OUTROS OLHARES

O TAMANHO DA VAIDADE

Falta de padrão da numeração das roupas escancara truques da indústria da moda que prejudicam autoestima feminina e aumentam as vendas e a gordofobia

De frente para um grande espelho, no provador com luz âmbar e música ambiente da sua loja favorita, a vendedora lhe oferece uma calça um ou dois números menores. A peça serve, deixa sua silhueta definida e você, surpresa com a situação, fica feliz por ter a peça na hora e compra. Embora fictícia, a cena tem sido cada vez mais frequente e escancara uma questão que as mulheres vêm percebendo ao longo dos anos: as etiquetas não são apenas irregulares, sem padrão definido. Elas andam “encolhendo” para “seduzir” as consumidoras. “Esse truque não é novo. Nós somos conscientes do nosso tamanho e qual é ele nas marcas e lojas onde compramos”, diz a stylist Manu Carvalho. “Mas existe aquela ilusão momentânea e acompanho isso com as minhas clientes. Um dia, uma delas falou: ‘Nossa, essa roupa é 38, e eu não sou 38!’. Ela vibrava, empolgada. O mesmo acontece com quem veste tamanhos maiores e se vê usando uma peça que não é de uma loja plus size. Essa emoção mexe com todas, independentemente do manequim”, completa a também consultora de moda.

A técnica, como diz Manu, tem nome: vanity sizing, ou tamanho da vaidade. “Importada” dos Estados Unidos, é uma maneira de “melhorar” a autoestima da consumidora fazendo com que ela se sinta mais magra ao provar uma roupa e, consequentemente, compre mais. “É muito comum também a vendedora falar, ‘vou pegar o tamanho 40, porque essa coleção veio menor. Ou, 36, porque essa está maior’. Outro ponto são as estéticas de cada coleção: você pode ter peças mais sequinhas e outras oversized. E isso também vai interferir no tamanho de cada pessoa. É muito difícil, quase impossível regulamentar isso. Se um dia for regulamentado, pode ter certeza que, no próximo, já vai ter alguém fazendo algo por fora”, analisa ela.

Na verdade, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) emitiu uma norma no fim do ano passado em que padroniza o tamanho das roupas, oferecendo novos referenciais de medidas para as marcas com base em dois tipos de corpos que, segundo a associação, são mais frequentemente observados nas brasileiras: “retângulo” e “colher”. Enquanto no primeiro, as medidas do busto e do quadril são parecidas e a cintura não é bem marcada, no segundo, as laterais são mais arredondadas e o quadril é maior que o tórax. “Ainda é uma coisa muito recente, essa norma tem menos de um ano e está sendo discutida. Quem ajudou a fazer o escaneamento dos corpos e medidas foi uma grande varejista, então, acredito que fatalmente outras redes devem ir na onda, senão, vão ficar para trás. O público pede essa inclusão”, diz a ativista e empresária paulista Flávia Durante.

Para ela, mais do que ilusão ou apenas uma tática das lojas para alimentar o consumo, a prática escancara a gordofobia e o fato de que a moda, apesar das recentes tentativas de inclusão com corpos diversos nas passarelas e campanhas, sempre prezou pelo biotipo magro. “Começaram a diminuir os tamanhos das roupas para que as pessoas, principalmente mulheres, se sentissem melhor, como se vestir um tamanho maior fosse algo desabonador ou ruim”, diz ela, que é criadora da Pop Plus, maior feira de moda plus size da América Latina. Flávia também critica o resgate da moda Y2K, que tem como um dos seus maiores símbolos a calça de cintura baixa. “Tem se falado muito sobre essa volta da magreza dos anos 2000, só que na verdade ela nunca deixou de ser valorizada. A gente, que é da militância gorda, sempre sofreu com a gordofobia, essa pressão estética nunca deixou de existir”. As mulheres ditas mid size, que usam entre 42 e 46, também não são contempladas pelas marcas tradicionais. “Elas não aumentam suas grades, e são as roupas plus size que estão diminuindo seus tamanhos para incluir essas mulheres. Está tudo errado. O ideal seria que todas as marcas fossem all sizes”, lamenta ela.

Filha da atriz Flávia Alessandra, a também atriz Giulia Costa, de 22 anos, fez um desabafo recente em suas redes sociais sobre o assunto. No período pós-pandemia seu corpo mudou, e Giulia começou a se sentir desconfortável ao entrar em lojas e experimentar roupas. “Percebi que o que eu vestia antes não estava mais cabendo em mim. Então, passei a comprar algumas calças tamanho 42 e 44. Não que isso seja um problema, mas se eu, que sou considerada uma menina magra e até dentro de um certo padrão, estou vestindo esse manequim, quem já vestia antes esses tamanhos, está usando o quê? Quem se encaixa nos tamanhos que temos hoje? Uma minoria”, questiona.

Ao jogar luz sobre a questão dos tamanhos das roupas, Giulia percebeu que não estava sozinha e recebeu muito apoio. “Entendi que, antes, eu não percebia que existia essa pressão (pelo corpo ideal) ou achava que era algo natural. Tenho uma mãe que é supervaidosa, e não falo isso de forma negativa, mas as pessoas lidam com o corpo e a comida de forma diferente. Dos 15 aos 18 anos, não tinha noção de que havia outra opção, que eu poderia ser de outra forma”, explica. “A gente sempre vai se achar fora do padrão, porque esse padrão, no fundo, não existe. A beleza é idealizada, inalcançável”, completa.

Construindo uma relação de paz com seu corpo, o que nem sempre foi uma tarefa fácil, a atriz Luana Xavier, de 35 anos, explica que antigamente justificava o seu não interesse pela moda por não ter suas necessidades atendidas. Porém, hoje, faz questão de usar marcas que produzem um vestuário mais inclusivo. “Fui pesquisar um pouco mais sobrea questão das modelagens e entendi que o padrão quer fingir que os corpos gordos não existem. Antigamente, eu vestia um tamanho 48, mas hoje parece que esse 48 virou 42 e ele segue sendo 48”, lamenta. Luana ressalta também que a situação piora quando há o recorte de classe. “Quando falamos de mulheres com menos grana, isso se complica. Porque elas não têm o direito nem de sonhar em usar uma roupa bacana”, completa.

Há mais de 30 anos fazendo uma moda praia chique e democrática, que contempla do PP ao GG, a estilista Lenny Niemeyer conta que o tamanho de suas peças sempre foi o mesmo. E que o vanity sizing é, sem dúvida, uma estratégia preconceituosa e sem espaço em sua grife. “Acho que as pessoas, na verdade, nunca gostam de achar que são G ou GG, mas isso vem mudando com a aceitação maior dos corpos. Eu nunca troquei o tamanho das minhas etiquetas. Quem usa meu M, vai usar sempre o M. Simular que a pessoa está mais magra é uma enganação”, explica. O que Lenny fez ao longo do tempo foi apenas descasar a venda de sutiãs e calcinhas de biquíni, para contemplar mulheres que podem ter, por exemplo, peito ou quadril maiores. “O corpo da brasileira é muito variado. Quando a gente cria a peça, temos modelos de prova, que no meu caso, são pessoas que trabalham comigo. Às vezes a mulher é magra embaixo ou tem um peito maior, então, existe essa facilidade”.

Ainda que por alguns minutos, aqueles do momento da compra, possa ser incrível levar para casa uma peça de tamanho menor, os efeitos para a autoestima não vão se manter a longo prazo. Presidente da Associação Brasil Plus Size, criada há seis anos para reunir dados e gerar inteligência de mercado, Marcela Liz acredita, assim como Lenny, que as mulheres foram condicionadas a não querer usar números maiores. E a solução para fazer as pazes com o armário e o próprio corpo vem do autoconhecimento.

“A indústria se apropria do desejo feminino de usar número menores. É preciso se olhar com consciência do seu tamanho, sem se envergonhar disso”, finaliza.

GESTÃO E CARREIRA

A PROFISSÃO DE TECH RECRUITER É A QUE ESTÁ EM ALTA

Uma recente pesquisa, conduzida pelo LinkedIn Economic Graphic, baseada em milhões de vagas via a plataforma de 2017 a 2021, ajudou a elencar quais os dez empregos em alta neste ano.

Para surpresas de muitos, a primeira colocação ficou com a posição de Tech Recruiter, profissional que exerce uma função muito importante dentro de empresas de tecnologia: selecionar os melhores candidatos para as vagas de TI, especialmente desenvolvedores, e garantir maior assertividade na hora de realizar o match entre candidato e empresa.

“Nos últimos anos, a demanda por profissionais de tecnologia, ainda mais de desenvolvedores e programadores, se tornou voraz. Com o aumento das oportunidades, esse mercado acabou se inflacionando, os salários aumentaram e a troca de emprego muito maior, o que acaba sendo oneroso para as empresas, já que a circulação deste tipo de funcionário acaba sendo muito grande”, explica Frederico Sieck, CEO da Koud, especializada em Alocação de Profissionais & Hunting, Sieck explica que a pesquisa do LinkedIn reflete mesmo o cenário de empregabilidade. Ter um Tech Recruiter capacitado para buscar desenvolvedores no mercado pode ser um divisor de águas para quem busca esse profissional.

Primeiro, porque o recruiter tem muito conhecimento na parte do negócio que essa empresa desenvolve, possuindo conhecimento técnico para explicar e deixar muito claro o que a vaga oferece, quais serão as responsabilidades do empregado, tarefas executadas e até mesmo o desenvolvimento de carreira.

Em contrapartida, ajuda a empresa a entender se os desenvolvedores têm capacidade técnica para a vaga. Na equipe de Tech Recruiters, por exemplo, um dos principais objetivos é encontrar profissionais que, além de técnicos, tenham o mesmo fit cultural com a empresa contratante, ou seja, estejam alinhados com os valores, forma e filosofia de trabalho, o que minimiza o risco de futuras frustrações com o alinhamento de expectativas. Isso leva a resultados muito mais assertivos no momento da contratação e redução no tempo de encontrar o profissional com match ideal. Um levantamento feito dentro da própria Koud com seus clientes aponta que o tempo de contratação de no- vos profissionais é 30% mais rápido e o turnover (quando profissionais  desistem da vaga depois de contratados) cai em até 40%.

Para se tornar um bom Tech Recruiter, por outro lado, há a exigência de se preparar bastante e estar sempre aprimorando os conhecimentos, já que o mercado exigirá cada vez mais profissionais completos que possam transitar entre a área do conhecimento técnico e também preparado para lidar com pessoas.

“Não adianta também o Tech Recruiter ser bom na parte técnica das vagas e não saber avaliar outros quesitos pessoais. Esse foi um dos grandes desafios aqui na Koud: desenvolver um processo de formação desse tipo de profissional que realmente une as expertises”, diz o CEO da empresa.

EU ACHO …

O MELHOR DO PIOR: SUCESSOS E FRACASSOS SÃO RELATIVOS!

“Confesso que até hoje só conheci dois sinônimos perfeitos: nunca e sempre.”

(Mario Quintana, Na volta da esquina)

Um dos bons conselhos na vida é “esperar o melhor temendo o fracasso, temer o pior procurando o melhor”. Não se trata de um mero jogo de palavras, mas de uma perspectiva relacionada à nossa capacidade de empreender uma ação que seja eficaz. Essa eficácia implica contar também com um nível de cautela durante a execução.

Esperar o melhor reside no campo do desejo. Temer o fracasso é estar atento aos potenciais riscos de uma ação. Quem espera o melhor e não teme o fracasso pode se sentir invulnerável. E esse é o modo mais direto de tornar-se vulnerável. Esse tipo de distração pode arruinar ideias que nasceram alvissareiras.

Por mais ímpeto realizador que se tenha, é sempre recomendável levar em conta que o pior que pode acontecer, de fato, pode acontecer. Por isso, é necessário ter essa hipótese no nosso horizonte. Isso não invalida o foco de sempre fazer o melhor.

Nesse  aspecto,  o  filósofo  holandês  Baruch  Espinosa  (1632-1677)  nos  faz um alerta especial. Em seu livro Ética, ele registra que “não há esperança sem medo,   nem   medo   sem   esperança”.   Na   primeira   parte   dessa   expressão, Espinosa constata a existência de um desejo de que algo aconteça, porém não descarta o temor de que aquilo que se almeja não se realize ou não se cumpra totalmente.    Mas,    ao    completar    a    sentença    com    “não    há    medo    sem esperança”,  o  filósofo  nos  lembra  que,  mesmo  que  a  situação  se  anuncie terrível,  ainda  existe  a  possibilidade  de  se  vislumbrar  uma  alternativa,  uma solução  para  aquela  dificuldade.  Feita  no  século  XVII,  essa  formulação  de Espinosa nos serve em vários momentos da vida.

Um exemplo que ilustra essa ideia foi a operação de resgate da nave Apollo 13, em 1970. Os três tripulantes da missão espacial (transformada em filme em 1995, dirigido por Ron Howard e estrelado por Tom Hanks) partiam para o terceiro pouso na Lua. Tudo parecia sob controle nas primeiras 55 horas de viagem. Até que um estampido foi ouvido, seguido de uma explosão. O módulo de comando estava danificado. A avaria ameaçava a sobrevivência dos três astronautas, comprometendo tanto o fornecimento de energia para a nave quanto o de água e oxigênio para os tripulantes. Outro fator de risco era o aumento do dióxido de carbono no interior do módulo lunar – projetado para duas pessoas e que, em decorrência das circunstâncias, precisou ser ocupado por três. Após a célebre frase “Houston, we’ve had a problem” [Houston, tivemos um problema], uma intensa força-tarefa foi montada pela Nasa, a agência espacial norte-americana. O plano inicial havia ido, literalmente, para o espaço. O pouso na superfície lunar precisava ser abortado e a missão naquele momento passou a ser o retorno da tripulação à Terra.

Durante quatro dias, foram tomadas medidas e feitas várias adaptações (como reduzir a temperatura da cabine para economizar energia) a fim de evitar um desastre. Nesse período, o melhor esperado esteve muito próximo de culminar com o pior desfecho, assim como a possibilidade de o pior se cumprir não paralisou os envolvidos naquela missão. Todas as tentativas foram feitas para superar as adversidades. Anos depois, o diretor de voo da Nasa à época, Eugene Kranz (interpretado por Ed Harris no filme), afirmou: “O maior erro não é tentar e falhar, mas não fazer o nosso melhor esforço naquilo que tentamos”.

Existem pessoas que, em diversas situações na vida, não cogitam a hipótese de algo ruim acontecer ou de serem afetadas por algum imprevisto. Algumas alegam que pensar em plano B retira o foco do plano A, ou que é perda de tempo e de energia se preocupar com algo que tem baixa probabilidade de ocorrer. A questão é que fenômenos com baixa probabilidade acontecem. E essa baixa probabilidade não necessariamente tem baixo impacto.

Não se trata de ser paranoico, agourento ou negativista; antecipar-se a eventuais problemas é, acima de tudo, uma forma de inteligência estratégica. É claro que uma pessoa impactada por um imprevisto tomará alguma decisão, mas não significa que será a melhor decisão, pois será tomada sob intensa pressão.

Pensar na possibilidade de o pior ocorrer não só auxilia a prevenção, como já deixa encaminhada uma possível solução, evitando fracassos, preparando sucessos.

De uns tempos para cá, ficaram em voga frases que dividem a humanidade em  dois  grupos.  Servem  para  qualquer  ideia  que  se  queira  passar.  “O  mundo se divide entre aqueles que pagam juros e aqueles que ganham com os juros.” “A humanidade se divide entre aqueles que estacionam na primeira vaga que aparece   e   aqueles   que   acreditam   que   haverá   outra   na   porta.”   Até   uma variação  muito  bem-humorada  do  escritor  pernambucano  Ariano  Suassuna (1927-2014):  “A  humanidade  se  divide  em  dois  grupos,  os  que  concordam comigo e os equivocados”.

Evidentemente, esse modo reducionista é usado para evidenciar contrastes, realçar a diferença entre os dois polos. Trata-se de um recurso de retórica que geralmente carrega um componente de humor.

Mas a complexidade da vida contempla muito mais nuances. Entre o claro e o escuro, existe uma extensa policromia. Isso vale também para o modo como definimos erro e acerto, fracasso e sucesso.

Como a vida é dinâmica, é mais interessante analisar sucesso e fracasso em perspectiva. O sucesso pode ser momentâneo. Quem o alcança pode se acomodar ou se distrair de tal modo, que aquele êxito passa a ser o passaporte para o fracasso. Empresas que nadavam de braçada em seus mercados de repente são engolidas porque outro modelo de negócio se sobrepôs naquele setor. Ou o jogador que se deslumbra com a notoriedade e perde o foco da sua condição atlética.

O  inverso  também  ocorre.  Alguns  fracassos  podem  ser  o  ponto  de  partida para  uma  empreitada  bem-sucedida.  Um  caso  emblemático  é  o  do  desenhista norte-americano  Walt  Disney  (1901-1966).  Após  passagens  por  agências  de publicidade,  Disney,  aos  20  anos,  montou  seu  próprio  estúdio  de  animação,  o Laugh-O-grams, na cidade de Kansas, no Missouri.

A habilidade com a gestão dos negócios estava longe da demonstrada com os traços. Após vários reveses, a empresa entrou em falência. Disney, no entanto, não desistiu. Decidiu recomeçar de outro modo na Califórnia. Uma noite, quando trabalhava sozinho ainda na antiga sede, percebeu a presença de ratos à procura de restos de comida nos cestos de lixo. Conseguiu engaiolar um deles, que veio a ser a inspiração para o personagem Mortimer Mouse, depois rebatizado Mickey Mouse, por sugestão de sua esposa Lilian Bounds. A continuidade da história, com a mudança da empresa para a Costa Oeste, é deveras conhecida.

Disney não se deixou abater pelo fracasso e esse foi um passo decisivo para que povoasse a imaginação de gerações com seus personagens. Aliás, o desenhista dizia: “Eu gosto do impossível, porque lá a concorrência é menor”.

Um exemplo do esporte brasileiro reforça a reflexão: a chamada geração de prata no vôlei perdeu a final olímpica de 1984 para os EUA por 3 x 0. Havia vencido o mesmo adversário na primeira fase por placar idêntico. Perder o ouro é fracasso? Depende. Vários daqueles que seriam campeões olímpicos em Barcelona oito anos depois se declararam diretamente inspirados pelos vice-campeões em Los Angeles. Sem contar a popularização do vôlei que os atletas prateados promoveram no país a partir dos anos 1980.

Do mesmo modo, a percepção de erros e acertos também é revestida de nuances. Um erro pode ser a senha de acesso ao acerto e vice-versa. Mas o nosso aprendizado vem daquilo que fazemos a partir deles, da maneira como lidamos com as nossas conquistas e com os nossos naufrágios.

O acerto em algumas situações pode nos servir de bússola, no sentido de sinalizar que aquele caminho é viável. Porém, o acerto de hoje não é garantia de decisões corretas no futuro. Por exemplo, uma empresa que consegue êxito comercial, mas não inova, corre sério risco de oferecer mais do mesmo para um mercado que muda, que é ávido por novidades. Uma escolha de investimentos que se mostre acertada hoje pode levar a prejuízos amanhã, conforme as oscilações do mercado financeiro. O acerto de hoje merece ser celebrado, contudo, não pode empanar a nossa visão em relação aos sinais à nossa volta.

Há erros que são irremovíveis, não se apagam da história. Imagine como se sentiram os executivos da gravadora Decca que, em 1962, após ouvir quinze canções, resolveram dispensar os Beatles, sob o argumento de que rock com guitarra não teria futuro.

Equívocos, como já dito, nos servem de aprendizado. A experiência muitas vezes minimiza o risco de erros, seja por vivências próprias ou por exemplos alheios.  Ainda  assim,  é  difícil  assegurar  que  não  repetiremos  erros  ou  que, mesmo   mais   experimentados,   não   cometeremos   novos   erros.   O   escritor francês   Marcel   Proust   (1871-1922),   autor   do   clássico   Em   busca   do   tempo perdido, alertava que “saber nem sempre permite evitar”. Novamente: somos humanos e, como tal, falíveis. Um craque perde pênalti. Um empresário bem- sucedido comete erros de avaliação em relação a novos projetos. Nem sempre temos o controle de todas as variáveis. Imprevistos acontecem.

O erro traz à tona a necessidade de elaborar, analisar, prevenir, antecipar- se, aprender a fazer melhor – e aprender, inclusive, a se perdoar, pois a intenção era de acertar. É diferente de quando se incide no erro por displicência, desatenção, teimosia ou descuido. Isso precisa ser evitado, pois seus efeitos podem custar caro.

Um  ponto  de  partida  interessante  para  refletir  sobre  o  erro  é  admitir  o erro.  Por  mais  que  fatores  intervenientes  tenham  gerado  o  mau  resultado, cabe    a    cada    um    refletir    sobre    sua    responsabilidade    naquele    evento. Fundamentalmente, por ser uma forma honrada de agir. O escritor e filósofo francês  Voltaire  (1694-1778)  registra  que  “os  homens  erram,  os  grandes homens  confessam  que  erraram”.  Existe  uma  dificuldade  em  admitir  o  erro, especialmente   em   ambientes   marcados   pela   competitividade.   No   mundo corporativo, por exemplo, ser visto como alguém que falhou pode representar uma  ameaça  à  carreira.  Não  só  em  relação  a  cargos  de  liderança,  em  que, muitas vezes, se espera atributos de um super-herói. Em qualquer camada da organização  pode  ter  o  “peixe  ensaboado”,  aquele  que  tenta  se  eximir  de qualquer  responsabilidade  pelos  maus  resultados.  Admitir  o  erro,  além  de uma questão de caráter, é uma atitude de elevação. Sinaliza um caminho para evoluir, ao mesmo passo que afasta o fantasma da arrogância.

Na complexidade do mundo contemporâneo, não cabe mais essa divisão de vencedores e derrotados. Esse recorte, além de reducionista, é empobrecedor da condição humana. Estamos em processo.

Seria mais saudável, em vários sentidos, inclusive no psíquico, que n nos víssemos como aprendizes em movimento.

ESTAR BEM

EXERCÍCIOS PARA TONIFICAR PODEM SER FEITOS NA CAMA

Realizar movimentos simples e curtos logo pela manhã, como abdominais, elevação de pernas e flexões, pode ajudar a gerar ativação muscular precoce e começar o dia com mais energia; mas é preciso regularidade

Sair da cama é um esforço, principalmente quando se trata de levantar para começar um longo dia de trabalho. Para muitas pessoas que não têm tempo de ir a uma academia ou praticar esportes, uma alternativa é ativar o corpo pela manhã com uma rotina de exercícios curta que pode ser feita no conforto da sua cama.

Apesar de toda a comodidade que essas atividades trazem, a médica especialista em medicina esportiva Julieta Alfonso faz um alerta: o mais adequado é sair da cama, se possível até trocar de cômodo.

“Embora possam ser feitas na cama assim que nos levantamos, é conveniente fazê-las no chão do quarto ou em outra parte da casa. Não é um treino de intensidade, mas traz benefícios para a saúde como melhora cardiorrespiratória, metabólica, óssea e muscular”, afirma.

A médica explica que essas vantagens são obtidas a curto, médio e longo prazo, mas para alcançá-las é preciso manter a regularidade e aumentar gradativamente a intensidade.

“O exercício é uma pílula que precisa ser mantida ao longo do tempo”, afirma Julieta Alfonso.

BENEFÍCIOS

Fazer exercícios simples e curtos pela manhã, como abdominais, elevação de pernas e flexões, ajuda a gerar ativação muscular precoce e começar o dia com mais energia.

Para se conscientizar da magnitude de sua importância, segundo o relatório Pinterest Predicts, da popular rede social Pinterest, rotinas de alto impacto serão substituídas por rotinas de baixo impacto enquanto o “flexercise” triunfa. Ou seja, uma forma de trabalhar o corpo por meio de movimentos suaves que podem ser feitos tranquilamente em casa e até na cama com rotinas que ajudam a tonificar os músculos.

O assunto “exercícios leves na cama” tem suscitado consultas na rede social, registando atualmente um aumento de 130%.

“Quero que as pessoas entendam que você não precisa correr uma maratona para ativar seu corpo. Acho que “exercício flexível” deve ser algo simples, não assustador”, diz a influenciadora de bem-estar Isabelle Dias na reportagem do Pinterest. Antes de realizar essa breve rotina, o treinador e professor de educação física Luciano Aguilera propõe alguns alongamentos para ativar as articulações e os músculos e avisar o corpo que a atividade física está prestes a começar.

De acordo com Aguilera, fazer esses exercícios é uma boa alternativa para quem não tem tempo de ir à academia ou tem dificuldade por motivos pessoais para fazer atividade física.

O profissional esclarece que, embora os exercício nesta página não tenham a mesma eficácia de um treino intenso, também são úteis para estar em movimento e são benéficos principalmente em idosos que precisam trabalhar mais a elasticidade e a mobilidade nos seus músculos.

“Existem quatro exercícios para quem tem pouco tempo que podem ser feitos rapidamente pela manhã ou a qualquer hora do dia, tanto na cama quanto fora dela”, enfatiza o professor de educação física. “Eles colocam todo o corpo em movimento, trabalham as pernas, glúteos, abdominais e braços.”

ATIVAR O CORPO

“A educação é fundamental: a pessoa deve entender porque o movimento pela saúde é importante. Quando você faz atividade física, seu humor, seu relacionamento com os outros, sua produtividade no trabalho, tudo melhora, e você se sente melhor, além de saber que está fazendo bem a si mesmo”, diz Julieta Alfonso.

Ela também insiste que os exercícios na cama têm seus prós e contras: por um lado, são bons para ativar o corpo ao acordar, no entanto o ideal é que a cama seja apenas para dormir.

“Recomendo sair da cama para ativar os músculos posturais e realizar os exercícios fora dela, mesmo que seja no chão ou tapete que fica ao lado de onde descansamos. Mas o importante é que cada movimento conta”, finaliza a médica.

MERGULHO DE TRÍCEPS

De costas para a beirada da cama e com os pés apoiados no chão à frente do corpo, mantenha os joelhos dobrados e os quadris levantados. Nesta posição, realize a flexão do cotovelo abaixando o quadril em direção ao solo sem que as nádegas encostem no chão. Recomenda-se fazer três séries de 15 repetições. O exercício trabalha os tríceps, endireita os braços e fortalece as articulações do cotovelo.

ABDOMINAL CRUNCH

Com os joelhos flexionados a 90°, mantenha as pernas levantadas e eleve o tronco para que as mãos toquem os pés. Aguilera recomenda fazer três séries de 20 repetições e levantar apenas as escápulas – ossos na região dos ombros. Trabalhe o reto abdominal – conjunto de músculos que compõem a parede abdominal – e os oblíquos externo e interno.

EXTENSÕES DA PERNA

Sentado na beira da cama, coloque um pé no chão e o outro, que está livre, vai trabalhar estendendo a perna e mantendo essa posição por 30 segundos. O ideal é fazer cinco repetições em cada perna. Quem está mais animado pode tentar fazer o exercício com as duas pernas elevadas ao mesmo tempo, mas por menos segundos. Eles trabalham os quadríceps, isquiotibiais, glúteos e até as panturrilhas. 

PONTE FEMORAL

Deitado de costas, mantenha os pés e as costas apoiados no chão ou no colchão. Em seguida, eleve o quadril por alguns segundos e abaixe novamente. Faça três séries de 15 repetições para trabalhar os isquiotibiais – parte posterior das coxas – e os glúteos.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

SUA PERSONALIDADE MUDOU COM A COVID

Estudo sugere que principalmente jovens adultos ficaram menos extrovertidos, criativos e conscienciosos após a crise

Fosse assistindo a palestras na escola, causando primeiras impressões memoráveis no primeiro emprego no escritório ou lotando a pista de um show de rock, muitos dos rituais sociais que eram ritos de passagem para os jovens foram interrompidos pela pandemia de coronavírus.

Isso deixou pessoas como Thuan Phung, calouro da Parsons School of Design que mora em Hell’s Kitchen em Manhattan (EUA), sentindo-se “meio esquisitas” diante das interações da vida real. Depois de dois anos de aulas virtuais, ele está de volta à sala de aula. “No Zoom, você pode silenciar”, disse Phung, de 25 anos. “Demorei um pouco para saber como falar com as pessoas.”

Agora, um estudo recente sobre a personalidade sugere que o desconforto que ele sente não é incomum para pessoas de sua geração, que se viram forçadas ao isolamento das restrições pandêmicas na faixa dos 20 anos, época de ansiedade social para muitas delas.

A covid-19 não apenas reformulou a maneira como trabalhamos e nos conectamos com os outros, mas também redesenhou a maneira como somos, conforme o estudo, que identificou que alguns dos efeitos mais pronunciados se deram entre jovens adultos.

Nossos principais traços de personalidade podem ter se diluído, deixando-nos menos extrovertidos e criativos, menos agradáveis e conscienciosos, de acordo com o estudo, publicado no mês passado na revista Plos One.

MATURIDADE INTERROMPIDA

Esses declínios equivaleram a “cerca de uma década de mudança de personalidade”, disse o estudo. Pessoas com menos de 30 anos exibiram “maturidade interrompida”. Essa mudança é o oposto de como a personalidade de um jovem adulto normalmente se desenvolve ao longo do tempo, escreveram os autores do estudo.

“Se as mudanças se provarem duradouras, essa evidência sugere que eventos estressantes em toda a população podem curvar levemente a trajetória da personalidade, sobretudo em adultos mais jovens”, diz o artigo.

Os autores do estudo de personalidade se basearam em dados do Understanding America Study, painel online da Universidade do Sul da Califórnia que começou a coletar respostas de pesquisas em 2014, com base em dados publicamente disponíveis de cerca de 7 mil participantes que responderam a uma avaliação de personalidade realizada antes e durante a pandemia.

Angelina Sutin, principal autora do artigo e professora da Universidade Estadual da Flórida, disse que os resultados do estudo mostraram que, em média, a personalidade se alterou durante a pandemia, embora ela tenha enfatizado que as descobertas capturaram “um instantâneo no tempo” e podem ser temporárias. “A personalidade tende a ser bastante resistente à mudança. Para alterá-la, talvez seja necessário algo como uma pandemia global”, disse Angelina Sutin. “Mas é difícil identificar exatamente o que havia na pandemia que gerou essas mudanças.” Os pesquisadores também não sabem se essas mudanças de personalidade persistirão.

BUSCA POR TERAPIAS

Eles analisaram cinco dimensões da personalidade: neuroticismo, tolerância ao estresse e emoções negativas; abertura, definida como não convencionalidade e criatividade; extroversão, ou quão sociável é a pessoa; amabilidade, ou se a pessoa é “confiante e direta”; e conscienciosidade, quão responsável e organizada é a pessoa.

Gerald Clore, professor emérito de Psicologia da Universidade da Virgínia, disse que os autores foram “devidamente cautelosos” em suas conclusões e enfatizaram a necessidade de mais estudos para reexaminar as descobertas. A pandemia em si foi uma “experiência infernal”, disse Clore, teorizando que pode ter sido a reestruturação das rotinas, e não o estresse geral, que remodelou a personalidade das pessoas.

Talvez ecoando as mudanças, o interesse pela psicoterapia disparou durante a pandemia, disseram vários terapeutas. A terapia virtual também cresceu.

Na Talkspace, plataforma que oferece terapia online, o número de usuários ativos individuais aumentou 60% de março de 2020 a um ano depois, disse John Kim, porta-voz da empresa.

O número de adolescentes que procuram terapia na BetterHelp quase quadruplicou desde 2019, disse um porta-voz da empresa de terapia online.

Terapeutas que atuam nos Estados Unidos disseram ter observado que seus pacientes estavam com dificuldades de enfrentar os limites da vida pandêmica e lidar com as vicissitudes das normas sociais.

Nedra Glover Tawwab, terapeuta de Charlotte, Carolina do Norte, com consultório particular e mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, disse que notou um desconforto crescente à medida que as pessoas foram se reintegrando às rotinas do passado, como trabalhar dentro de escritório.

“Nós nos acostumamos tanto ao isolamento que agora o adoramos”, disse ela. “Mas será que você é mesmo essa pessoa? Ou isso é só o que você teve de aceitar durante esse tempo?”

Delta Hunter, terapeuta da cidade de Nova York que faz mediação de um grupo de terapia de ansiedade social, disse que a pandemia “agravou” a ansiedade já existente.

“As pessoas querem se conectar e processar as coisas juntas e não estávamos conseguindo fazer nada disso”, disse Hunter. “As pessoas estavam se sentindo perdidas com tudo.”

Adultos mais jovens, e especialmente adolescentes, enfrentaram maiores restrições em atividades e experiências típicas da adolescência e juventude, concluiu o estudo. A pesquisa descobriu que indivíduos com menos de 30 anos exibiram as quedas mais acentuadas em conscienciosidade e amabilidade.

“Quando todo o seu mundo vai para o espaço virtual, você perde esse campo de treinamento para poder ser mais consciencioso”, disse Harmon, acrescentando que viu muita ansiedade social nas gerações mais jovens, talvez porque elas não tenham acumulado muitas experiências presenciais e habilidades de enfrentamento.

Vários meses atrás, o consultório de Anviksha Kalscheur em Chicago estabeleceu um programa de apoio a adolescentes para ajudar os jovens a lidar com sentimentos de desconexão e isolamento.

Os adolescentes passaram a expressar uma visão geral negativa em relação ao futuro e aumentaram a ansiedade social, disse ela. Os terapeutas notaram uma “nuvenzinha escura” na perspectiva de seus pacientes diante da incerteza dos próximos anos, afirmou.

Conexão, apego e interação com os outros são fundamentais para o desenvolvimento da personalidade, disse Anviksha Kalscheur, acrescentando que a identidade e a personalidade ainda estão em formação nos adolescentes mais jovens.

“Eles estão naquele estágio de desenvolvimento, mas não estão recebendo os sinais, vivendo os apegos, passando pelos aprendizados, todas aquelas coisas que vão acontecendo sem que você perceba”, disse ela. “Então, é claro, seu ambiente tem um impacto muito grande nesse período de tempo específico.”

QUANTO TEMPO AS MUDANÇAS DO PERÍODO VÃO DURAR?

A duração dessas mudanças é uma questão em aberto, disseram os autores do estudo. Terapeutas, entre eles Glover Tawwab, disseram que o período de transição para a vida presencial após o pior da crise pode apresentar uma oportunidade para as pessoas se reintegrarem lentamente e se reconectarem com os outros e com as experiências de forma mais intencional.

“É um momento maravilhoso para observar as coisas de que você sente falta e as coisas das quais você prefere ficar longe”, disse ela. “Então, temos esse tempo agora para criar o que realmente queremos.”

Grace Wilentz, poeta de 37 anos que mora em Dublin, disse que o lado bom da pandemia é que ela ganhou uma autoconsciência que a fez reacender amizades perdidas. Ela tem tirado um tempo para se reconectar com velhos amigos durante os almoços durante a semana. “Eu achava que seria difícil reviver esses relacionamentos”, afirmou ela. “De certa forma, eles estão mais ricos e sólidos agora.”

É possível fazer transformações positivas em tempos de incerteza, disse Anviksha Kalscheur.

“Às vezes é preciso um verdadeiro colapso em nossas normas sociais, culturais e até de saúde mental para as transformarmos em algo melhor”, afirmou a terapeuta. “É quase como se você quebrasse tudo para reconstruir de novo.”

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