OUTROS OLHARES

PRETAS E PARDAS SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DE MORTALIDADE MATERNA

Para especialistas, racismo e falta de acesso a tratamentos estão entre as causas

Uma pesquisa realizada pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e pelo Instituto Çarê mostra que mulheres pretas e pardas são as que mais sofrem com pré-eclâmpsia grave e eclâmpsia. As mulheres pretas também são as maiores vítimas das principais causas de mortalidade materna no Brasil.

De janeiro de 2014 a dezembro de 2021, a cada 1.000 mulheres em trabalho de parto no país, 28,4 tiveram eclâmpsia ou pré-eclâmpsia. Para as mulheres brancas, essa taxa foi de 24,9, enquanto para as pardas foi de 27,5 e, para as pretas, de 32,8.

Em 2014, a taxa dessas duas intercorrências obstétricas para todas as gestantes foi de 25,2, contra 33,3 em 2021. Para as mulheres pretas, porém, passou de 30,5 para 41,3.

As duas outras principais intercorrências – hemorragia grave e sepse grave – também foram analisadas, mas não apresentaram diferenciação tão expressiva. No caso da hemorragia, a média no período foi de 9,1 para as mulheres pretas, 9,5 para as brancas e 10,6 para as pardas. Em relação à sepse, a média foi de 6,6 entre puérperas brancas, 7,6 entre pretas e 9,0 considerando as pardas.

Pesquisador de economia da saúde e autor do trabalho ao lado de Gisele Campos, Rony Coelho ressalta que, em grande medida, essas intercorrências são evitáveis por meio do pré-natal adequado e do atendimento de qualidade. Não é isso, porém, que se observa, de acordo com a epidemiologista Emanuelle Góes, autora de um estudo que mostra as disparidades nos cuidados das mulheres.

Publicada na revista Ciência & Saúde Coletiva, a pesquisa de Góes sinaliza que a letalidade por Covid-19 entre gestantes e puérperas pretas e pardas foi maior do que a observada entre as brancas. Indica ainda que as gestantes negras tiveram menos acesso à UTI e que a chance de óbito materno no puerpério para as mulheres pretas foi 62% maior em comparação às brancas.

“Temos uma questão que precisa ser reconhecida que é o racismo institucional. Ele interfere no processo de cuidado, na tomada de decisão dos profissionais e até mesmo das próprias mulheres. Elas vivenciam diversas violências institucionais, seja de forma individual ou coletiva, sabendo que sua mãe, sua irmã e sua vizinha têm uma história de violência para contar, e isso retarda a procura pelo serviço”, analisa.

Góes menciona estudos anteriores que apontam, por exemplo, que as mulheres negras são menos tocadas por profissionais de saúde e que sua pressão arterial é aferida com menos frequência, o que impacta o controle da hipertensão e a prevenção à pré-eclâmpsia. A altura uterina das mulheres negras também é medida menos vezes, as consultas de pré-natal são mais curtas e o tempo para serem atendidas é maior, segundo a pesquisadora, que integra o grupo temático Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Somado a isso, muitas mulheres negras e indígenas moram em locais distantes dos serviços de média e alta complexidade, sem acesso a UTIs. “Temos um conjunto de fatores permeado pelo racismo que leva ao desfecho da mortalidade materna. São pessoas negras e indígenas que vivem nesses locais segregados, sem acesso aos serviços. O racismo gera essa segregação”, afirma Góes.

O estudo do IEPS e do Instituto Çarê, realizado a partir de dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, indica que as mulheres pretas apresentam os piores indicadores quando consideradas as causas de mortalidade materna mais frequentes no país entre 2014 e 2021.

Elas são as principais vítimas de complicações relacionadas ao parto e puerpério, assim como de afecções obstétricas como doenças virais, doenças infecciosas e parasitárias, anemia, doenças do sistema nervoso e do aparelho circulatório que complicam a gravidez, o parto e o pós-parto.

“A literatura agrega as intercorrências mais graves e as causas de mortalidade, enquanto no nosso trabalho destrinchamos os vários tipos”, compara Coelho.

“Os estudos também apontam que existe é uma diferenciação entre brancas e negras na mortalidade materna, mas não esperávamos que fosse tão gritante e tão consistente ao longo do tempo”, diz o pesquisador, para quem a persistência da desigualdade reafirma o discurso de ativistas que há anos alertam para o racismo na saúde.

Para Góes, o enfrentamento ao racismo institucional passa pelo respeito à Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que preconiza a luta contra as altas taxas de mortalidade dessa população. “Precisamos que a política seja implementada nas três esferas, nacional, estadual e municipal para contemplar desde a atenção básica, onde as mulheres fazem o pré-natal, até os hospitais de média e alta complexidade”.

“Tanto a política da população negra quanto a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher são fortes, concretas e bem elaboradas. O que precisamos é que sejam implementadas”, avalia a cientista.

Por outro lado, ela defende ser necessário investir no treinamento antirracista do profissional de saúde, seja ele já formado ou ainda em início de formação.

“As cotas permitem não apenas trazer jovens negros para a área da saúde, mas incentivam a reformulação de referências bibliográficas, de narrativas. Vivemos muito tempo em um modelo que subjuga os corpos negros, que acha que devem ser usados como cobaias, e agora estamos tentando construir algo diferente. É desse lugar que é preciso construir uma nova medicina, uma nova enfermagem, uma nova forma de lidar com as pessoas na prática, no cuidado e na ciência”.

GESTÃO E CARREIRA

HÁ FALTA DE CANDIDATOS QUALIFICADOS VOLTADOS À SUSTENTABILIDADE

As organizações encaram uma grande escassez de talentos em sustentabilidade para cumprir seus cada vez mais ambiciosos compromissos climáticos

A Salesforce, líder mundial em soluções de gestão de relacionamento com clientes (CRM), publicou o estudo global ‘Sustainability Talent Gap Research’, que analisa a lacuna existente entre a conscientização e o treinamento de colaboradores nas habilidades necessárias para assumir funções de sustentabilidade e ajudar suas respectivas empresas a cumprirem seus compromissos climáticos.

A partir da conversa com executivos de sustentabilidade, a Salesforce conduziu o estudo em 11 países – incluindo o Brasil – com 1.297 funcionários. O resultado revela que as empresas estão enfrentando enorme pressão para cumprir suas metas climáticas que vêm de agências reguladoras, conselhos e de seus próprios funcionários.

Apesar dessa pressão, as organizações encaram uma grande escassez de talentos em sustentabilidade para cumprir seus cada vez mais ambiciosos compromissos climáticos.

O cenário de dificuldade é percebido pelos funcionários. Segundo o estudo, a confiabilidade dos trabalhadores na efetividade das ações das empresas é baixa.

Três em cada cinco respondentes afirmaram duvidar que suas empresas atinjam as metas em tempo e quatro em cada cinco têm ainda menos fé ao analisar sua confiança nos esforços de outras empresas. Apesar disso, oito em cada dez trabalhadores globais querem ajudar sua companhia a operar de forma sustentável. Já três em cada cinco colaboradores afirmaram ansiar por incorporar temas sustentáveis à sua função atual.

O desconhecimento também apareceu como fator relevante. Os funcionários demonstraram pouca consciência sobre os esforços climáticos de suas empresas, com 53% deles desconhecendo se a empresa já zerou as emissões líquidas de gases do efeito estufa ou não.

Treinamento aparece como solução interna para época de escassez de talentos no mercado de trabalho. 67% dos trabalhadores gostariam de ter mais qualificações relacionadas à prática ESG e 94% deles disseram que o treinamento nessas habilidades ajudaria na construção de confiança nos compromissos de sustentabilidade das empresas.

“Com uma força de trabalho emergente esperando para ajudar, as empresas devem voltar sua atenção para o treinamento. Ao capacitar os trabalhadores que desejam dar o salto para carreiras de sustentabilidade, as organizações podem obter talentos para funções difíceis de preencher, enquanto ajudam os funcionários a trabalhar em algo pelo qual são apaixonados”, ressalta Thatiana Papaiz, diretora de desenvolvimento do ecossistema de parceiros na Salesforce.

De acordo com a pesquisa, a vacina para o ceticismo dos funcionários é um plano de investimento em treinamentos de sustentabilidade. 95% dos entrevistados acreditam que relatórios de sustentabilidade mais fáceis de entender ajudariam a criar confiança nos compromissos das companhias. Entretanto, 88% dos entrevistados veem pouco investimento em treinamento voltados para a sustentabilidade.

“As empresas têm a responsabilidade de capacitar seus talentos com educação em sustentabilidade, e a Salesforce trabalha para atingir esse objetivo. No primeiro semestre de 2022, tivemos quase 7.000 conclusões a mais em programas de educação relacionados à sustentabilidade por meio da plataforma gratuita Trailhead em comparação com todo o ano anterior”, finaliza a executiva.

www.salesforce.com.br     

EU ACHO …

‘HOMESCHOOLING’

Sou contra a ‘escola em casa’ porque as famílias não estão com essa bola toda

Sou contra. “Homeschooling”, ou “escola em casa”, é uma daquelas modinhas que a direita brasileira importou da direita americana, como arma para todos e fake news como liberdade de expressão. O maior argumento contra os bobocas da direita hoje é eles terem vícios semelhantes aos inteligentinhos da esquerda: importar todo tipo de lixo americano. Os EUA são o maior produtor de lixo cultural do mundo.

Sou contra a “escola em casa” porque não acho que as famílias estão com essa bola toda. Assim como desconfio de gente que quer ficar falando de sexo – ou similares – com crianças, desconfio de pais que querem educar seus filhos em casa.

O argumento máximo a favor da escola formal é a pluralidade de ambientes que ela oferece. Claro que nessa pluralidade vai todo tipo de risco, mas quem disse que as famílias não são um risco também? Principalmente aquelas que querem ter o monopólio dos “valores” – eita expressão brega essa “valores” – na formação dos filhos. Acho gente muito esquisita esse povo que defende a “escola em casa”.

Evidente que há uma parte da escola que acontece em casa. Pais que se importam tanto com a escola deveriam tirar dez em toda tarefa para casa dos filhos. Mas não. Quem defende a “escola em casa” o faz por uma forma peculiar de arrogância. Entende a si mesmo como especialista em tudo.

No lado diametralmente oposto aos pais que correm atrás de especialistas de forma paranoica para fazer diagnósticos psicopatológicos dos filhos, os defensores da “escola em casa” são também uma forma teratológica – não sabe o que é, olhe no Google – da paternidade e maternidade loucas do mundo contemporâneo.

Não duvido que existam países que pratiquem essa forma de escola. O que, por si, não prova nada. Mas a realidade do Brasil é que a “escola em casa” é capricho de classe média obcecada com ser a única fonte de mundo dos filhos – o que, por si só, já deve levantar suspeitas. Quem defende a “escola em casa” acaba pedindo a Deus ou a extraterrestres para dar um golpe de Estado no Brasil.

A realidade do Brasil é “escola em lugar nenhum” porque grande parte das crianças não vai à escola nenhuma. Grande parte das famílias não tem estrutura para garantir nem a ida das crianças para a escola formal, quanto mais “escola em casa”. Por isso, toda essa discussão é jogar no lixo tempo de resolução para os problemas sérios da educação no Brasil.

Não entremos aqui num debate profundo sobre educação porque ela simplesmente não comporta profundidade nenhuma. A questão é urgente demais para as complexas combinações da inteligência. A questão é puro desespero. É necessário botar as crianças na escola porque, do contrário, o país vai para o saco, mais do que já está. E escola aqui é escola formal, onde elas deviam passar o dia todo.

Sim, a educação é rasgada por modas ideológicas, professores pregadores, infraestrutura lixo. As escolas privadas são empresas submetidas ao mercado e à queda na natalidade. As universidades são instituições em que burocratas, marqueteiros e politiqueiros dominam o território. Aluno importa como renda. A gente sabe disso tudo. Não há nenhuma grande teoria na educação afora muita idealização da própria atividade ou modas de autoajuda e motivacional. Ou ela é política, ou é psicologia ou é vendas. Por isso mesmo não cabe nenhuma profundidade no assunto.

O problema é mais de engenharia do que de ciências humanas. Quando uma situação fica tão miserável quanto a educação no Brasil, a única atitude possível é a busca do razoável. No caso, instalações descentes, professores treinados, crianças com dentes na boca, ambiente seguro, comida sem veneno, carga horária completa, ler, escrever, fazer conta, aprender a conviver com outras crianças que serão os adultos do futuro.

Vale acrescentar que a família brasileira é, em grande parte, tão miserável quanto as outras instituições brasileiras. Portanto, esse fetiche com uma educação em que a família é responsável pelos “valores” – de novo essa expressão brega – a serem passados para os filhos é papo furado. Arrogância e blá-blá-blá.

LUIZ FELIPE PONDÉ – É escritor e ensaísta, autor de ‘notas sobre a esperança e o desespero’ e ‘Política no Cotidiano’. É doutor em filosofia pela USP

ESTAR BEM

O QUE SABER ANTES DE FAZER DEPILAÇÃO A LASER

Nem todas as pessoas podem fazer o procedimento, que reduz o tempo do crescimento dos pelos

Os pelos estão presentes por todo o corpo e existem motivos para isso. Seja nos pés ou na cabeça, os pelos têm a função de regular a temperatura corporal, oferecer proteção e facilitar a eliminação do suor. Só que para algumas pessoas são verdadeiros incômodos. É por isso que muitos buscam, por meio da depilação a laser, eliminá-los pela raiz.

Não à toa, o procedimento tem se tornado um dos mercados com maior potencial de crescimento dentro do segmento nacional de saúde, beleza e bem-estar. A avaliação é de Danyelle Van Straten, diretora da Comissão de Saúde e Beleza da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que representa o sistema brasileiro de franquias. Os números evidenciam essa ascensão: são quase 3 mil lojas que atualmente estão associadas à ABF e que realizam depilação a laser em todo o País. Isso representa um aumento de 79% em comparação a 2020 e de 30% com relação a 2021. “É um mercado em crescimento que, apesar de parecer saturado, não está. E pode ser multiplicado por dez nos próximos anos”, avalia Danyelle.

Com o tratamento se tornando cada vez mais comum entre os brasileiros, é necessário ficar atento aos cuidados necessários antes e depois do procedimento. Realizar a depilação a laser de forma segura é o melhor caminho para garantir os resultados esperados.

DIFERENCIAL

O que é, afinal, a depilação a laser? É um procedimento estético adotado para se eliminar ou reduzir a quantidade de pelos em qualquer área do corpo. Só que ele tem um diferencial: o tempo para o aparecimento de novos fios costuma ser maior do que em outras formas de depilação.

Isso acontece porque o laser atinge diretamente a área onde ficam as células germinativas do pelo e a melanina – uma proteína presente no corpo que dá coloração aos fios – tem papel fundamental nisso. “A luz do equipamento de laser é absorvida pela melanina e, através dela, alcança a raiz do pelo”, explica Maria Luiza Pires, médica dermatologista do Departamento de Laser da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A redução ou eliminação dos pelos é resultado dessa interação entre a luz e a região do corpo tratada.

“O objetivo da depilação a laser não é zerar o número de pelos. Conseguimos eliminar em torno de 20% deles”, explica a médica. Por isso, para um resultado satisfatório, é necessário realizar em média 5 sessões – às vezes, um pouco mais ou menos. O tempo de cada sessão também é bastante específico e pode variar de acordo com a região tratada. “O tratamento na axila vai durar em torno de 20 minutos. Já na perna pode durar em torno de uma hora.”

Mas não são todas as pessoas que podem realizar esse tratamento e essa decisão, conforme explica a dermatologista, só pode ser adotada por um médico. Um caso concreto: é certo que mulheres grávidas não devem optar pela depilação a laser, uma vez que o procedimento pode favorecer o aparecimento de manchas na pele e ocasionar prejuízos à saúde do bebê.

RISCO DE MANCHAS

Já pessoas de pele negra ou bronzeada não estão proibidas de realizar o procedimento, mas exigem atenção especial. Dependendo do laser utilizado, podem ocorrer manchas e queimaduras na pele. “Nesses casos, existem aparelhos com comprimento de onda maior e que atendem melhor esses pacientes, mas só o dermatologista poderá dizer qual o melhor equipamento para esse tipo de pele.”

Há ainda outros casos de contraindicações, como pessoas com tendência para cicatrizes do tipo queloide; portadores de doenças autoimunes, como o vitiligo; pessoas com lesões na pele causadas pela psoríase; pacientes com distúrbio hormonal que gere pelos em excesso; e pessoas com histórico de câncer na família – mesmo que o procedimento não tenha potencial cancerígeno. “A avaliação médica é importante para que o paciente não invista tempo e dinheiro e não tenha um bom resultado.” Para os mais sensíveis à dor, existem soluções. “Fazer a aplicação de um creme anestésico ou usar uma fonte de ar gelado sobre a pele durante o procedimento já minimiza bem o desconforto”, diz a médica. Antes do tratamento, no entanto, é importante não tomar sol por pelo menos quatro semanas e não usar nenhum método de depilação no mês anterior.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

HUMOR E LEVEZA PODEM AJUDAR A ENCARAR AQUELES DIAS DIFÍCEIS

Especialistas dão dicas para cultivar atitude mais positiva em meio à rotina

Wendi Aarons estava escrevendo em uma biblioteca pública quando o som de uma voz irritada fez todos olharem para cima. Uma frequentadora, indignada com uma regra sobre livros, prometeu levar seu filho para outra biblioteca e saiu furiosa depois de repreender os funcionários. A sala inteira ficou “muito incomodada”, lembrou Aarons, uma humorista em Austin, no Texas, nos Estados Unidos. “Foi um silêncio simplesmente horrível e desconfortável.”

Mas Aarons, uma profissional em equilibrar humor e desconforto, viu uma brecha. Ela se levantou e disse: “Ei, alguém tem o telefone dessa outra biblioteca? Porque eu quero ligar lá e avisá-los”.

O riso tomou conta e o humor melhorou. As coisas voltaram ao normal. Esse é o poder sutil de “aliviar o clima”.

“A leveza de espírito é uma mentalidade”, disse Naomi Bagdonas, professora da Escola de Administração de Stanford nos EUA que aconselha executivos a liderar com humor e humanidade. “É procurar razões para ficar encantado, em vez de decepcionado, com o mundo ao seu redor.”

Bagdonas se soma a um coro de especialistas que dizem que cultivar a leveza de espírito é essencial para o bem-estar. Tentar relaxar pode parecer desafiador diante da situação mundial. Uma prática mais contida – como mindfulness, que certamente tem suas vantagens – pode parecer mais apropriada para “estes tempos sem precedentes”. Levar as coisas menos a sério nos permite “viajar com mais leveza” e “salva o organismo e a alma de uma estrada muito esburacada”, afirmou Willibald Ruch, professor e pesquisador de psicologia positiva na Universidade de Zurique (Suíça).

Quando você está estressado, seu sistema nervoso inicia a reação de “lutar ou fugir”, causando uma cascata de efeitos fisiológicos: o corpo libera hormônios do estresse, que fazem sua frequência cardíaca e pressão arterial aumentarem. Sua respiração torna-se curta e superficial, e seus músculos ficam tensos. Às vezes isso é útil, como quando você está em perigo imediato. Mas muitas vezes – como quando você está atrasado e preso no trânsito – a reação ao estresse adiciona um desconforto desnecessário a uma situação já desagradável. Com o tempo, o estresse crônico pode afetar negativamente a saúde.

“A leveza de espírito é nosso principal veículo para restaurar um estado de relaxamento”, afirmou Emiliana Simon-Thomas, diretora científica do Centro de Ciência para o Bem Maior da Universidade da Califórnia em Berkeley. E isso ajuda a criar um amortecedor e escapar do estresse mental e físico que é a origem de grande parte do nosso sofrimento, disse ela.

Humor e leveza de espírito estão relacionados, mas os termos não são intercambiáveis. Há mais estudos sobre humor e outros fenômenos como riso, brincadeira, diversão e alegria, declarou Ruch. Mas grande parte da pesquisa relacionada está sob o guarda-chuva da leveza de espírito, explicou ele. O elemento central subjacente a essas experiências que se sobrepõem é uma sensação de leveza, bem como uma postura de não levar tudo tão a sério.

Embora declarar que “rir é o melhor remédio” possa ser um alvo muito distante, uma risada tem efeitos poderosos. Existem estudos que ligam o riso a mudanças positivas na frequência cardíaca, pressão arterial e tensão muscular.

E muitas outras evidências apoiam a ideia de que viver com leveza pode ajudar as pessoas a se sentirem melhor. Existem pequenos estudos que relacionam o riso, o humor e a diversão a um maior otimismo, sensação de controle e satisfação com a vida, assim como diminuição da depressão, do estresse e da ansiedade.

A pesquisa também sugere que o humor nos ajuda a construir laços mais fortes uns com os outros, com elos para maior satisfação em relacionamentos românticos e no trabalho.

A ideia de “trabalhar a leveza de espírito” pode parecer um pouco forçada. Mas, assim como para formar qualquer hábito, a prática ajuda, e há evidências de que criar experiências divertidas propositalmente traz os mesmos benefícios que a diversão espontânea.

“A capacidade de experimentar diversão e leveza é uma das maneiras pelas quais as pessoas podem mudar”, afirmou Caleb Warren, codiretor do Laboratório de Pesquisa do Humor da Universidade do Colorado e professor de marketing da Universidade do Arizona.

Ruch e seus colegas deram aos participantes um treinamento de humor de oito semanas, no qual eles completavam as seguintes tarefas em nome da ciência: assistiam a programas de TV mais engraçados, riam mais alto ou por mais tempo do que normalmente fariam, identificavam trocadilhos na mídia e nas conversas e faziam piadas autodepreciativas. Os estudantes relataram aumento da alegria e diminuição da seriedade como resultado.

Então, como tentar isso em casa, sem a ajuda de um treinamento oficial de humor? Aqui estão algumas maneiras de começar.

PROCURE COISAS QUE SÃO SÓ UM POUQUINHO DIVERTIDAS

Procurar coisas que são “engraçadas” pode transformar a leveza em uma tarefa árdua. Em vez disso, tente perceber “o que é verdade, e um pouquinho divertido”, aconselhou Bagdonas. Quando sua filha irritada entra na sala, ela se parece um pouco com um pequeno ditador bêbado? Quando você passa por um parque de cães, pode perceber como tudo aquilo parece um bar de pegação canino?

Sensibilizar-se para esses momentos prepara você para percebê-los e saboreá-los, afirmou Heather Walker, psicóloga organizacional que se descreve como uma “pessoa séria em recuperação” e dirige uma consultoria no local de trabalho chamada Leadwith Levity (Liderar com leveza).

CRIE UM DIÁRIO DE LEVEZA

Encontre tempo para registrar suas experiências divertidas. Talvez em sua corrida matinal um homem passe por você vestindo um traje de Papai Noel. Durante seu trajeto para o trabalho, talvez o condutor do trem faça um anúncio completamente ininteligível e você faça contato visual com outro passageiro e ria. Esses pequenos momentos são os principais candidatos para o seu diário.

Estudos de intervenção baseados em humor descobriram que simplesmente escrever três coisas engraçadas do seu dia (ou contá-las e revisar o total à noite) durante uma semana pode reduzir os sintomas de depressão e melhorar o bem-estar por até seis meses.

Leia seu diário periodicamente para repetir os bons sentimentos e talvez até rir. “Quando você está relendo isso, você está revivendo essa experiência. Seu corpo vai se beneficiar”, afirmou Walker.

QUANDO ALGO DER ERRADO, TENTE LEVAR NA BRINCADEIRA

A teoria do humor da “violação benigna” diz que impropriedades inofensivas têm muito potencial para serem engraçadas se você as olhar da maneira certa, pontuou Warren. Portanto, sempre que você cometer ou testemunhar uma gafe inócua – digamos, esquecer de desligar o microfone durante uma reunião no Zoom e deixar todos ouvirem uma conversa entre você e seu gato – é uma excelente oportunidade para se divertir.

Pequenos contratempos são fáceis de reformular na hora, mas deixe o material mais desafiador para mais tarde. Reestruturar violações maiores é mais fácil em retrospecto porque o tempo fornece a distância psicológica necessária para reduzir a percepção de uma ameaça, disse Warren.

Uma briga com seu parceiro sobre quem deve esvaziar a máquina de lavar louça, por exemplo, pode parecer mais divertida um ou dois dias após a conflagração inicial.

PASSE TEMPO COM AS PESSOAS QUE TE FAÇAM RIR

Se a ideia de manter um diário de leveza ou rir de seus próprios infortúnios faz você querer chorar, deixe a leveza de espírito borbulhar na companhia de seus entes queridos.

Humor e leveza vêm muito naturalmente quando estamos com as pessoas que nos colocam em estado de alegria, disse Bagdonas. É “uma melodia fundamental da conversa humana”.

CONHEÇA SEU SENSO DE HUMOR

Se você tem certeza de que não tem um único osso engraçado em seu corpo, talvez não conheça seu senso de humor. Todo mundo tem um, disse Jennifer Aaker, cientista comportamental e professora de marketing na Escola de Administração de Stanford. E colocar uma ponta mais fina no seu permite que você ouse. Ela e Bagdonas identificaram quatro estilos de humor: aqueles que são ousados e irreverentes; os que são mais sérios e muitas vezes autodepreciativos; aqueles que usam o sarcasmo – mestres da piada inesperada; e os que são comediantes expressivos e carismáticos. Compreender seu estilo permite que você o perceba e aprecie, e o prepara para estar mais consciente para as tentativas de humor alheias, inclinando-o a ser mais generoso com seu riso, segundo a cientista comportamental.

HUMOR COMO INGREDIENTE DA SUA DIETA DE MÍDIA

Além de promover a leveza de espírito, aproveite o fruto fácil da boa comédia. Há um número infinito de vídeos do TikTok, programas de TV, escritores e podcasts por aí. Por que não trocar alguns dos terríveis dramas criminais por conteúdo que o faz se divertir?

“Mesmo em dias muito sombrios, tento encontrar algo que me faça rir ou sorrir, mesmo que seja um meme bobo de gato”, disse Aarons.

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