dois nus. O marido reagiu puxando-a pelo cabelo e enfiando seu rosto no vaso sanitário. Ele foi preso em flagrante.

“Ele alegou que estavam nus porque iam tomar banho. Nunca passou pela minha cabeça que um pai poderia abusar de um filho”, relembra Ana.

O menino aprendeu a falar, e as evidências ficaram irrefutáveis. Em dezembro de 2015, com 2 anos e dois meses, a criança começou a dizer para a mãe frases como “papai pôs pipi”. A mulher fez um boletim de ocorrência e levou o filho ao Instituto Médico Legal, mas como haviam se passado mais de 72 horas, o exame de corpo de delito não foi feito. Ana descobriu que o marido já havia sido internado em clínica de reabilitação, e suspeitava de que havia voltado a usar cocaína. Separaram-se. Há vídeos gravados pela mãe e, em uma das vezes que o filho voltou das visitas, estava quase desfalecido e reclamando de dor. Mas o suspeito ganhou a guarda do filho alegando alienação parental, mesmo tendo confessado agressões à ex-mulher e chegado a ser preso. Ana tem direito a visitas regulares, mas não sabe do paradeiro do filho desde dezembro de 2017. O ex- companheiro deu um endereço de fachada e desapareceu. Ela perdeu tudo na batalha judicial, dinheiro e emprego de R$ 15 mil, e foi ameaçada de morte. Hoje vive para tentar localizar o filho.

‘ESPERE PELO PIOR’

Assistente de Recursos Humanos, Jane Soares, de 39 anos, passou 12 anos com o pai dos filhos Lucas e Mariah, entre namoro e casamento. Os sinais de violência foram ficando insustentáveis. Em 2014, um ano antes de se separarem, o marido, de acordo com ela, ameaçou “picá-la e colocar os pedaços dentro de uma mala”. Procurou a polícia, mas conta que as acusações se voltaram contra ela. O pai disse ao Conselho Tutelar que ela era “bipolar”. Ele entrou com processo de alienação parental, dizendo que ela medicava as crianças por conta própria e não cuidava dos filhos.

Após a separação, tudo piorou. Ao ponto de o pai instalar um aplicativo para rastrear as crianças num tablet e cortar com tesoura roupas dadas pela mãe.

“Nada disso era considerado prova. Quando você é acusada de alienação, tudo que faz passa a ser suspeito. Minha voz não tinha credibilidade”, diz Jane, que em julho de 2016 cedeu para que o pai jantasse com os filhos uma vez por semana e passasse com eles os fins de semana a cada 15 dias. Quase três anos depois, numa visita de carnaval, as crianças não voltaram. Sem notícias, ela pegou um ônibus rumo à casa do pai e, no caminho, recebeu uma mensagem da ex- cunhada avisando que era para ela esperar pelo pior. Logo em seguida, recebeu outra: “Lucas e Mariah mortos”. Foi assim que soube que o ex atirou na cabeça dos filhos, de 9 e 6 anos, e se matou. Jane processa o Estado por negligência, e a família do ex-marido, que não quer devolver a ela a pasta de desenhos do filho, “o xodó da vida dele”. Ela hoje tenta ajudar outras mulheres que vivem o mesmo drama da alienação parental:

“No dia do velório, prometi para meus filhos que ajudaria outras mulheres, para que outros Lucas e Mariahs não se fossem. Por anos, fui amordaçada. Agora posso falar.

*Os nomes foram trocados para preservar as identidades das mulheres

GESTÃO E CARREIRA

EXECUTIVOS VOLTAM À ‘VELHA ECONOMIA’

Avalanche de demissões nas startups, que tiveram fontes de financiamento cortadas com a crise global, acelera o retorno de profissionais para as companhias tradicionais

A crise nas startups está levando executivos do alto escalão e de média gerência, egressos de empresas tradicionais e contratados no período de bonança, a fazer o caminho de volta. Esse movimento vem ocorrendo no setor financeiro, em seguradoras, bancos, empresas de tecnologia e também em segmentos ligados à educação. Eles têm retornado para ocupar cargos de diretoria e gerência nas áreas de finanças, comercial, recursos humanos e marketing.

O retomo dos profissionais das startups para companhias da ”velha economia” é recente. Começou no início deste ano e ganhou força ao longo dos últimos meses. A mudança de rota coincide com a avalanche de demissões que veio à tona nas startups. Muitas delas tiveram de enxugar projetos porque as fontes de financiamento minguaram.

Com a alta dos juros no mercado para conter a escalada global da inflação, fundos de investimento abandonaram negócios considerados mais arriscados, incluindo as startups. E decidiram aplicar o dinheiro em porto mais seguros, como títulos do Tesouro americano e empresas tradicionais com bom desempenho em Bolsa.

Hoje, ao menos 80% dos processos de seleção em andamento na Signium, consultoria americana especializada na contratação e seleção de executivos de alto escalão, por exemplo, têm como finalistas profissionais que inicialmente trocaram empresas tradicionais pelas startups e, agora, estão voltando às origens. “O mercado de executivos deu uma invertida”, afirma Giovana Cervi, sócia da consultoria.

Essa tendência também foi observada pela KornFerry, outra consultoria especializada em recrutamento de altos executivos. Atualmente, 85% dos processos de seleção tocados pela consultoria são demandas de empresas tradicionais. Dois anos atrás, as startups respondiam por quase a metade dos projetos. As startups buscavam executivos a peso de ouro”, lembra Márcio Gropillo, líder de recrutamento.

DEMANDA EM ALTA

Enquanto o fluxo de recursos diminuiu para as startups, os investimentos continuaram nas empresas tradicionais em setores nos quais a demanda está aquecida. “Entre as empresas tradicionais, há muitos segmentos crescendo e dinheiro sendo investido”, afirma Giovana.

Paulo Dias, diretor da PageGroup, consultoria em recursos humanos, compara a reação dos executivos ao cenário econômico com a dos investidores. “Os executivos começam a fazer agora um movimento que os investidores já fizeram”, ressalta o especialista. Embora não tenha números específicos sobre essa tendência, ele também confirma que há um retorno dos executivos das startups para empresas tradicionais.

EU ACHO …

GAMBÁ COM GAMBÁ

Que os opostos se atraem, não tenho dúvida, mas compensa essa teimosia? Semanas atrás, conversei com uma mulher inteligente, divertida, com mais de sessenta anos e três casamentos nas costas. Ela me disse que até hoje sente falta do primeiro marido, com quem tinha afinidades infinitas e com quem viveu uma relação sólida e longeva. Lamenta ter abandonado esse casamento para sair atrás de aventuras, pois, segundo ela, não adianta querer inventar: “gambá gosta de gambá, elefante gosta de elefante, é assim que os pares funcionam”.

Tenho visto muito gambá com coelho, gaivota com jacaré, urso com leopardo, e o resultado dessas parcerias é um misto de excitação com frustração. O diferente nos desafia, mas também nos cansa. É comum nos abrirmos para esse tipo de arranjo quando somos jovens inclinados a viver no fio da navalha, mas vamos combinar que, depois de tanta batalha para encontrar o amor ideal (supondo que ele exista), melhor encurtar o caminho e aceitar o óbvio: girafa com girafa, morcego com morcego.

Acredito que alguém que gosta de ler pode se entender com aquele que não gosta, que quem acorda cedo pode se dar bem com quem dorme até o meio- dia, que quem é viciado em esportes pode se encantar por um sedentário – mas um desacordo a cada vez, por favor. Reunir todos esses antagonismos num único casal é provocar o destino. É difícil ele sorrir para uma dupla de desajustados.

Eu já arranquei o adesivo “vive la différence” do vidro do meu carro. Agora quero seguir viagem com quem celebra as semelhanças.

Em se tratando de amigos, colegas e outros que compõem o elenco das minhas relações, a diversidade de ideias e de gostos me atrai. Mas para dividir comigo o volante, intimamente, melhor evitar duelos. Que nós dois gostemos de estrada. Que nós dois gostemos de dormir à noite. Que nós dois gostemos de sexo. Que nós dois tenhamos uma visão desestressada da vida. Que nós dois gostemos de rock. Que nós dois não gostemos de ver filmes dublados. Que nós dois não precisemos de muito luxo para ser feliz. Que nós dois gostemos de conversar um com o outro. Que nós dois gostemos de praia. Que nós dois gostemos de natureza. Que nós dois gostemos de Londres. Que nós dois gostemos de rir. Que nós dois não sejamos preconceituosos. Que nós dois tenhamos consciência de que estamos aqui de passagem e que é preciso aproveitar este instante. Que nós dois não sejamos evangélicos. Que nós dois sejamos cuidadosos um com o outro, amorosos um com o outro. Que nós dois sejamos honestos. Que nós dois saibamos fazer uso moderado das redes sociais. Que nós dois não sejamos reféns de grifes, mas tenhamos bom gosto. Que nós dois gostemos muito de vinho. Gambá com gambá.

ESTAR BEM

COMO A DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 AFETA A SAÚDE E A QUALIDADE DE VIDA

Micronutriente encontrado apenas em alimentos de origem animal pode estar abaixo do nível recomendado até em pessoas não veganas ou exaustão profunda.

A vitamina B12 é um nutriente essencial para o bom funcionamento das células sanguíneas, dos nervos e, consequentemente, do corpo. Por dia, a ingestão recomendada é de apenas 2,4 microgramas, uma quantidade pequena – que pode ser obtida em 100g de carne bovina -, mas que influencia diretamente na saúde e na qualidade de vida.

Como só pode ser encontrada em alimentos de origem animal, ela é escassa na dieta, e muitas pessoas que sofrem com a sua deficiência afirmam ter fadiga, cansaço ou exaustão profunda. Os sintomas, comuns a muitas doenças, podem “despistar” os médicos, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento.

Em casos mais graves, a deficiência de vitamina B12 pode gerar problemas neurológicos, além de formigamento nas extremidades, confusão, perda de memória, depressão e dificuldade em manter o equilíbrio. Se não houver reposição do nutriente, é possível que os sintomas se tornem permanentes.

Para entender os problemas de saúde causados pela falta da B12 é importante saber como essa vitamina é absorvida e atua no organismo.

COMO NOSSO CORPO ABSORVE A VITAMINA B12?

Muito se fala da dieta e necessidade de reposição da vitamina em pessoas cuja alimentação é apenas à base de plantas, como as vegetarianas e veganas. Contudo, milhões de pessoas que fazem ingestão de carne também podem apresentar deficiência do nutriente, principalmente porque o corpo não consegue fazer a adequada captação da B12.

A absorção dessa vitamina envolve um processo complexo de várias etapas: começa na boca e termina na extremidade do intestino delgado. Quando mastigamos, a comida é misturada com a saliva, formando o bolo alimentar. Quando engolimos, uma substância na saliva chamada proteína R, que protege a B12 de ser destruída pelo ácido estomacal, viaja para o estômago junto com a comida.

Células específicas no revestimento do estômago, chamadas células parietais, secretam duas substâncias que são importantes para a absorção de B12. Uma é o ácido estomacal, responsável por separar os alimentos da vitamina B12, permitindo que a vitamina se ligue à proteína R na saliva. A outra substância, denominada fator intrínseco, mistura-se com o conteúdo do estômago e viaja com ele até a primeira parte do intestino delgado, o duodeno.

Uma vez no duodeno, os sucos pancreáticos liberam B12 da proteína R e a entregam ao fator intrínseco. Isso permite que a B12 seja absorvida. Ela ajuda a manter as células nervosas e formar glóbulos vermelhos saudáveis. Uma deficiência de vitamina B12 geralmente envolve uma quebra em um ou mais desses pontos no caminho para a absorção.

O QUE PODE CAUSAR A DEFICIÊNCIA DE B12?

Sem saliva, a vitamina B12 não se liga à proteína R e a capacidade do corpo de absorvê-la é inibida. E existem centenas de medicamentos diferentes que podem causar boca seca, resultando em uma produção de saliva muito baixa. Eles incluem opioides, inalantes, descongestionantes, antidepressivos, medicamentos para pressão arterial e benzodiazepínicos, que são usados para tratar a ansiedade.

Outro contribuinte para a deficiência de vitamina B12 são os baixos níveis de ácido estomacal. Milhões de pessoas tomam medicamentos contra úlceras que reduzem os ácidos estomacais causadores das feridas. Diferentes pesquisadores vinculam o uso desses remédios à deficiência de vitamina B12, embora essa possibilidade não supere a necessidade da medicação. A metformina, droga usada para tratar diabetes tipo 2, também tem sido associada à deficiência dessa vitamina.

A produção de ácido estomacal também pode diminuir com o envelhecimento. Mais de 60 milhões de pessoas nos EUA, por exemplo, têm mais de 60 anos e cerca de 54 milhões têm mais de 65 anos. Essa população enfrenta um risco maior de deficiência de vitamina B12, que pode ser aumentada pelo uso de medicamentos redutores de ácido. A produção de ácido gástrico e de fator intrínseco por células parietais especializadas no estômago é crítica para que ocorra a absorção de B12. Mas danos ao revestimento do estômago podem impedir a produção de ambos. Em humanos, a deterioração do revestimento do estômago é causada por cirurgia gástrica, inflamação crônica ou anemia perniciosa, uma condição médica caracterizada por fadiga e uma longa lista de outros sintomas.

Outro culpado comum pela deficiência de vitamina B12 é o funcionamento inadequado do pâncreas. Cerca de um terço dos pacientes com mau funcionamento do órgão desenvolve deficiência de vitamina B12.

COMO TRATAR A DEFICIÊNCIA DE B12?

Se você estiver enfrentando sintomas potenciais de deficiência de vitamina B12 e também tiver um dos fatores de risco, é importante consultar um médico para fazer exames de sangue. Uma análise laboratorial adequada e discussão com um médico são necessárias para descobrir se níveis B12 estão ou não dentro do que é recomendado.

O tipo de tratamento e a duração dependem da causa e gravidade da deficiência de vitamina B12. A recuperação total pode levar até um ano, mas, quando tratada corretamente, pode acontecer em menor tempo.

O tratamento para a deficiência de vitamina B12 pode ser feito via oral, aplicado sob a língua ou administrado pelo nariz, ou por injeções. Um suplemento de vitamina B12 ou multivitamínico balanceado pode ser suficiente para corrigir a deficiência.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

MENTE SÃ

Transição propõe departamento e rede para saúde mental

Proposta pela equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, o departamento de saúde mental, a ser criado na estrutura do Ministério da Saúde, deve ter como foco o fortalecimento de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de coordenar e articular políticas de combate ao consumo abusivo de álcool e drogas. Caso a sugestão do grupo seja aceita por Lula, será a primeira vez que a pasta terá um departamento exclusivo para o tema.

Atualmente, não há nenhuma área dentro do Ministério da Saúde que cuide especificamente de saúde mental. Iniciativas que tratam do tema estão espalhadas em diferentes pastas. Nas outras gestões petistas, o tema era tratado em coordenação vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde. Agora, a ideia é criar uma estrutura maior, com mais capacidade para desenvolver políticas públicas que ajudem a população que sofre com transtornos psiquiátricos.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil já liderava o ranking global de casos de ansiedade antes da pandemia de Covid-19  – e também ganhava nos números de incidência de depressão entre os países da América Latina.

Após mais de dois anos marcados por perdas, isolamento, medo e insegurança, a avaliação de especialistas é que o novo governo enfrentará índices ainda mais preocupantes de transtornos mentais.

“Nosso entendimento hoje é que houve um gigantesco retrocesso nessa área. Isso precisa ser recuperado. É preciso reforçar a rede de atenção psicossocial. É preciso ter uma atenção especial às pessoas que direta ou indiretamente começaram a apresentar transtornos por causa da pandemia. É preciso pensar uma estratégia especifica para isso”, afirmou o senador Humberto Costa (PT), que é médico e integra a coordenação do grupo de trabalho em Saúde na transição.

CORTES DE RECURSOS

O aumento na procura por ajuda profissional no país – de até 25% nas consultas psiquiátricas em 2021, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – vai na contramão da instabilidade de políticas de saúde mental e dos sucessivos cortes de recursos da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que abrange os Caps. No governo de Jair Bolsonaro, houve uma prioridade para as chamadas comunidades terapêuticas, geralmente ligadas a igrejas, que têm como foco principal o tratamento de dependentes químicos. Os Caps, por sua vez, contam com uma equipe multiprofissional – psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde.

“Vamos retomar essa política e os Caps têm papel fundamental, principalmente aqueles que funcionam 24 horas. Se você não tem uma rede de Caps, não consegue tratar as pessoas na própria comunidade, acompanhar suas famílias. Com isso, acaba restando como alternativa o isolamento, internação em uma outra cidade, e permanência em hospital. A proposta agora é retomar o papel dos Caps com centralidade e cuidados da saúde mental na atenção primária”, afirmou o ex- ministro da Saúde Arthur Chioro, que também integra a equipe da transição para a área.

O grupo se reuniu nos últimos dias com setores ligados à saúde mental, como funcionários do SUS e de clínicas especializadas, para tratar da criação do departamento. A proposta de criar a estrutura no novo governo constará no relatório final que será entregue ao vice-presidente eleito , Geraldo Alkmin, ainda neste mês, junto com o alerta da necessidade de fortalecimento das políticas do SUS, incluindo os Caps. Entre as sugestões estruturais estará a de levar de volta para o Ministério da Saúde áreas e ações que hoje estão pulverizadas pela Esplanada e que são diretamente ligadas às questões de saúde.

Em paralelo, o departamento também trabalhará com outras secretarias e ministérios que esbarram no tema pela sua transversalidade. O objetivo é ter uma alternativa que seja capaz de conduzir a rede de atenção e que volte a ter centralidade na produção e armazenamento de estudos, pesquisas, análises e monitoramento.

Segundo Chioro, a demanda represada no tratamento e acompanhamento na área da saúde mental é hoje um dos principais problemas dentro do SUS, superando até mesmo as filas de atendimento para acompanhamento de doenças crônicas e cirurgias eletivas. Atualmente, boa parte dessa demanda represada teve origem nos impactos de deixados pela pandemia.

“Há, por exemplo, um grave problema de fila envolvendo hipertensos, diabéticos, pessoas que precisam de cirurgias eletivas, aquelas que tem câncer. Mas todo mundo diz que uma das áreas que está mais grave é a saúde mental. É onde há mais filas. As pessoas não vão a uma consulta e resolve o problema. É um tratamento contínuo. Então o acúmulo é muito grande e será uma das áreas que o governo vai priorizar”, afirmou o ex-ministro.

O oncologista Dráuzio Varella, que integra o time de médicos escalado por Lula para colaborar com sugestões para a transição, ressaltou em entrevista a importância do fortalecimento dos Caps para lidar com o nível de complexidade da saúde mental atualmente.

“O SUS tem os Caps, que fazem esse atendimento. Mas não são suficientes para lidar com o nível de complexidade que é a saúde mental hoje, especialmente depois da pandemia. O número de casos de ansiedade e depressão aumentou, mas já vinham de antes. Em 2015, a OMS já tinha estimado que a partir da década de 20 teríamos a depressão como a principal causa da falta do trabalho. Aí veio a pandemia, com as pessoas trancadas em casa, medo, insegurança, insegurança financeira, que agravou isso. Agora, a pequena estrutura que o SUS estava começando a montar ficou insignificante frente às necessidades da população”.

ALTA DE SUICÍDIOS

Médico psiquiatra da rede de hospitais Santa Lúcia, em Brasília, Fábio Aurélio Leite alerta para os indicadores de suicídio no Brasil, que crescem ano a ano e destoam da queda na taxa mundial – enquanto os outros países registraram diminuição de 36% nos casos de suicídio em 2019, dados do Data SUS de 2020 apontaram para aumento de 35% em um período de nove anos no país.

-A escalada de números de suicídio no Brasil já é motivo suficiente para que a saúde mental seja vista como prioridade pelo governo. Há, agora, sequelas da pandemia, que ampliou ainda mais os casos de transtornos mentais no mundo, em especial no Brasil, segundo país com mais mortes por Covid”, aponta Leite.

Segundo o psiquiatra, após anos de negligência, o país está atrasado em estruturas e medidas para saúde mental:

“A pandemia trouxe à tona uma urgência. É papel do próximo governo tratar a pauta com seriedade e implementar ações efetivas para frear os atuais indicadores. A criação de setores e departamentos especializados é vista com bons olhos pelos profissionais da área”.

Para a médica psiquiatra Carolina Hanna de Aquino, do Sírio Libanês de São Paulo, a criação de um departamento ajudaria a centralizar e atualizar os indicadores do país.

“Temos, atualmente, dificuldade para medir a efetividade de políticas públicas de saúde mental. É diferente, por exemplo, de medidas para a saúde física. Um departamento seria extremamente útil para controlar e avaliar o impacto das ações realizadas, além de sistematizar as falhas”, diz.

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