OUTROS OLHARES

APP DE RELACIONAMENTO SÓ PARA NEGROS PROPÕE ALTERNATIVA PARA A REJEIÇÃO VIVIDA EM OUTROS CANAIS

Em pouco mais de duas semanas de atividade, o Denga, que impulsiona a formação de casais “afrocentrados”, soma mais de 36 mil usuários

O “amor preto”: mais que dar e receber afeto, a relação se constrói como um ato político no qual duas pessoas negras se amam e enxergam uma na outra o seu reflexo. Tal pensamento foi o ponto de partida para um grupo de quatro amigos criar o Denga Love, um aplicativo de relacionamento que busca impulsionar a formação de casais “afrocentrados”. A proposta é que apenas pessoas negras se inscrevam, para uma troca de chamegos livre do preterimento afetivo e do racismo experimentado em aplicativos de encontros tradicionais.

Em pouco mais de duas semanas de atividade, o Denga soma mais de 36 mil usuários. Ele até pode ser baixado por não-negros, mas os desenvolvedores afirmam que mais de 90% do público são negros e espalhados por diversos estados do país, especialmente São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Para além da cor da pele, retinta ou não, o espaço reconhece diferentes padrões de beleza e de vivências, unidos pela ancestralidade africana. O sucesso deixa explícita a exclusão desse público – que representa 56% dos brasileiros, segundo o IBGE, – dos apps que já estão no mercado.

“Na pandemia, percebemos a urgência do Denga, analisando mais de perto a realidade de que pessoas pretas não se reconhecem no padrão de beleza branco que se estabeleceu nos apps tradicionais. Nós encontramos muita dificuldade de dar “matches”, porque estruturalmente a nossa beleza não é a ideal para relacionamentos, ainda mais esporádicos. Além de tudo, sofremos mais racismo e LGBTfobia. No Denga, os pretos e as pretas são protagonistas”, explica o programador e idealizador do app, Fillipe Dornelas, que também é negro.

Segundo o terapeuta e pesquisador de afetividades pretas Omoloji Àgbára, o Brasil vivencia, historicamente, um contexto de exclusão e preterimento social estruturados pelas mais de três décadas de escravidão. O especialista lembra que o processo de embranquecimento da população com a vinda de estrangeiros estabeleceu a “beleza europeia” como padrão e deu passabilidade às pessoas que têm o tom de pele mais claro. Neste contexto, ao corpo negro, especialmente o retinto, restou a hipersexualização e a ideia de não merecimento de um amor ascendente.

“Ao contrário dos EUA, onde houve um apartheid declarado, o Brasil vive ainda hoje o mito da democracia racial, que se esbarra nas questões amorosas. Nos apps há uma “disputa” inalcançável, onde pessoas brancas preferem pessoas brancas e, algumas vezes, até pessoas pretas vão escolher brancos devido aos padrões. Esse privilégio da beleza inibe os feitos pessoais e profissionais. E, ainda que um homem branco, que é a posição mais privilegiada, tenha um perfil considerado socialmente mediano, ele tende a ser mais curtido”, explica o pesquisador.

SOLIDÃO DA MULHER NEGRA

Usuária do Tinder há sete anos, a administradora Milena Rodrigues, de 24 anos, conta que, até hoje, saiu com apenas três homens que conheceu pelo app, todos negros. Segundo ela, além de não sentir tanta atração física por caras brancos, constantemente é objetificada por ser considerada uma “preta padrão”.

No vai e vem dos “likes” e “dislikes”, Milena conta que a minoria dos perfis do app misto são de pessoas negras. Inclusive, na Bahia, onde 82% da população se autodeclara preta ou parda. A constatação foi feita por ela durante uma viagem a Salvador.

“No Tinder, eu sou a “preta gostosa”, a maioria das pessoas que estão ali querem uma conversa sexual ao se deparar comigo. Isso parte também de homens negros, porque é estrutural. Mas quando eu comecei a ter consciência racial, decidi que buscaria pessoas com as mesmas vivências que eu, que entende as minhas dores”, diz Milena, que atualmente só mantém relações com homens negros.

Em 2010, no último Censo Demográfico do IBGE que mapeou características dos relacionamentos amorosos no Brasil, quase 70% da população afirmaram se relacionar com pessoas do mesmo grupo de cor ou raça. Cerca de 75,3% dos homens brancos se relacionavam com pessoas brancas. Entre as mulheres da mesma cor, o dado estatístico cai aproximadamente dois pontos percentuais.

A disparidade é um pouco maior em relação aos pretos: cerca de 39,9% dos homens pretos se casam com mulheres da mesma cor. Já, no inverso, o número sobe para 50,3%. A pesquisa concluiu ainda que mulheres negras são as que menos se casam.

Para o antropólogo e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Dagoberto José Fonseca, o preterimento sofrido por mulheres negras, que vem inclusive de homens da mesma cor, mostra que o conceito de amor precisa ser ressignificado. Segundo o especialista, a proposta do chamado “amor preto” tem um viés africano, que se baseia no afeto familiar e não apenas entre duas pessoas. Nele, os afetos se pautam na diversidade.

“O amor e a amizade se formam pelas afinidades. O romance interracial é possível, mas nem sempre eles se conectam pelas vivências. O fato de homens brancos preferirem mulheres brancas e mulheres negras serem as que menos se casam diz muito sobreo racismo. Por isso, essas mulheres terem um espaço, como esse app e esses novos movimentos sociais afro, para terem um novo olhar sobre as relações e, se desejarem, encontrar pessoas que as compreendam, é uma potência social. É preciso romper com o amor romântico de Shakespeare”, diz Fonseca.

CHAMEGO AFRO

No Denga, a ancestralidade que a relação afrocentrada pede aparece até mesmo no nome. Reformulando a palavra “dengo”, termo derivado da língua africana quicongo que significa aconchego, o app proporciona acolhimento nos detalhes. Quando duas pessoas demonstram interesse mútuo, elas dão “chamego” e podem iniciar o bate-papo.

Tão forte quanto o acolhimento, são os interesses estabelecidos facilmente no app. O analista de sistemas Matheus França, de 27 anos, baixou o aplicativo há uma semana e já soma mais de cem curtidas em seu perfil. Na visão dele, no Dengo as pessoas se interessam por características pessoais além da imagem: a maioria lê a minibiografia, comenta sobre os gostos, os lugares onde vivem, além de poderem compartilhar as famosas “fofocas afro”.

“Não sei explicar a sensação, mas o app se torna um espaço de empoderamento. Não preciso colocar fotos em outros países para ser interessante ou mostrar meu corpo para ter likes. Coloco que amo um samba raíz, um boteco barato e fofocas afro, que são comentários sobre todo o universo que envolve pessoas pretas, e rola identificação. Fiquei um pouco metido com tamanho interesse, confesso, e feliz por estar rodeado de pessoas que dividem histórias em comum”, relata o paulista, que há uma semana foi ao primeiro date com uma mulher que conheceu no app.

GESTÃO E CARREIRA

É POSSÍVEL COMEÇAR UMA CARREIRA JÁ EM UM CARGO BOM?

Muito se fala em qualificação e na busca do emprego que possa unir um bom salário ao propósito pessoal. Hoje, o Brasil conta com mais de 8 milhões e 500 mil estudantes de Ensino Superior e, desses, apenas pouco menos de 700 mil estagiam, de acordo com a Abres – Associação Brasileira de Estágios. Isso significa que existe uma grande quantidade de estudantes sem experiência prática e que logo vão disputar vagas no mercado de trabalho.

Olhando para esses números e colocando os pés no chão, é possível começar uma carreira já nessa vaga dos sonhos? De acordo com o palestrante e profissional de RH e Treinamento, além de autor do best-seller “O Poder da Atitude”, Alexandre Slivnik, isso é possível, mas exige muito esforço para aumentar a chance que aconteça.

Na verdade, ele nem recomenda que se busque esse tal emprego dos sonhos logo de cara, porque ele pode acabar sendo muito cômodo e tirar do iniciante na área a possibilidade de aprender, de provar outras possibilidades, fazer diferentes contatos, entre outros aspectos essenciais nesse início de trajetória. “Já ouviu a expressão popular ‘pegou o bonde andando e quer sentar na janelinha’?

Então, tome muito cuidado e saiba que existem passos importantes antes de você começar evoluir com consistência”, comenta Slivnik. Confira quatro passos cruciais indicados pelo especialista para quem está em busca de seu trabalho dos sonhos:

1) O QUE TE MOVE? O QUE TE FAZ ACORDAR TODO DIA PARA IR TRABALHAR?

Você precisa achar o seu propósito, o seu porquê de acordar diariamente, e seguir nessa direção.

2) TENHA REAL INTERESSE EM APRENDER.

É preciso estudar muito para conseguir os melhores salários. Converse com as pessoas que já conseguiram chegar onde você quer chegar e queira ajudar as outras pessoas. Quanto mais você ajuda, mais você aprende. Mantenha-se também atualizado sobre o que acontece na sua área e as maneiras como isso impacta sua rotina e suas tarefas.

3) NÃO TENHA MEDO DE ARRISCAR.

Não tenha medo de começar do zero, mas arrisque a colocar em prática aquilo que você aprendeu. A hora de errar é logo ali, no começo da carreira. Aproveite para arriscar, aplicar seu conhecimento na prática e absorver o máximo de informações dessa jornada que acabou de iniciar.

4) GOSTE DE RESOLVER PROBLEMAS

Porque quanto maior for o problema que você resolve, maior a possibilidade de você conseguir os melhores cargos e os melhores salários. As empresas e clientes buscam soluções. Não é ruim ter um problema, mas pode ser péssimo não ir atrás de uma solução.

(www.alexandreslivnik.com.br).

EU ACHO …

PERSISTÊNCIA NÃO É TEIMOSIA E PACIÊNCIA NÃO É LERDEZA!

“Aprende com os outros a experiência que te pode ser útil!”

(Terêncio, O homem que puniu a si mesmo)

“Ainda dá” é uma atitude que necessita ser ancorada na realidade, não apenas em um desejo. Ter o ímpeto do “ainda dá” e sair em desabalada carreira não é sinal de firmeza de propósito, mas de imprudência. Almejar algo implica ter motivação, mas sem prescindir do preparo, do planejamento, da competência na execução.

Isso serve especialmente para o mundo corporativo. Não basta pensar que “ainda dá” para seguir numa estratégia quando os indicadores de mercado demonstram queda de desempenho. Manter um produto que não performa a contento, só porque já foi uma referência naquele segmento, não é persistência, é miopia empresarial. Os hábitos de consumo mudam. Os mercados mudam. Pode-se tentar um reposicionamento de marca, afinal, a literatura empresarial tem registros de ações bem-sucedidas nesse sentido. É válido esgotar as possibilidades antes de se redefinir o rumo. Porém, há momentos em que é necessário se render às evidências. Um sucessor em uma empresa familiar que não demonstre vocação ou preparo para ser o principal executivo traz um risco para a continuidade dos negócios. Mantê-lo na função só porque é filho do dono não é persistência, é gestão equivocada.

A pessoa teimosa é aquela que, contra as evidências, segue agindo do mesmo modo. Se dirá que ir contra as evidências é uma característica também do indivíduo criativo. Sim, quando ele obtém sucesso. E o sucesso é mais próximo do persistente do que do teimoso. Na realidade, a fronteira é tênue. Mas a diferença reside na atitude.

A pessoa que teima não consegue enxergar outra possibilidade de agir além daquela que está praticando. Uma pessoa persistente é aquela que não desiste, porém tem a capacidade de refletir sobre o que não está saindo como o esperado e buscar alternativas para chegar aonde deseja.

Persistência é a capacidade de não desistir de algo, enquanto a teimosia é marcada pela insistência inflexível, quando se age sem cogitar outros modos de atuação.

Na prática, o julgamento se estou sendo persistente ou teimoso virá do modo como analiso os resultados parciais. Se eu não consigo obter nenhum avanço parcial no processo, não posso imaginar que haverá sucesso ao final. Confiar que o êxito virá em um lance de generosidade do destino é sinal de tolice ou de irresponsabilidade. Uma pessoa que persiste sabe que, durante o processo, precisará recalcular a sua rota caso os primeiros indícios sejam desfavoráveis. Uma pessoa teimosa é aquela que não desiste de sua convicção, mesmo que os indícios sinalizem insucesso. De maneira geral, a pessoa que só insiste, em vez de persistir, fica mais vulnerável a perdas e danos.

O  jornalista  e  fotógrafo  norte-americano  Jacob  Riis  (1849-1914)  constrói uma imagem que nos ajuda na reflexão. Diz ele: “Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes”.

Esse entalhador de pedras está sendo persistente porque, provavelmente, carrega experiências de que é assim que se procede. Mesmo que fosse a primeira vez dele, ele teria indícios de que a pedra estaria paulatinamente rachando.

Portanto, são três fontes de informação: primeira, saber que é possível por ensinamento, alguém antes dele já o fez daquele modo. Segunda, porque ele mesmo já o fez e tem experiência. Terceira, na própria feitura do processo, percebe sinais de progressão. Com base nesses dados, conseguir o que se almeja é questão de tempo e persistência.

Claro que, assim como não se deve desistir por qualquer coisa, também não se deve continuar por motivos que não encontrem respaldo na realidade. Pois bem, considerei que “ainda dava” e não deu, cabe, então, analisar por que não deu. Pode ser que a minha força fosse menor do que as contraforças existentes: a contraforça econômica, a contraforça da minha capacidade, a contraforça do mercado. Se foi por fatores dessa natureza, não daria, mesmo que eu insistisse.

É possível fazer correções e seguir na mesma trilha? Se for uma questão de competências, sim. Eu me qualifico, invisto na capacitação da minha equipe, recorro a especialistas. Se for por uma razão mais estrutural, como um nicho de mercado que não demonstra mais interesse naquilo que ofereço, aí é o caso de cessar aquela atividade. Não é a minha insistência que vai alterar o panorama.

Isso não é desistência, mas uma intenção deliberada de encerrar aquele ciclo. Isso vale para outros aspectos da vida. Há momentos em que fica claro que uma relação afetiva deixa de ser gratificante. A conexão perdeu intensidade, os interesses se distanciaram, os vínculos se afrouxaram. Cessar a relação não é uma desistência e, portanto, um fracasso. É uma decisão de findar algo que só produziria sofrimento dali em diante. O já citado escritor latino da Roma Antiga, Publilio Siro (85-43 a.C.), dizia que “o plano que não pode ser mudado não presta”.

A despeito da maneira taxativa com que a ideia é expressa, ela chama a atenção para a necessidade de sermos flexíveis. Existem variáveis que podem demandar ajustes, correções, reordenamentos. Cabe sempre lembrar que há uma diferença entre ser flexível e ser volúvel. Alguém que muda toda hora, sem muito critério, é volúvel. Flexível é aquele que, diante das evidências, é capaz de alterar a rota.

Desse modo, questionar a situação em que nos encontramos é um hábito salutar, mesmo que deparemos com aspectos negativos. Como estou me sentindo em relação à atividade profissional que exerço? A quantas anda o meu relacionamento afetivo? Minha carreira está me gratificando? Faz sentido continuar nesta cidade?

Muitas vezes, ao não fazermos questionamentos dessa natureza, corremos o risco de deixar a vida seguir de modo automático. Consequentemente, nos eximimos de tomar atitudes que a deixariam mais leve, mais compensadora, mais revestida de

sentido. Pode ser que nenhum grande incômodo nos afete, mas pode ser também que nenhuma vibração mais intensa nos visite. É a chamada vida morna.

“Como está o casamento?”

“Ah, ruim com ela/ele, pior sem ela/ele.” “Como está no trabalho?”

“Ah, vamos levando.”

“Por que não vai morar em outra cidade?”

“Ah, não! Recomeçar a vida em outro lugar dá muito trabalho.”

São vários os motivos que levam a esse estado de pasmaceira. Por vezes, a pessoa simplesmente tem o hábito de reclamar, porém, no íntimo, se sente confortável naquela situação e não deseja mudar. Às vezes, existe algo que realmente a incomoda, mas não a ponto de gerar movimento, afinal, mudanças são trabalhosas.

O contrário também pode acontecer, a pessoa tem o impulso de mudar porque superdimensiona um aspecto da vida que está momentaneamente desfavorável. O desagrado com uma condição adversa no campo profissional drena  toda a  energia  de  ir  para  o trabalho.  Uma  atitude  desagradável  do parceiro afetivo já azeda a convivência. É, de fato, difícil avaliar se é o caso de realmente alterar a rota.

Eu, Cortella, tenho um critério: quando os senões são em maior número que as razões para permanecer numa determinada situação, é hora de tomar uma atitude. Pode-se até colocar no papel, como se fosse um exercício. Quais são as razões para permanecer nesta relação (com a empresa, com o parceiro, com um grupo)? Eu fico aqui “por causa de…”. Enumere tudo aquilo que te agrada. Quais os senões (aquilo que desagrada)? Eu fico aqui “apesar de…”. Enumere tudo aquilo que te desagrada.

Se os senões suplantarem as razões – quando os seus “apesar de” forem mais numerosos que os seus “por causa de” –, é um sinal de que chegou o momento de mudar o curso dessa história.

Insistir naquilo que tem mais “apesares” do que “por causa de”, mais senões do que razões, não significa tenacidade, mas sim um modo de cultivar infelicidade.

Mesmo que a necessidade de mudar tenha ficado clara, com frequência, é difícil partir para a ação. Nosso instinto mais óbvio é o de sobrevivência, não apenas no sentido físico, mas em relação à sobrevivência psíquica. Isto é, “até onde eu aguento?”. A resposta geralmente está atrelada ao nível de conveniência que se tem naquela relação.

Se eu sei o limite até onde aguento e aguentar for conveniente, eu aguento. Isso vale para as relações afetivas, para as relações de trabalho. Tendemos a nos orientar pela noção do mal menor: “O que me produzirá menor dano?”.

Pode ser que, neste momento, eu resista melhor à certeza da turbulência do que à incerteza do próximo passo. Talvez o mercado de trabalho esteja pouco receptivo neste período, de modo que o menor dano é continuar aqui deglutindo batráquios. Fraqueza de propósito? Pode ser. Mas pode ser também uma pausa estratégica para reavaliar o contexto. Isso significa fazer uma leitura mais acurada do cenário e avaliar o momento mais adequado para dar o próximo passo.

Nem sempre mudar significa jogar tudo para o alto. Isso tem mais a ver com destempero do que com libertação. A constatação de que é preciso mudar, muitas vezes, exige um tempo de preparação. Isso não é esmorecer o propósito, mas cercar-se das melhores condições para cumprir uma trajetória mais assertiva. Numa discussão, por exemplo, a pessoa que fica calada por um tempo não está sinalizando que desistiu do embate. Ela pode estar aprimorando a reflexão para expor um argumento mais consistente na sequência.

Até porque é muito comum estarmos cientes do que não queremos mais, porém nem sempre temos a clareza de qual caminho tomar. É preciso refletir, conversar muito, buscar ajuda, pesquisar e ter algo que é decisivo na vida: paciência.

Convém ressaltar que paciência não é a mesma coisa que lerdeza. Ser lerdo é sinal de incompetência, ser paciente é sinal de inteligência. A paciência é a capacidade de maturar, de aguardar, de saber que existem momentos em que as coisas podem acontecer e que, eventualmente, podem até demorar um tempo maior do que presumíamos.

Algumas ações nossas na carreira, na família, na formação de um patrimônio, na aquisição do conhecimento exigem um tempo mais extenso de maturação. Vez ou outra, até podem vir com rapidez, mas nem sempre é assim.

Quando o é, cabe aproveitar. Quando não o é, há que se ter paciência.

Como aconselha o compositor carioca Paulinho da Viola, no genial samba “Argumento”: “Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar”.

ESTAR BEM

VEJA ALGUMAS DICAS PARA FAZER CLAREAMENTO DENTAL EM CASA

Produtos devem possuir certificação e baixa concentração de abrasivos

Das pastas de dentes aos géis, tiras, moldes bucais e enxaguantes, há uma variedade estonteante de produtos que prometem clarear, embranquecer e dar brilho aos dentes. E com tantas opções nas prateleiras das farmácias, pode ser desafiador encontrar o método certo para você.

Mas os produtos de clareamento dental para serem usados em casa são tão eficazes quanto se diz? E são seguros? Pedimos a alguns especialistas para nos explicar.

Os produtos de clareamento dental vendidos sem receita funcionam de duas maneiras, segundo os especialistas com quem conversamos. Eles raspam as manchas usando força física ou branqueiam essas manchas com os mesmos produtos químicos usados para procedimentos de clareamento em consultório.

ABRASÃO FÍSICA

“Os produtos que têm algum tipo de granulação – sejam cremes dentais branqueadores, cremes dentais comuns ou apenas bicarbonato de sódio – agirão como abrasivos e removerão fisicamente as manchas que ocorrem na superfície dos dentes”, disse Dorota Kopycka-Kedzierawski, dentista do Centro Médico da Universidade de Rochester. Muitos cremes dentais comuns contêm um pouco de textura por esse motivo, e escovar em si é um ato de raspar as manchas e detritos.

CLAREAMENTO QUÍMICO

A maioria das tiras de clareamento, moldes bucais com gel e enxaguantes funcionam colocando os dentes em contato com agentes químicos de branqueamento, como peróxido de carbamida ou peróxido de hidrogênio.

“Uma grande diferença entre esses produtos e as versões de consultório é que as concentrações de substâncias químicas em produtos vendidos sem receita são muito menores”, disse Timothy Bromage, professor de patologia molecular da Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, especializado em biologia óssea e dentária.

“A abrasão física e os produtos químicos de branqueamento são eficazes no clareamento dos dentes”, disse Laura Tam, reitora de odontologia da Universidade de Toronto. “Quando a pasta de dente é anunciada como branqueadora, geralmente significa que tem uma qualidade mais abrasiva do que a pasta de dente comum, mas mesmo as pastas comuns, que não se definem como branqueadoras na embalagem, funcionarão”, acrescentou.

“Os produtos químicos de branqueamento também podem reduzir manchas externas causadas por café, chá, vinho tinto ou cigarros. Eles também podem ser eficazes na redução de manchas que ocorrem na camada interna ou dentina dos dentes, que podem se desenvolver após uma força contundente, lesões traumáticas ou, em crianças, após o uso de certos antibióticos”, disse Kopycka-Kedzierawski.

Alimentos e bebidas pigmentadas também podem penetrar no esmalte e manchar o interior dos dentes. Algumas pessoas com esmalte naturalmente muito poroso são especialmente propensas a esse tipo de coloração.

“A única desvantagem dos produtos de branqueamento químico caseiro é que, como as concentrações de substâncias químicas são muito mais baixas, eles levarão mais tempo para funcionar do que os métodos de consultório”, disse Tam. E nem todos verão os efeitos do clareamento nas manchas internas dos dentes. “O esmalte de cada pessoa absorve os agentes clareadores de maneira diferente”, disse ela, “então a eficácia pode variar. E algumas pessoas têm dentes naturalmente mais escuros do que outras, por razões genéticas”.

Os kits de clareamento de luz LED são outro produto popular. Eles envolvem a aplicação de um gel clareador nos dentes por meio de um molde ou pedem para que o paciente morda um molde cheio de gel e use a luz brilhante para realizar o procedimento.

“Em teoria, eles funcionam porque a luz LED pode ativar os produtos químicos de branqueamento e fazê-los funcionar mais rapidamente”, disse Tam. “Mas, infelizmente, o conjunto de evidências não sugere que você possa ativar o agente clareador usando qualquer coisa como luz ou calor”. Como esses produtos envolvem a aplicação de produtos químicos clareadores nos dentes, você ainda pode ver resultados de clareamento, mas o processo que envolve o LED provavelmente não traz avanços significativos.

“Os produtos abrasivos para clarear os dentes geralmente são seguros”, disse Tam, “mas esfregar os dentes com partículas muito duras ou escovar com material abrasivo por mais tempo ou com mais frequência do que o recomendado pode desgastar o esmalte”. “Isso é contraproducente em relação aos esforços feitos para atingir o clareamento”, disse Bromage, “já que o esmalte é o que faz seus dentes parecerem brancos. A dentina, o material que compõe a parte interna do dente, tem uma cor marrom -amarelada. Se você desgastar demais o esmalte branco, a cor da dentina começará a aparecer”.

Tam disse que em geral os tratamentos para serem usados em casa de branqueamento químico são seguros e eficazes quando usados conforme anunciado [ou seja, produtos certificados]. Mas é melhor optar por aqueles que tenham concentrações mais baixas de substâncias químicas e tempos de exposição mais curtos. O uso incorreto de tratamentos à base de produtos químicos, deixando-os por muito tempo ou aplicando as substâncias a ponto de atingir as gengivas, pode causar ferimentos, além de danificar os dentes.

“Nesse sentido, os produtos de clareamento vendidos sem receita não devem doer, especialmente na primeira aplicação. A dor é um sinal de que você está exagerando ou que há algo que requer a atenção do seu dentista”, explicou Bromage. “Qualquer coisa que afirme ser ‘extraforte’ deve ser evitada”.

O clareamento dos dentes nunca é uma solução permanente. Os resultados em casa podem durar de algumas semanas a alguns meses, enquanto os procedimentos em consultório podem durar um ano ou mais. “E como os dentes escurecem naturalmente com a idade”, disse Tam, “você verá regressão, não importa qual tratamento escolha”. “Também é importante ter em mente que nenhum desses procedimentos de clareamento funcionará em obturações, coroas ou outros equipamentos dentários”, disse Kopycka-Kedzierawski. O procedimento vai clarear os dentes naturais, o que pode criar irregularidades se as obturações forem mais escuras. Nesses casos, seu dentista pode recolori-las, usando tons correspondentes.

“Os dentes de cada pessoa são diferentes. A cor natural dos seus, a porosidade do esmalte e a sensibilidade podem fazer você reagir de forma diferente aos tratamentos de clareamento. Na dúvida, consulte seu dentista”, concluiu Kopycka-Kedzierawski.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

TERCEIRA IDADE SEM TABUS

Depois dos 50 anos, o corpo muda. Isso não significa abrir mão do sexo, mas fazer adaptações para manter o prazer. Saiba como

Tesão não tem idade, mas quem passou dos 50 anos pode enfrentar alguns obstáculos biológicos, sociais e psicológicos para uma vida sexual satisfatória. Falta de lubrificação, sintomas do climatério, vergonha do corpo, no caso das mulheres, e problemas de ereção, para os homens, são os desafios mais comuns. Mas os especialistas da área de saúde garantem: superados os preconceitos, com algumas adaptações para ajudar o corpo – e esquentar o clima – e muito diálogo entre parceiros, não é preciso se aposentar do sexo. “Sexualidade e velhice são dois temas tabus. No entanto, temos de conversar sobre esse corpo que não responde mais da mesma forma, mas que dá prazer. É preciso que a pessoa na maturidade se reorganize para lidar com essas transformações”, avisa a psicóloga Raíssa Silveira.

No seu consultório, ela atende muitos idosos que têm dificuldade de aceitar a mudança no desempenho físico, não só no que se refere ao sexo. “Aparece a vergonha desse corpo, que tem rugas, e a dúvida quanto a ele ser suficiente para satisfazer o outro”, observa. Segundo ela, a sociedade contemporânea idealiza uma performance sem falhas com um corpo numa imagem perfeita. “Quanto maior essa idealização, maior a cobrança, culpa e vergonha, que trazem conflitos internos”, avalia. Para que as pessoas, especialmente as mais velhas, possam desfrutar de uma vida sexual satisfatória, é preciso entender que a sexualidade não se resume ao genital, diz Raíssa. “É preciso encontrar alternativas para operar a sexualidade.”

BRINCADEIRAS

A criatividade é aliada do casal Liça Bonfim, psicóloga de 82 anos, e Luiz Rocha, engenheiro aposentado de 91 anos, para manter uma vida sexual ativa. “Temos algumas brincadeiras eróticas, sem foco na penetração. O afeto é a base de tudo, que traz a libido à tona”, declara Liça. Com Luiz há 11 anos, Liça afirma que atingiu a plenitude sexual. Logo no primeiro encontro presencial, sem perder tempo, ele a convidou para ir a um motel. “Eu já gostei dela no primeiro encontro”, lembra Luiz, que procurava uma nova esposa num site de relacionamento.

Liça preferiu conhecê-lo melhor antes de evoluir para uma experiência mais íntima. Um mês depois, eles viajaram juntos, quando aconteceu a primeira transa, que fluiu muito bem, mesmo após 14 anos de abstinência sexual de Liça, que foi casada por 32 anos, mas se separou. “Por oito anos, tivemos uma vida sexual como a dos jovens, em qualidade e frequência. Deixei minha sacola de preconceitos do lado de fora e me permiti satisfazer as minhas fantasias, viver um sexo libertário”, conta Liça, que cresceu ouvindo que “sexo era pecaminoso”.

Para a psicóloga Liça, geralmente os homens se apegam demais à penetração e ficam rabugentos quando a ereção falha – o que não é o caso de seu marido. “Eu vejo, no consultório e na vida, que essa vaidade dos homens atrapalha a relação. Eles precisam aceitar as mudanças no corpo e apelar para outras coisas que ajudem a dar satisfação”, adverte. Nas primeiras transas com Liça, Luiz usou comprimidos para garantir a ereção, mas depois resolveu largar o medicamento. “Na hora que a ereção não acontece é complicado, mas a Liça é criativa e encara tudo com naturalidade. A gente sempre dá um jeito”, conta Luiz.

O casal acredita que tem como missão disseminar a mensagem de que os idosos podem reivindicar o direito de curtir plenamente a vida amorosa. “Queremos que os velhos não percam tempo e percebam que têm direito a curtir a sexualidade sem medo de parecer sem-vergonha”, pondera.

O preconceito é um dos principais obstáculos para uma vida sexual plena na maturidade, na visão do geriatra Milton Crenitte, do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da USP. “O etarismo está enraizado na sociedade, inclusive em profissionais de saúde. E, se este assunto não for abordado de forma natural, isso causa sofrimento aos idosos com problemas na vida sexual”, ressalta.

DESMISTIFICAR

Para Crenitte, é importante desmistificar a sexualidade. “É preciso pensar além da penetração: tem a masturbação, a carícia, o sexo oral, anal e outras ações entre parceiros que podem ser praticadas depois de 80 anos”, argumenta.

Lamentavelmente, a sexualidade das pessoas maduras não é devidamente discutida, observa Kika Gama Lobo, de 58 anos, influenciadora focada no público de mais de 50. “Está muito associada à juventude, como se a pessoa de cabelo branco não tivesse tesão.” Há dez anos, ela entrou na menopausa, após um tratamento quimioterápico que fez para enfrentar um câncer de endométrio – e, por isso, não pode fazer reposição hormonal. As mudanças do corpo pós-menopausa atrapalharam, mas ela se adaptou. “Tive de desconstruir a visão de sexo que aprendi lá atrás. Precisei aprender a usar o cérebro como o maior órgão sexual”, garante ela, que acaba de lançar o livro Kikando na Maturidade, em que aborda os desafios diante do seu “tsunami” pessoal.

Após dois casamentos e duas separações, Kika namora o ex-marido. No sexo, “o parceiro inteligente encontra atalhos, traz brinquedos, usa o humor ao seu favor quando o falo está flácido”, explica. Na visão de Kika, o envelhecimento é uma oportunidade para que as pessoas busquem um novo repertório de sexualidade. “Vivências mais excitantes de casal, relacionamentos abertos ou com pessoas de outro sexo e até o fim da vida sexual devem entrar na discussão sobre sexualidade livre na maturidade.”

Segundo o médico e terapeuta sexual Théo Lerner, não existe “padrão normal” de comportamento sexual na maturidade, embora muitos pacientes busquem essa referência. Ele percebe que as pessoas que tinham uma vida sexual satisfatória na juventude têm maior chance de se adaptar e seguir na ativa quando mais velhos, enquanto para algumas pessoas pode ser um alívio “se aposentar” do sexo. “Mulheres que transavam por obrigação com os maridos usam a menopausa como uma desculpa para parar. E não há nada de errado nisso”, adverte. No consultório, Lerner recebe principalmente mulheres com queixa de baixa libido, baixa lubrificação e dor na relação, problemas geralmente interligados. São pacientes encaminhadas por ginecologistas que já descartaram problemas biológicos. “Tento descobrir, na terapia, o que está atrapalhando o desejo.”

O estresse do envelhecimento pode interferir na sexualidade, “já que nessa fase há mudanças como perda de autonomia e aposentadoria”. “Essa pessoa fragilizada se pergunta: como vou namorar? Eu sugiro que ela exercite a sexualidade de acordo com o contexto, sem se apegar a padrões. O importante é relaxar e brincar.”

MENOS LIBIDO

A libido de Susanne Neumann, de 62 anos, não é mais a mesma de antes da menopausa. “Tudo ficou mais brando, mais suave, mas não vejo isso como ponto negativo. Ficar menos fogosa faz parte do ciclo da vida”, declara ela, que está casada há 14 anos com Juergen Neumann, de 66 anos. Após o tratamento de um câncer de mama, ela não pode fazer reposição hormonal para ajudar com os sintomas do climatério – entre eles, a falta de lubrificação vaginal. “O jeito é ter um tubinho de gel sempre à mão, para não doer”, recorda.                      

Entre as mulheres de mais de 60 anos, 40% se queixam de falta de lubrificação, o que está relacionado, nessa faixa etária, à dificuldade de ter orgasmo e a falta de libido, lembra a ginecologista Andrea Sclowitz. “Se essa mulher não receber apoio, vai evitar ter relações sexuais por causa do desconforto.” Para as pacientes com esse quadro, fisioterapia pélvica e terapia hormonal são possibilidades de tratamento. “O uso de testosterona, por exemplo, já tem grande aceitação na comunidade acadêmica e pode ajudar a mulher nessa fase.”

Buscar o autoconhecimento do corpo e estimular fantasias também ajudam a melhorar a vida sexual na maturidade. “Há várias formas de se estimular: por meio de leituras, filmes”, indica.

MUDANÇAS HORMONAIS

A psicóloga Sâmara Irumé, que administra o perfil Diário da Menopausa, atende mulheres com mudanças hormonais do climatério que afetam negativamente a qualidade de vida. “Se ela vive com calores, dorme mal e não consegue descansar, como vai estar animada para o sexo?”, indaga. Ela conta que precisou se redescobrir com a chegada da menopausa, com a parceria do marido, Luiz Eduardo Irumé, consultor de tecnologia de 55 anos.

“A gente era igual coelho quando éramos mais novos, mas hoje temos mais calma e mais alma.” Aos seguidores e pacientes, ela recomenda deixar de lado os preconceitos e brincar com aquilo que sente vontade. “A menopausa é um portal, uma oportunidade para a mulher se redescobrir. E cada pessoa vai encontrar o que gosta, sejam brinquedos sexuais, como vibradores, ou uma massagem”, sugere.    

Para a maquiadora Adriana Marberger Tabuti, de 52 anos, a menopausa teve um grande impacto. No seu perfil no Instagram, Drica Divina, como prefere ser chamada, procura falar do tema de forma natural. “Eu vivia cansada, não conseguia mais fazer exercício, comia demais e não me amava. Não me via sexy”, admite. Procurou, então, sua ginecologista, que conduziu o tratamento de reposição hormonal. “Voltei a ficar lubrificada, mas não o suficiente. Eu tinha resistência ao uso de gel lubrificante, mas entendi a importância e aceitei.”     

Após a menopausa, ela também percebeu que demorava mais para atingir o orgasmo. Resolveu, então, apimentar a relação com o marido, Fábio Tabuti, de 47 anos, com o uso de vibradores e fantasias. “Ele não tem preconceito e permitiu que eu me libertasse. Tem homem que é machista e reprime a mulher, pois acha que é coisa de depravada. Hoje tenho vida sexual melhor”, assegura.

EREÇÃO

Homens com mais de 50 anos que procuram o urologista costumam se queixar de problemas de ereção, informa Celso Heitor Júnior, urologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Ele explica que os problemas de iniciar, alcançar e manter a ereção podem surgir em qualquer idade, mas que se intensificam após os 50 anos. “Para isso, sempre há um tratamento”, completa.

Na avaliação clínica inicial, o urologista investiga se o paciente está estressado, se tem diabete, se está tomando alguma medicação que cause disfunção erétil como efeito colateral, se a obesidade pode ser relevante ou se ele tem problemas cardiovasculares. “Entre 80% e 85% dos casos de disfunção erétil são de origem psicogênica”, afirma Celso Heitor. Quando ele percebe sinais de estresse, já receita um medicamento para favorecer a ereção, se não houver contraindicação. “O homem quando não consegue a ereção fica com isso no subconsciente e, na próxima vez que tenta, tem uma descarga de adrenalina que contrai os vasos sanguíneos e dificulta a ereção. Por isso, introduzo a medicação, como um teste terapêutico.” Segundo ele, o remédio para disfunção erétil geralmente traz bom resultado e não cria problemas no longo prazo.

A minoria dos casos de problemas de ereção, quando não causada por fatores psicológicos, pode se dever a problemas hormonais, cardiovasculares, doenças como diabete e complicações cirúrgicas. Se a disfunção erétil decorre de uma cirurgia de câncer de próstata, a prótese peniana pode ser a solução. “Por ser um procedimento invasivo, é a última opção, mas a satisfação é de 92%”, destaca o urologista.

Empreendedor focado no público sênior, Ricardo Mucci, de 70 anos, garante nunca ter apelado para esse tipo de medicação, mas assume que a sua ereção já não é a mesma. Isso não impede que ele desfrute de prazer sexual com as mulheres com que se relaciona. “O sexo hoje é num ritmo mais lento, com muita intimidade e troca. Tem muita  vontade, mas sem aquela urgência.”

Nesta fase da vida, Mucci diz que é mais seletivo com suas parceiras e investe no relacionamento. “Gosto de ter alguém para apreciar comigo uma vida mais calma. Curtir a natureza, uma viagem, um vinho, uma piada. O sexo é decorrência dessa relação leve.”

MUITO PRAZER

Confira as recomendações dos especialistas consultados para curtir o sexo após os 50 anos

PERMITA-SE:

Não há idade-limite para ter sexualidade ativa. Portanto, não se deixe afetar por regras alheias.

EXPLORE AS POSSIBILIDADES:

A penetração não é a única expressão da sexualidade. Todo o seu corpo pode ser fonte de prazer.

TENHA PACIÊNCIA E RELAXE:

Se o seu corpo não responde mais tão rápido, não fique ansioso. Encare isso com leveza.

ESTIMULE:

Nem sempre o desejo espontâneo vem, então use de estímulos para que ele surja para você e seu parceiro (a).

TOQUE O SEU CORPO:

Descubra o que te dá prazer. Use o espelho e se conheça.

LIBERTE AS FANTASIAS E SEJA CRIATIVO:

Livre-se das amarras para brincar com a imaginação.

SEJA UM BOM PARCEIRO:

Esteja atento às necessidades do seu par. Converse sobre as dificuldades.

ABUSE DO LUBRIFICANTE:

A secura vaginal pode trazer dor e dificuldade de gozar. Tenha sempre um gel à base de água por perto.

ACESSÓRIOS:

Vibradores e brinquedos podem dar uma apimentada na relação e ajudar a chegar ao orgasmo.

APOSENTE-SE OU DÊ UMA PAUSA, SE PREFERIR:

Sexo não pode ser obrigação. Não há problema em parar de transar ou dar um tempo.

CUIDADO COM OS SUPLEMENTOS:

Fórmulas com testosterona podem descontrolar a produção de hormônios e prejudicar a libido.

PROTEJA-SE DAS DST:

Não deixe de praticar o sexo seguro, use preservativos para evitar as doenças sexualmente transmissíveis.

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