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CONTAGEM REGRESSIVA PARA O ENEM

Em uma semana, estudantes de todo o país prestarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

No total, 3.396.632 pessoas se inscreveram para as provas que serão realizadas em 13 e 20 de novembro, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC)    responsável pelo exame. A nota do Enem pode ser utilizada para acesso a faculdades públicas e particulares. Para você que vai prestar o exame, preparamos algumas dicas importantes. Confira! 

NO DIA DA PROVA

Neste ano, as provas do Enem serão realizadas em 13 e 20 de novembro. Nos locais das provas, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h (horário de Brasília), sem tolerância de atraso. “Portanto, além de verificar com antecedência o local, vale dar um pulo lá, um ou dois finais de semana antes, para fazer uma simulação de tempo”, recomenda Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).

No dia da prova, o estudante deve apresentar um documento com foto. Também serão aceitos documentos digitais, como e-Título, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Digital e RG Digital. Mas atenção: não valem capturas de telas, somente documentos apresentados nos respectivos aplicativos oficiais. Leve também o cartão de confirmação de inscrição.

A exemplo das duas edições anteriores, o Enem 2022 contará com as versões impressa e digital. As informações sobre os locais onde serão realizadas essas duas modalidades de provas são divulgadas no portal do Inep (www.gov.br/inep).

No primeiro dia serão aplicadas as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação, com duração de 5 horas e 30 minutos. No segundo, Matemática e Ciências da Natureza, em 5 horas. A Redação será escrita à mão, independentemente da modalidade de prova (papel ou digital). Só é permitido o uso de caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

MANTENHA A TRANQUILIDADE

Um dos desafios no dia da prova é não deixar a ansiedade tomar conta de você. Além disso, é preciso estar preparado para um período longo de prova, que exige concentração e resistência física e emocional. Uma das formas de contribuir para o controle da ansiedade e seu bem-estar é não deixar nada para a última hora. Na véspera deixe tudo organizado. “Separe sua roupa, documentos, materiais necessários e já tenha definido seu roteiro de ida e volta ao local do exame”, diz José Antônio Menezes Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS).

O descanso antes da prova também é essencial. “Uma boa noite de sono no dia anterior da prova poderá ser mais importante do que o estudo de última hora”, recomenda a professora doutora Luciane Tudda, assessora de concursos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Alimentação é outro item importante, porque você precisará de energia durante o exame. Já na véspera da prova, evite a ingestão de alimentos pesados, gordurosos e bebidas alcoólicas, que podem causar algum desconforto em seu organismo. Opte por alimentos integrais, verduras, legumes e carnes magras. No dia do exame, vá bem alimentado. Durante a prova, se tiver fome, prefira um lanche composto de frutas, sanduíches com vegetais e água para manter-se hidratado.

FIQUE POR DENTRO DOS TEMAS MAIS FREQUENTES

Além da Redação, a prova do Enem é composta por 180 questões, contemplando quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias. São 45 questões de múltipla escolha para cada uma dessas áreas. Uma das maneiras de entender o estilo do exame e os temas que costumam ser mais pedidos é consultar as edições anteriores. “Há, inclusive, estudos que analisam as temáticas mais recorrentes nas provas”, ressalta Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).

De acordo com ele, em linhas gerais, esses levantamentos apontam o seguinte: História (guerras mundiais e governos pós-regime militar), Geografia (urbanização e questões ambientais), Língua Portuguesa (variação linguística, formação de palavras, interpretação de textos e seus gêneros), Matemática (álgebra, matemática financeira e problemas de primeiro e segundo grau), Química (ligações químicas e reações/compostos orgânicos), Física (movimento, acústica e eletricidade), Biologia (ecologia, evolução e citologia), Filosofia (racionalismo, Sócrates e filosofia contemporânea), Sociologia (cidadania, cultura e educação), Educação Física e Artes (esporte, corpo e múltiplas manifestações contemporâneas).

PREPARE-SE PARA A REDAÇÃO

Professora de Redação do Curso Enem Gratuito, Daniela Cristina da Silva Garcia recomenda que o aluno concentre seus estudos com vistas à Redação por eixos temáticos, como saúde, educação, meio ambiente e tecnologia, entre outros. “Com isso, o estudante conseguirá abordar os temas mais específicos propostos pelo Enem apenas adaptando as informações”, afirma. O Curso Enem Gratuito é uma parceria do canal de aulas com a UNIASSELVI.

Na Redação, o que se espera do candidato é a construção de um texto argumentativo e dissertativo. Segundo Antônio Menezes Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS), o tema da Redação costuma ser situações e problemas da atualidade relacionados à ordem social, cultura, política ou ciência. “A leitura de jornais, revistas e conteúdo da internet é indispensável para o candidato se preparar”, diz. Nesse contexto, ele recomenda estar informado sobre: queimadas; descarte de lixo; geopolítica; desmatamento; recursos renováveis e não renováveis; inclusão e acessibilidade; desigualdade social; uso da tecnologia; teoria do liberalismo econômico; primeira e segunda Leis de Mendel (genética).

Para treinar, primeiro é preciso conhecer o formato da Redação. “Escreva um texto por semana, dentro dos parâmetros solicitados e cronometre, para planejar seu tempo de escrita na prova”, diz Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).

Referente aos temas, ele considera que há um rol de tópicos possíveis, como impacto da pandemia na saúde mental; movimento antivacina;  insegurança alimentar e desigualdade social silenciosa; irregularidade climática; escassez hídrica no Brasil e no mundo; cultura colaborativa digital; Brasil e seus 200 anos de “(in)dependência”; sub-representação feminina na política partidária nacional, entre outros.

ORGANIZE O TEMPO DE PROVA

A estratégia que Camila Zuchetto Brambilla, professora do Curso Enem Gratuito, recomenda a seus alunos é começar pela Redação e, em seguida, ir para a prova que considera ter mais facilidade. “Leia o enunciado completo da questão, resolva o que sabe, pule aquelas que não consegue resolver e deixe-as para o final, caso haja tempo”, diz.

Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), compartilha da opinião de Camila e detalha ainda mais. “Para a Redação, faça um rascunho argumentativo nos primeiros 40 a 50 minutos. Quando for responder às questões, tenha a meta de solução de 20 a 25 questões por hora. Responda dez perguntas e dê uma olhadinha no relógio para avaliar se está indo rápido ou devagar”, explica. O caderno de Língua Estrangeira tem as opções de Inglês e Espanhol. Preste muita atenção para usar o idioma que você escolheu na inscrição.

Na terceira ou quarta hora da prova, é o momento de voltar para a Redação, passar o texto a limpo, revisando a gramática e a organização do texto. Além disso, é preciso reservar um tempo no fim para preencher o gabarito. “Cerca de 20 minutos são suficientes”, afirma Antônio Menezes Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS).

TREINE COM AJUDA DOS SIMULADOS

Os simulados podem contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos. “Simulados auxiliam na revisão de conteúdos já aprendidos, apresentam a estrutura de exames realizados e são um bom preparo para o controle do tempo”, diz Luciane Tudda, assessora de concursos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Camila Zuchetto Brambilla, professora do Curso Enem Gratuito, concorda que os simulados são um treino importante, ainda mais no Enem, que apresenta uma estratégia própria de avaliação e é bastante multidisciplinar. “Fazer as questões auxilia a entender as especificidades”, completa.

Os simulados são fundamentais porque são a aplicação prática do que se estudou, permitindo ao aluno, por exemplo, ter uma noção das áreas nas quais está mais preparado e as que encontra maior dificuldade, afirma Antônio Menezes Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS). Os simulados também têm a função de tranquilizar o candidato, que se familiariza com os formatos das perguntas e com o desafio de uma prova com 180 questões na qual ele precisa saber controlar melhor o tempo e a ansiedade.

No site do Inep (www.gov.br/inep), o estudante pode acessar todas as provas do Enem e respectivos gabaritos, desde a sua primeira edição, em 2009, até a do ano passado.

CONFIRA O EDITAL DA PROVA

Ler o edital do Enem é fundamental para garantir, por exemplo, que um candidato que dedicou muito tempo e estudo para prestar o exame não seja impedido de fazer a prova porque chegou atrasado ou não estava de posse do documento necessário no dia. Todas as informações importantes estão no edital, desde o local que você vai fazer a prova até o fato de ser obrigatório o uso de caneta esferográfica preta, fabricada com material transparente.

É pelo edital que o estudante fica sabendo que por meio do Enem pode ter acesso a universidades no Brasil (Sisu e Prouni) e em Portugal. Mais de 50 universidades, institutos politécnicos e escolas superiores em Portugal têm acordo interinstitucional com o Inep. Cada instituição define as regras e os pesos para uso das notas do Enem. Além de ter um edital diferente para cada edição anual, há editais específicos para quem optou pela versão impressa ou digital.

Assim, a leitura do documento deve ser criteriosa. Além de trazer informações operacionais, financeiras, legais, o edital também explica a estrutura das provas, desde o formato das questões até como é feita a correção da Redação.

MONTE UM CRONOGRAMA DE ESTUDOS

Ter um cronograma de estudos pressupõe planejamento e isso é positivo e essencial para o sucesso de qualquer projeto. Mas para Luciane Tudda, assessora de concursos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), considerando a proximidade da prova, o maior peso neste momento é a base de conhecimentos que foi constituída no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. “Recomendo confiança em seu conhecimento. E, se achar oportuno, vale revisitar os conteúdos que representem maior dificuldade”, diz.

Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM), por sua vez, considera válido montar um cronograma de estudo que inclua acesso a vídeos explicativos de assuntos mais complexos e o estudo com alguém mais experiente ou até em grupo. “Contudo, não faça um cronograma de apenas duas matérias, tornando-se especialista. É necessário ter, minimamente, uma disciplina de cada uma das áreas de conhecimento do Enem”, explica.

Antônio Menezes Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS), recomenda estruturar um planejamento semanal contemplando os conteúdos que têm mais dificuldade. Mas esse planejamento também precisa ter horários para lazer, realização de atividades físicas, convivência com amigos e família.

RESERVE TEMPO PARA DESCANSAR

Preservar a saúde é essencial para ter bom desempenho na prova. É preciso estar preparado em relação ao conteúdo, mas isso de nada adianta se a saúde física e mental estiverem abaladas e o candidato não conseguir manter a calma durante a prova. Então, também é preciso investir em algo que o “tire da cadeira e o distancie um pouco das telas digitais de celulares e computadores”, afirma Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).

Assim, é importante equilibrar o tempo de estudo com atividade física, convivência com família e amigos. “Você pode até mesmo brincar com os irmãos ou primos menores, para poder ver o lado lúdico que muitas vezes deixamos de lado. Afinal, a preparação para a prova do Enem é diária e cansativa e você precisa investir em elementos e ações que podem diminuir a pressão”, afirma.

A manutenção do equilíbrio emocional e da saúde mental deve ser levada muito a sério, na opinião de Antônio Menezes Varanda, coordenador dos cursos de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS). “Principalmente nos dias que antecedem as provas, durma de 6 a 8 horas, pratique atividades relacionadas a seu hobby, vá ao cinema, ao teatro, reúna-se com amigos e faça atividades que o deixarão mais tranquilo”, recomenda.

ESTUDE EM LOCAL TRANQUILO

Ter um espaço adequado para seu estudo contribui muito para um bom desempenho. Assim, avalie onde você terá mais condições de se concentrar e cumprir seu roteiro de estudos sem interrupções desnecessárias ou distrações. Pode ser em casa ou em uma biblioteca. Por exemplo, se você trabalha e seu tempo de estudo é depois do expediente, no pior horário do trânsito, avalie se não é o caso de buscar um local mais próximo do trabalho para estudar.

Independentemente do endereço, o ideal é que você conte com uma mesa ampla, cadeira confortável, boa iluminação, acesso à internet para pesquisas relacionadas ao estudo e silêncio. “A capacidade de concentração de cada um é diferente e cada candidato deve analisar quais fatores contribuem ou dificultam seu estudo e buscar o ambiente mais adequado para essa finalidade”, afirma Luciane Tudda, assessora de concursos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

“Não tente estudar em locais onde haja TV, passagem frequente de pessoas e outras distrações. E, se possível, opte por um espaço que tenha acesso à luz natural, para poder acompanhar o tempo passar. Tenha disciplina para seguir seu roteiro de estudos”, reforça Bruno César dos Santos, coordenador do processo seletivo e docente da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM).

OUTROS OLHARES

HC CRIA SERVIÇO PSIQUIÁTRICO PARA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Iniciativa partiu de instituto que apoia mulheres desfiguradas pelos parceiros

O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP(IPq) acaba de criar o primeiro ambulatório de saúde mental voltado às vítimas de violência doméstica, um problema que aumentou durante a pandemia de Covid-19 e atingiu quase 620 mil mulheres em 2021, segundo dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O programa está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto Um Novo Olhar, que oferece vários tratamentos gratuitos a mulheres vítimas de violência, como cirurgias de reconstrução facial.   

A iniciativa conta com verbas de R$ 500 mil no primeiro ano, que serão destinadas à contratação de médicos, psicólogos e assistentes sociais. Os recursos foram obtidos por meio de uma emenda parlamentar proposta pela deputada federal Maria Rosas (Republicanos-SP).

O projeto tem duração de cinco anos, previsão de mais R$ 3,1 milhões, e meta de atender pelo menos mil vítimas por ano. A ideia, contudo, é buscar outras parcerias para tornar o serviço permanente.

Segundo a cirurgiã e dermatologista Carla Góes, fundadora do Instituto Um Novo Olhar, a instituição já vinha atuando na oferta de outros cuidados a mulheres mutiladas pelos parceiros, como consultorias jurídicas, apoios social e psicológico, tratamentos estéticos para reduzir as cicatrizes, além de cirurgias reparadoras.

Atualmente, 92 mulheres estão sendo acompanhadas, mas faltava a assistência psiquiátrica. “As agressões contra as mulheres geralmente acontecem na face. O companheiro quer desfigurar o rosto. Isso acaba com ela, desenvolve depressão, transtornos de inúmeras formas. Ela precisa de acompanhamento psiquiátrico”, afirma.

Góes conta que uma das primeiras vítimas que o instituto atendeu, em 2018, foi uma mulher vítima de 17 facadas no rosto desferidas pelo ex-marido, contra o qual já tinha uma medida protetiva. “Ela só sobreviveu ao feminicídio porque fingiu que estava morta e ele fugiu.”

A vítima também teve perdas funcionais. Não conseguia falar, não conseguia se alimentar. “Foi mais ou menos um ano para reconstruir a face. A coisa mais emocionante foi quando ela conseguiu esboçar um sorriso.”

A reconstrução facial foi feita com prótese de titânio por meio de parceria entre o instituto e o grupo Prevent Senior. O hospital também já cuidou, gratuitamente, de mulheres que tiveram narizes, lábios e orelhas arrancadas.

Góes afirma que quando começou a encaminhar os primeiros casos para o IPq, enfrentou resistência de algumas vítimas que resistiam ao tratamento psiquiátrico.

“Nos dias de hoje, ainda se entende como psiquiatra o médico que vai tratar uma pessoa que está louca. Tem sido um trabalho grande com as nossas voluntárias para que as vítimas cheguem até o IPq. A gente vê a melhora, a evolução. Essas mulheres voltam a se cuidar, a cuidar dos filhos”, conta.

Segundo ela, além da barreira do estigma, muitas mulheres não têm condições financeiras para sequer pagar o transporte público até o IPq. O Instituto Um Novo Olhar tem oferecido ajuda para isso.

A atendente de telemarketing Victoria, 21, é uma das que está sob tratamento psiquiátrico. Em 21 de abril de 2021, ela estava dormindo na casa dos pais em São Mateus, zona leste de São Paulo, quando acordou sendo golpeada pelo ex-namorado. Foram 15 facadas nas costas, no abdome, no braço e no rosto. Todas do lado esquerdo do corpo.

Horas antes ela havia terminado o namoro de seis meses após descobrir uma traição. Segundo a mulher, o ex-namorado invadiu a casa dos pais dela e tapou sua boca enquanto a esfaqueava. A jovem ficou cinco dias internada e, depois da alta, entrou em depressão.

Ela afirma que não saía mais de casa e não dormia mais à noite porque tinha medo que ele voltasse para matá-la.

Victoria diz que as coisas começaram a mudar a partir de setembro, quando procurou o instituto para o tratamento das cicatrizes deixadas pelas facadas. Ela afirma se sentir uma nova pessoa e ter resgatado a autoestima. O ex-namorado continua foragido.

Segundo o psiquiatra Wagner Gattaz, presidente do conselho diretor do IPq, além da assistência, o novo ambulatório pretende medir o impacto do tratamento psiquiátrico e psicológico. “Não basta acreditar que estamos fazendo uma coisa boa, os números têm que mostrar a eficácia.”

Para ele, a função de um serviço ligado a uma universidade também é criar modelos de tratamentos que possam ser replicados em outros lugares do Brasil e do mundo.

Góes, do Instituto Um Novo Olhar, defende que o tema violência doméstica entre na grade curricular dos novos médicos. “Esses profissionais precisam aprender a lidar com a violência doméstica. Precisam saber que determinadas falas acabam revitimizando essas mulheres. Se não criam vínculos, ela abandona o tratamento.”

Segundo Gattaz, a proposta é também estender a assistência psiquiátrica a outros grupos vítimas de violência doméstica, como crianças e idosos, que não têm estratégias intelectuais e cognitivas para lidar com a situação.

GESTÃO E CARREIRA

MULHERES PAGAM MAIS CARO PARA ABRIR NEGÓCIOS

Estudo mostra que empreendedoras encontram mais barreiras na hora de abrir suas empresas

Quando o assunto é comida, é bem provável que sua lembrança mais latente seja alguma receita feita pela avó ou um prato produzido pela mãe durante a infância. Essa memória afetiva faz sentido. Afinal, as mulheres representam 96% das cozinhas domésticas do Brasil, segundo dados do Pnad. Embora elas sejam maioria nos lares, nas cozinhas profissionais elas são apenas 7%, segundo relatório do Chef’s Pencil.

O alto custo para se tornar dona do próprio negócio e a falta de crédito são algumas das principais barreiras para empreender no mercado da gastronomia, como revela pesquisa inédita realizada pela Stella Artois em parceria com a Ipsos. “Quando eu abri o meu restaurante, contei com a ajuda da minha família”, diz a chef Cafira Foz, proprietária do Fitó Cozinha. Hoje, com cinco anos de funcionamento, a chef emprega 30 mulheres no restaurante e outras 20 nas áreas de assessoria de imprensa, jurídica e assistência. “Se um negócio começa sem essa cultura empresarial, não vai funcionar.”

O depoimento da chef de cozinha é reflexo da realidade de muitas mulheres que estão em busca de visibilidade na gastronomia. Uma em cada três profissionais da área disse que empreender no setor custa mais caro em comparação aos homens, segundo relatório.

Outro dado que chama atenção é a descredibilidade. Um terço das participantes da pesquisa considera que não ganha destaque na área porque não é ouvida pelos chefes homens. Essa espécie de validação do trabalho feito por mulheres é criticada por Cafira: “Eu não vejo nenhum chef de cozinha no meu restaurante”, diz Cafira.

Pensando em romper essa desigualdade nas cozinhas profissionais, ela se uniu a outras chefs do Brasil para potencializar futuras profissionais da área e incentivar a equidade de gênero na gastronomia. O time é formado por Bela Gil, Kátia Barbosa, Andressa Cabral, Bel Coelho, Bruna Martins, Amanda Vasconcelos, Kalymaracaya Nogueira, Michele Crispim e Nara Amaral, que integram o projeto Juntas na Mesa, que foi criado pela Ambev e faz parte da pesquisa.

“Infelizmente, os números e relatos confirmam que mulheres que trabalham na área encontram inúmeros desafios, sobretudo com relação à visibilidade, formação e crédito”, afirma Mariana Porto, diretora de marketing da Stella Artois. Cerca de 45% das mulheres ouvidas na pesquisa revelam buscar algum tipo de profissionalização. Por causa dessa lacuna no mercado, os três pilares citados por Mariana serviram de base para a criação de ações. De acordo com a marca de cerveja, serão investidos R$ 10 milhões no Juntas na Mesa. Mil empreendedoras do setor vão ter acesso a empréstimos de até R$ 60 mil, que estão sujeitos à análise de crédito, taxas e condições de parcelamento. Para Cafira, o acesso ao financiamento é essencial não só para a abertura do negócio, como também para a sobrevivência do empreendimento. “Como entregar comida boa sem deixar de lado as questões que não deixam de acontecer na minha equipe?”, questiona a chef.

Além do crédito, o projeto vai oferecer cursos para auxiliar em outras atividades desenvolvidas no setor. Entre as disciplinas ministradas, estão: economia doméstica, reaproveitamento de alimentos e educação financeira. As inscrições devem ser abertas neste ano e as aulas, no início em 2023.

Cafira analisa que não existe receita para solucionar o problema, é preciso mexer na estrutura. “Eu não quero que nenhuma mulher passe pelo que eu passei”, diz.

EU ACHO …

“AINDA DÁ” X “AH, NÃO DÁ”: O PODER DO PROPÓSITO

“Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem. Outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam.” (Leon Tolstói, Cartas)

Diante da imagem de uma porta fechada, há quem fixe o olhar na fechadura. Mas existem aqueles que se atêm à maçaneta. Esse direcionamento distingue as pessoas que valorizam a passagem trancada, o acesso negado, a impossibilidade, daquelas que sempre cogitam uma saída, uma alternativa, uma recusa ao que parece intransponível. Em suma, existem pessoas comprometidas com o problema (ah, não dá) e pessoas comprometidas com a solução (ainda dá).

No mundo laboral, basta percorrer algumas poucas estações de trabalho para deparar com pessoas reclamando do prazo constrangido, da falta de recursos, do orçamento restrito e da estrutura insuficiente, entre outras mazelas. Não que esses fatores sejam desprezíveis. Muitas vezes eles, de fato, prejudicam o desempenho e comprometem o resultado. Há, no entanto, um modo lamurioso de olhar o entorno.

E essa atitude pode conter algumas armadilhas. Uma delas é a amplificação de um aspecto desfavorável, a ponto de o restante parecer um caos. Outra encrenca é o efeito contagioso nas pessoas em volta. O sujeito com a nuvenzinha carregada sobre a cabeça costuma baixar a energia da equipe. Sobretudo quando ele encontra outro reclamão e tem início uma espécie de “leilão de desgraçados”. Cada qual disputando quem dá o maior lance para ser a “vítima do mês”, com seus respectivos martírios.

“Ah, com esse prazo, eles querem que eu faça o quê?” “E no meu setor, que os caras pedem tudo pra ontem…”

“Com esse orçamento, acham que eu vou conseguir que tipo de fornecedor?”

“E eu que nem orçamento mais tenho para isso…”

E, se alguma condição melhorar, a ênfase passará a ser naquilo que continua dificultoso. Existem pessoas que usam isso como um marketing pelo caminho invertido. Vendem dificuldade na tentativa de uma autovalorização. O chefe que reclama da equipe numa alusão de que, no fundo, é ele quem faz acontecer. É o funcionário que, para dar “aquela valorizada”, alega estar cheio de trabalho, mesmo sabendo que é possível cumprir a tarefa. É o gestor que diz que “aqui isso não funciona desse jeito”, mas que vai ver o que “dá para fazer”.

Obviamente, não se está negando a existência de empresas que se pautam por uma conduta exploradora em relação a funcionários e prestadores de serviços. Mas essas estão fadadas a sumirem do mapa, uma vez que só conseguirão a adesão por conveniência. Em vez de pessoas comprometidas, contarão com funcionários que estão ali de passagem, por alguma contingência  e  não por  escolha.  O  risco  que  essas  empresas  correm  é de perderem seus talentos a qualquer aceno do mercado. E, com os níveis atuais de  competitividade,  nenhuma organização  se  sustenta  se  não  contar  com profissionais competentes e engajados.

Em algumas situações, entretanto, o profissional perde a perspectiva de que foi chamado para um determinado cargo porque ele tem um repertório de soluções para aquelas demandas. Seja em qualquer função. No final das contas, é ele a solução para as necessidades daquela organização. Essa visão não pode ficar enevoada por vicissitudes pelas quais as empresas passam, em maior ou menor grau.

A pessoa precisa enxergar-se como parte da solução, não como cultuadora do problema. Até porque são raras as situações em que tudo está em seu ponto ótimo. A realidade é muito mais povoada por dificuldades (ou, eufemisticamente, desafios, como prefere o linguajar corporativo) do que por facilidades.

Cabe ao profissional lutar por melhores condições para exercer a sua atividade. Isso significa reunir argumentos que sustentem suas reivindicações, que sinalizem que as melhorias propostas serão traduzidas em performance, que os investimentos trarão retorno para a companhia.

E fazer o melhor com as condições que se tem, até que seja possível fazer melhor ainda. Isso é ser um agente de mudança. Pensar que ainda dá para fazer diferente do que sempre se fez, que dá para pensar de outro modo, que é possível tentar negociar melhores condições para que as pessoas aperfeiçoem suas performances.

A alternativa a isso é simplesmente se conformar e ir tocando o barco, cumprindo protocolos e esperando pelas happy hours nos bares, já que as horas felizes na empresa inexistem.

Se o profissional vislumbra possibilidades de melhoria em seu cotidiano, deve ser propositivo nesse sentido. A menos que chegue à conclusão de que aquele ali, definitivamente, não é o seu lugar. Se ficar evidente que existe uma incompatibilidade de valores, de visão, de propósitos entre as partes, aí é o caso de preparar uma mudança de rota, com um novo nome depois do @ no e-mail corporativo.

Por isso, é sempre preciso tentar! Assim como o fracasso acontece quando se desiste antes mesmo da primeira tentativa, ele também vem à tona quando a meta é abandonada diante dos primeiros reveses. Uma das virtudes mais decisivas é a capacidade de não desistir quando o objetivo faz sentido para a nossa vida.

No poema “Rápido e rasteiro”, o poeta carioca Chacal expressa de maneira genial a força do propósito, ao mesmo tempo que celebra aqueles momentos em que a vida exubera, mesmo diante das forças contrárias: “Vai ter uma festa/ que eu vou dançar/ até o sapato pedir pra parar./ Aí eu paro/ tiro o sapato/ e danço o resto da vida”.

Se eu quero algo, preciso buscá-lo com alguma dose de obstinação. Em certas ocasiões, terei de fazê-lo por muitas e muitas vezes. Essa tenacidade demonstra inteligência focal.

O   jogador   de   vôlei   Serginho,   também   conhecido   como   Escadinha,   foi recusado  em  vários  processos  seletivos  dos  clubes  esportivos,  as  chamadas peneiras.  Só  no  antigo  Banespa  foram  três  nãos.  Ele  viria  a  ser  contratado pelo clube anos depois, quando já despontava no cenário nacional. Apesar das tentativas   frustradas,   o   atleta   perseverou   até   conseguir   uma   vaga   no Palmeiras.  O  ingresso  na  carreira  não  significou  o  fim  das  dificuldades.  Viu- se   desempregado   quando   o   Guarulhos,   seu   segundo   time,   encerrou   as atividades.

Mesmo como jogador, Serginho fazia bicos para complementar a renda, vendendo produtos de limpeza em uma Kombi ou ajudando na colocação de papéis de paredes. Mas teve a virtude da não desistência. “Acreditava que poderia melhorar de vida com o vôlei. Parecia loucura, afinal vôlei é esporte de elite. Mas eu pensava: se tem gente que consegue, eu também posso”, conta na biografia Degrau por degrau – A trajetória de Serginho, de Pirituba ao Olimpo, escrita por Daniel Bortoletto (Planeta, 2017).

Fato é que essa determinação foi um dos fatores para construir uma trajetória que inclui quatro medalhas olímpicas (duas de prata e duas de ouro), a última delas, o topo do pódio na Olimpíada do Rio de Janeiro, quando foi eleito o melhor jogador da competição, aos 40 anos de idade e com quatro pinos na coluna. “Ele era um leão, tanto em treino como em jogos. E logo nos primeiros jogos pudemos observar uma questão mental importante: ele crescia nos momentos difíceis”, comenta Nalbert, companheiro de seleção, na mesma obra.

A atitude “ainda dá” ganha mais robustez quando suplanta todos os indícios de que não daria. Conforme já mencionado, só acreditar que “ainda dá” não assegura a realização de um intento. Contudo, não acreditar ou curvar-se diante das dificuldades é pavimentar o caminho para o fracasso.

Por isso as histórias em que triunfos acontecem apesar de todas as condições contrárias causam tanto fascínio.

Como a saga do navegador irlandês Ernest Henry Shackleton (1874-1922). Em  1914,  pouco  antes  da  eclosão  da  Primeira  Guerra  Mundial,  Shackleton partiu para sua terceira expedição ao Atlântico Sul. Na ocasião, o objetivo seria atravessar a Antártica pelo Polo Sul. Próximo da data do desembarque, o navio Endurance ficou preso em um banco de gelo. A solução seria esperar a chegada da primavera, na suposição de que o derretimento das placas soltaria a embarcação. A 2 mil quilômetros de distância de terra firme, os 28 membros da tripulação acamparam em uma banquisa, a superfície que se forma pelo congelamento da água do mar.

O aguardado degelo, no entanto, causou avarias no casco da embarcação, que veio a naufragar. Como líder, Shackleton precisava buscar uma saída, por mais que as probabilidades de sobrevivência fossem se derretendo também.

Ainda dava para chegar ao continente com os botes salva-vidas retirados do Endurance. Assim, em cinco dias alcançaram a ilha Elefante, de onde Shackleton e seis tripulantes empreenderam outra travessia de cerca de 800 quilômetros em busca de ajuda.

Foram duas semanas com a pequena embarcação chacoalhando no mar, por causa das sucessivas intempéries. Atingiram a ilha de Geórgia do Sul, mas ainda era necessário perfazer uma extensa caminhada por terrenos não mapeados. Chegaram finalmente a uma estação baleeira da Noruega, onde pediram ajuda. A colaboração do governo chileno contribuiu para o salvamento dos demais membros da expedição.

Foram quase dois anos até que acontecesse um dos mais improváveis resgates da história da navegação!

Numa leitura possível, trata-se de uma sucessão de “ainda dá”. Cada etapa continha mais chances de transformar-se em fracasso do que em êxito. Há que se levar em conta que o instinto de sobrevivência tem peso nesse episódio, afinal, qualquer tentativa, por mais arriscada que fosse, parecia uma opção melhor do que simplesmente morrer congelado.

No entanto, essa odisseia do navegador irlandês encarna a máxima de “enquanto há vida, há esperança”. Ainda dava para despender todo esforço possível na tentativa de um salvamento, mesmo que todos os sinais indicassem o contrário. E deu porque houve inteligência focal, esperança ativa, persistência e o compromisso ético de um líder com a sua equipe.

ESTAR BEM

ENALTECIDO

Hit entre quem busca alimentação saudável, abacate é aprovado por especialistas

Muitos alimentos já ganharam fama de queridinhos da nutrição. Alguns de forma justa, outros injustamente. Quem vem dominando as receitas na rede, restaurantes e consultórios desta vez é o abacate. Sim, essa fruta que muitas vezes passava despercebida pelos quintais de antigamente está em alta por quem busca alimentação saudável. E parece que, finalmente, vai encontrar um lugar mais nobre à mesa dos brasileiros.

Primeiro, é preciso dizer que o abacate é mesmo um alimento poderoso e saudável. Tem vários benefícios, quando consumido em quantidades adequadas.

“Venho observando grande interesse dos pacientes no consultório, muito por conta das dietas low carb e cetogênica. Como elas estão em voga por promover o emagrecimento mais fácil, a fruta acabou sendo muito usada, já que tem carga de carboidrato muito pequena”, afirma a nutricionista Priscilla Primi.

Nos últimos anos, o abacate foi sendo incorporado em diferentes preparações, que vão muito além da velha vitamina, do creme cheio de açúcar ou do guacamole da noite mexicana.

“A gente realmente não comia muito abacate. Era uma fruta que todo mundo tinha uma tia que tinha em casa, meio de quintal, e só comiam doce, seja com açúcar e limão ou vitamina de abacate. E aí foi caindo em desuso por causa do açúcar. Mas é mesmo um bom alimento”, completa a nutricionista.

GORDURA BOA

Segundo ela, o abacate é cheio de gordura insaturada e tem as mesmas propriedades que o azeite de oliva, por exemplo, mas com um sabor mais neutro, que se presta tanto a preparos doces quanto salgados.

“Antes de falar de alimentos com super propriedades, é importante ter em mente que, embora seja saudável, comer demais pode ser prejudicial. É uma fruta com teor de gordura muito alto, entre os quais se destacam as do tipo mono e poli-insaturadas. Esses tipos de gorduras são chamados de saudáveis porque previnem doenças cardiovasculares (como a formação de placas ateroscleróticas), ajudam a reduzir os níveis de colesterol LDL (“ruim”) e aumentam os níveis de colesterol HDL (“bom”). Também possui um conteúdo considerável de vitaminas do complexo B e vitamina E”, complementa a nutricionista e chef Nela Di Pasquale.

Apesar de tantos benefícios, o chef argentino Diego Saire reforça que é preciso controlar a quantidade:

“Ao incorporar o abacate em preparações doces e salgadas, devemos ter em mente que é um produto rico em gordura e calorias, por isso devemos regular sua quantidade, bem como os produtos com os quais vamos fundi-lo. Nos pratos salgados, o mais recomendado é inclui-lo nas saladas, já que os vegetais são pouco calóricos, e nas preparações doces, devemos tentar usar pouca gordura extra”, indica.

A ideia principal é substituir gorduras que já usamos, como a manteiga no pão ou o creme de leite no doce, pela fruta. Para quem estranha a mudança, saiba que já existe azeite de abacate no mercado.

Primi afirma que não há problema em consumi-lo todo dia, desde que gerenciando o resto da ingestão de gordura. De forma semelhante ao que se teria em mente em relação à manteiga usada no café da manhã, por exemplo.

“O “americantoast” é uma ótima opção para o café da manhã. A gordura do abacate dá uma boa segurada, e a pessoa vai demorar para ter fome. Dá saciedade. Mais uma fonte proteica, como o ovo, e o carboidrato, do pão, fazem dele uma refeição saudável”, sugere a nutricionista.

BRASILEIRO

Muita gente pensa que só existe o abacate e o famoso primo gringo, o avocado. Mas não é bem assim. Existem mais de 500 variedades de abacate, mas no Brasil há sete tipos mais comuns desse fruto de origem centro-americana. Curiosamente, as safras são bem diversas entre si, o que faz com que seja possível encontrar algum tipo de abacate no mercado praticamente o ano todo. Infelizmente, isso não significa, necessariamente, que esteja barato.

Se por um lado, a variedade de oferta é positiva, por outro fica mais difícil estabelecer exatamente qual está pronto para consumo. Alguns tipos têm casca mais escura e rugosa, enquanto outros são bem verdinhos de exterior liso.

Priscilla Primi diz que, por dentro, não há diferenças: todos são semelhantes na composição nutricional.

É verdade que o avocado tem um sabor um pouco mais neutro e o nosso abacate tem um leve toque adocicado. Mas isso não chega a ser um empecilho e qualquer um deles pode ser usado nas receitas (doces ou salgadas). Uma outra pequena diferença está na textura: o avocado é mais firme, portanto mais fácil para cortar em lâminas, por exemplo. Diferença muito maior do que essas é o preço – avocado é muito mais caro -, então vale observar a real necessidade.

Na hora da compra, a dica é procurar por aquele com casca mais uniforme, sem manchas, e com verde brilhante. Já o avocado é mais específico: quando a casca está bem escura, roxa, quase preta, é que está bom. Em geral, é preciso dar aquela apalpadinha para ver se está muito firme ainda ou já mais macio e pronto para o consumo.

Mas tudo bem se aquele que você comprou não estava no ponto. Quando isso acontecer, Nela Di Pasquale dá dicas para acelerar o amadurecimento:

Embrulhe o abacate em jornal e coloque-o em um ambiente quente por cerca de cinco dias;

Cubra completamente o abacate com papel alumínio e o leve ao forno a 170°C por 10 minutos. Remova-os, deixe esfriar e estão prontos para uso;

Coloque os abacates dentro dos sacos de papel e adicione uma maçã ou tomate maduro para aumentar o gás etileno. Em seguida, a bolsa deve ser fechada e deixada em um local quente (24°C). Em dois dias eles devem estar prontos.

Se você chegou até aqui sem querer botar um pedaço de abacate na boca, há outros caminhos para se beneficiar dessa fruta: a cosmética. Ele vem sendo cada vez mais usado em produtos capilares e para a pele.

Além dos óleos naturais, a fruta também é rica em componentes antioxidantes. Com vitaminas A e E, pode auxiliar na hidratação e combate aos radicais livres. Há muitas receitas caseiras disponíveis, mas é preciso cuidado por quem tem cabelos ou pele oleosos porque, em razão das gorduras, o abacate pode piorar o quadro.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ESTRESSE NO CASAMENTO AFETA SAÚDE DO CORAÇÃO

Estudo concluiu que conflitos e infelicidade no cotidiano dos casais são fatores que afetam qualidade de vida e recuperação de ataques cardíacos. Cônjuges estressados têm mais dores no peito e tendem a voltar ao hospital

Em algum momento de toda festa de casamento, um tio inconveniente sempre chega aos noivos e fala: “depois piora”. Quem nunca ouviu de seus familiares que após um tempo da união a vida começa a ficar monótona, estressante, e os casados deixam de lado suas próprias metas e ambições? Um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, aponta que um relacionamento longo realmente pode interferir na saúde física do casal, e que o estresse no cotidiano a dois pode afetar o coração, aumentando o risco do cônjuge voltar ao hospital depois de ter tido um infarto, por exemplo.

Nos primeiros anos, o casamento tende a ser um mar de rosas, onde nada dá errado. As discussões do dia a dia são minimizadas, e o casal está disposto a fazer de tudo para o relacionamento funcionar. Porém, com os anos, a atenção vai diminuindo e os problemas podem aparecer.

Os pesquisadores analisaram a recuperação de 1.500 adultos, com idade média de 47 anos, que tinham acabado de passar por um ataque cardíaco. Um ano depois da ocorrência e da alta do hospital, os dados foram comparados com o quão felizes eles se consideravam ao lado da pessoa amada.

Os participantes responderam questionários sobre a qualidade emocional e sexual do seu relacionamento. Os pesquisadores criaram uma escala de pontos para avaliar a saúde física dos voluntários e ainda monitoraram dados hospitalares para identificar se houve retornos ao local após o infarto.

Entre os entrevistados, 40% das mulheres relataram estresse conjugal grave, contra 30% dos homens. Os participantes que manifestaram estresse severo tiveram 1,6 e 2,6 pontos a menos na escala criada pelos pesquisadores em saúde física e mental, respectivamente, do que o grupo de controle.

Os mais estressados tiveram oito pontos a menos na qualidade de vida quando medidos em uma escala específica para saúde do coração – eles eram quase 70% mais propensos a relatar dores no peito do que pessoas com nenhum estresse conjugal ou grau leve. E representavam cinco em cada dez estressados que poderiam ser readmitidos no hospital por qualquer causa em comparação aos demais.

RECUPERAÇÃO PIOR

“Nossas descobertas apoiam que o estresse experimentado na vida cotidiana, como o conjugal, pode afetar a recuperação de adultos após um ataque cardíaco. Esforços futuros devem considerar o problema na triagem dos pacientes para identificar melhor as pessoas com alto risco de problemas na recuperação”, explica Cenjing Zhu, principal autora do estudo.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cada dois minutos morre uma pessoa devido a uma enfermidade cardiovascular no país. A incidência entre o público mais jovem vem aumentando consideravelmente. A situação se agrava, pois poucas pessoas – cerca de 2% dos brasileiros – sabem reconhecer os sintomas de um infarto. Estilo de vida, sedentarismo, tabagismo, estresse, hipertensão arterial e diabetes estão entre as principais causas da doença.

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