Com o inverno europeu se aproximando e os custos da energia elétrica disparando como uma das consequências da guerra na Ucrânia, começam a circular receitas bizarras para aquecer ambientes residenciais e de trabalho.
O TikTok é uma fonte dessas receitas, algumas das quais muito perigosas para os que tentam usá-las; uma delas é acender velas e cobri-las com vasos de barro.
O Corpo de Bombeiros de Londres tem desaconselhado o uso desse método, por várias razões, que vão da possibilidade de queimaduras causadas por vasos superaquecidos até explosões, que podem acontecer em função de geração de gases produzidos pelo aquecimento do barro.
Vídeos mostrando como construir esses aquecedores começaram a circular no TikTok no início de 2021, mas em função da elevação dos custos de energia tem se tornado populares, já tendo gerado mais de dois milhões de visualizações.
Mas o assunto não é inteiramente novo: já em 2013, os bombeiros londrinos haviam emitido um alerta acerca de um vídeo postado no YouTube, que mostrava uma receita similar.
Ideias que além de bizarras são perigosas, tendem a se espalhar rapidamente, especialmente quando divulgadas via TikTok, o aplicativo mais baixado em todo o mundo.
VIVALDO JOSÉ BRETERNITZ – É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas
FORA DA SALA DE AULA, CURSOS PARA EXECUTIVOS EXPLORAM EVENTOS COMO F1 E ROCK IN RIO
Experiência imersiva vira tendência de educação executiva para CEOs e diretores de vários setores da economia
Mais do que uma competição esportiva, o Grande Prêmio de São Paulo (GPSP) de Fórmula 1 é uma verdadeira plataforma de negócios. “Envolve uma força de trabalho de mais de 10 mil pessoas, 300 marcas, cerca de 200 mil espectadores em três dias e R$ 1 bilhão em impacto econômico para São Paulo. O mundo corporativo se encontra no GP”, afirma o CEO do GPSP, Alan Adler.
Desde a realização do evento de estreia na capital paulista há 50 anos, pela primeira vez, profissionais de várias áreas tiveram a oportunidade de conhecer os bastidores e entender como funciona a organização de uma corrida de Fórmula 1, num curso realizado no autódromo de Interlagos.
A iniciativa segue uma tendência de educação corporativa, segundo especialistas ouvidos pela reportagem. Cada vez mais, a sala de aula de líderes e executivos tem se transformado em experiências imersivas que colocam empresas e negócios de sucesso como protagonistas do ensino.
O objetivo é aumentar o engajamento e melhorar a absorção do conteúdo a partir de vivências práticas de acordo com o que demanda o mercado atualmente. Os formatos das capacitações imersivas são diversos e costumam incluir experiência de casos reais, experiências com tecnologias, viagens internacionais e metodologias interativas, como edutainment (junção entre educação e entretenimento) e fishbowl (método aquário).
“A nossa estrutura tem muitas áreas: operação, logística, engenharia, comercial, financeira, jurídica e um grande trabalho de planejamento e execução o ano inteiro. Temos metas, colaboradores, preocupações com o meio ambiente e com o social, ou seja, tudo o que se emprega nos negócios”, justifica o CEO do GPSP.
A etapa brasileira do campeonato automobilístico ocorreu entre os dias 11 e 13 de novembro. Pouco antes, no dia 7, cerca de 450 pessoas participaram do GPSP Academy, iniciativa promovida em parceria com a plataforma de educação HSM.
“A sala de aula hoje está em todo lugar. Falávamos muito de universidades corporativas e, agora, estamos chamando as organizações de empresas universitárias. Esse é o conceito. Toda companhia, de alguma forma, vai virar uma empresa de educação”, destaca o CEO da HSM, Reynaldo Gama.
Além de acompanhar a montagem do circuito em Interlagos, com direito à visita aos boxes e à pista da corrida, os profissionais participaram de palestras e painéis sobre temas ligados a negócios, como gestão, inovação, liderança, marketing e experiência do cliente. Ao todo, foram cerca de 10 horas de conteúdo em um dia, e a sala de aula era o próprio autódromo.
“Os executivos têm buscado por experiências mais imersivas, que saiam de seus ambientes de trabalho e core business. Eles querem aprender e levar essa experiência de excelência, como é o caso do GP, para o seu negócio. Vemos uma procura muito grande”, garante o CEO da HSM.
CUSTOS
A inscrição no GP Academy ainda dava acesso aos treinos, à Sprint (corrida de classificação) e à competição oficial na arquibancada “R”. O custo total era de R$ 4 mil por profissional. Essa é a primeira edição do curso em Interlagos, mas a HSM tem outros programas imersivos no portfólio em que o valor pode chegar à casa dos R$ 40 mil.
“Esse é o caso do Executive Program, em parceria com a Singularity University, que reuniu cerca de 80 CEOs em Campos do Jordão, interior de São Paulo”, lembra Gama. Outro curso promovido pela plataforma é o Rock in Rio Academy, que leva profissionais para uma vivência na cidade do rock, durante o festival.
Segundo o CEO da HSM, a absorção do conteúdo tende a ser maior quando a experiência acontece fora de uma sala de aula convencional. “Os próprios executivos relatam que conseguem se concentrar mais quando saem de um local formal e vão para um ambiente de aprendizado imersivo.”
Foi o que levou Eduardo Dallastra, CEO da Agro-Sol, empresa de sementes de soja, a participar do GPSP Academy. Ele sempre gostou do esporte e se interessou ainda mais pela história do negócio. Quatro colaboradores da companhia o acompanharam na imersão, como uma forma de premiação pelo bom desempenho.
O executivo afirma que foi interessante ouvir depoimentos de outros CEOs. “Vamos fazer conexões com a nossa realidade. O que aprendemos vai ficar bem registrado pela emoção que foi estar no GP Brasil.”
VIVÊNCIA PRÁTICA
Segundo o CEO da Startse, Junior Borneli, esse conceito do aprendizado por experimentação vem de uma mudança cultural global. “Antigamente, a gente era assistente das coisas, hoje, somos protagonistas. Por isso, o conhecimento, quando vai para o caminho da experimentação e de botar a mão na massa, é muito mais efetivo”, explica. A Startse, escola internacional de negócios que também aposta na educação experiencial, prevê crescer 120% este ano em relação a 2021. A empresa fornece capacitação para líderes, executivos e empresas, e realiza frequentemente imersões internacionais para locais onde a inovação se destaca, como Vale do Silício, Miami, Israel, Estônia e Portugal. Recentemente, a empresa realizou o Portugal Experience. Durante cinco dias, 50 executivos de companhias consolidadas participaram do Web Summit Lisboa 2022, evento global de tecnologia e empreendedorismo, e conhecer 10 cases diferentes do ecossistema português e mundial. O custo do programa foi de R$ 21 mil, por profissional.
ALTA LIDERANÇA ENGAJADA
A Startse já promoveu experiências imersivas para executivos de empresas diversas, como Bayer, Itaú, Volvo, Bradesco, Totvs, Zup, Nestlé e Disney. Na visão do CEO, as organizações precisam ser provedoras de conhecimento, com estratégia de crescimento.
O grande desafio, no entanto, quando se fala em criar cultura de aprendizagem nas organizações, segundo Glaucia Ghirardini, especialista em desenvolvimento de lideranças da Zup, é o engajamento das pessoas. “Não existe mais a ideia de obrigar a participar de um treinamento”, ressalta a executiva da empresa de tecnologia, que conta com 3 mil funcionários em 10 países.
Recentemente, a Zup promoveu um programa de desenvolvimento para a alta liderança, que contou com workshops presenciais e virtuais e uma imersão em 18 empresas e organizações em Israel. “Aproveitamos para conhecer a cultura e a história do país. Isso foi fundamental para entendermos o mindset que encontramos nas startups que visitamos. Esse foi um dos aprendizados mais relevantes”, diz Ghirardini.
Sentada em uma cadeira de plástico, Shirley agitava-se com força. Havia gritos de ‘Fora, Satanás!’
Ana viu o vídeo várias vezes. Observou detalhes com a atenção que seu treinamento de psicóloga pedia. Shirley estava sentada em uma cadeira de plástico. Agitava-se com força. O pastor a segurava e outros membros da igreja reforçavam os gestos e as falas do dirigente. Havia gritos de “Fora, Satanás!” e “Saia em nome de Jesus!”
Após um tempo longo, Shirley se acalmou e, finamente, abriu os olhos. O oficiante anunciou que ela estava livre do inimigo. Eram ouvidos coros de “aleluia” e de “amém”. O exorcismo estava terminado.
Religião era a área de pesquisa de Ana. Ela tentava não julgar seu objeto. Buscava os melhores conceitos freudianos e lacanianos para lidar com a situação que acompanhava. Estava escrevendo sobre possessões. “Julgar atrapalha a análise e mostra apenas você, não o paciente” – ela aprendera o princípio em Antropologia Religiosa, durante um curso na USP.
Havia uma luta interna. A pesquisadora não acreditava em entidades metafísicas divinas ou infernais. Ao mesmo tempo, sentia que a tradição psicanalítica era dura com a fé religiosa e bastante permissiva com crenças irracionais dos próprios psicanalistas. Sorriu, ao pensar em tantos colegas de trabalho para os quais uma boa sessão de exorcismo teria, pelo menos, o efeito de serem tocados por muitas mãos. Crítica, Ana pensava no seu lugar de fala (urbano, branco, acadêmico) e em seu olhar sobre a pessoa naquela cadeira de plástico. Tentaria entrar na gramática da possuída mais do que na de um teórico austríaco ou francês.
Havia uma questão narcísica, claro. Shirley, a ex- endemoniada, tinha sido libertada de uma entidade que, afinal de contas, tentara gente ilustre como Adão, Eva e, acima de tudo, Jesus. Ter Satanás no seu corpo era um upgrade imenso. Ela era alguém em uma disputa cósmica. Impossível não notar os efeitos hipnóticos da Bíblia que o pastor agitava em movimento pendular. Os gritos da comunidade funcionavam de forma tribal para derrubar uma barreira de racionalidade ou de intimidade. Shirley era o prêmio que dois grupos disputavam com força: o team Jesus e o team capeta. Tudo ali a elevava. O poder das mãos sobre o corpo dela tinha até certo caráter sexual.
Ana tomava notas para preparar o artigo sobre aquele exorcismo. Esbarrou na ideia de sentimento oceânico: o termo de Romain Roland incorporado por Freud. Era a sensação de eternidade no instante, o mundo sem limites perceptíveis. Ali estava o prazer absoluto do bebê ou da memória de um ego primitivo e forte.
Naquele instante, a renomada pesquisadora percebeu que sentia tristeza pela intensidade da entrega de Shirley. Era uma inveja sofisticada que envolvia o sentimento oceânico, porém, era inveja. Sem julgamentos, empoderada, Shirley reinava na situação cercada de atenções da sua comunidade em um jogo que envolvia o Céu e o Inferno. Mãos humanas e planos divinos cercavam-na em um mar de atenções, no líquido quente do protagonismo. Entregue a todos, a possuída flutuava, majestosa, com a certeza de que a fé lhe dava a vitória final. Shirley estava possuída de si (no sentido positivo do termo). O grupo ao seu redor lutava contra o sintoma secundário: um espírito imundo.
Ana invejou a entrega no silêncio da sua sala naquele fim de tarde. Sentada em uma sofisticada poltrona de design dinamarquês, a psicóloga invejou a cadeira de plástico da igreja. Ela, Ana, passava anos analisando pessoas lentamente, minuciosamente, criteriosamente. Ali, em 15 minutos, em um ritual teatralizado, as coisas tinham ocorrido diretamente.
Parece que o demônio tinha fugido do corpo vasto de Shirley e se alojado em Ana. Um espírito ardiloso tinha colocado a dúvida na profissional da mente. A psicóloga não tinha sido informada de que nunca se deve discutir com o Príncipe das Trevas: ele é mais astuto e tem mais argumentos. A vida dela pareceu racional e vazia. Ana experimentou uma profunda tristeza que contrastava com o entusiasmo de Shirley, ao final do vídeo. Lembrando-se de um conceito de Rudolf Otto, Shirley tinha entrado em estado “numinoso”, a maré suave que invade o fiel diante do “mysterium tremendum”. Havia um vasto e direto mistério ali… Shirley tinha sido capaz de alcançá-lo. Ana não.
Perturbada, a psicóloga saiu do consultório para buscar seu supervisor. Queria compartilhar com outro intelectual sua inquietação, talvez seu medo. Seria o caso de um remédio, talvez? Ana não conseguiu distinguir se estava possuída de algo novo ou se, finalmente, tinha sido abandonada pelo espírito seco e insistente da racionalidade. O corpo, sempre o corpo, tomou sua própria decisão. Ela evitou os Jardins e dirigiu-se à Radial Leste, em São Paulo. Deu as costas ao endereço do seu supervisor-doutor e foi direto para uma pequena igreja com cadeiras de plástico. Lá, diante do pastor que ela reconheceu pelo vídeo, pediu, entre lágrimas, que ele a exorcizasse. O homem, gentil, atendeu ao desejo dela.
Depois de meia hora, ela se sentia diferente. O que tinha ocorrido? No céu dos psicanalistas, Lacan e Freud sorriam. Ana estava em paz no vasto oceano de uma nova vida. Agora, ela tinha esperança.
LEANDRO KARNAL – É historiador, escritor, membro da Academia Paulista de Letras e autor de ‘A Coragem da Esperança’, entre outros
Rir melhora o humor e combate o estresse, além de fortalecer o sistema imunológico e beneficiar a saúde do coração
Quando se trata de saúde e bem-estar, o riso é um poderoso aliado e suas virtudes vão muito além do mero entretenimento. Cientificamente comprovados, os beneficias são inúmeros e ajudam a equilibrar a mente e o corpo. É um ato terapêutico, que não apenas melhora o humor e combate o estresse e a ansiedade, diminuindo a tristeza e mantendo as emoções negativas afastadas, como também facilita o sono, a digestão, fortalece o sistema imunológico, aumentando as defesas do organismo e prevenindo doenças.
Além disso, dissipa tensões e é uma arma de sedução que fortalece laços e a relação com as pessoas. Traz diversão, relaxamento e leveza para encarar os desafios da vida, às próprias falhas e as dos outros. Ele melhora a autoconfiança e eleva a autoestima. Tem efeito analgésico e antidepressivo, produz endorfinas, hormônios associados ao prazer. Oxigena o cérebro, promove relaxamento, melhora a memória e as capacidades intelectuais. A lista é extensa e, de acordo com a psicóloga Débora Benfatti, o riso também está associado a um aumento da longevidade.
”O ato de dar risada libera substâncias químicas como a serotonina e a endorfina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar, que ajudam a combater os efeitos da adrenalina e do cortisol, que são hormônios ligados ao estresse e ao desgaste do organismo, reduzindo o risco de doenças psicossomáticas, de pressão e ansiedade. O riso também é eficaz para diminuir a tensão física, aliviando dores no corpo, em especial em casos de dores crônicas, visto que a percepção da dor está vinculada aos estados emocionais de estresse e relaxamento”, explica Débora.
FERRAMENTA DE SOBREVIVÊNCIA
Outro fator benéfico associado ao riso e à prática da gargalhada é a melhora nos relacionamentos. “Acredita-se que nos primórdios das organizações de grupos humanos, o riso era o que mantinha o grupo unido e funcionava como alerta para situações de perigo ou segurança. É um comportamento que evoluiu como uma forma de vínculo social e comunicação, necessários à sobrevivência da espécie “, destaca a psicóloga Débora Benfatti.
“É muito mais fácil se identificar ou se sentir seguro para uma aproximação com uma pessoa que se apresente com um sorriso, que faz parte da nossa linguagem corporal e comunicação cotidiana”, diz Débora. A especialista cita ainda que um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, que avaliou mais de 150 relacionamentos de longo prazo, concluiu que o riso é a cola que mantém os casais unidos. Aqueles que se consideram satisfeitos riem mais do que os que estão insatisfeitos com a relação.
“Com isso, é possível concluir que no âmbito das relações sociais o riso auxilia na resolução de conflitos em situações que antes se apresentavam como rígidas e pesadas, seja no ambiente familiar, no trabalho, na escola ou entre amigos. E como bem disse William Shakespeare, ‘é mais difícil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada”‘, destaca Débora.
COMPORTAMENTOS POSITIVOS
A psicóloga Débora Benfatti destaca que o estresse provoca uma aceleração da mente, que pode favorecer quadros de ansiedade e uma visão pessimista das situações. No entanto, o ato de sorrir contribui para inspirar comportamentos positivos na própria pessoa e nas que estão ao redor.
“Para um efeito de melhora do otimismo ou automotivação, basta o sorriso interno para aliviar as questões da mente e propiciar uma visão mais clara da situação vivida e alternativas de enfrentamento”, afirma.
RIR POR OPÇÃO
A Yoga do Riso é uma prática terapêutica criada nos anos 90 por um médico indiano chamado Madan Kataria, que consiste em risadas auto-induzidas, até que o riso simulado se torne espontâneo.
A professora de yoga e terapeuta corporal de abordagem holística, Lilian Cruz, que trabalha com o método Vinyasa Yoga, afirma que a técnica é muito bem-vinda e pode ser praticada dentro de qualquer modalidade de yoga. “Ela foi desenvolvida baseada na alegria, na gratidão, na felicidade, nas emoções positivas e tem um poder muito grande sobre a questão do sistema imunológico, pois uma pessoa alegre e feliz vai repercutir o efeito nos seus órgãos internos, nas suas células, em todos os seus sistemas”, diz.
Diferente da yoga feita no tapetinho, Lilian explica que a Yoga do Riso é uma prática que às vezes utiliza todo o espaço da sala, onde as pessoas caminham e se relacionam umas com as outras, seja em duplas ou trios, estimulando de alguma forma o riso.
“É tão interessante que os praticantes saem da aula como se tivessem feito uma hora de exercício. A impressão que dá é que a pessoa fez abdominais, porque a ideia é rir com o abdômen, rir na barriga, e isso mobiliza muito a energia, que chamamos de 2 e 3 chakras, a energia mais baixa do corpo, e isso traz um pouco de força muscular nessa região, além de liberar hormônios, neurotransmissores da alegria, que trazem bem-estar e leveza, combatendo a depressão e até mesmo curando ou prevenindo doenças”, afirma.
RECEITA PARA UM CORAÇÃO SAUDÁVEL
O riso tem efeitos benéficos no sistema cardiovascular, promove a boa circulação sanguínea, melhora a oxigenação do coração e reduz a pressão arterial e o risco de coágulos. “Um remédio altamente eficaz e sem efeitos colaterais, que pode ser o melhor tratamento em muitas situações”, afirma o cardiologista Victor Rodrigues Ribeiro Ferreira. De acordo com o médico, pesquisadores de Maryland, nos Estados Unidos, relataram que a risada pode auxiliar na dilatação das artérias melhorando a circulação de sangue pelo corpo, além de reduzir marcadores sanguíneos relacionados a doenças com o infarto do miocárdio.
Ferreira afirma ainda que rir estimula vários músculos pelo corpo e auxilia na capacidade de funcionamento dos pulmões. “A musculatura relacionada à respiração é tonificada e a troca de gases sanguíneos torna-se mais abundante, melhorando a oxigenação do corpo”, diz.
Além disso, o ato de sorrir libera uma série de substâncias benéficas ao organismo, como a serotonina e a endorfina, responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer, contribuindo para a diminuição dos hormônios relacionados ao estresse, melhorando a saúde cardiovascular. “Portanto, indico doses generosas de boas gargalhadas, sem moderação”, diz.
RELAXAR, DEIXAR PREOCUPAÇÕES DE LADO E MANTER ROTINA AJUDAM A COMBATER ANSIEDADE NOTURNA
A ansiedade é uma reação normal do corpo a um acontecimento futuro. Pode ocorrer, inclusive, por algo bom que está para acontecer. Estudo conduzido pelo psiquiatra Luc Staner, do Rouffach Hospital, na França, mostrou que 36% das pessoas que costumam se sentir ansiosas percebem que os sintomas se intensificam à noite.
“De dia, quando estamos mais atarefados, o pensamento se estrutura no córtex pré- frontal do cérebro, onde estão as áreas de julgamento, planejamento e razão. Quando o córtex relaxa, ele se direciona às emoções. Consequentemente, os pensamentos ansiosos que estavam dormentes durante o dia surgem à noite”, explica Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame. C.
A ansiedade é caracterizada por sensações físicas de agitação, alerta, inquietação e pensamentos focados em ameaças. “Já o transtorno de ansiedade, ou seja, a ansiedade patológica, tem o cérebro ‘enganado’. Ele percebe o perigo onde não existe e não reconhece nossa capacidade de enfrentamento”, afirma o psiquiatra Marco Abud.
“Nesses casos, a ansiedade torna-se um padrão, um hábito tóxico de sensações, pensamentos negativos e comportamentos de fuga que causam muito sofrimento, não permitindo que a pessoa faça suas escolhas. Além disso, faz com que ela se torne refém da ansiedade com prejuízos no trabalho, nos relacionamentos e na saúde”, afirma o médico.
O tratamento para o transtorno de ansiedade é feito com sessões de psicoterapia com psicólogos, e, se necessário, medicamentos receitados por psiquiatra. Atividades como meditação, ioga e mindfulness também podem ajudar.
A seguir, a psicóloga Monica Machado dá dicas para enfrentar o problema.
DEIXE SUAS PREOCUPAÇÕES LONGE DA SUA CAMA
“Se você for deitar remoendo suas preocupações, será impossível pegar no sono, mesmo que esteja exausto. Pior: você acaba se forçando a dormir, vira de um lado, vira de outro, vê a hora passar, e o único resultado será mais ansiedade.
Antes de dormir, aposte em livros, uma música calma ou um filme leve. “O importante é distrair a mente e afastar os pensamentos negativos”, explica Machado.
APRENDA A RELAXAR
Se o sono não vem, procure relaxar, não dormir. Relaxando, o sono virá com mais facilidade. Uma dica é fazer exercícios de respiração. Respire profundamente, direcionando a atenção para o movimento do ar que entra e sai dos pulmões. Solte o ar lentamente pela boca e, a cada inspiração, imagine uma paisagem ou uma imagem mental que transmita calma e serenidade.
MANTENHA A ROTINA DO SONO
Segundo a psicóloga, não ter hora certa para dormir é forte gatilho para ansiedade e insônia. “Deite todos os dias no mesmo horário, com uma diferença de, no máximo, 30 minutos. O hábito regula o relógio biológico e o ritmo circadiano, fundamentais para o organismo ajustar o sono”, conta.
EVITE EXERCÍCIOS FÍSICOS À NOITE
Atividade física é essencial no combate à ansiedade, pois libera substâncias como dopamina e endorfina, que geram a sensação de bem-estar. Mas praticá-la nas últimas horas do dia pode fazer com que seu sistema nervoso fique muito ativo, inviabilizando o sono.
“Para muitos, o treino à noite gera tanto relaxamento que até ajuda a dormir melhor. Já para outros, causa agitação. Se você faz parte deste último grupo, prefira treinar na parte da manhã”, aconselha.
EVITE AS TELAS
Ao ir deitar para dormir, evite usar celular, tablet, notebook e televisão. As luzes fortes desses aparelhos comprometem a liberação da melatonina, o hormônio do sono.
Redes sociais e sites de notícias podem desencadear estímulos mentais negativos, aumentando a ansiedade e, consequentemente, dificultando que o cérebro se desligue.
ESQUEÇA OS BOLETOS
Se o dinheiro é uma preocupação, não se deite e pegue o celular para checar o extrato bancário ou a fatura do cartão de crédito. Você não vai solucionar nada a essa hora e só vai alimentar a ansiedade.
Se precisa organizar as finanças, deixe para fazer contas e rever o orçamento mensal durante o dia.
DEIXE O QUARTO ACONCHEGANTE
Quanto mais agradável for o quarto e a cama, mais fácil será dormir. Travesseiro confortável, temperatura ideal, e ambiente sem luzes e ruídos podem ditar a qualidade do sono.
"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b
Você precisa fazer login para comentar.