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‘DIRIGI DORMINDO’

Sem controle, remédio para insônia provoca sonambulismo e dependência

“Dirigi por aí dormindo.” “Mandei áudios no grupo do trabalho.” “Esqueci como falar português.” Os relatos são muitos, e têm dominado as redes sociais. As experiências aconteceram durante a noite, mas foram descobertas apenas no dia seguinte. A causa é a mesma: o remédio hipnótico para insônia Zolpidem, cujas vendas explodiram no Brasil.

Especialistas explicam que o medicamento por si só não é um problema, mas o uso inadequado, o quadro de dependência e a busca para fins recreativos, que tem crescido entre os jovens, oferecem riscos graves que têm acendido o alerta em hospitais e consultórios.

A preocupação não é à toa. A compra do medicamento de fato cresce em ritmo alarmante entre os brasileiros: de 2017 até 2020, por exemplo, aumentou 121,5%, saltando de 10,5 para 23,4 milhões de caixas vendidas. Somente nos seis primeiros meses de 2022, já foram comercializadas 10,6 milhões.

“Esse crescimento ocorre em parte porque muitos médicos que prescreviam benzodiazepínicos, geração anterior de remédios para a insônia, passaram a indicar o Zolpidem. Mas também é pelo fácil acesso, que leva ao uso abusivo e inadequado, até mesmo de forma recreativa, o que é muito grave. E tem também essa característica de hoje as pessoas que querem ter tudo sob controle, até mesmo o adormecer, sendo que a realidade não é bem assim”, avalia a coordenadora do Ambulatório de Sono do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Rosa Hasan.

Alguns efeitos colaterais do remédio são bem conhecidos, como a amnésia, a agitação e os pesadelos, porém um que tem ganhado destaque é o sonambulismo. Segundo um estudo publicado no periódico European Neuropsychopharmacology, a consequência acomete cerca de 5,1% dos pacientes, mas especialistas alertam que entre aqueles que fazem uso de forma inadequada, como tomar fora da cama ou além do período recomendado, de no máximo quatro semanas, a probabilidade é bem maior.

O sonambulismo foi justamente o que levou a dona de casa Rica Gomes Todeschini, de 49 anos, de São Paulo, a interromper a medicação. Ela começou a tomar o Zolpidem por orientação médica, em 2019, logo depois de ter perdido a mãe e ter descoberto um nódulo no pâncreas, cenário que a deixou com dificuldades intensas para dormir.

Antes de começar a tomar o remédio, ela ia para o seu ateliê de costura ao perder o sono. Por isso, seu marido não estranhou a princípio quando, após cerca de quatro meses tomando o hipnótico, Rica passou a se levantar e sair do quarto no meio da noite.

“Mas ele ficou cismado porque estava começando a ser quase todo dia. Então um dia decidiu me procurar no ateliê, mas não encontrou. Ao abrir a porta de casa, viu que o carro não estava na garagem. Eram 3h da manhã”, conta.

Ele esperou Rica retornar, pensando se tratar de uma emergência, mas quando ela voltou, aproximadamente 45 minutos depois, conversou com ele como se nada tivesse acontecido. No dia seguinte, ele perguntou se ela lembrava que havia dirigido na noite anterior, o que a pegou de surpresa.

“Eu não sei para onde eu fui, não sei o que eu fiz, não sei se parei num boteco e bebi, não me lembro de nada. Fico com medo de ter feito algo errado, é muito perigoso. Liguei para o psiquiatra e ele mandou eu parar, mas aos poucos, porque pelo tempo que eu estava tomando não poderia interromper imediatamente. Nesse meio tempo, meu marido escondeu a chave do carro”, diz.

USO INADEQUADO

Neurologistas ouvidas explicam que o Zolpidem não é um vilão, mas acabou não sendo o medicamento perfeito para a insônia como foi prometido nos anos 1990. Ele foi criado para substituir os benzodiazepínicos, descobertos nos anos 1960, que eram amplamente utilizados porém provocam quadros graves de dependência e déficit cognitivo a longo prazo.

O Zolpidem faz parte das chamadas drogas Z, ou não benzodiazepínicos, que atuam também no sistema do cérebro chamado de GABA. Esse mecanismo promove uma redução da atividade no sistema nervoso.

“É um hipnótico muito mais específico [que os benzodiazepínicos], atua no subtipo de receptor GABA A. Quando ele se liga, vai especificamente para um local onde existe o efeito de fazer a pessoa dormir rapidamente. Outros remédios induzem o sono de uma maneira menos abrupta, por serem menos específicos”, explica a neurologista Dalva Poyares, professora de medicina do sono na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisadora do Instituto do Sono.

Para Rosa Hasan, ele não foi o que se esperava porque hoje sabe-se que o remédio também promove dependência e tolerância, e pode levar a efeitos colaterais preocupantes, como os vividos por Rica. Porém, destaca que é importante para os casos de insônia desde que haja a devida orientação médica:

“Se é uma pessoa que toma direito, indicado pelo médico, na cama, sem ultrapassar o limite de quatro semanas, nós não temos problemas com a medicação. É um bom remédio, o problema é esse uso indevido”, afirma ela.

Poyares concorda que não se trata de uma terapia de uso prolongado, e que exceder o prazo da bula de quatro semanas é uma das principais causas da dependência.

“Com o uso crônico, você pode desenvolver tolerância, ou seja, precisar de uma dose maior para ter o mesmo efeito, e ele começa a reduzir o tempo de ação. Então passa a acordar no meio da noite, por causa do medicamento, e toma outro”, diz a especialista.

Tanto ela, como Rosa Hasan, contam atender muitos pacientes com quadros de vício, uma quantidade que cresce em ritmo alarmante. Além dos riscos já conhecidos pelo comportamento inconsciente – como bater o carro, ter relações sexuais indesejadas e desprotegidas, passar por situações de constrangimento ou criar despesas financeiras -, a dependência a longo prazo pode levar a problemas neurológicos, como perda de memória ou um quadro ainda pior de insônia.

“No HC nós temos até internado com uma certa frequência casos gravíssimos de dependência, com números absurdos de comprimidos, pessoas que tomam mais de 100 por dia. Toda semana eu atendo dois, três casos novos”, conta Hasan.

FISCALIZAÇÃO

Uma das críticas das especialistas sobre o fácil acesso ao Zolpidem é em relação às regras para a prescrição no Brasil. O fármaco faz parte da categoria B1 de medicamentos, os psicotrópicos, e portanto deveria demandar uma receita do tipo azul para a compra nas farmácias. Nessa modalidade, cada receita é padronizada, tem uma numeração controlada, fica retida e exige mais informações do médico e do paciente. Portanto, a fiscalização é mais rígida.

No entanto, medicamentos à base de Zolpidem com menos de 10 mg podem ser prescritos com a receita de controle especial, uma forma mais branda.

“Gostaria que fosse uma medicação mais controlada, porque a facilidade dá a sensação de ser um remédio tranquilo, para qualquer um. Na França, por exemplo, restringiram o acesso e isso reduziu bastante o consumo”, defende a neurologista.

GESTÃO E CARREIRA

CEOS NEGROS TRABALHAM O DOBRO PARA CONSEGUIR CHEGAR AO TOPO, DIZ PESQUISA

Entre os 500 líderes da revista ‘Fortune’, só 4 são negros; no Brasil, não há CEO negro entre as 423 companhias da B3

Um profissional negro tem de trabalhar o dobro para chegar ao topo. É o que aponta pesquisa da Korn Ferry, consultoria de gestão de pessoas. Mesmo com as políticas de diversidade em alta nas organizações, o alto escalão parece se manter quase intocável. Apenas 4 dos 500 CEOs listados na revista Fortune são negros, representando menos de 1% do total.

De acordo com Milene Schiavo, diretora de Diversidade, Equidade e Inclusão da Korn Ferry, o dado é ainda mais alarmante quando comparado ao de 10 anos atrás, quando o número de lideranças negras nas empresas listadas, apesar de baixa, era de 7 executivos.

A queda, segundo ela, é resultado da falta de ações mais afirmativas, com metas e objetivos claramente estabelecidos. “Hoje, existe um foco muito forte na questão do progresso feminino, mas não há, de fato, o estabelecimento de indicadores de metas quando o assunto é a inclusão de pessoas negras nesses cargos mais altos, por exemplo”, ressalta Milene.

No Brasil, segundo a B3, 79% das empresas listadas afirmaram ter de 0 a 11% de líderes negros, enquanto 78% têm o mesmo porcentual em cargos C-level. Não há nenhum CEO negro entre as 423 companhias da Bolsa. Da mesma forma, o salário dos profissionais negros chega a ser 43% menor do que o dos brancos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo global “The Black P&L Leader”, realizado pela Korn Ferry, ouviu 28 executivos sêniores de P&L – função que, segundo os estudos, melhor prepara um líder para a função de CEO. Segundo o levantamento, 60% dos líderes negros relataram ter de trabalhar duas vezes mais e alcançar o dobro dos resultados em relação aos colegas brancos para ter o mesmo reconhecimento. Para efeitos de comparação, os líderes negros tiveram a maior pontuação em competências essenciais para o alto desempenho de executivos em relação aos demais líderes da base de dados.

De acordo com Yone Gonzaga, professora convidada da Fundação Dom Cabral, a ausência de pessoas negras em determinados postos de trabalho é resultado de uma série de condicionantes históricas que foram pensadas para que os negros estivessem na base e os brancos, no topo. Segundo ela, os dados só reforçam como o racismo estrutural impacta a vida dos negros no País.

Monalisa Gomes, CEO da Fronius entre 2016 e 2020, concorda. Segundo ela, enquanto as pessoas acharem que isso é uma questão de meritocracia, a discussão não vai avançar. Durante os anos em que esteve à frente da companhia no Brasil, sempre que participava de eventos ou encontros com os demais líderes na empresa, a executiva era recebida com surpresa pelos colegas.

“Quando eu estava acompanhada de uma das gerentes, era natural que as pessoas achassem que ela era eu. Porque ela era uma mulher loira e alta, e eu não me enquadrava nesse padrão de CEO de uma multinacional”, conta Monalisa, que trabalhou 12 anos antes de chegar ao topo.

Ser a única mulher negra da sala não era nenhuma novidade durante as reuniões com os clientes. Monalisa, que hoje trabalha numa empresa na Áustria, conta que as pessoas sempre tinham um pé atrás em relação a sua posição de liderança e que ela precisava se impor o tempo todo como autoridade máxima da empresa no País.

“As pessoas sempre perguntavam: ‘Você não precisa ligar para mais ninguém para fechar o negócio? Não tem de pedir mais nenhuma autorização?’”, afirma ela, também conselheira consultiva na Edmond Tech.

Para Yone Gonzaga, hoje há um discurso desconectado da prática. Quando a empresa assume a equidade como um valor, tem de não só garantir o acesso, mas também a ascensão funcional, afirma ela. “A oferta de oportunidades precisa ser igual para todos os grupos, mas sempre levando em consideração as diferenças, os pontos de partida e esses históricos sociais.”

O CEO da Amil, Edvaldo Vieira, membro do Grupo Mover, diz que o racismo é uma constante em sua vida pessoal e profissional. “Tive várias experiências, como quando um candidato a fornecedor, na sala de reunião, não dirigia a palavra a mim, só ao outro homem (branco) da sala – até se surpreender quando ele me chamou de chefe.”

Para mudar a realidade e dar espaço para que mais pessoas negras consigam progredir com autonomia na carreira, o CEO reitera a importância da propositividade das empresas para abrir portas e levar cada vez mais profissionais ao topo. “Não podemos só focar na diversidade pela diversidade. É preciso destinar orçamento e investir para incorporar o tema no dia a dia do negócio.”

TRANSFORMAR

Com a meta de ter 10 mil posições de lideranças ocupadas por negros até 2030, o grupo Mover é uma das principais iniciativas para transformar a alta liderança no País. Com 47 empresas associadas, como a Ambev, a Heineken e a Amil, o movimento promove ações e inclui o compartilhamento de boas práticas e a aceleração dos processos de diversidade, equidade e inclusão. O objetivo é potencializar o processo de aceleração de carreiras de negros e conscientizar líderes quanto ao racismo e os impactos positivos em ir além dos vieses inconscientes.

EQUIPES DIVERSAS GERAM 38% MAIS RECEITA

A questão da diversidade nas empresas, segundo especialistas, também passa pelas novas demandas de consumo da sociedade. Não por acaso, o relatório da Korn Ferry também mostra que as equipes executivas diversas são 70% mais propensas a conquistar novos mercados e geram 38% mais em receita com produtos e serviços inovadores.

Para a diretora de Diversidade, Equidade e Inclusão da Korn Ferry, Milene Schiavo, quando a empresa não traz diversidade, ela perde perspectiva. Também perde em diversidade de produto e em experiência para o consumidor.

“Estou falando de 56% da população brasileira. Ou seja, você está trazendo para dentro da sua empresa também grande parte de quem consome o seu produto ou seu serviço. Através disso, você consegue usar essa perspectiva na sua elaboração de portfólio, na sua experiência que você vai oferecer para o consumidor.”

Diretor financeiro e administrativo do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), Tom Mendes afirma que é preciso começar o letramento por quem tem o poder da caneta. “Estamos falando também sobre legado, como essas lideranças querem ser lembradas no futuro, como líderes omissos ou como lideranças que, através do poder que detêm, conseguiram fazer mudanças.”

EU ACHO …

COMEÇOS E RECOMEÇOS: CONSISTÊNCIA, PERSISTÊNCIA, RESISTÊNCIA

“Uma vontade, mesmo se é boa, deve ceder a uma melhor.” (Dante Alighieri, Purgatório)

Quando gravaram a música “Time is on my side”, em 1964, mais do que um hit, os Rolling Stones lançavam uma profecia. À época, a banda britânica tinha dois anos de carreira. Hoje é a mais longeva da história do rock. Os Stones começaram em 1962 (dois anos antes do The Who, a segunda mais longeva) e seguem eletrizando plateias em estádios lotados ao redor do planeta. Há quantos anos eles avaliam se ainda dá para fazer mais uma turnê mundial? Continua dando e as pedras rolando… O tempo segue do lado deles.

O tempo é finito, mas não representa necessariamente um impedimento. Há uma  série de empreitadas bem-sucedidas iniciadas por pessoas numa faixa etária em que tantas outras já estariam batendo em retirada. Em 1911, o norte-americano Charles   Flint fundou o grupo empresarial Computing-Tabulating-Recording Company, que daria origem à IBM. Flint tinha 61 anos na época (e ter 61 anos no começo do século  XX era bem diferente de ser sexagenário nos tempos atuais). Ele só se aposentou em 1930, quando deixou o conselho de administração aos 80 anos de idade.

A pesquisa Empreendedorismo no Brasil, do projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade com o Sebrae e a Universidade Federal do Paraná, mostra que 9,7% dos empreendedores que começaram um negócio em 2018 estavam na faixa de 55 a 64 anos. Esse percentual significa cerca de 2 milhões de novos negócios.

Além do aspecto etário, outros fatores determinam o começo de uma nova atividade  ou  uma  mudança  de  carreira.  Há  vários  exemplos  de  pessoas  que possuem   talentos   em   mais   de   uma   área.   O   compositor   carioca   Guinga, reconhecidamente   um   exímio   violonista,   por   muitos   anos   atuou   como dentista. O mineiro Guimarães Rosa (1908-1967), além de ter se tornado um gênio da literatura, era médico e exerceu carreira diplomática.

Assim como existem casos de profissionais, muito bem-sucedidos em suas trajetórias, que experimentam outros caminhos para dar vazão às suas paixões. Considerado o melhor jogador de basquete de todos os tempos, o norte-americano Michael Jordan, depois de três títulos seguidos na NBA pelo Chicago Bulls, surpreendeu o mundo do esporte em 1994, ao anunciar que começaria uma carreira no beisebol. Era um sonho de infância e que contava com o apoio do pai, que havia morrido meses antes da decisão. Jordan jogou por pouco mais de um ano e seu desempenho em campo nem chegou perto do que havia apresentado em quadra. “Posso aceitar a derrota. Todos nós falhamos em alguma coisa. O que não posso aceitar é não tentar. É por isso que não tive medo de me arriscar no beisebol”, declara no livro Nunca deixe de tentar (Sextante, 2009). Depois da incursão no mundo dos tacos, bases e bolinhas, Jordan voltou ao Bulls e faturou outros três títulos na NBA.

Algumas mudanças de rota não ocorrem de maneira deliberada, mas por força das circunstâncias. Foi o que aconteceu com o craque Tostão, que teve de encerrar a carreira futebolística aos 26 anos. Campeão do mundo no México em 1970, o jogador se despediu dos gramados três anos depois, após dois episódios de descolamento de retina. Decidiu prestar vestibular para Medicina. Em 1974, ele se viu fazendo prova no Mineirão, local onde anos antes era aplaudido pela torcida. Mas, naquele momento, o ex-jogador era apenas um entre tantos outros candidatos a uma vaga na universidade. Tostão foi aprovado e tornou-se o doutor Eduardo Gonçalves. Foi professor universitário e fez formação em psicanálise. Em 1994, foi convidado a comentar os jogos na Copa do Mundo nos EUA. Foi uma volta ao futebol por outra via. Depois, tornou-se colunista em jornais, considerado também um craque nos textos. Na autobiografia Tempos vividos, sonhados e perdidos (Companhia das Letras, 2016), Tostão escreve: “Morremos e renascemos várias vezes na vida, até desistirmos, ou até que a vida desista de nós”.

Fato é que estamos vivendo mais. Avanços nas ciências indicam populações mais longevas. Essa tendência de mais tempo de vida abre a possibilidade de fruir mais experiências, de exercitar mais habilidades e paixões. No âmbito do trabalho, está cada vez mais distante a imagem do profissional que passava a carreira toda numa empresa e era homenageado com plaquinhas, relógios ou bandejas pelo “tempo de casa”.

Carreiras surgem e desaparecem. A tecnologia elimina funções e cria outras. Produtos ficam obsoletos, novos serviços aparecem. Trata-se de um mundo mais volátil, de mudanças mais velozes (mudanças sempre aconteceram, a velocidade com que elas se processam é que dão o tom da nossa contemporaneidade). Vivemos mais e convivemos com mudanças muito mais rápidas do que os nossos antepassados. Portanto, viver e mudar são verbos com significados cada vez mais próximos.

Embora alguns campos da ciência falem em imortalidade como uma possibilidade, a eternidade não é um referencial para a espécie humana. Nós somos finitos e isso, muitas vezes, soa aflitivo. Quando falamos “ainda dá”, é sinal de que ainda há tempo. Portanto, ainda é viável exercer aquilo que se deseja, aquilo que se procura. Quando não houver mais tempo, também não haverá mais aflição. Há uma frase antiga que diz que “a vida é um problema dos vivos, os mortos não têm problemas”.

A perspectiva de não haver mais tempo é a anulação do “ainda dá”. A imagem do relógio em movimento é um recurso largamente utilizado em filmes, em cenas de prova em sala de aula ou mesmo nos programas televisivos de disputas culinárias. Os ponteiros avançando evidenciam a pressão presente naqueles ambientes. É a percepção do tempo como opressor.

Há uma frase forte, dita pelo goleiro Gianluigi Buffon, ao despedir-se da seleção italiana, em lágrimas, ainda no gramado: “O tempo é tirano”. Ele a pronunciou ao término da partida que alijou a Itália da Copa do Mundo de 2018. O empate sem gols com a Suécia colocava fim ao sonho de Buffon de disputar o seu sexto Mundial. Foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa da Squadra Azzurra, 176 partidas até aquele momento. Depois, em 2018, ele aceitou a convocação para dois amistosos. De todo modo, a entrevista do goleiro mostra que até para os grandes o tempo é implacável. Chega uma hora em que não dá mais.

Remete  à  melancolia  do  célebre  “E  agora,  José?”,  do  magnífico  poeta mineiro  Carlos  Drummond  de  Andrade  (1902-1987):  “E  agora,  José?/  A  festa acabou,/ a luz apagou o povo sumiu E agora, José?”.

A nossa condição de finitude nos obriga a ter atenção a isso, porque sabemos que não temos todo o tempo do mundo para as coisas. E o mais paradoxal é que, mesmo que tenhamos essa consciência, às vezes fazemos de conta que não é com a gente. Algumas pessoas são indiferentes a essa condição de finitude e agem como se dispusessem de todo o tempo. Quando deparam com a areia da ampulheta escorrendo para o fim, entram em desespero. Há uma diferença entre desespero e aflição. Quando fico incomodado com algo e me ponho a tentar resolver, estou movido pela aflição. O desespero fica claro pela minha incapacidade de ação. Enquanto a aflição é mobilizadora, faz com que eu tome alguma providência, o desespero me paralisa, me coloca em expectativa aguardante, ao sabor dos acontecimentos.

A aflição me impele a fazer escolhas na vida, a fim de que eu preserve a minha saúde física e mental, a minha harmonia em relação à vida. Aflição é aquilo que me impulsiona para mais uma procura, mais um passo, mais uma tentativa. A aflição envolve o “ainda dá” no sentido anunciante de um movimento que farei para mudar a situação vigente. Claro que uma hora não dará mais, porque a finitude das coisas, sobretudo do nosso tempo de vida, é um fato e, como tal, inexorável.

Algumas religiões semeiam a crença em oportunidades em outras dimensões e, por essa perspectiva, o tempo vital seria episódico. Isto é, esta vida é só uma etapa de uma existência maior. Não é casual que religiões reencarnacionistas lidem com a perspectiva de um tempo que ultrapassa o modo meramente cronológico e, com isso, contemplam a possibilidade de outros “ainda dá”. A essência do indivíduo perdurará e poderá retornar de maneira que ele reinvente, corrija, retome, faça de outro modo.

Mas nem todas as perspectivas religiosas são marcadas por essa concepção. O catolicismo é ressurreicionista. Convém ressalvar que acreditar na ressurreição não é a mesma coisa que crer em reencarnação. Na concepção judaico-cristã, esta vida é única e é nela que você tem a tua chance. Um dia, segundo as crenças judaico-cristã e islâmica, no Juízo Final, a Divindade decidirá o teu destino. É uma continuidade de algo que se iniciou quando você de lá veio. Como a tua fonte é a tua alma imortal e ela de Deus veio – na crença de várias religiões – para Ele voltará. Poderá ficar na presença Dele, que é o paraíso, ou na ausência Dele, que é o inferno.

As religiões reencarnacionistas atribuem uma noção de tempo que é quase cíclico. Nesse tipo de percepção, a mensagem não carrega um tom conformista: “Poxa, não deu nesta vida, dará na outra”. Em algumas dessas religiões – como no budismo e no espiritismo kardecista –, a ausência de esforço para evoluir, a acomodação, a mediocridade desfavorecem a sua condição de retorno. A dificuldade que você terá numa outra vida poderá ser maior do que a enfrentada nesta atual. A própria noção de carma, dentro do budismo, não é a de um destino no qual você não intervém. O carma é composto a partir das tuas escolhas, daquilo que você decidiu fazer ou deixar de fazer. As concepções que na história religiosa lidam com a noção de reencarnação trabalham com a recusa da mediocridade. Você reencarna para ser melhor, não para fazer mais do mesmo.

As religiões, de maneira geral, trabalham com as nossas aflições, isto é, com a nossa procura pela paz interior, pela harmonia na vida, pelo afastamento do desespero. Mas todas elas lidam com a noção de tempo vital de algum modo.

Ao olhar a religião sob o ponto de vista do “ainda dá”, para ter esperança você precisa ter esforço, dedicação, atuação. Na crença reencarnacionista, o merecimento de uma vida melhor dependerá do esforço feito nesta passagem atual. Nas religiões ressurreicionistas, especialmente no cristianismo, você merecerá a salvação da tua alma, portanto, a eterna permanência dela ao lado do Criador, se você não tiver neste mundo aquilo que se chamava de acídia, que é o equivalente da preguiça.

Até Tomás de Aquino (1225-1274), que é o organizador de ideias circulantes na  teologia cristã, o pecado mortal mais insidioso era a preguiça. Foi ele o responsável  pelo ordenamento dos sete pecados capitais. Até o século XII, a ideia mais forte de  afastamento da fonte da vida era a preguiça ou a acídia. Não a preguiça no sentido  de não querer trabalhar, mas de não fazer esforço para salvar a própria alma. E esse  esforço de salvação da alma significa fazer o Bem. Se você for preguiçoso na feitura  do Bem, se não for piedoso, se não tiver percepção de fraternidade, se não praticar  a caridade, cometerá um pecado mortal. Na crença dos cristãos, especialmente na teologia católica, o pecado mais forte é a desesperança. Porque a perda da esperança significa impedir a manifestação da bondade divina.

A partir do momento que eu tenho a perspectiva de que não dá, a esperança fica demolida. Nessa hora, a aflição se transforma em desespero. É quando deixamos de acreditar que “ainda dá”.

Quando estamos com aflição em relação a alguma coisa, ou iniciamos um processo de demolição dessa aflição ou ela cresce de modo exponencial. Uma aflição só começa a se resolver quando tomamos a iniciativa de resolvê-la, isto é, quando vamos em busca da anulação da fonte daquela aflição. A mobilização surge da percepção de que algo precisa ser lidado para não sermos fustigados por um sofrimento maior.

Nessa hora, a ideia do “ainda dá” precisa de acolhimento. Não basta que “ainda dá” seja pronunciado por alguém como estímulo. É preciso acolhê-lo, introjetá-lo. Eu preciso crer que aquela movimentação que farei, que aquela energia que desprenderei trará, de fato, um benefício. Eu sei que não é garantia de que será, mas não mobilizar será a garantia de que não será.

Muitas vezes, a mudança acontece a partir das angústias que carregamos no dia a dia. A angústia não é sempre negativa, ela pode ser um fator a mais para nos mobilizar.

O único remédio contra angústia é a ação!

ESTAR BEM

SAIBA COMO ACELERAR O METABOLISMO APÓS OS 50 ANOS

O envelhecimento é um dos fatores que influenciam o processo de transformar o que se come e bebe em energia. Mas há formas de manter o corpo com um bom nível de gasto calórico e evitar o acúmulo de peso

O metabolismo é um dos processos mais completos e complexos do corpo. Pode funcionar em momentos diferentes dependendo da pessoa: alguns aceleram e outros desaceleram. São especialmente os adultos mais velhos que tendem a ter um funcionamento mais lento, por isso acham difícil perder peso.

De acordo com especialistas da Mayo Clinic, o metabolismo é o processo pelo qual o corpo converte o que você come e bebe em energia. Mesmo em repouso, ele continua a usar energia para funções básicas, como respiração, circulação sanguínea e reparo celular. A energia usada pelo corpo para essas funções básicas é chamada de taxa metabólica basal, um fator chave para manter a forma e também influencia no controle de peso.

“O metabolismo varia de acordo com diversos fatores, como genética, sexo, composição corporal e níveis hormonais, alterando-se em diferentes fases da vida”, diz a nutricionista Anabella Famiglietti.

Segundo a especialista, adultos após os 50 anos têm um metabolismo mais lento, pois existem vários fatores associados ao envelhecimento que influenciam o estado metabólico, como: diminuição da massa magra; aumento da gordura corporal associado à diminuição de atividade física, secreção de hormônios de crescimento e sexuais; e desregulação alimentar (como a diminuição da sede).

DE OLHO NO PRATO

Após os 50, a pessoa precisa de menos energia e acumula mais facilmente reservas na forma de gordura. Por esse motivo, existem métodos e hábitos que podem ajudar a acelerar o metabolismo.

De acordo com Chih-Hao Lee, professor de genética e doenças complexas da Escola de Saúde Pública de Harvard, o metabolismo aumenta cada vez que você come, digere e armazena alimentos: um processo chamado “efeito termogênico dos alimentos”. Segundo Lee, a proteína tem um efeito térmico maior em comparação com as gorduras e os carboidratos, porque leva mais tempo para o corpo queimá-la. Um estudo da Universidade de Cambridge descobriu que alimentos como cominho, canela, açafrão, pimentão e pimenta podem aumentar a taxa metabólica de repouso e diminuir o apetite.

O que você bebe também pode auxiliar no metabolismo. O consumo moderado de bebidas estimulantes e quentes, como café e chá, favorece a estimulação gástrica e a queima de energia, pois geram maior gasto de gordura do que outras bebidas. Por outro lado, um estudo publicado no Journal of Clinical and Diagnostic Research mostrou que a termogênese – o processo de produção de calor nos organismos – induzida pelo consumo de água gelada foi reconhecida como um componente importante do gasto energético diário. Dessa forma, beber água fria faz com que o corpo se sinta compelido a recuperar sua temperatura habitual (baixada pela ingestão do líquido) e, como consequência, mais energia é queimada.

MUDE SUA ROTINA

Dormir pouco provoca um aumento no consumo de calorias. A falta de sono gera mais cortisol, que é o hormônio que descontrola a sensação de fome e saciedade, causando a vontade de comer. Por isso, deve-se dormir mais de sete horas por dia.

Aumentar a massa muscular por meio da atividade física é outro fator que ajuda no metabolismo. Um estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Diabetes e Digestão dos Estados Unidos apontou que esse tipo de treinamento ajuda a elevar a taxa metabólica basal ao aumentar quantidade de músculo magro no corpo. É por isso que atletas aposentados ganham peso: a perda de massa muscular desacelera o metabolismo.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

CRUZADINHA PODE RETARDAR O DECLÍNIO COGNITIVO?

Prática regular de jogos ajuda algumas pessoas que sofrem com comprometimento leve, diz estudo

Durante anos, os cientistas tentaram descobrir se os treinos cerebrais”, como quebra-cabeças e jogos cognitivos online, poderiam fortalecer nossas mentes e retardar o processo de envelhecimento. Agora, um estudo publicado no New England Journal of Medicine descobriu que a prática regular de palavras cruzadas pode ajudar a retardar o declínio em algumas pessoas com comprometimento cognitivo leve, um estágio inicial de memória vacilante, que às vezes pode progredir para demência. Embora o estudo não tenha investigado se as palavras cruzadas também beneficiam jovens adultos que não estão lidando com o declínio cognitivo, sugere que manter a mente ativa à medida que envelhecemos pode beneficiar o cérebro. E a pesquisa fornece esperanças para aqueles diagnosticados com comprometimento cognitivo leve, de que possam evitar mais declínios na memória, problemas de linguagem e tomada de decisões, que são a marca registrada da doença.

A Academia Americana de Neurologia estima que o comprometimento cognitivo leve afeta cerca de 8% das pessoas com idades entre 65 e 69 anos; 10% das pessoas com idades entre 70 e 74 anos; 15% das pessoas de 75 a 79 anos; 25% daqueles com idades entre 80 e 84 anos e cerca de 37% das pessoas com 85 anos ou mais. A pesquisa, que foi financiada pelo National Institute on Aging, recrutou 107 adultos, com idades entre 55 e 95 anos, com comprometimento cognitivo leve.

O ESTUDO

Durante 12 semanas, todos foram convidados a jogar um dos dois tipos de jogos, quatro vezes por semana – passando 30 minutos em Lumosity, uma plataforma popular de treinamento cognitivo, ou 30 minutos jogando palavras cruzadas digitais. Após as 12 semanas, os participantes foram reavaliados e receberam doses de “reforço” de jogos mais seis vezes durante o experimento, dando um total de 78 semanas. No fim do estudo, os participantes receberam avaliações-padrão usadas para medir o declínio cognitivo e amigos e familiares relataram seu funcionamento diário.

Os exames de ressonância magnética também foram usados para medir as alterações do volume cerebral. Os pesquisadores descobriram que em medições chaves de pontuações de declínio cognitivo, habilidades funcionais e mudanças no volume cerebral, os jogadores regulares de palavras cruzadas se saíram melhor do que os jogadores do outro jogo. A descoberta surpreendeu os cientistas por trás do estudo, que esperavam que os jogos cerebrais desafiadores da web, que foram projetados especificamente para aumentar a função cognitiva, oferecessem maior benefício. “Nosso estudo mostra de forma bastante conclusiva que, em pessoas com deficiência cognitiva leve, as palavras cruzadas superam os jogos computadorizados em várias métricas”, disse Murali Doraiswamy, professor da Duke University e coautor do estudo. “Então, se você tem comprometimento cognitivo leve, que é diferente do envelhecimento normal, a recomendação seria manter seu cérebro ativo com palavras cruzadas.” Pessoas com graus mais altos de comprometimento cognitivo pareciam se beneficiar mais ao jogarem palavras cruzadas que foram projetadas para ser um quebra-cabeça moderadamente mais difíceis comparadas ao jogo do The New York Times. O estudo tem limitações. Alguns dos participantes podem estar mais familiarizados com palavras cruzadas e é por isso que responderam melhor aos quebra-cabeças do que aos jogos de computador de Lumosity. Anos de acompanhamento também são necessários para determinar se intervenções como palavras cruzadas podem “verdadeiramente prevenir a demência”, disse Doraiswamy. “Sabemos há quase 30, 40 anos que manter-se mentalmente ativo é realmente importante”, disse Doraiswamy. “Mas não traduzimos isso em uma intervenção de nível médico.”

D.P. Devanand, professor da Universidade de Columbia e principal pesquisador do estudo, disse que a descoberta precisa ser replicada em um estudo maior, com mais participantes e um grupo de controle que não esteja jogando nenhum jogo. “Não podemos dizer exatamente porque as pessoas se saem melhor jogando palavras cruzadas, mas sugerimos que praticar palavras cruzadas ajuda na cognição”, disse Devanand. Doraiswamy disse que espera que estudos futuros possam contribuir com as descobertas atuais para investigar o nível ideal de dificuldade e o tempo necessário na resolução de quebra-cabeças para pessoas com comprometimento cognitivo leve.

CÉTICOS

Alguns pesquisadores permaneceram céticos. Zach Hambrick, professor de cognição e neurociência da Michigan State University, disse que o estudo não investiga porque as palavras cruzadas podem oferecer mais benefícios do que um jogo de computador. Em 1999, Hambrick foi coautor de um estudo que não encontrou evidências que sugerissem que pessoas que praticam palavras cruzadas mais de duas vezes por semana tenham menos declínio cognitivo. Hambrick disse que completar um jogo de palavras cruzadas, que requer a capacidade de lembrar palavras e conhecimento histórico adquirido por meio da experiência, testa as “habilidades cognitivas cristalizadas de uma pessoa”. Ele disse que pessoas com comprometimento cognitivo leve têm mais problemas com “habilidades cognitivas fluidas”, como lembrar uma lista de palavras ou resolver um problema de lógica. Palavras cruzadas não desafiam esses tipos de habilidades associadas ao comprometimento cognitivo leve, disse Hambrick.

A Lumos Labs, empresa por trás dos jogos de computador usados no experimento, forneceu acesso tanto às palavras cruzadas quanto ao conjunto de jogos, mas não esteve envolvida no projeto ou na publicação do estudo. Doraiswamy é consultor da Lumos Labs. Laurie Ryan, chefe de intervenções clínicas do Instituto Nacional do Envelhecimento, disse que a agência financiou a pesquisa porque é importante encontrar tratamentos que reduzam o risco de Doença de Alzheimer e outros tipos de demência. “Provavelmente precisaremos de várias intervenções para diferentes pessoas”, disse Ryan. “Estamos tentando financiar o máximo de estudos possíveis.”

ZONA DE CONFORTO

A maioria dos pesquisadores concorda que manter o corpo e a mente ativos à medida que envelhecemos provavelmente beneficia o cérebro. Ronald C. Petersen, diretor da Clínica Mayo Alzheimer’s Disease Research Center, disse que, além do exercício regular, recomenda que seus pacientes passem mais tempo realizando tarefas intelectuais desafiadoras, como assistir a um documentário ou a uma palestra. É necessário procurar por atividades que “tirem da zona de conforto”, disse Sylvie Belleville, professora de neuropsicologia da Universidade de Montreal. Como experimentar diferentes tarefas “estimulantes” ou aumentar a dificuldade de uma determinada tarefa ao longo do tempo. “Se é muito bom em palavras cruzadas e continua fazendo apenas isso, ainda está na zona de conforto e não adota novas estratégias, novas redes cerebrais”, disse Belleville.

PREVENÇÃO

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram no mês passado que é possível detectar sinais precoces de demência até nove anos antes de o paciente receber um diagnóstico específico, como Alzheimer. No trabalho publicado, o grupo de cientistas analisou informações do Biobank, o banco de dados biomédicos britânico. A equipe descobriu sinais de dificuldades em várias áreas específicas, como a solução de problemas e a lembrança de números específicos. As descobertas levantaram a possibilidade de, no futuro, pacientes com maior risco de desenvolver algum tipo de demência fossem mapeados para intervenções precoces ou para testes clínicos de novos medicamentos. Atualmente, existem poucos tratamentos eficazes para demências ou outras doenças degenerativas, como o Parkinson. Em parte, isso ocorre porque as doenças só são diagnosticadas depois que os sintomas aparecem, embora a degeneração propriamente dita comece muito anos (e até décadas) antes.

RISCO NA VIDA SEDENTÁRIA

Outra pesquisa, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, aponta que a forma como os adultos acima de 60 anos gastam seu tempo sedentário – aquilo que fazem quando estão sentados, por exemplo – faz diferença até nas chances que eles têm de desenvolver demência. Aqueles cujo tempo sedentário é gasto majoritariamente assistindo à televisão têm um risco 24% maior de desenvolver demência, enquanto os que optam pelo computador têm 15% de risco reduzido. Os pesquisadores explicaram que assistir à televisão é uma atividade considerada cognitiva passiva, durante a qual é necessário pensar pouco.

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