ESTAR BEM

CONSELHO DE MEDICINA PODE REVER CRITÉRIOS PARA INDICAR CIRURGIA BARIÁTRICA

Novas diretrizes propostas por entidade internacional ampliam critérios de indicação do procedimento para pacientes com IMC a partir de 30

O Conselho Federal de Medicina (CFM) estuda alterações nas regras de indicação de cirurgia bariátrica, a operação para perda de peso. Propostas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, as novas diretrizes ampliam os critérios de indicação do procedimento para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) a partir de 30 – considerado o limite inicial da obesidade.

As novas diretrizes foram adotadas em outubro pela Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO), que representa 72 associações e sociedades nacionais em todo o mundo, e pela Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica. Mas a mudança divide opiniões entre os médicos.

Especialistas que defendem a alteração argumentam que a cirurgia é o tratamento mais eficaz contra a obesidade e a síndrome metabólica. Dizem também que a tecnologia envolvida na intervenção avançou, enquanto os riscos caíram muito. Além disso, apontam que a operação previne outras complicações em médio e longo prazo

Já especialistas contrários à mudança dizem que redução de risco não é risco zero; argumentam que há uma nova geração de medicamentos muito eficazes e lembram que, hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada não dão conta nem sequer de operar todas as pessoas com IMC acima de 40, os obesos mórbidos. Então, questionam, por que ampliar os critérios se já não conseguimos tratar os casos mais graves? Atualmente, as cirurgias bariátricas só podem ser feitas em pacientes com IMC de 30 a 34 e apenas se todos os demais tratamentos disponíveis falharem. É recomendada para pessoas com IMC acima de 35, desde que apresentem doenças associadas ao excesso de peso como a diabete tipo 2, hipertensão, apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras. Já os pacientes com IMC acima de 40 podem ser operados mesmo que não tenham doenças relacionadas.

“O consenso sobre cirurgia bariátrica de 1991 foi fundamental, mas após 30 anos e centenas de estudos publicados de alta qualidade, incluindo ensaios clínicos randomizados, não reflete mais as melhores práticas, especialmente com a evolução das tecnologias e avanço da obesidade”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Fábio Viegas.

Dados mais recentes da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, indicam que 20% da população brasileira é obesa e pouco mais da metade tem sobrepeso. E esses números têm aumentado, sobretudo após a pandemia da covid-19. Um estudo americano recente, o Diet & Health Under Covid-19, apontou que os brasileiros foram os que mais ganharam peso na pandemia. Por aqui, 52% dos entrevistados disseram ter engordado 6,5 quilos, em média.

FILA

Paralelamente ao aumento da obesidade, houve também queda no número de cirurgias bariátricas no Brasil. Por causa da suspensão dos procedimentos, muitos Estados viram as filas de espera aumentarem.

Nos últimos cinco anos, foram 311.850 mil cirurgias bariátricas no País. Dessas, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), 252.929 foram feitas por meio de planos, 14.850 de forma particular e 44.093 pelo SUS. Para especialistas, os números são a ponta de um iceberg. Estima-se que apenas 1% dos obesos façam a cirurgia. “Há cerca de 600 milhões de obesos no mundo e são feitas aproximadamente 600 mil cirurgias bariátricas. Ou seja, apenas um em cada mil tem acesso ao procedimento. Não conseguimos atender os que realmente precisam e vamos ampliar os critérios? Para quê? Do ponto de vista da saúde pública isso é um absurdo”, diz Bruno Geloneze, do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades da Unicamp.

Além disso, segundo ele, há toda uma nova linha de remédios chegando ao mercado que são capazes de reduzir de 18% a 23% do peso, o que poderia atender bem pessoas com IMC de 30 a 34. “O tratamento mais eficaz e potente contra a obesidade é a cirurgia. É também o único tratamento que provoca mortes”, afirma o especialista da Unicamp. “Ou seja, devo reservá-lo para as formas mais agressivas da doença, que são aquelas em que o paciente tem o IMC acima de 40.”

A obesidade é considerada a doença que mais mata no mundo. É fator de risco para outras 25 doenças, a principal causa do câncer de mama e responsável por outros 13 tipos de câncer. As doenças relacionadas à obesidade são responsáveis por mais de 4,7 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, metade das quais ocorrem entre pessoas com menos de 70 anos. “Você se lembra de já ter visto algum obeso mórbido velhinho andando pela rua? Não, né? Sabe por quê? Porque 70% deles morrem muito cedo, antes dos 50 anos”, diz Fábio Viegas. “Não é uma questão de ampliar os critérios para ganhar mais dinheiro, mas para salvar vidas.”

Coordenador do Serviço de Obesidade da Uerj, Luiz Guilherme Kraemer de Aguiar concorda com o colega. “A obesidade é uma doença pouco reconhecida por outros profissionais de saúde, que tendem a apenas mandar o paciente fazer dieta e exercício. Sabemos que as coisas não funcionam assim para a maioria”, admite.

PRÓXIMOS PASSOS

Após a deliberação pelo CFM, os novos parâmetros ainda precisam ser debatidos, posteriormente, pelo Ministério da Saúde e pela ANS. Os órgãos devem avaliar se eles serão incorporados ao SUS e aos planos de saúde.

“Precisamos agora conseguir colocar isso (a ampliação dos critérios) no rol da ANS”, defende o médico Fernando de Barros, do serviço de cirurgia bariátrica do Hospital São Francisco na Providência de Deus, que atende pacientes do SUS. “Os planos deveriam entender que em médio e longo prazo é mais barato para eles ampliarem os critérios para cirurgia. A obesidade é a maior responsável por casos de amputação, diálise, transplante de fígado, enfarte, AVC, trombose, todos esses problemas muito comuns que demandam procedimentos caros e internações prolongadas”, continua. “As pessoas acham que o obeso é um gordo safado e preguiçoso, que precisa fechar a boca e ir à academia. Há muito preconceito e uma visão muito errada dessa população.”

Antônio Oscar Constantino Ferreira, de 52 anos, fez a cirurgia há três meses, quando pesava 140 quilos. Desses, já perdeu 40. Ainda está muito acima do peso para seu 1,70 metro de altura, mas muitos dos problemas de saúde já começam a regredir. “A diabete não existe mais, estou conseguindo me locomover melhor, sinto menos cansaço e não tenho mais dores nos pés e nos joelhos”, conta. “Já tinha tentado fazer dieta várias vezes, mas é muito difícil, nunca dava certo. Desinchava, perdia líquido, mas não conseguia perder muito peso. Ficava aquele efeito sanfona.”

Vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Síndrome Metabólica e Obesidade (Abeso), Fábio Trujilho diz que a entidade ainda não fechou posição oficial sobre o tema. Ele acredita que, na prática, as alterações não terão um impacto muito grande. “No caso das pessoas com IMC acima de 35, as comorbidades previstas hoje para permitir a cirurgia são tantas, são mais de cem, que, na prática, não vai fazer diferença”, afirma. “No caso de IMC de 30 a 35 já é um procedimento previsto também.”

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Autor: Vocacionados

Sou evangélico, casado, presbítero, professor, palestrante, tenho 4 filhos sendo 02 homens (Rafael e Rodrigo) e 2 mulheres (Jéssica e Emanuelle), sou um profundo estudioso das escrituras e de tudo o que se relacione ao Criador.

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