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DESEQUILÍBRIO RACIAL NA LONGEVIDADE PIORA NO BRASIL

Disparidade no acesso a planos de saúde e a tratamentos de ponta se reflete em diferenças na sobrevida

Ao contrário do maior acesso ao ensino superior que os brasileiros pretos e pardos experimentaram nas últimas décadas, o desequilíbrio racial na longevidade aumentou no país de 2001 a 2021.

Elaborado pelos pesquisadores do Insper Sergio Firpo, Michael França e Alysson Portella, o indicador ajuda a medir a distância entre a desigualdade racial e um cenário hipotético de equilíbrio, em que a presença de negros nos extratos privilegiados reflete seu peso na população a partir dos 30 anos.

Além da sobrevida, ele capta o equilíbrio para ensino superior e renda, variando entre -1 e 1 ponto. Quanto mais próximo de -1, maior é a representação dos brancos em relação a de negros; já valores muito próximos a 1 apontam um cenário em que a população negra estaria em vantagem.

No Brasil, os dados de sobrevida estão no patamar considerado de equilíbrio relativo entre negros e brancos, isto é, o indicador variou na faixa de 0,2 a -0,2 ponto. Só que houve uma piora de 2001 a 2021, período em que o índice passou de -0,052 para -0,130.

O cálculo do componente de sobrevida no Ifer é feito da seguinte forma: extrai-se o grupo de brancos 10% mais idosos e calcula-se a idade que o separa dos demais 90%. Dessa forma, ainda que os brasileiros negros sejam alvos mais frequentes de violência, esse não é o principal fator de redução da longevidade.

“A gente via um certo equilíbrio na longevidade, mas ao longo do tempo acabamos caminhando para um desequilíbrio e é preciso começar a entender o que está fazendo com que isso aconteça, testar as políticas públicas implementadas e melhorar o acesso ao sistema de saúde”, diz França.

As diferenças de acesso a planos de saúde privados e à medicina de ponta entre negros e brancos acabaram se refletindo em um desequilíbrio nos últimos anos, segundo especialistas. Também pesou a diferença de proteção dos dois grupos durante a pandemia e a necessidade de melhorar a igualdade de atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). Os dados também mostram que a riqueza e o maior dinamismo econômico dos estados do Sudeste não se refletem na queda da diferença de longevidade entre negros e brancos, com São Paulo e Rio de Janeiro passando do equilíbrio racial para um patamar de desequilíbrio em favor dos brancos.

Em São Paulo, o indicador que mede a longevidade passou de -0,163 para -0,207 ponto; no Rio de Janeiro, de -0,173 para -0,251, mantendo os dois estados na lanterninha do índice. Nessas regiões, optou-se por utilizar as médias móveis de três anos, e a série vai de 2004 a 2021.

Na outra ponta, o destaque positivo vai para os estados da região Norte do país, que ocupam as quatro primeiras colocações. Mas mesmo na maioria desses locais houve uma piora: o Amazonas era 0,013 e passou para -0,018, o Pará foi de -0,015 para -0,042 e o Tocantins caiu de 0,019 para -0,047 ponto.

Segundo sanitaristas, uma das hipóteses para a vantagem da região Norte neste indicador pode ser o processo de auto identificação, que varia de uma região para outra. Quem se vê como negro no Sul não necessariamente se enxerga dessa forma no Norte.

Já nos estados do Sudeste, a desigualdade entre salários é mais presente e é preciso considerar que o número de moradores negros nas regiões periféricas das grandes cidades é historicamente maior que o de brancos.

Ana Léia Moraes Cardoso, 44 e Graça Epifânio, 51, são exemplos desse desequilíbrio. Apesar de não se conhecerem, elas dividem muitas experiências em comum: ambas são lideranças quilombolas e sentiram de perto as dificuldades no acesso à saúde em suas respectivas comunidades. Para elas, o desequilíbrio no acesso a atendimento médico e a diferença no tratamento entre negros e brancos não é uma estatística, mas o cotidiano.

Graça, do quilombo Carrapatos da Tabatinga, em Bom Despacho (MG), a 157 Km de Belo Horizonte, trabalhou como técnica de saúde por 15 anos e viu de perto essa desigualdade. “O paciente negro já é medido pelas suas roupas e não consegue manifestar a dor que está sentindo naquele momento, só dá graças a Deus por estar sendo atendido”, diz.

Ela, que também trabalhou em sua comunidade, destaca a importância de ter profissionais de saúde negros no sistema público, pois o acesso a um atendimento básico por meio de uma pessoa que passa confiança para a comunidade ajuda a fazer com que as pessoas percam o medo.

Ana, do quilombo de Laranjituba, próximo de Moju (a 70 Km de distância de Belém do Pará), é técnica em enfermagem e estudante de medicina. Para ela, o racismo é parte do conjunto de obstáculos no acesso a serviços de maior complexidade e a políticas de educação em saúde para prevenção de doenças e promoção do bem-estar.

O isolamento das comunidades é outro problema. A dificuldade de locomoção das pessoas, muitas vezes acometidas por doenças crônicas, impede o tratamento. “Tudo favorece para que as pessoas acabem morrendo por doenças que são tratáveis. Muitos dependem de barco ou de estradas precárias”, diz Ana. A pandemia de Covid-19, além de aumentar as dificuldades no acesso a serviços básicos e necessários para o enfrentamento da doença, mostrou como a falta de preparo no atendimento e do conhecimento da realidade de pessoas negras.

Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), da organização não governamental Vital Strategies e da UnB (Universidade de Brasília) estudaram o nível de disparidade entre mortes de pretos, pardos e brancos no Brasil durante a pandemia. Os negros (pretos e pardos) apresentaram risco de morte 9 pontos percentuais maior do que os brancos, segundo a pesquisa.

No quilombo de Laranjituba, Ana ressalta que houve uma mobilização interna para conscientizar as pessoas sobre a Covid e prestar assistência social básica para população. “Nós sabemos que o povo negro nasce, cresce e morre de maneira diferente. Durante a pandemia, vimos isso com mais intensidade”, afirma Ana.

Na visão de pesquisadores da área, os indicadores epidemiológicos mostram há  décadas que a população negra está em pior situação que a branca. Políticas públicas, como o Estatuto da Igualdade Racial, reconhecem isso.

Segundo Hilton Silva, professor da UFPA (Universidade Federal do Pará) e da UnB, as ações afirmativas na área de saúde chegaram a ser colocadas em pauta na mesma época que o sistema de cotas universitárias, mas esse avanço foi mais visível no campo da educação do que na saúde.

Silva diz que os dados disponíveis indicam que um número muito pequeno de estados e municípios implementa políticas voltadas à população negra. Nos planos plurianuais municipais, o tema também é raro no campo da saúde.

“O futuro governo vai precisar reforçar a importância das políticas e [a conscientização] da existência do racismo estrutural do país – o que o governo que está acabando não fez”, acrescenta Silva, que também faz parte da coordenação do GT Racismo e Saúde da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

Rudi Rocha, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e coordenador de pesquisa do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) concorda que existem determinantes sociais da saúde que afetam o acesso a serviços médicos.

Fatores como moradia, renda, saneamento, segurança e educação contribuem para o aumento da desigualdade entre negros e brancos. “O mercado de trabalho também piorou nos últimos anos e a informalidade aumentou, o que reduziu o acesso à saúde privada”, diz Rocha.

A baixa representatividade da população negra nas esferas que desenham as políticas públicas direcionadas a esse grupo também impede o avanço da igualdade.

Segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de negros no estado de São Paulo é de cerca de 21,80 milhões de habitantes, equivalente a 48,3% da população paulista.

Contudo, dos 94 deputados estaduais na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), somente 10 se declaram negros. Nas eleições de 2022 esse número subiu para 18, representando 19,2% da Casa.

Rocha acrescenta que o aumento no número de idosos pode acelerar a desigualdade  em saúde, uma vez que esse grupo necessita de tratamentos mais complexos. “Isso significa que vai crescer a demanda por serviço de saúde de alta complexidade, por exemplo, para tratar doenças crônicas, que precisam de acesso à medicação contínua e monitoramento.”

Políticas como a PNSIPN (Política Nacional de Saúde Integral da População Negra), instituída em 2009 pelo Ministério da Saúde e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina, podem aumentar a qualidade de vida da população. A iniciativa abrange desde educação de profissionais da saúde para melhor compreensão da realidade da população negra e um olhar específico para doenças com maior incidência entre negros, como diabetes e hipertensão.

Rony Coelho, pesquisador de políticas públicas para a população negra do Ieps, lamenta, no entanto, que essa política tenha sido abandonada após o fim do governo Dilma Rousseff, em 2016.

“Há uma sobreposição de desigualdades. E quando comparamos pessoas de mesmo nível socioeconômico e de cores diferentes, os pretos vão ter piores índices e o que explica isso é o próprio racismo da sociedade.” diz.

Esta é a segunda edição do Ifer feita pelos economistas. Na semana passada, uma reportagem já havia mostrado que a queda do desequilíbrio entre negros e brancos nos últimos 20 anos foi tímida e motivada pela melhora na educação (que já dá sinais de perda de fôlego).

GESTÃO E CARREIRA

ORDENS DE VOLTAR AO ESCRITÓRIO CAEM NO VAZIO

Estudo patrocinado por grandes instituições financeiras do Reino Unido mostra que flexibilidade se impõe no setor

Os funcionários do setor financeiro estão ignorando com frequência as regras de empresas sobre o número de dias que devem comparecer ao escritório, segundo estudo patrocinado por algumas das maiores instituições financeiras do Reino Unido.

O estudo do grupo sem fins lucrativos WIBF (Women in Banking and Finance, Mulheres nos Bancos e Finanças) e da Escola de Economia de Londres descobriu que os funcionários querem um trabalho mais flexível, pois rejeitam o presenteísmo em favor da produtividade.

Os trabalhadores financeiros consideram a flexibilidade, em vez da necessidade de cumprir uma cota de dias no escritório, algo mais alinhado coma eficiência em nível de equipe, segundo o estudo baseado em entrevistas.

A pandemia levou muitas empresas a considerar novas formas de trabalho, muitas delas adotando abordagens mais flexíveis, mas com um determinado número de dias em que se espera que os funcionários estejam presentes no escritório.

O relatório disse que a mudança para o trabalho “primeiro remoto”, no qual o trabalho em casa é a principal opção para a maioria dos funcionários, não teve impacto ou teve um impacto positivo na produtividade.

Acrescentou que isso “destaca que, embora no nível de chefia os executivos de muitas grandes empresas estejam pedindo que os funcionários compareçam ao escritório um número específico de dias por semana, na prática eles estão sendo ignorados, com os gerentes muitas vezes favorecendo o trabalho remoto como primeira abordagem, desde que satisfaça as necessidades operacionais locais”.

O estudo, baseado em entrevistas com 70 mulheres e 30 homens no setor financeiro de Londres e realizado pela LSE, abrangeu negócios bancários, gestão de ativos, fintechs e seguros.

Os pesquisadores entrevistaram funcionários de vários níveis de senioridade em empresas como Bank of America, BlackRock, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, NatWest, Schroders e UBS.

Grace Lordan, diretora da iniciativa de inclusão da LSE e autora do relatório, disse que os trabalhadores estão ficando frustrados ao serem instruídos a ir ao escritório para simplesmente participar de uma chamada do Zoom.

“As empresas que exigem que seus funcionários estejam no escritório sem motivo perderão diversos grupos de talentos”, disse ela. “Essas demandas também são motivadas pelo ego, em vez de levar em consideração os melhores interesses da empresa”.

O estudo descobriu que as mulheres, em especial, preferem um modelo mais flexível de trabalho e indicou preocupações de que abordagens excessivamente rígidas para trabalhar no escritório dissuadiriam as funcionárias.

Anna Lane, presidente da WIBF, disse: “Acredito que os gerentes que exigirem que suas funcionárias cumpram um cronograma rígido de três, quatro ou cinco dias perderão mulheres para os concorrentes que não o fazem”.

O relatório foi realizado com o programa de pesquisa Accelerating Change Together (Acelerando a Mudança Juntas) da WIBF, que busca melhor apoiar e reter mulheres em serviços financeiros.

EU ACHO …

POR QUE EXISTE O MAL?

Esta reflexão é um xeque-mate no cristianismo

Porque o mal existe? Essa pergunta abre espaço para muitas respostas, muitas delas contraditórias. Podemos, de cara, dizer que é uma daquelas perguntas que revelam o mal- estar da metafísica, como dizia Fernando Pessoa, porque, a rigor, não existe o “mal” mas apenas fenômenos que agradam a uns e desagradam a outros, ou mesmo que desagradam a todos. Esses, como vulcões, epidemias, maremotos e terremotos, são males naturais, logo não são mal nenhum.

A natureza nem o universo são morais. Ambos não visam causar mal a ninguém.

Daí dizermos que a natureza e o universo são cegos moralmente. Em filosofia dizemos: a natureza nem o universo tem qualquer intenção de causar mal a ninguém.

Outra forma de responder a esta questão é dizer que não existe mal nenhum a não ser “shit happens”; ou coisas ruins acontecem, porque as coisas do mundo estão submetidas à contingência –  sorte ou azar. Muitas vezes ações humanas não intencionai causam mal aos outros, como erros técnicos, de gestão ignorância, irresponsabilidade, enfim, a cadeia de causa possíveis para eventos indesejáveis – eventos maus – infinita, e não temos tempo para o infinito aqui.

Entretanto, pouco importa como respondamos negativamente à existência do mal, continuamos a sofrê-lo de maneira irrevogável.

Alguns separam o mal natural – que não é mal em si ­ do mal moral – causado pelos homens. Este seria, para muitos, o espaço possível de nossa ação contra o mal. O outro, o natural, enfrentamos com a boa técnica, a boa ciência, a boa gestão e a boa política – a mais rara das quatro.

Passamos a vida a enfrentar males diversos, dos morais aos naturais, e acabamos por perder a batalha para o mal natural mais temível de todos, que é a morte.

O problema seria, portanto, postular a existência de um “mal em si’; entidade metafísica ou intencional, que visaria causar sofrimento, destruição, injustiças e similares ao homem e a todas as criaturas que povoam o universo.

A pura e simples indiferença do universo e da natureza para com o nosso sofrimento já é vivida como um mal para nós. como dizia o escritor Albert Camus.

As religiões em geral fazem do mal um princípio metafísico. Demônios, espíritos sem luz, “más energias”.

O espiritismo, a mais tosca das religiões, entende o mal como algo a ser resolvido a prestação, como boletos pagos em cada encarnação.

O cristianismo tem um problema mais grave do que as demais religiões para responder à questão “por que o mal existe?”. Você sabe por quê? Porque o cristianismo inventou que Deus é amor, que Deus é bom e todo poderoso, e aí ferrou tudo. Foi obrigado a criar um princípio outro – Satanás – , meio incontrolável, que fica detonando tudo por aí.

O problema persiste porque daí a questão muda para “por que Deus, que é amor, bom e todo poderoso, deixa o demo pintar e bordar?” Ninguém sabe responder a esta pergunta de forma satisfatória.

Muitos teólogos cristãos e pessoas comuns dizem que a causa do mal é o livre arbítrio. Deus nos criou livres e escolhemos mal. Infelizmente – mesmo com toda a simpatia que nutro por grande parte da teologia, que é uma forma de filosofia religiosa bastante sofisticada em muitos casos – , devo dizer que essa resposta não fica de pé.

Como diz o jovem filósofo niilista Ivan Karamazov, personagem dos “Irmãos Karamazov” de Dostoievski, não há resposta que perdoe a Deus pelo sofrimento de uma criança inocente.

Se ele existe, ele é cruel ou um fraco. Espíritas, com sua lógica positivista de bolso, dirão que a criança escolheu sofrer antes de encarnar para pagar algum boleto moral de encarnações passadas.

Enfim, o argumento a partir do mal, como se diz em filosofia, é um xeque-mate no cristianismo. Deixa-o de joelhos. Ateus praticantes gozam com este argumento.

Inteligentinhos respondem que o mal é relativo. Não fosse eles a nos dizer, nunca imaginaríamos tal sofisticado diagnóstico. Muito obrigado!

Quando abrimos a porta do relativismo para uma reflexão como esta sobre o mal, convidamos o niilismo para jantar. E deste, todos tem medo. Até mesmo os ateus Toddynhos e os relativistas.

LUIZ FELIPE PONDÉ – É escritor e ensaísta, autor de ‘Notas sobre a Esperança e o Desespero’ e ‘Política no Cotidiano e doutor em filosofia pela USP

ESTAR BEM

SAIBA OS 5 ALIMENTOS QUE NÃO PODEM FALTAR NAS REFEIÇÕES DO BEBÊ

Quando se fala em introdução alimentar, é normal ficar em dúvida sobre ”o que pode” e ”o que não pode” no prato do bebê, principalmente a partir dos 6 meses de vida, já que é nesse período que a criança começa a ter curiosidade sobre os alimentos. Aqui no Brasil, o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, produzido pelo Ministério da Saúde, traz diretrizes sobre como deve ser a diversidade alimentar dos pequenos. Na lista de alimentos, estão os cinco grupos alimentares: Carboidratos (que fornecem energia e calorias necessárias para o crescimento e desenvolvimento da criança); Leguminosas (ricos em proteína, ferro     e fibras, fornecendo os aminoácidos necessários ao organismo); Proteínas (que fornecem ferro e outros nutrientes essenciais para a formação de ossos e músculos) e vegetal do tipo A e B (que tem função regulatória e garantem o funcionamento do sistema imunológico do desenvolvimento motor e cognitivo).

Contudo, em contraponto ao que é sugerido, uma pesquisa publicada pela Am J Public Health, em setembro de 2022, alerta que o consumo médio de gorduras    saturadas, açucares e sódio consumidos pelos pequenos se encontra acima do recomendado para as crianças. Ainda segundo o levantamento, 75% dos bebês não       são alimentados exclusivamente com leite humano nos primeiros seis meses de vida e a maioria das crianças de 12 a 23 meses não ingerem as quantidades recomendadas de vegetais, frutas e lacticínios.

Para a nutricionista infantil Beatriz Saramago, da Jornada Mima, uma alimentação saudável e balanceada é indispensável para a saúde dos bebês.

”A formação de hábitos saudáveis começa nos primeiros anos de vida e se reflete até a vida adulta. Esse maior acesso a variedade, pode ajudar a criança a ser menos seletiva em relação aos alimentos, a aceitar melhor comidinhas novas e diferentes, fazer as refeições com mais gosto e ter um menor desejo por bebidas açucaradas”, esclarece a responsável pela produção das refeições orgânicas e saudáveis da Jornada Mima – empresa especializada em alimentação para a primeira infância (período entre os primeiros meses de vida até os 6 anos de idade).

Quando o assunto são os primeiros meses de vida, Saramago explica ainda que os pais precisam estar atentos aos sinais de prontidão que indicam que a criança está interessada em comer.

”Interesse pela comida quando alguém está comendo perto dela, levar objetos à boca. Esses são sinais que o pequeno está interessado e curioso pelo alimento. Já depois dos seis meses, os sinais de fome costumam evoluir. E o bebê começa a se inclinar ainda mais em direção à colher, pegar os alimentos e apontar para a comida”, explica a nutricionista.

Para os pequenos continuarem interessados por alimentos saudáveis, a nutricionista Beatriz Saramago, explica qual postura a família deve ter:

”Primeiro de tudo, a família precisa ser saudável. E consumir no dia a dia, junto com a criança, frutas, legumes, verduras, comidas saudáveis e coloridas”.

AÇÚCAR, TEMPEROS E PAPINHAS: PODE OU NÃO?

Outro ponto sensível na alimentação dos bebês é o açúcar. Sobre isso, a nutricionista ressalta:

”O açúcar é proibido até os 2 anos de idade: Açúcar de adição (o que adicionamos por conta própria) de qualquer tipo, mesmo os de boa qualidade, como o mascavo e demerara; o açúcar também está presente em alimentos processados e ultraprocessados; bebidas açucaradas como o refrigerante, suco de caixinha; balas, doces (caseiros ou industrializados. Isso não é benéfico para os bebês. No preparo dos alimentos, quando chega o período em que os bebês podem consumir açúcar, a melhor opção seria o açúcar mascavo, ou outro açúcar de boa qualidade, não refinado. Que pode ser usado, por exemplo, no preparo de um bolo de frutas”, aconselha a especialista em alimentação infantil.

Quando falamos sobre temperos, a nutricionista explica ainda que são permitidos os naturais, após os 6 meses de vida. Além disso, Saramago informa que não são recomendados os apimentados, já que podem irritar a mucosa do estômago da criança. Os frescos e naturais, como cebolinha, alho, cebola, açafrão, por exemplo, são permitidos. O que não é permitido são os temperos e caldos industrializados. Inclusive nem nós adultos deveríamos consumi-los, visto que contém sódio em excesso, corantes e aditivos artificiais que prejudicam a nossa saúde.”, completa a nutricionista.

Conhecida por ser um método tradicional,  a ”papinha”, é uma comidinha oferecida em consistência pastosa. Aos poucos, vão sendo substituídas por alimentos sólidos desfiados, em tiras ou picados em cubinhos. Beatriz Saramago explica que na preparação da papinha, os alimentos devem ser amassados com o garfo ou raspados, e até, separados no prato.

”Isso porque, quando a comida é batida no liquidificador ou peneirada, os alimentos perdem fibras e tendem a ficar ralos, o que pode prejudicar a aceitação de sólidos no futuro. E também, acabam não estimulando o paladar, pois o bebê não consegue reconhecer o sabor de cada alimento”, ressalta a nutricionista.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL AFETAM ORÇAMENTO DE JOVENS

Pessoas mais novas sofrem com transtornos que geram gastos com medicamentos

Ao mesmo tempo em que os mais jovens buscam cuidados maiores com saúde mental, os custos com medicação se transformam em uma preocupação adicional diante do crescimento de transtornos como ansiedade e depressão. Para quem ainda está começando a carreira e recebendo um salário baixo, o tratamento nem sempre é opção.

A professora de Inglês Larissa Santos, de 26 anos, convive com depressão e transtorno de ansiedade há cerca de dez anos. Após terminar a faculdade, em 2020, ela interrompeu o tratamento porque não tinha como pagar. Seus cuidados com saúde mental incluem três remédios: fluoxetina, Atip e alprazolam, que juntos custam R$ 600 por mês, fora o acompanhamento com psiquiatra e psicóloga:

“No ano passado, eu trabalhava em duas escolas, mas em agosto tive que me afastar das funções por conta de uma crise depressiva e fui dispensada de um dos empregos. Agora trabalho em apenas um colégio, onde dou aulas de Inglês e trabalho na administração.

Larissa dá aulas desde os 17 anos e mora sozinha desde os 18. Para ela, sempre foi difícil arcar com os custos. Constantemente, parava e voltava ao tratamento. Como ficou mal neste ano, os amigos se organizaram para ajudar:

“Moro de aluguel e sozinha. Além dos remédios, a psiquiatra é cara, e tive experiências ruins com atendimento popular. Tudo custa em torno de R$ 1.200 ao mês, mas meu salário é de R$ 1.800. A mãe de uma amiga paga a psiquiatra, mas a terapia tive que deixar.

Julie Cardoso, estudante de Fonoaudiologia, de 22 anos, teme não conseguir arcar com os custos de seus tratamentos no futuro. Ela tem diagnóstico de depressão e transtorno de ansiedade e faz tratamento com antidepressivos há dois anos, fora uma medicação para dormir.

GASTOS ELEVADOS

O primeiro deles, Daforin, é o de dosagem maior: três comprimidos de 20mg por dia. Já a dose do bupropiona é de uma pílula diária, igual à do cloridrato de trazodona. Ao todo, os gastos somam R$ 250 ao mês, mas a estudante também se consulta com psiquiatra e psicóloga:

“No momento, meus pais me ajudam. Eu curso Fonoaudiologia, então só estudo, mas pretendo trabalhar. É muito assustador encarar a realidade de ter que me sustentar e arcar com o custo dos remédios.

Segundo Walter Cintra, professor da FGV Saúde, alguns medicamentos de depressão e ansiedade são oferecidos na rede pública. No Sistema Único de Saúde (SUS), além da relação nacional de medicamentos, que é repassada pela União aos demais entes federativos, há a lista de remédios de cada estado e município. Dos remédios citados na reportagem, só dois são oferecidos via SUS: bupropiona e fluoxetina. Mas Cintra adverte: a grande preocupação é a incidência de transtornos de saúde mental.

TRANSTORNOS AFETAM 8 EM CADA 10 PESSOAS

Segundo uma pesquisa Datafolha publicada em outubro, oito em cada dez brasileiros de 15 a 29 anos apresentaram recentemente um problema de saúde mental. A maioria sofreu com pensamentos negativos (66%), dificuldade de concentração (58%) e crise de ansiedade (53%). Foram ouvidos mil jovens em 12 capitais, em 20 e 21 de julho deste ano.

“Claro que o acesso aos medicamentos é importante. Mas por que os jovens em início de carreira precisam se preocupar com o impacto orçamentário dos remédios de saúde mental? É ruim chegar ao ponto do medicamento, porque se perdeu a oportunidade de intervir antes. O remédio é o paliativo, mas não é a solução. É preciso refletir sobre o que acontece com a sociedade”, questiona Cintra.

Paulo Amarante, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (ENSP), critica a “patologização da experiência humana”. Separação, luto, crise de identidade na puberdade, dificuldade de inserção no mercado e disputa por lugares sociais de reconhecimento estão relacionados ao sofrimento humano, mas não implicam transtorno no sentido claro:

“Um dos maiores problemas da dependência química é em relação às drogas psiquiátricas. Quando uma pessoa interrompe o uso de antidepressivos, pesquisas atestam que ela tem abstinência. A preocupação é por que inserir medicação na vida de uma pessoa por um episódio que pode ser passageiro? Jovens precisam de acolhimento.

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