OUTROS OLHARES

INTIMIDADE VIOLADA

A cada dois dias, um caso de foto ou vídeo de nudez feito sem consentimento chega à polícia

No início da tarde de 19 de fevereiro deste ano, Rosileide Rodrigues do Nascimento, de 54 anos, escolhia uma calça jeans para comprar em uma loja de um shopping na Zona Norte do Rio. Como filho, de 11 anos, entrou no provador com uma das peças e começou a experimentá-la. Ao se olhar no espelho, notou a mão de uma pessoa, com aparelho de celular em punho, fazendo uma gravação. Ela se tornava alvo de uma violação de privacidade que tem se tornado mais frequente. Assim como a dona de casa, a cada dois dias, uma pessoa tem uma foto ou vídeo, com cena de nudez, de ato sexual ou libidinoso, de caráter íntimo e privado, produzida sem sua autorização.

Levantamento feito nos registros de ocorrência da Polícia Civil mostra que, entre 1º de janeiro e 15 de outubro deste ano, 136 pessoas procuraram delegacias (67 na capital, 53 no interior e 16 na Baixada Fluminense) para denunciar que foram vítimas do que o Código Penal prevê no artigo 216-B. Desde 2018,o dispositivo estabelece que é crime produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, esse tipo de conteúdo sem o devido consentimento. Ao longo de todo o ano passado, tinham sido 194 casos.

“Nunca vou me esquecer do constrangimento e da vergonha que senti quando percebi que um homem me filmava ao trocar de roupa, do lado do meu filho. Fiquei péssima, ainda mais por pensar o que ele poderia fazer com esse material, inclusive divulgar nas redes sociais. Também sofro só de pensar na quantidade de vítimas que ele já pode ter feito ou que deve continuar fazendo”, desabafa Rosileide.

Há três semanas, a dentista Laíris Aguiar, de 25 anos, foi vítima do mesmo crime. Quando deixava a Praia de Ipanema, na Zona Sul, parou em um posto de gasolina da Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, para abastecer o carro. Antes de seguir com o marido e um casal de amigos para São João de Meriti, na Baixada, resolveu ir ao banheiro. Ao utilizar o vaso sanitário, viu que era filmada por um celular colocado em um vão na parede. Levado para 14ª DP (Leblon), um frentista do estabelecimento confessou ter colocado o aparelho no local.

“A pena prevista para esse tipo penal é baixa: detenção de seis meses a um ano, o que enquadra essa infração como de menor potencial ofensivo. Nestes casos, o autor assina um termo circunstanciado, e o inquérito passa a tramitar no Juizado Especial Criminal, que, em linhas gerais, busca, com rapidez e informalidade, a reparação do dano sofrido pela vítima, a transação penal, a suspensão condicional do processo e, em último caso, uma possível condenação’, explica a delegada Camila Lourenço, assistente da 14ª DP e responsável pelo flagrante.

Na mesma região, a estudante X., de 24 anos, procurou a 13ª DP (Ipanema) após terminar o namoro de quatro meses com um empresário, de 43 anos. Na delegacia, a jovem contou que, durante o relacionamento, o homem tinha comportamentos ciumentos, possessivos e fiscalizadores, controlando, inclusive, suas senhas do celular e de computador. Quando a jovem tentou se afastar, soube que o empresário tinha armazenado no telefone dele fotos íntimas e vídeos de sexo entre os dois feitos sem consentimento.

CRIMES INFORMÁTICOS

Em seu relatório de vida pregressa, o empresário, que acumula 15 anotações por crimes como dano, furto e constrangimento ilegal, ainda exibe registros por difamação, calúnia, injúria e lesão corporal contra outras mulheres. Em uma das ocorrências, feita na 16ª DP (Barra da Tijuca), em 9 de novembro de 2020, uma garota de programa, de 25 anos, afirma ter sido filmada com os seios desnudos em um motel da Estrada da Barra da Tijuca. Após agendar o serviço sexual por um site, ele teria se escondido atrás da porta do banheiro do quarto com o telefone celular.

“As vítimas dessa modalidade criminosa não devem ficar envergonhadas em denunciar os casos nas delegacias. Trata-se de uma séria violação à dignidade, à honra e à imagem da pessoa. Por isso, não pode ficar impune. A confecção do registro de ocorrência é necessária para o início das investigações. Impede ainda a prática reiterada, evitando novas vítimas. Entendemos que, além da produção dessas imagens sem o devido consentimento, há também o risco de divulgação delas na internet, representando um novo crime e, sem dúvidas, gera danos também irreparáveis”, diz o delegado Felipe Santoro, titular da 13ªDP, que indiciou o empresário pelo crime de registro não autorizado da intimidade sexual contra a estudante.

Ao explicar o outro crime da divulgação das fotos, o delegado se referiu à Lei 12.737, de 2012, que ficou conhecida como Lei Carolina Dickmann. Naquele ano, a atriz teve fotos íntimas que estavam em seu computador pessoal reproduzidas na internet por um homem que a chantageou. O caso tipificou os chamados crimes informáticos.

INSTRUMENTO DE AMEAÇAS

Em outro caso, também na Zona Sul do Rio, um servidor público, de 24 anos, registrou na 10ªDP (Botafogo) ter sido filmado enquanto tomava banho no vestiário de uma academia, na Rua Bambina. Já uma empresária, de 28, conta ter sido ser vítima desse crime por parte do ex- companheiro, com quem dividia, desde 2015, uma casa na Rocinha. Ao terminar o relacionamento, ela procurou a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) do Centro para relatar que um amigo do empresário a procurou para contar que o homem havia feito imagens íntimas dela e as divulgaria para, segundo ele, “destruir sua reputação”.

“Fiquei bastante tempo do lado dessa pessoa, convivendo com uma rotina infernal de agressões, tentativas de homicídio, cárcere privado, além de chantagens emocionais. Demorei até decidir colocar um ponto final na relação. Mas, ainda assim, não estou tendo paz. Ele já me ameaçou diversas vezes, inclusive sobre os vídeos que fez sem o meu consentimento, alegando até que em alguns momentos das filmagens eu olho na direção da câmera”, conta a jovem.

Professor de Direito Penal da PUC-Rio, o advogado Sergio Chastinet explica que o artigo 216-B foi inserido no Código Penal após a publicação da Lei 13.772, que entrou em vigor em 19 de dezembro de 2018. Naquela ocasião, um casal alugou um apartamento no litoral de São Paulo e, após se instalar, percebeu uma pequena luz atrás do espelho em um dos quartos. Ao vistoriarem o local, eles encontraram uma câmera instalada e, logo em seguida, receberam uma ligação do proprietário do imóvel, indicando que as imagens estavam sendo transmitidas em tempo real.

“O sentido geral dessa reforma na disciplina dos crimes sexuais é adequá-la à nova realidade social, com acesso facilitado à rede de computadores e divulgação de imagens. Anteriormente, havia a possibilidade de punir essas condutas se configurassem crimes contra a honra ou pedofilia, mas não havia a incriminação direta à exposição não autorizada da intimidade sexual de uma pessoa maior de 18 anos. Agora, quem for vítima deste tipo de conduta, atualmente muito utilizada como instrumento de vingança entre ex-namorados rancorosos, poderá reportá-la às autoridades e dar início a uma investigação criminal”, afirma o advogado.

GESTÃO E CARREIRA

FUNCIONÁRIOS NÃO QUEREM SER LÍDERES: O QUE FAZER?

Pelo senso comum, podemos achar que todo e qualquer funcionário tenha como o principal objetivo tornar-se líder um dia. Seja pelo reconhecimento de seus superiores, ou pelo aumento na remuneração, mas a realidade pode estar bem longe disso. Foi o que identificou um estudo da consultoria Robert Half em parceria com o Insper.

A conclusão partiu das respostas de 587 profissionais de diferentes empresas, no ano passado, e que indicou que há duas grandes preocupações por parte deles: a falta de competências técnicas para se tornar líder, ou o receio de não conseguir equilibrar bem a vida pessoal e profissional.

Apesar dessa pesquisa ser recente, o movimento não acontece de hoje. A revista Harvard Business Review, em 2014, divulgou resultados bastante semelhantes, com uma pesquisa nos Estados Unidos, que mostrou que de mais de 3 mil profissionais – em cargos diversos – 34% almejavam cargos de liderança, e apenas 7% gostariam de alcançar uma posição C-Level.

No entanto, é preciso lembrar que, atualmente, passamos pelo contexto da pandemia e as relações de trabalho foram bastante afetadas, sobretudo pelo home office em meio ao isolamento social e inúmeras outras inseguranças que a Covid-19 impôs. Tanto é que, nesse ano, a OMS passou a considerar a Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional. Às empresas, cabe o papel de entender o momento de seus colaboradores e, mais do que isso, oferecer a eles ferramentas para lidar com as questões que mais lhe afligem.

Muitas delas, inclusive multinacionais, já entendem o coaching como um importante suporte nesse momento e, por isso, implementam programas para líderes promovidos à primeira gestão, ou seja, profissionais que deixam de atuar no segmento operacional e precisam adotar um olhar mais estratégico, além do desafio de gerenciar pessoas que, em alguns casos, é algo distante da realidade desses colaboradores.

Nessa transição de cadeira, o coaching vai atuar principalmente como facilitador do autoconhecimento e buscar a entender o que está por trás desse desejo de não ser líder, ou quais as competências que precisarão ser desenvolvidas para atuar nessa nova função. O que vai definir o sucesso dessa transição, sem dúvida, é a concordância de ambos os lados, alinhamento de expectativas e uma estrutura sólida.

Isso para que o colaborador se sinta seguro nessas movimentações, seja para dar  passos em  direção à liderança, ou até mesmo no desenvolvimento da carreira em Y, que consiste na ampliação de opções – promoção para a gestão, ou aprofundamento de habilidades técnicas do colaborador – o que permite autonomia para que o funcionário defina os próximos passos na trajetória profissional e, em contrapartida, desempenhe o trabalho com mais eficiência, ao entregar ainda mais resultados para a instituição.

CÂNDIDA SEMENSATO – É coach executiva e de carreira e atual presidente da International Coaching Federation Capítulo Brasil (ICF Brasil).

EU ACHO …

HOMENS TAMBÉM PODEM SER FELIZES SEM SEXO

Por que tantos homens e mulheres estão se libertando do modelo machista de sexualidade?

Na semana passada, o ator Stepan Nercessian, de 68 anos, revelou que não faz mais sexo com a esposa, de 61, com quem é casado há 35 anos:

“Dá muito trabalho, tem que tomar banho, se preparar. Parei com isso já faz tempo. Um quer, outro não quer, dá briga… Um dos motivos que o casal se separa é por não querer mais fazer sexo. Estou nessa fase há muito tempo. Não tem mais.”

Sei que vou provocar algum desconforto ao contar que boa parte das mulheres que tenho pesquisado – e também dos homens – não tem tanto prazer e interesse no sexo. Muitos me revelaram que o sexo deixou de ser uma prioridade em seus casamentos e que descobriram novos prazeres na maturidade. Mais velhos, eles se sentem mais livres para escolher como usar o tempo com atividades e projetos que consideram mais significativos e gratificantes.

Há uma inversão interessante, como mostrei no livro “A Invenção de uma Bela Velhice”. Para alguns homens, um novo prazer é ser “dono de casa”, principalmente para aqueles que passaram grande parte da vida mergulhados no mundo do trabalho. Quando se aposentam, querem ter mais tempo com a esposa, filhos e netos. Desejam desfrutar do mundo da família e da casa de que não puderam usufruir antes, pois se dedicaram quase que exclusivamente ao trabalho.

Já as mulheres querem ter mais tempo para sair com as amigas, fazer cursos, ir ao cinema e teatro, viajar, passear, rir e conversar. Querem ter mais tempo para cuidar de si mesmas, pois passaram a vida inteira cuidando dos outros. Preferem saborear o mundo da liberdade e da amizade que não puderam aproveitar quando mais jovens, já que se dedicaram prioritariamente ao mundo da família e da casa.

Para uma arquiteta de 56 anos, a aposentadoria sexual veio junto com a menopausa: “Eu tive uma vida sexual gostosa até a menopausa. Mas, infelizmente, o tesão acabou. Amo meu marido, temos um casamento maravilhoso, mas não tenho mais vontade de transar com ninguém, nem com ele, nem com o Chico Buarque, nem com o George Clooney. Sou cobrada pelas minhas amigas por ter me aposentado do sexo. Elas vivem me atormentando dizendo que meu marido vai me trair com alguma periguete, mas não sabem que ele também se aposentou do sexo. Como disse minha musa Rita Lee: “velho não quer trepar!”.

“Homens também podem ser felizes sem sexo”, declarou enfaticamente seu marido, um professor de 69 anos:

“Até a menopausa da minha mulher, nós transávamos duas ou três vezes por semana. Quando a menopausa chegou, nos aposentamos do sexo. Somos muito felizes juntos, somos amigos e companheiros, cuidamos um do outro, respeitamos o tempo e o espaço de cada um, namoramos, dançamos, vemos filmes e séries, viajamos, caminhamos na areia da praia de mãos dadas, fazemos massagem, brincamos e damos muita risada. A verdade é que o sexo não faz tanta falta. Porque não podemos gozar com os outros prazeres e alegrias da vida?”

“O machismo é uma prisão massacrante também para os homens”, afirmou:

“Os preconceitos e as pressões sociais são tão massacrantes que os homens não assumem que se aposentaram do sexo com medo de não corresponderem ao modelo machista de sexualidade. Somos obrigados a ter uma performance sexual potente e frequente, inclusive em momentos de doença, crise, depressão, exaustão e estresse. Diferentemente das mulheres, nós sofremos calados por vergonha e medo do estigma de não ser um ‘homem de verdade’. Um homem de verdade não pode chorar, não pode brochar e não pode se aposentar do sexo. Daí enche a cara, toma Viagra e antidepressivo, porque o homem de verdade não existe, é só um mito machista.”

Apesar de reconhecer alguns avanços dos comportamentos masculinos, o professor admitiu que o machismo não morreu:

“Meus amigos me xingam de velho brocha, cagão, corno, viado e boiola. Eles não entendem por que não tomo Viagra. Estão tão brochas quanto eu, mas são machistas e têm vergonha de assumir. Não tenho vergonha de admitir: homens também podem ser felizes sem sexo. É uma grande libertação.”

Parece que agora até os homens estão perdendo a vergonha de assumir que “velho não quer trepar”. Ou, ao menos, que nem todos querem. É (ou não é) uma grande libertação?

MIRIAN GOLDENBERG – É antropóloga e professora da universidade Federal do rio de Janeiro, é autora de ‘a invenção de uma bela velhice’

ESTAR BEM

MENOS É MAIS

Chamado de naturalização facial, novo conjunto de procedimentos estéticos promete resultados mais suaves do que os da harmonização facial

Foi na altura dos 30 anos que a atriz Monique Alfradique, hoje com 36, começou a cuidar melhor da pele, aderiu à rotina diária de proteção solar, lançou mão de um bom hidratante e deu chance ao uso recorrente da vitamina C. Aos 34, fez o primeiro procedimento estético, com o chamado laser “fotona”, sugerido para turbinar a produção de colágeno. Nos últimos meses, Monique foi além e apostou em uma nova técnica de tratamento global do rosto: a naturalização. “Decidi fazer para melhorara textura da face e a flacidez. Foi bem tranquilo e de imediato já notei resultados”, diz a atriz. “Venho de uma família de mulheres muito vaidosas. Minha avó passa maquiagem todos os dias, mas não dorme sem seu skincare. Então cresci vendo as duas (ela e minha mãe) cuidarem bastante da pele”, justifica.

A técnica, comenta o dermatologista responsável pelos cuidados do rosto da atriz, Alessandro Alarcão, consiste em realizar procedimentos em série na face: lasers, ultrassom, radiofrequência, fios de sustentação (em alguns casos) e aplicação de ácido hialurônico e toxina botulínica. A modalidade recém- lançada – dizem seus criadores, entre os quais Alarcão faz parte – é uma resposta à harmonização facial: nome que se dá aos preenchimentos que exterminam linhas de expressão e rugas, mas também criam novas proporções ao rosto, promovendo traços mais brutos sobretudo no nariz, na mandíbula, nas bochechas e nos lábios.

“A naturalização consiste em associações de tratamentos e tecnologias, a ideia é estimular a produção de colágeno em combinação com injetáveis (utilizados na harmonização facial), caso do ácido hialurônico. O foco está em fortalecer os ligamentos da face. Com a idade, alguns ligamentos ficam frouxos, o que ocasiona a flacidez”, afirma Alarcão. “A ideia é reestruturar a face por meio desses ligamentos, com ácido hialurônico. Usamos 2 mililitros de produto, enquanto a harmonização pode chegar a usar 15”, explica o especialista, que atende em Goiânia, SP e na clínica de Juliana Neiva, no Rio.

A modalidade deve ser feita por dermatologistas ou cirurgiões plásticos, justamente pela união de métodos de intervenções usados de maneira sistemática. Em oposição aos preenchimentos da harmonização que usam somente aplicação de toxinas, e normalmente são realizados por dentistas, biomédicos e outros profissionais.

A meta da naturalização é conter os efeitos do envelhecimento na face, mas sem tentar mudar proporções de nariz, boca e bochechas. “Um exemplo interessante é um lábio que tem efeitos da flacidez. Se há o preenchimento dessa boca flácida, há a projeção do tecido, o que cria uma aparência artificial, de bico. Outro tratamento possível, e melhor, é estimular os ligamentos ao redor da boca para que voltem a uma posição mais projetada para fora” diz Alarcão. Nesse caso, os fluídos preenchedores serão utilizados para refinamento do visual final, como arremate. O procedimento dura por volta de um ano — prazo em que se orienta repetir as aplicações.

A nova modalidade de procedimento surge nos braços de uma tendência que varre as redes sociais, a maquiagem e o mundo da estética: a busca por naturalidade. Há, por exemplo, o lançamento do “BeReal”, uma rede social, cujo aplicativo foi baixado mais de 53 milhões de vezes em todo o mundo. A sacada no programa de celular é que não há filtros para alterar os aspectos da imagem e da tez.

Na mesma toada, cresce nos consultórios o número de pessoas interessadas em retirar preenchimentos anteriores, com a intenção de conseguir um rosto mais próximo ao que era naturalmente.

Além de buscar um procedimento estético nos casos indicados, porém, é importante ressaltar que a busca por uma pele com mais saúde passa também pelo uso constante de filtro solar, alimentação balanceada e produtos que não agridam a chamada microbiota – camada de microrganismos responsáveis pela proteção da superfície da pele.

“Na naturalização ainda há a paralisia das rugas de expressão, mas com cautela para a pessoa não ficar com o aspecto de rosto congelado. Funciona para quem procura o rejuvenescimento”, diz o dermatologista Carlos Roberto Antônio, colega de Alarcão, co-responsável pelo desenvolvimento da nova modalidade, apresentada para 120 dermatologistas e cirurgiões plásticos em São Paulo, na semana passada.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

FOME FORA DE HORA TRAZ PREJUÍZOS À SAÚDE

Pessoas que “assaltam a geladeira” à noite podem sofrer com a Síndrome do Comer Noturno

Pessoas que costumam sentir fome mesmo depois do jantar e querem devorar de tudo um pouco podem sofrer com uma patologia chamada de Síndrome do Comer Noturno (SCN), um distúrbio que está descrito junto a outros transtornos alimentares no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Psiquiátrica Americana.

Segundo a nutricionista Fernanda Uliana, nessa síndrome há um atraso na ingestão alimentar conforme o ciclo circadiano (conhecido como relógio biológico), com ausência de fome pela manhã e alto consumo de alimentos após o jantar. Neste caso, o consumo noturno é maior do que 25% da ingestão de calorias totais diárias, acordando ou não na madrugada para se alimentar, pelo menos duas vezes na semana. Outros sintomas da síndrome são comportamentos alimentares alterados, como a alimentação emocional ou dependência alimentar, além de distúrbios do humor e do sono.

“A pessoa tem consciência das ingestões noturnas e isso lhe causa sofrimento significativo (sentimento de culpa, vergonha e/ou medo do ganho de peso), e/ou prejuízo funcional (sonolência diurna, cansaço) por pelo menos três meses”, diz Fernanda.

A síndrome normalmente acomete pessoas com sobrepeso ou obesidade, alto estresse, que podem ter humor deprimido (ou piora do humor com a progressão do dia), baixa autoestima, e afeta igualmente homens e mulheres, de todas as etnias e faixas etárias. “Estresse psicológico, traumas, predisposição genética, baixo nível de serotonina, níveis elevados de glicemia e insulina são alguns fatores de risco para desenvolver a Síndrome do Comer Noturno”, aponta.

De acordo com o endocrinologista Gilberto Neves, o quadro deve ser diferenciado dos comedores noturnos compulsivos, em que as quantidades ingeridas de comida são muito grandes, enquanto os portadores da Síndrome da Fome Noturna não costumam ingerir mais de 280 calorias em cada despertar noturno. Também é diferente do distúrbio alimentar relacionado ao sono e ao sonambulismo, caracterizado pela ingestão de alimentos não apetitosos e falta de memória das refeições noturnas na manhã seguinte.

No caso da Síndrome da Fome Noturna, as refeições são totalmente conscientes, e o paciente se lembra perfeitamente delas na manhã seguinte.

Segundo o médico, a Síndrome da Fome Noturna afeta de 1,5% até 5,7% da população geral em diversos estudos, que também mostram relação dos afetados pela síndrome com humor deprimido. O quadro se relaciona com obesidade, embora muitos pacientes não apresentassem excesso de peso antes da instalação. “A causa mais aceita pela comunidade científica é a alteração no ritmo de libertação dos neurotransmissores nas diversas regiões cerebrais. É preciso procurar ajuda médica assim que os primeiros sintomas forem percebidos para tratamento da depressão, prevenção da obesidade e de todos os efeitos deletérios que os distúrbios do sono provocam”, alerta.

TER UMA ROTINA ALIMENTAR É FUNDAMENTAL

Segundo o endocrinologista Gilberto Neves, o tratamento mais efetivo é feito com serotoninérgicos. “A serotonina é um neurotransmissor altamente relacionado com mecanismos de fome e saciedade, embora estudos experimentais tenham testado drogas ansiolíticas e anticonvulsivantes para o tratamento da síndrome”, afirma.

A nutricionista Fernanda Uliana explica que para driblar a fome noturna, primeiramente é necessário alinhar o ritmo circadiano, uma espécie de  relógio  biológico. Ela ressalta que manter uma alimentação saudável e planejada durante o dia, sem pular refeições, e que atenda às necessidades nutricionais, ajuda a diminuir o “comer compensatório” à noite, quando normalmente as pessoas desaceleram da rotina.

“Quando fazemos refeições tarde da noite (quando o corpo deveria descansar), ou não temos regularidade nos horários para as refeições, ou trocamos o dia pela noite (com menor duração e qualidade do sono), vamos gradativamente desregulando o nosso ritmo circadiano, e descontrolando os hormônios de fome e saciedade, entre outras alterações metabólicas. Portanto, ter uma rotina com horários para se alimentar e dormir, é o primeiro passo para regulara fome”, orienta.

EVITE GATILHOS

Conforme esclarece a nutnc1onista Fernanda Uliana, longos períodos em jejum podem despertar a compulsão alimentar em pessoas com pré-disposição ao distúrbio. “É importante observar o comportamento do seu corpo com a prática do jejum, que é muito comum atualmente. Pessoas que possuem transtornos alimentares como a Síndrome do Comer Noturno (SCN) ou Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica(TCAP) têm mais dificuldade para controlar a ingestão de alimentos após longas horas de jejum ou restrição calórica. Evitar o jejum prolongado ou restrição calórica severa pode diminuir o comer noturno”, diz.

Para a nutricionista Alice Regatieri, muitas pessoas deixam de tomar um café da manhã completo alegando falta de tempo ou de fome, no entanto, essa refeição ajuda na manutenção do peso ideal e estabelece o equilíbrio do apetite ao longo do dia, permitindo uma dieta balanceada. “Pessoas que ‘pulam’ o café da manhã ou fazem dietas muito restritivas, tendem a consumir maior quantidade de alimentos durante o período noturno, pois o corpo necessita de nutrientes para recuperação do organismo. Por não saber identificar essa necessidade, o indivíduo consome alimentos calóricos a fim de suprir essa falta energética”, acrescenta.

Com relação ao jantar, ele deve ser uma refeição leve para não atrapalhar o sono, e que promova saciedade para evitar os ” beliscos” logo depois ou até mesmo de madrugada “Alimentos ricos em proteína e fibras são indicados, como carnes brancas, ovos, queijos, leguminosas (como opção de proteína para os veganos), verduras e legumes crus ou cozidos, raízes ou cereais integrais. Grande volume de alimentos, carne vermelha, frituras, alimentos gordurosos ou muito condimentados podem levar mais tempo para serem digeridos e prejudicar o sono, portanto, devem ser evitados”, alerta Fernanda Uliana.

CAUSAS

De acordo com a psicóloga Silmara Batista Brizoti, as causas da Síndrome do Comer Noturno são pouco conhecidas, mas podem estar relacionadas a diversos fatores como inconsistência do sono, desajustes hormonais, privação de uma alimentação equilibrada e pré-disposição genética, mas se reconhece que as causas mais frequentes são o estresse, a ansiedade e a relação simbólica estabelecida culturalmente com a comida

“Vimos ao longo dos tempos, a comida ser associada à afetividade. Deste modo, em momentos de angústias ou ansiedades, se busca o acalanto nos alimentos, como se o que fosse sendo ingerido, pudesse preencher o vazio angustiante sentido, daí o comer compulsivo ocorre como busca de aplacar a dor emocional mas que na maioria das vezes, o indivíduo não se dá conta deste funcionamento, tão pouco sabe como lidar com tal dinâmica”, destaca Silmara.

GANHO DE PESO E COMPROMETIMENTO PSICOLÓGICO SÃO CONSEQUÊNCIAS

A Síndrome do Comer Noturno pode levar ao ganho de peso, com desenvolvimento ou agravamento de diabetes, hipertensão e outros problemas relacionados ao excesso de peso e má alimentação, além, claro, do comprometimento psicológico. “É importante que a pessoa com essa síndrome, ou suspeita da mesma, tenha acompanhamento psiquiátrico para avaliar a presença e gravidade da síndrome, monitorar o uso de medicamentos se for necessário, além do acompanhamento nutricional e psicológico. Outros profissionais podem contribuir no tratamento, como educador físico e terapeutas, “destaca a nutricionista Fernanda Uliana.

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