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INGESTÃO DE PILHAS E BATERIAS VIRA RISCO DE MORTE PARA CRIANÇAS, ALERTA ESTUDO

Pesquisa americana estima que entre 2010 e 2019 dobrou número de crianças com ferimentos – e até mortes – por engolir os objetos

As pilhas de botão estão por toda parte: controles remotos, chaveiros, relógios, brinquedos. E, cada vez mais, elas estão entrando nos corpos das crianças, causando ferimentos e, em alguns casos, morte. De acordo com um artigo publicado na edição de setembro da revista Pediatrics, os atendimentos emergenciais de crianças que ingeriram pilhas e baterias entre 2010 e 2019 mais que dobraram os números de 1990 a 2009. As pilhas de botão estiveram presentes em 85% dos casos.

Quando essas baterias se alojam no esôfago, podem causar sérios danos em menos de 2 horas. Embora as células de lítio sejam mais preocupantes porque são maiores e mais propensas a parar no esôfago das crianças, pilhas-botão também podem causar ferimentos graves, especialmente em crianças menores de 1 ano.

Usando dados do Sistema Nacional de Vigilância de Lesões Eletrônicas da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo, nos Estados Unidos, os pesquisadores estimaram que houve 70.322 atendimentos emergenciais de crianças relacionados a pilhas e baterias entre 2010 e 2019. E 90% dos atendimentos tiveram crianças que as engoliram (outras lesões envolveram inserções em nariz, ouvido e boca). A maioria dos casos ocorreu entre crianças de 5 anos ou menos, com o maior número envolvendo as de 1 ano.

O aumento nesses atendimentos de emergência provavelmente pode ser atribuído à maior prevalência das pilhas de botão nas residências, de acordo com Mark Chandler, pesquisador da Safe Kids Worldwide, que conduziu o estudo em cooperação com o Nationwide Children’s Hospital e o Global Injury Research Collaborative, ambos localizados em Columbus, Ohio. Chandler observou que pais e mães muitas vezes não sabem quantos dispositivos em sua casa são alimentados por pilhas-botão e o risco que podem representar para as crianças.

Os pesquisadores concluíram que os esforços de prevenção es- tão sendo insuficientes para reduzir os atendimentos de pronto-socorro e pediram “esforços regulatórios e adoção de designs mais seguros para reduzir ou eliminar lesões por ingestão em crianças”. Em 16 de agosto, o presidente Joe Biden assinou a Lei de Reese (em homenagem a uma criança que morreu após ingerir uma pilha-botão) A lei colocará esses esforços regulatórios em marcha nos EUA.

A legislação orienta o órgão responsável a desenvolver padrões de segurança para pilhas-botão, com embalagens mais seguras, etiquetas de advertência mais visíveis – nas próprias baterias – e compartimentos mais seguros nos dispositivos, para impedir o acesso de crianças de até 6 anos. A agência tem um ano para emitir as normas.

No estudo da Pediatrics, 12% de todos os casos de ingestão de pilhas e baterias resultaram em hospitalização; as ingestões envolvendo especificamente pilhas-botão foram duas vezes mais propensas a resultar em hospitalização. De acordo com o Sistema Nacional de Dados de Envenenamento dos EUA, 3.467 ingestões de pilhas-botão foram relatadas em 2019; dessas, 207 resultaram em efeitos moderados, 51 em efeitos mais graves e 3 em morte. Mais da metade dos casos envolvia crianças de 6 anos ou menos.

Varun Vohra, toxicologista clínico e diretor do Centro de Informações sobre Drogas e Venenos da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Wayne, informou que a maioria dos casos não resulta em danos graves e as pilhas de botão podem passar pelo sistema gastrointestinal da criança. Mas quando fica alojada no esôfago da criança, as consequências podem ser graves. A umidade das mucosas pode desencadear uma corrente elétrica que provoca uma reação química, ferindo o tecido adjacente (a corrente cria hidróxido, que causa queimaduras alcalinas). “Isso pode causar lesões graves, até mesmo perfuração esofágica, que pode resultar em complicações significativas.” Se o raio X revelar uma bateria no esôfago, ela precisará ser removida imediatamente, por endoscopia ou cirurgia, pois lesões graves no esôfago podem ocorrer em menos de duas horas. Mas a lesão pode progredir mesmo após a remoção da pilha, levando a complicações relativamente raras, como paralisia das cordas vocais ou fístula traqueoesofágica, uma conexão anormal entre a traqueia e o esôfago.

LEI REESE

Foi o que aconteceu com a criança que dá nome à Lei de Reese. Reese Hamsmith, de 18 meses, estava com dificuldades respiratórias em outubro de 2020 que foram inicialmente diagnosticadas como inflamação na laringe. Depois que a família percebeu que estava faltando uma pilha de botão em um controle remoto quebrado e que Reese a havia ingerido, ela passou por uma cirurgia para remover a bateria, mas desenvolveu uma fístula difícil de tratar entre o esôfago e a traqueia. Após semanas de hospitalização e complicações, ela morreu em 17 de dezembro de 2020.

Embora agradecida pela aprovação do projeto, Trista Hamsmith, mãe de Reese, disse que é necessário fazer mais para proteger as crianças. “Precisamos de baterias mais seguras.” Hamsmith, que fundou a organização Reese’s Purpose para defender crianças contra perigos como pilhas-botão, pede aos pais que “sejam muito conscientes de onde as pilhas e baterias estão em suas casas – se optarem por tê-las em casa”. Ela e Chandler deram algumas dicas de segurança para as famílias.

SE CRIANÇA ENGOLIU, PROCURE O SERVIÇO DE EMERGÊNCIA

*** Faça uma varredura em sua casa: você pode encontrar esse tipo de pilha em lugares surpreendentes, como algumas escovas de dentes elétricas para crianças. “Elas são projetadas para entrar na boca de nossos filhos e são alimentadas por pilhas de botão”, contou Trista Hamsmith.

*** Mantenha quaisquer dispositivos movidos a baterias de botão e pilhas soltas fora do alcance de crianças.

*** Compre baterias de botão embaladas, para reduzir a possibilidade de uma criança abrir a embalagem e ingeri-las. Por exemplo, disse Trista Hamsmith, alguns pacotes de baterias precisam ser abertos. Também observou que a Duracell vende baterias de botão com um revestimento amargo, projetado para desencorajar as crianças a engoli-las.

*** Examine seus dispositivos movidos a baterias de botão para se certificar de que o compartimento da bateria esteja protegido com a maior segurança possível. Dispositivos que prendem a tampa com um parafuso são considerados mais seguros para crianças, afirmou Mark Chandler.

*** Não tente fazer seu filho vomitar. Anote sintomas como chiado, salivação, vômito, sangramento, dor abdominal, dificuldade para engolir, desconforto no peito, tosse, asfixia ou engasgos, febre, diminuição do apetite ou recusa a comer.

*** Não dê nada para seu filho comer ou beber.

*** Se um ímã for engolido juntamente com a bateria, isso pode causar ferimentos mais graves. Ligue para a emergência ou vá até o pronto-socorro.

*** Se passaram menos de 12 horas desde que a bateria foi engolida e seu filho tem mais de 12 meses, você pode lhe dar mel – duas colheres de chá a cada 10 minutos até completar seis doses – a caminho do pronto-socorro. Isso vai revestir a bateria e evitar a geração de hidróxido, retardando as queimaduras nos tecidos adjacentes. No entanto, não substitui a remoção da bateria, pois ajuda a desacelerar, mas não elimina o risco de danos.

*** Em casos de criança com bateria alojada no nariz ou no ouvido, fique atento a sintomas de dor ou à remoção. Não administre gotas nasais ou auriculares antes de um exame completo por um médico; esses fluidos podem agravar os danos ao corpo da criança.

GESTÃO E CARREIRA

EMPRESAS APOSTAM EM JOGOS DE VIDEOGAME PARA MELHORAR A PRODUTIVIDADE DOS FUNCIONÁRIOS

Microsoft oferece o aplicativo Games for Work no serviço de comunicações Teams para aprimorar a produtividade e elevar o moral dos funcionários

A Microsoft tem uma nova solução para tornar os trabalhadores mais produtivos: deixá-los jogar videogames. A empresa acaba de anunciar o aplicativo Games for Work para seu serviço de comunicações e espaço de trabalho, o Microsoft Teams.

Gratuito, o app está disponível hoje no campo de aplicativos do Teams e permite aos usuários jogar quatro games de múltiplos jogadores com seus colegas durante reuniões. O objetivo é ajudar os funcionários a criar laços de confiança, melhorar a maneira com que trabalham juntos e impulsionar o moral – o equivalente à mesa de pebolim na lanchonete da firma.

O anúncio ocorre num momento em que várias empresas se voltam para forças de trabalho em regimes remotos ou híbridos, nos quais os funcionários vão ao escritório com menor frequência. Alguns gerentes afirmam que ter trabalhadores remotos dificulta construir e manter a cultura da empresa, assim como relações pessoais. Outros se preocupam que a produtividade pode cair – como resultado, um número crescente de empresas tem optado por monitorar os funcionários.

Especialistas afirmam que videogames, jogados com moderação, podem melhorar o ambiente de trabalho e a produtividade – ajudando a construir um capital social que pode estar se esvaindo, à medida que os trabalhadores deixam de se conectar com tanta frequência.

Mas os games podem criar problemas se os empregadores os tornam obrigatórios ou os usam como muleta para estabelecer a cultura. Também poderiam ser problemáticos se os funcionários gastam tempo demais jogando em vez de trabalhar.

O novo aplicativo de games da Microsoft é exemplo de uma empresa propondo uma solução digital para resolver um problema analógico do pós-pandemia, diz Matt Cain, analista da empresa de pesquisas Gartner.

“Estamos testemunhando o início de um novo capítulo, em que se pede ao pessoal de TI que aborde questões como cultura e saúde da equipe. Acho que isso veio para ficar.”

Jennifer Chatman, professora da Faculdade de Administração Berkeley Haas, afirma que fazer funcionários se reunirem em atividades não relacionadas às tarefas de trabalho pode gerar novas ideias e ajudar a deixar as pessoas mais à vontade para desafiar o status quo. Permitir que os funcionários se conectem nos games pode valer o investimento de tempo, afirma ela. Jogar videogames pode ser útil especificamente para funcionários novos na empresa, equipes que tiveram conflitos recentes ou empregados que se sobressaem no trabalho. “Você tem de se dar conta de que está apostando no longo prazo”, diz ela. “Não permitir tempo para as pessoas se conectarem poderia prejudicar você no longo pra- zo. As pessoas podem nunca se sentir confiantes o suficiente para falar em reuniões.”

Cain diz, porém, que empregadores não deveriam depender dos games como única forma de promover cultura e produtividade.

EU ACHO …

ATÉ ONDE DÁ? TEMPO, VIDA E FINITUDES…

“Além da própria força, mesmo que a vontade seja abundante, ninguém é forte.”

(Homero, Ilíada)

A expressão “ainda dá” é uma forma de assinalar a existência de uma força intrínseca na busca de um objetivo. Esse mote, contudo, precisa ter conexão com o rol de competências. Não pode ser uma forma de estímulo que, repetido tal como um mantra, crie uma ilusão de energia, de uma habilidade, que a pessoa passará a ter apenas pela disposição de fazer um esforço a mais.

O “ainda dá” pode ser um brado para seguir em frente, mas é bastante recomendável usar outra formulação mais questionadora: “ainda dá?”. Não como pretexto para desistir, mas como exercício de autoconhecimento. Eu realmente disponho de recursos para seguir nessa jornada? É comum, quando estamos empolgados com alguma ideia, fazermos avaliações imprecisas, apressadas, minimizando riscos ou superdimensionando virtudes.

Um post engraçado que circula pelas redes sociais (cuja autoria, portanto, é difícil de apontar) diz, com algumas variações, que “a trilha para o Everest está cheia de cadáveres de pessoas proativas, automotivadas e que queriam sair da zona de conforto”.

Esse é um modo bem-humorado de dizer “não vou”. Sucede que o fato de haver  pessoas que perecem (de qualquer modo, físico ou não) na trajetória não retira a   qualidade do esforço de quem ali pereceu. Ao contrário. O dramaturgo espanhol   Calderón de la Barca (1600-1681) escreveu que “a queda não cancela a glória de ter subido”.

De 1924 a 2018, foram 295 mortes na escalada da montanha mais alta do mundo (8.848 metros). O ano mais letal foi 2015, quando uma avalanche provocada por um terremoto no Nepal vitimou 22 pessoas. Afora os acidentes naturais, o cansaço é apontado entre as principais causas de mortes. Assim como em outras circunstâncias da vida, muitas vezes a pessoa assimila o desafio, mas não reúne todas as condições para enfrentá-lo. Esse meme, com seu modo de humor, não desqualifica o esforço, mas pode servir de alerta.

Não é porque eu quero ser fora da curva, não é porque eu estou muito motivado, não é porque eu gosto de desafio que tudo dará certo. A possibilidade de desastre está sempre me rondando. A própria palavra “desastre” significa “quando os deuses se afastam”. A circunstância desastrosa não depende exclusivamente das minhas ações. Não há nada que, em algum momento, não possa provocar um efeito indesejado.

Evidentemente, eu preciso fazer todo o esforço de inteligência para cercar as ações que farei, de modo a minimizar os riscos de um desastre. Mas essa conduta preventiva não zera o risco, apenas reduz a probabilidade de ocorrência. Reduzir a margem de erro não significa a extinção do erro!

São muito raras as situações em que podemos controlar todas as variáveis.

Nem no nível individual nem no coletivo. Uma empresa não domina todas as forças de interação do mercado em que ela atua. Não por acaso, as organizações trabalham com a noção de diminuição do risco ou minimização do risco. Não se vê a ideia de extinção do risco circulando no mundo corporativo.

Muitas pessoas devem se lembrar daquela cena que entrou para a antologia do esporte, da suíça Gabriele Andersen, cambaleante ao final da maratona feminina na Olimpíada de Los Angeles, em 1984. É muito emocionante imaginar o empenho daquela atleta que não quis desistir, embora ela tenha chegado a um limite muito perigoso, a ponto de colocar a própria vida em risco. Se ela tivesse um colapso vital, o motivo daquele esforço seria questionado. Nenhum de nós, no entanto, diria que ela não tem o direito de fazê-lo. Era a razão dela, ela queria chegar, nem que fosse daquele modo. Cabe contextualizar que aquela foi a primeira prova da maratona feminina na história dos Jogos Olímpicos. Entre as cinquenta competidoras, Gabriele chegou na 37a colocação.

Podem ser variadas as razões que fazem com que as pessoas forcem seus limites. Algumas se negam a desistir por considerar que seria um atestado de derrota, após tanto esforço feito. Aliás, há relacionamentos que continuam porque uma das partes (ou ambas) acha que separação é sinal de fracasso. “Por que separar agora, depois de tanto tempo?” Outras pessoas vão até o limite das forças por pensarem “se eu desistir disto, pode ser que eu comece a desistir de outras coisas também”. No âmbito da psicologia humana, o caráter simbólico dos eventos influencia as nossas decisões.

A piada no meme do Everest lotado de cadáveres é boa, porque a ideia nela contida tem de ser considerada. Ele não é uma sentença de realização, não é uma determinação que faz com que lá só estejam aqueles que tinham a perspectiva de sair da zona de conforto e se deram mal. Aquela é uma possibilidade, portanto, algo a ser levado em conta como reflexão. Uma pessoa que queira sucesso não pode afastar a possibilidade do fracasso. E também não se deve confundir coragem com insensatez, que é o ímpeto sem o devido preparo. É provável que os acomodados, ao lerem o meme, tenham o impulso de dizer: “Tá vendo? Eu, aqui, tô de boa”, quase que para justificar o imobilismo.

Há um desenho relativamente conhecido de um sapo sendo engolido pela garça. O anfíbio está com a cabeça já para dentro, mas, ainda assim, tenta esganar a garça. Essa é a imagem da não desistência. O sapo vai ser engolido, mas vai dar mais trabalho, vai “vender caro a derrota”. Qual é a ideia? Não é que aquele esforço do sapo vai evitar o final, mas vai honrar o sapo. Um sapo desistente é só um sapo. Um sapo que tenta até o último momento sobreviver é um sapo que faz com que a vida não seja tão banal.

O risco mais premente é o da banalização da vida, o apequenamento dos propósitos e o entristecimento evitável. São recorrentes as pesquisas que apontam percentuais altos de pessoas infelizes no trabalho que executam. Falta de reconhecimento, sobrecarga de tarefas, problemas de relacionamento com colegas e chefes são motivos que costumam aparecer no topo da lista dessas apurações.

Pessoas dedicam grande parte de seu tempo de vida à atividade laboral. Ademais, os limites entre casa e trabalho foram pulverizados. A qualquer momento, demandas aparecem. A percepção de que o tempo é despendido em um lugar que infelicita esvazia o propósito de se fazer o que se faz. Essa frustração fica ainda mais realçada pela impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido à medida que envelhecemos.

Existem pessoas que passam a semana torcendo para a sexta-feira chegar. O que é absolutamente tranquilo. Basta permanecer vivo, que a sexta-feira chegará. Assim como a segunda… E assim a vida passa. Tempo é vida, e ambos finitos nessa relação.

“E quando eu tiver saído/ para fora do teu círculo/ não serei, nem terás sido/ tempo, tempo, tempo, tempo”, canta o compositor baiano Caetano Veloso, na sua monumental “Oração ao Tempo”.

É sempre conveniente fazer algumas reflexões a fim de evitar decisões precipitadas. Uma pergunta fundamental é se a insatisfação é realmente com o trabalho ou com aquele momento da carreira. Porque é bastante comum se deixar desanimar por alguma circunstância momentânea, como um projeto desgastante, uma equipe que não tem sinergia ou um job que se mostra muito mais complicado do que parecia inicialmente. O modo aborrecido pode ser despertado também por uma injustiça pontual, por um período de baixa performance pessoal ou da companhia, por um fornecedor ou por um cliente problemático.

Quando se avalia o momento profissional, é preciso distinguir o que é estratégico e o que é circunstancial antes de empreender uma mudança de rota. Uma pessoa que está infeliz no local de trabalho não precisa necessariamente mudar de carreira. Ela pode revigorar a vitalidade no local em que se encontra.

Vale lembrar que a vida se assemelha muito mais a uma maratona do que a uma prova de 100 metros rasos. A carreira também é assim. Na maratona, você às vezes acelera, às vezes guarda energia para os momentos mais críticos. A noção de uma perspectiva maratonista na carreira implica compreender que haverá trechos de maior dificuldade, assim como aqueles em que a passada será mais fluida.

Em alguns momentos, portanto, é necessário analisar aquilo que é circunstancial na insatisfação e aquilo que é estrutural. Há queixas em relação à carreira que são estruturais, não têm a ver com o momento, mas com aquela prática, com o tipo de negócio. Se aquilo que é estrutural me infelicita, seja porque eu não me enxergo como pertencente àquele meio, não me realizo, não tenho alegria naquilo que faço, então, eu não devo persistir.

A insistência, a persistência, a resiliência são necessárias quando você almeja algum resultado que te satisfaça. Não havendo essa perspectiva, torna-se um desperdício de tempo e, portanto, de vida. É um desgaste que não tem sentido. Afinal, uma vida com propósito é aquela em que eu tenho consciência das razões pelas quais faço o que faço, assim como dos motivos pelos quais deixo de fazer o que não faço.

Um indicador que contribui para esse diagnóstico é perceber se aquela atividade me cansa ou me estressa. Se for apenas cansaço, as pausas para o descanso me regeneram. Se a ideia do que faço me estressa, retira de mim a energia vital, me desanima só de pensar, então, trata-se de uma questão estrutural.

É bastante inapropriado, por exemplo, dizer “ainda dá” para uma pessoa com síndrome de burnout. Porque ela já atingiu um nível de esgotamento, está na iminência de um colapso. Mesmo que a intenção seja boa, de fortalecer o ânimo, pode-se incorrer num equívoco. Quando a pessoa chega a esse estágio, qualquer passo, por menor que pareça, é extremamente dificultoso. Além disso, proferir frases como “aguenta mais um pouco”, “você é forte”, é um modo de dizer que, se ela desistir, é fraca. E esse é um estigma que acompanha quem sofre dessa síndrome. A pessoa é vista como incapaz de suportar pressão, sem resiliência, emocionalmente desequilibrada.

Então, existem circunstâncias, entre elas a do burnout, em que a noção de “ainda dá” precisa ser mais bem balizada como recomendação, de maneira que não seja ofensiva. É possível usar o “ainda dá” para quem sofre com essa síndrome no sentido de “ainda dá para você recuperar a tua saúde”, “ainda dá para você restabelecer a tua harmonia”, “ainda dá para você repensar a tua trajetória daqui para a frente”. Se a pessoa foi consumida por uma determinada circunstância, cessada essa circunstância e feita a terapêutica adequada, decerto ainda dá para começar uma nova etapa na vida.

A partir dessa constatação, eu preciso procurar outro caminho, porque persistir naquilo que é equivocado não vai corrigir o equívoco. Não é o caso de mais um “ainda dá”, porque há momentos em que realmente não dá mais.

Esse é um dos modos de acreditar na máxima recebida pelo médium Francisco do Espírito Santo (de autoria muitas vezes atribuída a Chico Xavier), que diz que “embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim”.

ESTAR BEM

SONO ATRASADO NÃO PODE SER REPOSTO NO FIM DE SEMANA

Deve-se dormir, pelo menos, sete horas todos os dias para evitar problemas de saúde associados à falta de descanso, como a obesidade

Costumamos chamar de sono atrasado aquela falta de sono que se acumula, ou seja, quando você tem menos descanso do que deveria. A quantidade de horas na cama depende da sua idade, mas o recomendado é dormir no mínimo sete horas por dia -os mais novos dormem mais, enquanto os mais velhos, menos.

Se você dorme menos do que isso durante a semana, não vai compensar dormindo mais horas no fim de semana. O que acontece é que se você dorme tempo suficiente, todos os dias, o fato de um dia você dormir menos não é muito relevante. O contrário não é válido: o sono atrasado não pode ser compensado em um único dia.

Se você acha que está dormindo menos de sete horas, tente descansar um pouco mais com o tempo. Se uma semana você trabalhou muito e dormiu um pouco menos, pode compensar na semana seguinte dormindo oito ou oito horas e meia. Você também não deve dormir mais do que isso, porque há chance de acordar mais cansado. Tentar compensar uma noite ruim de sono não funciona e também, a longo prazo, tem seu preço.

RISCOS

A falta de sono causa aumento do risco cardiovascular, uma alteração no metabolismo da glicose que causa aumento de chance de diabetes tipo 2 e aumento do risco de obesidade.

Há momentos em que adormecer é difícil, porque a pessoa está muito estressada, então a melatonina pode funcionar como indutor do sono se tomada uma hora antes de dormir. Mas isso não deve ser considerado uma solução para a falta de sono, somente se for um problema específico associado a picos de estresse, a melatonina pode ajudar. Em qualquer caso, recomendamos sempre consultar um médico antes de tomar qualquer tipo de medicação.

Há quem diga que dorme apenas três ou quatro horas por noite e fica bem. É possível que haja um caso, mas é difícil de acreditar. Eles também podem ser pessoas que certamente não dormem mais do que quatro ou cinco horas à noite, mas tiram uma soneca de duas horas durante o dia. No final, eles dormiram suas seis ou sete horas, ou seja, um tempo muito mais próximo do recomendado, pois o ciclo de sono é de 24 horas. Existem pessoas que sofrem de insônia crônica, mas até para elas a falta de sono acaba cobrando seu preço.

A primeira recomendação que se faz, de qualquer forma, à pessoas com esses problemas é não dormir durante o dia, pois assim, é mais fácil ter uma boa noite de sono.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

O SEGREDO DA FELICIDADE

Estar alegre 100% do tempo é impossível. Mas reconhecer os altos e baixos da vida pode ser a chave para alcançar a sensação de contentamento

Ao pensar na palavra felicidade, pode ser que você associe o pensamento a uma pessoa especial, uma imagem bonita, um acontecimento inesquecível ou simplesmente ao jeito como seu cachorro te recebe ao chegar em casa. Ao mesmo tempo, a busca pela felicidade é uma das maiores preocupações do ser humano – a Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive, divulga todos os anos um relatório com indicativos para eleger o país mais feliz do mundo. Mas se sempre buscamos algo que na verdade já temos, como responder, afinal, se somos ou não felizes?

Definir a felicidade não é algo simples. Mas, em poucas palavras, ela é um estado de contentamento. Nossa dificuldade em defini-la vem justamente por não sabermos para onde olhar em nossa vida para procurar o sentimento. “A felicidade é uma construção histórica, ela não existia antigamente. Mas foi construída pela capacidade do ser humano de abdicar do prazer imediato e projetá-la a longo prazo”, explica o neurocientista Álvaro Machado Dias. Ou seja, criamos algumas bases do que é preciso para ser feliz e buscamos, incansável e incessantemente, essas premissas como realizações de sonhos. Sejam viagens, dinheiro, amor ou família.

“Um papel importante na desmistificação do tema da felicidade é a compreensão de que esse aspecto de bem-estar emocional não tem a ver com estar alegre ou feliz 100% do tempo, o que seria humanamente impossível, mas com a compreensão de que todas as emoções são importantes e fazem parte da vida humana”, explica Gustavo Arns de Oliveira, professor de Psicologia Positiva, fundador do Centro de Estudos da Felicidade e idealizador do Congresso Internacional de Felicidade. “A construção do bem-estar emocional se dá pela forma como eu me relaciono com cada uma das minhas emoções. Quanto mais saudável é o meu relacionamento com o medo, com a raiva, com a tristeza, mais bem-estar eu vou colher.”

Assim, conforme ele explica, o segredo é o autoconhecimento e o reconhecimento de cada uma das emoções. “Os momentos felizes são ótimos; quanto mais melhor. Mas o fato é que não são momentos felizes que fazem a vida. Se eu restringir a minha compreensão de felicidade aos momentos felizes, tenho uma percepção muito pequena do tema”, diz o professor.

Pode ser, por exemplo, que algo desgastante seja muito satisfatório e dê um significado mais profundo à sua existência. Como foi, e está sendo, a maternidade para a produtora Cristine Marinho, de 36 anos.

“Eu estou há quatro meses sem dormir direito, com uma olheira que vai até o chão, não uso mais o meu cabelo solto, mas nada disso importa quando eu olho para o lado e a minha filha está dando risada. É um amor que ninguém nunca vai conseguir explicar porque é surreal”, declara ela, que nunca teve o desejo de ser mãe, mas descobriu essa felicidade quando Maria, hoje com 4 meses, apareceu de surpresa em sua vida e na do vendedor Leandro, de 34 anos. “Eu tinha certeza de que não podia engravidar e estava bem ok com isso, mas hoje nem sei mais quem sou sem ela. Agora sou Cris mãe, sou a mãe da Maria.” Conforme explica o neurocientista Álvaro, de um lado temos a felicidade hedônica, que associa o sentimento às atividades de recompensa do cérebro e à ausência de sofrimento imediato; a felicidade eudaimonia, que é baseada em princípios, ideais e conquistas. E um terceiro tipo que é a felicidade das experiências psíquicas. “Este último é um pouco daquela história do viver não é preciso, navegar é preciso. Então a pessoa precisa alimentar o espírito e o senso de estar vivo”, ensina ele.

A percepção de finitude trazida com a pandemia foi impulsor para que muitas pessoas se questionassem sobre suas escolhas de vida – seja em mudança de emprego, de país, de casamento ou de sentido de vida. “Na pandemia, entendi que não poderia ficar me prendendo à opinião dos outros, precisava confiar em mim”, conta o guia de turismo Renato Lima. Ele largou o emprego em uma multinacional da área de construção civil – depois de cursar Engenharia Civil na USP por cinco anos – para viver o sonho de trabalhar viajando. A ideia já era antiga. Surgiu em 2017 quando ele fez um intercâmbio de seis meses no Chile. “Na época, eu precisava procurar alguma coisa para me ajudar no sustento e conheci uma menina que trabalhava com turismo. Ela me ajudou a fazer uns trabalhos de freelancer e assim comecei”, diz. O negócio deu tão certo que, quando voltou para o Brasil, ele decidiu publicar seu conteúdo online. “Criei, com uma amiga, o Instagram @explora-chile_ e passei a divulgar informações sobre o país. Em poucos meses a minha remuneração estava quase o equivalente ao que eu ganhava no emprego. Porém com muito mais liberdade, novidade e qualidade de vida.”

DECISÃO

O pedido de demissão veio com o lockdown e o adeus de viajar tão cedo para conseguir mais conteúdos. “Com as restrições, voltei para Guaratinguetá, no interior de São Paulo, para ajudar o meu pai com o negócio dele. E dava para ver a expressão de tristeza dele e de alguns amigos com a minha decisão. E entendo, porque era uma segurança que eu tinha que estava trocando por uma coisa que era incerta”, conta. No entanto, ele diz que não se arrependeu da decisão e não aceitou outras opções de trabalho que surgiram. “Vi que eu tinha certeza do que eu quero.”

Apesar de uma reflexão de vida sempre ser válida, a busca pela obrigação de ser feliz pode ser algo negativo. “Essa obrigação de ser feliz é chamada, dentro da ciência da felicidade, como ditadura da felicidade, a qual nos impacta de acordo com o nosso nível de consciência sobre o que está acontecendo”, explica Gustavo Arns de Oliveira. “As pessoas imaginam que precisam estar felizes 100% do tempo e começam a forçar um estado irreal, mascaram tudo o que acontece de negativo ou qualquer outra emoção que não seja compreendida dentro de um aspecto positivo da vida. Isso é muito perigoso.”

Essa felicidade superficial passa a fazer com que os momentos felizes sejam cada vez mais efêmeros e pautados no prazer ou no “sentir-se bem”. Algo que a sociedade contemporânea nos lembra diariamente, seja por meio da publicidade (o produto que você precisa ter) ou das redes sociais (a vida que você precisa ter). “Essa busca pelo prazer faz com que a vida seja mais vazia”, declara Gustavo.

Isso não impede, porém, que o humor e o riso façam parte do dia a dia. “Essas são formas de a gente restaurar nosso bem-estar, assumindo que ele não é contínuo e trazendo a ideia de felicidade como uma possibilidade”, reflete o psiquiatra Daniel Martins de Barros, colunista do Bem-Estar e autor do livro Rir É Preciso: Descubra a Ciência por Trás do Humor e Aprenda a Usá-lo para Atravessar Períodos Difíceis e Criar Relações Mais Próximas.

O psicólogo Viktor Frankl (1905-1997) também deixa isso claro em seu livro Em Busca de Sentido. Ali, ele conta sobre sua experiência verídica em um campo de concentração e como encontrar uma razão para viver o ajudou em meio à tragédia. No entanto, no dia que essa razão não estava tão clara, o humor era algo que ajudava.

“O riso é uma estratégia de sobrevivência nesse sentido, pois ajuda a trazer alívio, mesmo que temporário. Então não negamos a dor, não negamos a tristeza, mas buscamos nos alegrar. E esse é um dos grandes poderes do humor, né? Porque quando você está rindo está olhando a vida de uma maneira que não era óbvia – porque se fosse óbvia não teria graça. A graça vem justamente de descortinar um aspecto que você não tinha visto e isso pode ser revelador”, afirma Daniel.

Encontrar um sentido foi algo que ajudou o empresário Mateus Guisasola, de 28 anos, a encontrar a sua felicidade. Ele nasceu com uma síndrome rara chamada artrogripose, e nem sempre lidou bem com a condição. “Houve um período em que eu usei muita droga, quase diariamente, mas quando entendi quem eu queria ser e o que queria da minha vida, não deixei me verem como um coitadinho que andava de muletas. Eu podia fazer tudo dentro das minhas limitações. Isso me deu muita força interna”, conta.

A síndrome fez com que Mateus tivesse má-formação nas articulações, o que o levou a encarar desafios como mais de 20 cirurgias, uma parada cardíaca e muito bullying. “Felicidade é como você se sente com você mesmo”, afirma. “Mesmo com muita coisa ruim acontecendo na minha vida, eu nunca achei que não iria melhorar. Quando eu olhava para as minhas conquistas, mesmo as pequenas, elas me traziam felicidade.”

Mateus conta que se encontrou quando começou a frequentar o candomblé. “Não importa o que falem, aquilo me faz bem”, diz ainda.

EXERCÍCIO

Claro que alguns aspectos externos e internos são essenciais para classificar essa felicidade. E daí surge o Relatório Mundial da Felicidade cria- do pela ONU, que se baseia em variáveis importantes para a vi- da humana, como o PIB per capita, a expectativa de vida e as percepções de corrupção. “A nossa felicidade individual deve ser cuidada, deve ser olhada, mas ela é logicamente impactada pelo meio onde eu habito. Por mais que esteja tudo bem comigo, se eu coloco o nariz para fora e me deparo com uma sociedade injusta, isso vai me impactar de alguma forma”, afirma Gustavo.

Para existir uma felicidade genuína, na qual seja possível lidar com as naturais ondas negativas de sentimento que surgem ao longo da vida, é preciso, além do já citado autoconhecimento, um sentido ou objetivo. A partir dessa premissa, a especialista em bem-estar e mentora em mudança de hábitos Carla Lubisco garante que a pessoa pode ser treinada.

“A felicidade é uma habilidade. A gente pode e deve aprimorar, desenvolver e qualificá-la por meio de hábitos saudáveis, pois a felicidade está intrinsecamente ligada à saúde”, garante. Como exemplos, ela traz terapia, exercício físico, cuidados com a alimentação, sono e amor-próprio. “Saber o seu valor, seus pontos fortes, é essencial para isso, assim como fazer coisas que você ama. Isso vai melhorar seu estresse e sua rotina.”

Uma maneira fácil de encontrar a felicidade como resultado de suas ações é por meio dos chamados “hormônios da felicidade”. A satisfação de fazer o que ama, por exemplo, traz a dopamina; já a atividade física pode liberar a endorfina ou a serotonina. Esses hormônios estimulam a sensação de bem-estar e inibem a irritação e o estresse. Seu estímulo pode afetar nossa frequência cardíaca, sono e apetite, mas seu desequilíbrio, por outro lado, traz consequências negativas para a saúde como insônia, estresse e mau humor.

POTE DE OURO

Todos os sentimentos são importantes para uma vida saudável – algo que rebate a ilusão utópica da felicidade plena como um pote de ouro no fim do arco-íris. Mas reconhecer a multiplicidade de emoções acumuladas que temos e aceitar os altos e baixos da vida seria uma felicidade possível. “Existe uma conexão entre autoconhecimento e a felicidade porque quando a gente não presta atenção na gente mesmo pode se tornar difícil discernir aquilo que estamos sentindo. E isso é funda- mental para a gente se livrar logo das emoções negativas e voltar a sentir as emoções positivas”, completa o psiquiatra Daniel.

São muitas as possibilidades de a gente engajar nossa atenção a essas emoções positivas – como, por exemplo, refletir qual foi o melhor momento do dia antes de dormir. “Esse estímulo neural faz com que a gente trabalhe uma sinapse, impactando a construção de um cérebro neuroquimicamente mais positivo. Então quando perguntarmos ‘como posso ser mais feliz amanhã’, isso vai colocar o meu cérebro no trabalho para encontrar essa resposta”, explica Gustavo, provando que, no final, a resposta da nossa felicidade está dentro de nós.

COMO SER MAIS FELIZ

AUTOAVALIAÇÃO

A felicidade é uma combinação de bem-estar físico, emocional, intelectual, relacional e espiritual. Olhar para esses cinco pontos pode ser um bom ponto de partida.

VEJA O LADO BOM

Apesar do nosso olhar estar voltado para os problemas e o que precisamos melhorar, é preciso não ignorar tudo aquilo que já está bom. Esse site pode ajudar: bit.ly/felicidadeteste.

NOVIDADE

Muito da felicidade em uma viagem ou um encontro é o fator desconhecido. Isso traz mistério e inovação, o que pode ser ótimo para os dias de mesmice. Que tal planejar algo inusitado?

ACEITAÇÃO

Dias ruins vão acontecer. Mas incluir atividades que possam te tirar desses momentos de dor pode ajudar.

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