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ENZIMAS PARA EMAGRECER VOLTAM À MODA COM FÓRMULAS

Clínicas não afirmam quais substâncias são escolhidas; médicos dizem que combinações não têm comprovação

Os termos “enzima sistêmica intramuscular” e “enzima de emagrecimento” ganharam redes sociais como o TikTok nos últimos dias. O grupo de substâncias que comercialmente recebe esse nome por acelerar o metabolismo, porém, é controversa no meio médico. A SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) declara que não há estudos que comprovem a “eficácia e muito menos a segurança” desses procedimentos injetáveis.

As supostas “enzimas” usadas nos tratamentos estéticos trazem vitaminas e substâncias não especificadas. Em casos extremos, centros de emagrecimento aplicam hormônios para tireoide e testosterona em pacientes para provocar o efeito prometido.

Sem nos identificarmos, entramos em contato com duas redes de estética, uma de São Paulo e outra de Minas Gerais, e perguntamos quais as substâncias mais usadas na enzima intramuscular. As duas negaram a informação e disseram que a combinação depende de avaliação individual.

Uma delas definiu as enzimas como “ativos que promovem redução de gordura localizada, emagrecimento e até ganho de massa”, utilizando até cinco substâncias. A outra chamou de “aceleradores metabólicos com várias substâncias”. As duas disseram não usar hormônios.

A tiktoker Eliza Martins Costa, de Belém (PA), perdeu um rim depois de injetar enzimas no abdômen. Em seu relato, compartilhado em seu perfil em redes sociais, Eliza mostra uma conversa em que o profissional responsável pelo procedimento afirma que a combinação utilizada por ela continha silício, cafeína, chá verde, colágeno, vitamina B12 e queratina.

“Parece que foi algo pesquisado na internet e tentaram passar para mim”, comenta a vítima na mesma gravação.

Por definição, enzimas são proteínas que aceleram o metabolismo, mas, de acordo com o médico endocrinologista Lucas do Prado Palmiro nem tudo que é vendido no mercado estético com esse nome é de fato enzimático. Palmiro aplica enzimas em seu consultório e defende que as composições são eficazes, com resultados que “até parecem mágica”, desde que bem receitados. “Quando a gente fala em enzimas de emagrecimento, passa de 100 medicamentos diferentes e a gama de produtos é cada vez maior. O problema na realidade é chamar de enzima tudo que compreende uma série de vitaminas e medicamentos”, pontua.

Para o profissional, o tratamento enzimático injetável, seja local, venal ou intramuscular, só deve ser feito por quem sabe receitar e tratar resultados adversos – ou seja médicos especializados. O endócrino manipula todas as suas mesclas e não recomenda fórmulas prontas. Ele reconhece que não há trabalhos científicos suficientes sobre as combinações, mas afirma que individualmente são substâncias conhecidas da prática médica, ficando a composição mais sujeita à experiência do médico que à industrialização do produto. Ele indica o tratamento para quem precisa emagrecer, mas não controla a compulsividade alimentar apenas com alteração do estilo de vida, passa mal com ingestão de cápsulas ou quer aumentar a taxa do metabolismo.

A biomédica do Kurma Spa de São Paulo Elis Xavier trabalha com enzimas há 10 anos e também considera o método seguro. Ela prefere manipular as mesclas de “ativos” para evitar intercorrências e reações. “Eu monto a receita, que é anexada na ficha do meu cliente, e ele tem acompanhamento de tudo. Se tem patologia ou toma remédio de uso contínuo, faço contato com médico dele e juntos alinhamos o melhor tratamento.”

Alguns protocolos de tratamento enzimático manipulado usados em clínicas contém itens como vitamina B12, lipossoma de desoxicolato de sódio, lidocaína, trisilanol, ácido alfa lipoico, óleo de girassol, cafeína, pentoxifilina, benzopirona, complexo B1 e ácido desoxicólico, entre outros. As substâncias são combinadas de diferentes formas e podem causar reações se associadas entre elas de forma inadequada.

Lício Velloso, professor titular de medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, afirma que nenhuma dessas substâncias são enzimas por definição. “São vários produtos químicos como sais, lipossomos e cafeína. Nenhuma sociedade de endocrinologia no mundo aprova tais substâncias para o tratamento da obesidade”, diz Velloso.

O Departamento de Obesidade da SBEM declara que hormônios como testosterona e de tireoide não devem ser usados para perda de peso, eliminação de gordura localizada ou aumento de massa muscular, apenas como tratamento para deficiência hormonal. As consequências do uso indevido vão de acne até o surgimento de características masculinas exageradas e dano cardiovascular.

O hormônio tireoidiano aumenta o metabolismo e reduz gordura, mas também causa declínio de massa magra e pode levar a arritmia cardíaca e morte súbita. Combos enzimáticos com diuréticos podem levar à desidratação e comprometimento dos rins, afirma a instituição.

GESTÃO E CARREIRA

EMPRESAS BUSCAM MANTER CULTURA ORGANIZACIONAL NO TRABALHO REMOTO

Apesar da desconfiança de empresas mais tradicionais, companhias que já nasceram no modelo remoto dizem que é possível construir um ambiente adequado

Julia Cummings, funcionária de uma startup de softwares (Buffer) que trabalha remotamente, com base em Los Angeles, diz que, em seu trabalho, tem acesso a quase tudo que poderia precisar. Ela consegue checar o desempenho financeiro da empresa, saber os salários do colegas e ver anotações compartilhadas de todas as reuniões – mesmo as que não compareceu. Ela tem reembolso ilimitado para livros e recebe bolsa anual de US$ 1 mil para desenvolvimento.

“Fiquei surpresa e feliz com tanto apoio e recursos disponíveis”, afirmou Cummings, que seis anos atrás hesitava em entrar numa empresa que funciona completamente de maneira remota. “É uma das culturas mais fortes que já vi, e não estamos num mesmo escritório.”

Hoje cerca de 36,5 milhões de pessoas nos Estados Unidos trabalham remotamente pelo menos cinco dias por semana, de acordo com a pesquisa Household Pulse, do Departamento do Censo. Mas, à medida que os diretores desenvolvem políticas pós-pandêmicas, uma preocupação a respeito de trabalho remoto emerge com frequência: uma empresa é capaz de construir uma cultura e mantê-la se os funcionários trabalham remotamente?

Empresas que já trabalhavam em modo remoto anteriormente à pandemia afirmam que isso não só é possível, mas também proporciona flexibilidade adicional, mais produtividade e uma vantagem competitiva na contratação. Mas criar uma cultura de trabalho remoto requer mudança de mentalidade, criatividade e intencionalidade, afirmam empresas que funcionam nesse modo.

Para interações sociais, a Buffer – que emprega 84 pessoas em 27 países – concede uma ajuda mensal para seus funcionários trabalharem em espaços de coworking ou cafés. A empresa oferece um guia de boas maneiras para garantir que textos não sejam mal interpretados. E estabelece pares entre funcionários de diferentes seções para chats semanais de 30 minutos por meio do aplicativo automatizado Donut, na plataforma Slack.

“É possível em um ambiente remoto construir aquele mesmo tipo de energia (do escritório), mas é necessário mais esforço”, afirmou Jenny Terry, diretora da Buffer. “Não dá para esbarrar com as pessoas no corredor – nossos corredores são o Slack.”

O impacto na cultura é uma razão pela qual algumas empresas rejeitam o trabalho remoto. Diretores se preocupam com a possibilidade de a cultura se dissolver, os funcionários se desconectarem e o trabalho ser prejudicado.

Eles acreditam em uma certa magia e criatividade que só pode haver no trabalho presencial. Mas, desde a pandemia, mais empresas passaram a oferecer vagas remotas. Twitter, Salesforce e Slack, o aplicativo de troca de mensagens da Salesforce, agora mantêm trabalhadores permanentemente remotos. Os funcionários do Airbnb podem trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo.

EU ACHO …

“AINDA DÁ” DÁ TRABALHO: A VIDA É MAIS DURA PARA QUEM É MOLE!

“É uma carga pesada para a vida aquele que considera a vida uma carga pesada.” (Provérbio árabe)

Mudar dá trabalho. Fácil é nos visualizarmos numa outra situação, sobretudo quando estamos infelicitados com a atual. Tendemos a montar um cenário idealizado, em que os benefícios se sobrepõem às atribulações. Quando estamos descontentes, nossa tendência é superdimensionarmos os aspectos negativos e não dar o devido valor àquilo que é positivo. Nosso julgamento fica enevoado. Mas, se o cenário que projetamos de fato reunir condições incontestavelmente melhores do que as do lugar onde estamos, o primeiro passo é nos mobilizarmos para realizar essa mudança.

No que concerne ao campo do desejo, esta parece ser apenas uma questão de lógica. “Se aqui não está bom e tem lugar melhor, migra-se para lá.” Esse raciocínio faz todo o sentido, até esbarrar com a realidade. A começar pelo esforço em tirar a comodidade do caminho. Por mais paradoxal que pareça, é mais cômodo suportar alguns incômodos do que mudar a situação vigente. Se ela está instalada há muito tempo, essa diligência é ainda mais penosa.

Não que esse esforço seja impossível, mas, até por uma economia de energia psíquica, eu me coloco como incapaz de fazê-lo. Como forma de autoengano, é mais fácil atribuir a minha inação à minha circunstância: “Ah, não tive tempo”, “Precisei cuidar de várias coisas ao mesmo tempo”, “Não dou conta de tocar isso agora”, “Até pensei nisso, mas tive um imprevisto…”.

Encontrar justificativas que soem plausíveis produz uma sensação de conforto, quase que me mostrando que estou certo ao não agir. Estar sempre em movimento é uma justificativa para disfarçar o meu estado de repouso. Não é casual que as dietas, os exercícios, os trabalhos de conclusão de curso sejam acompanhados da clássica promessa “Segunda-feira eu começo…”.

Essa “segundona” virtual, que está sempre no futuro, constrói um discurso que, no fundo, fala muito da minha incapacidade.

Felizmente não agimos assim em todas as fases da nossa vida. Senão, nem andaríamos com as próprias pernas. Andar inclui o risco do desequilíbrio momentâneo. O bebê está absolutamente confortável no berço. Não só economiza energia, como não corre risco de desabar. Há um momento, porém, em que ele percebe que, por mais confortável que seja, é também limitado. Ele tenta ficar em pé e cai sentado. Tenta outra vez e outra… Quando começa a vencer o pânico de cair, ele dá os primeiros passos. Nesse instante, ele assume o risco do desequilíbrio, mas seu mundo jamais será o mesmo.

Esse movimento tem a ver com o quanto se deseja ser o sujeito da sua própria história. Há pessoas que não querem. Há quem prefira a servidão voluntária. Aquela pessoa que prefere ser mandada para não ter de assumir responsabilidades. Ela prefere – e pode preferir – não tomar decisões ou que suas ações sejam determinadas por outrem.

É legítimo buscar essa condição de comodidade. Mas é fragilizante como possibilidade de usufruir a vida. Isto é, podendo ter algo melhor, se contenta com um patamar anterior. E a comodidade muitas vezes conduz à mediocridade.

Embora seja uma escolha, a mediocridade dificilmente conduz a uma vida gratificante. Ao final da trilha, é raro que a pessoa se sinta satisfeita ou até abençoada por ter passado por ela.

Existem duas atitudes bastante distintas a partir da suposição de que “se eu estivesse naquele lugar, estaria melhor”. Uma, proativa, é começar a mover as energias para que essa mudança aconteça. Outra é pensar que aquele tal lugar é inatingível. Pode-se cair num estado de lamentação, quase que de autopiedade: “Eu não consigo”, “Comigo nunca dá certo”, “Isso não é para mim”. Ou pode-se desistir por conformismo: “Vai dar tanto trabalho, que não vale a pena fazer todo esse esforço. Melhor ficar por aqui mesmo”.

Algumas pessoas sustentam um discurso de que querem mudar, mas efetivamente não tomam nenhuma medida nesse sentido. Como consequência, o lugar em que estão – que não é o melhor – fica parecendo ainda pior. É como se a pessoa estivesse numa areia movediça, em que ela não sai de onde está e ainda drena a própria energia.

Se, de fato, a pessoa não quiser sair de onde está, o melhor é assumir para si mesma essa decisão. Será como tirar um peso não dos ombros, mas da existência. “Quero ficar onde estou.” É o famoso “aceita que dói menos”.

Talvez difícil mesmo seja abandonar o costume de reclamar. Como escreveu o inestimável poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994) em “Do pranto”: “Não tentes consolar o desgraçado/ Que chora amargamente a sorte má/ Se o tirares por fim de seu estado,/ Que outra consolação lhe restará?”.

Pode acontecer, é claro, a presença do “desgraçamento”. Pensei que ainda dava, mas não deu. Não funcionou. Não produziu o resultado desejado.

Como proceder a partir dessa constatação? Eu posso olhar o fracasso e ficar só na lamentação. “Tá vendo? Não tem jeito. Eu quase me matei e as coisas não aconteceram.” Qualquer insucesso pode servir como fonte de desespero, de autocomiseração, de arrependimento por ter feito um esforço que resultou inútil.

Mas é possível também olhar aquilo que aparenta ser um fracasso como uma oportunidade de aprendizado. O passo malsucedido me serve de aprendizado para dar outro na direção que almejo. Ou pode me sinalizar que devo mudar de direção. Escolher outro caminho para chegar ao mesmo destino.

Aquele passo, portanto, não foi em vão. No mínimo, me mostrou como não chegar ou revelou que serão necessários mais passos para que eu realize o meu intento.

A compreensão do fracasso como uma etapa não desejável, mas passível de ocorrer, me dá energia para seguir adiante, em vez de me exaurir com lamentações. Se o insucesso permitir a percepção dos meus equívocos, posso reavaliar as condições e criar outras circunstâncias para o êxito.

Um exemplo clássico é o do norte-americano Thomas Edison (1847-1931), tido como o inventor da lâmpada incandescente capaz de suportar a corrente contínua. Os relatos quanto aos números de tentativas até conseguir seu objetivo variam da casa da centena até mais de 1.400. O fato é que Edison e seus assistentes dedicaram mais de um ano às experimentações até que o fio de algodão carbonizado chegasse ao invento que iluminou a humanidade.

Entre as mais de mil engenhocas patenteadas por Edison estão o fonógrafo, um embrião dos aparelhos reprodutores de som; o cinetoscópio, um protótipo dos projetores de imagens; e a caneta elétrica, que viria a dar origem ao equipamento hoje usado por tatuadores. A Edison é também atribuída a autoria da frase: “Gênio é 1% de inspiração e 99% de transpiração”.

Qual o grande mérito de Edison, além da criatividade? A trabalhosa persistência!

Em vez de tomar cada tentativa como um fracasso, Edison encarava como mais uma etapa do processo de aperfeiçoamento do seu projeto. Se não chegou ao resultado, ao menos sinalizou que ainda dava para tentar de outro modo. Porque saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer. A lição de Edison é que não há fracasso quando o erro acontece. O fracasso se estabelece quando há desistência após o erro ter acontecido.

Qualquer pessoa é passível de errar. Temos vulnerabilidades e estamos sujeitos a falhas. O fracasso acontece depois. Quando, em vez de persistir, de buscar, de refazer, de reinventar, de achar que ainda dá, nós entregamos os pontos.

A leitura mais imediata da expressão “ainda dá” é de impulso, de energia para ultrapassarmos um limite, para despendermos um esforço extra para irmos mais adiante. Mas essa expressão carrega também a perspectiva da não desistência.

Essa mensagem de “ainda dá” não se restringe a “chegue a tal lugar”, ela concerne à virtude de “não deixe de tentar chegar”. Porque, ao lograr êxito, ela servirá de referência para ocasiões futuras. Quando circunstâncias assemelhadas parecerem obstáculos, esse registro de que “ainda dá” se fará presente. Afinal, já deu na vez anterior.

Tal como o atleta que, após superar uma disputa acirrada ou bater um recorde em uma prova, ganha confiança para buscar outros resultados. Ou o vendedor que, ao fechar contratos após negociações complicadas, vai mais animado prospectar outros negócios no mercado.

Todos sabemos – seja no esporte, seja na carreira, seja no ambiente empresarial – que a conquista no presente não garante o êxito no futuro. São vários os alertas emitidos nesse sentido. O risco permanente é que a conquista leve a uma acomodação.

Quem quer realmente progredir, se desenvolver, alcançar um patamar mais alto, deve usar o triunfo obtido como matriz para outras conquistas. Como se a memória nos enviasse a mensagem: “Já me vi em situações assim – ou até piores – e superei”. Esse tipo de registro em nosso inventário emocional gera uma atitude de não desistência. Portanto, “ainda dá” é uma atitude.

A virtude da não desistência se traduz pelo esforço que não cessa enquanto houver vida. Porque há pessoas que, mesmo enquanto ainda há vida, abandonam a esperança.

Quando ouvimos “ainda dá” – vindo de outra pessoa ou de nós mesmos – é um brado de coragem, de ânimo. Cabe observar que a palavra “ânimo” está conectada à noção de alma, de animação, de movimento. Portanto, ela é quase uma sugestão de seguir em frente, pois desanimar significa perder a alma.

Vale insistir na ideia: apenas desejar não é garantia de sucesso, mas desistir, não atender ao “ainda dá”, é um passo significativo para assegurar o fracasso.

ESTAR BEM

HERPES-ZÓSTER AINDA É POUCO CONHECIDA; ENTENDA

Provocada pelo vírus da catapora, doença é mais comum após os 50 anos, mas existe vacina para proteger

Praticamente toda a população já teve contato como vírus que desencadeia a herpes-zóster em algum momento da vida. Mesmo assim, a doença ainda é pouco conhecida e, muitas vezes, confundida com problemas de pele. A infecção, que se configura como a reativação do vírus da catapora no organismo humano, costuma se manifestar depois dos 50 anos de idade.

Na maioria das vezes, os sintomas desaparecem em dias. Mas em alguns casos, o cenário pode se agravar, podendo afetar a visão e a saúde mental. As complicações também incluem disseminação do vírus pelo corpo e o comprometimento de movimentos, podendo causar paralisia dos nervos cranianos, meningite, úlcera, hepatite e derrame cerebral

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, mostrou que a incidência de herpes-zóster aumentou 35,4% durante a pandemia. Entre os motivos estão o estresse provocado pelos confinamentos, que abalou o sistema imunológico desses pacientes. A própria ação do coronavírus no organismo pode também ter colaborado.

A seguir, detalharemos a doença, com a consultoria do geneticista e pediatra Salmo Raskin, coordenador do departamento científico de genética da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor do Laboratório Genetika, em Curitiba.

O QUE É HERPES-ZÓSTER?

É uma infecção causada pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a varicela, também conhecida como catapora. Esse vírus tem a característica de ficar “adormecido” em algumas regiões do corpo, como os gânglios e nervos, podendo “despertar” anos depois. Cerca de 30% dos que tiveram catapora passam por isso.

Fatores que diminuem a imunidade facilitam a reativação do microrganismo, deflagrando a doença, como forte estresse, câncer e outras infecções, como HIV e Covid-19. A incidência de herpes-zóster cresceu 35,4% durante a pandemia, para se ter uma ideia. Esse aumento deve-se, provavelmente à ansiedade causada pelas quarentenas associada à própria infecção da Covid-19.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DOENÇA?

Os sinais mais comuns são erupções na pele no formato de bolhas. Trata-se de lesões que doem, coçam e aparecem sobretudo no tórax, nas costas, abdômen, mas também pode acometer a face e a cabeça. O infectado também sente febre e bastante dor de cabeça.

COMO A DOENÇA É TRANSMITIDA?

Como no herpes-zóster a lesão é localizada, não há transmissão respiratória. Ela pode ser passada através do contato. Isso porque o vírus permanece ativo dentro das lesões. O contágio acontece por meio do líquido das bolhas da pele ou por objetos contaminados pelo vírus.

Lembrando que o microrganismo é o mesmo que causa a catapora. Portanto, se a pessoa nunca teve essa infecção ou não foi vacinada e teve contato direto com as lesões que surgem na pele, o risco de transmissão é maior.

EM QUAL IDADE ELA É MAIS COMUM?

Ele costuma ser reativado depois dos 50 anos de idade e em imunossuprimidos. Dos 50 aos 59 anos de idade, o risco aumenta em 4,7%e depois disso cresce em torno de 12%.

COMO É O TRATAMENTO?

Em grande parte dos casos, as lesões na pele desaparecem entre duas e quatro semanas. O tratamento é feito com remédios e técnicas que ajudam a aliviar os sintomas, incluindo analgésicos e antivirais para combater a dor, reduzir a duração das lesões e evitar complicações.

ELA PODE SER PREVENIDA?

Sim, com vacinas. Neste ano chegou ao Brasil um novo imunizante contra o herpes-zóster, do laboratório GSK, para pessoas com mais de 50 anos e imunossuprimidos. Ele é produzido a partir de proteína do vírus (não vivo) e administrada em duas doses. Há também a vacina do fabricante MSD, para quem tem acima de 50 anos. É feita com vírus vivo atenuado da varicela-zóster, e ministrada em dose única. Por enquanto, ambas estão disponíveis apenas no sistema privado.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

DOMÍNIO DO MEDO

Para pesquisadores, filmes de terror podem ajudar a equilibrar emoções

Em um fim de semana, quando eu estava na quarta série, minha amiga Whitney veio dormir em minha casa. Então, à tarde, minha mãe me levou para alugar um filme. Escolhi “A hora do pesadelo”. Tenho certeza que ela não deve ter prestado atenção, porque se tivesse não teria deixado alugá-la. Eu adorei e aproveitei cada segundo, mas Whitney não dormiu bem por semanas.

Naquela noite, meu amor por histórias assustadoras veio à tona. Virei a garota que faz todas as amigas assistirem a filmes de terror nas festas do pijama (caso você seja uma delas, peço desculpas). “It”, de Stephen King, ainda é um dos meus livros favoritos. Também adoro ouvir podcasts sobre crimes reais e não consigo passar por outubro sem ver “Halloween”.

Aparentemente, há uma grande comunidade de fãs de terror. O gênero teve crescimento significativo nos últimos anos. Segundo o banco de dados online de filmes The Numbers, em 2014 ele representava 2,69% da bilheteria anual; em 2021, essa fatia cresceu para 12,75%.

Então, o que podemos dizer sobre as pessoas que gostam de ver filmes onde a perseguição, o ataque e a destruição são regra? Por que tantos de nós gostamos de sentir medo? Entrei em contato com três pesquisadores que estudam a psicologia dos fãs de terror e aprendi que há razões pelas quais essas experiências são procuradas. Consumir terror em doses moderadas pode realmente trazer benefícios para a saúde mental.

“A primeira coisa a entender sobreo horror é que as pessoas só gostam quando se sentem seguras”, afirma a pesquisadora da Georgia State University Cynthia Hoffner, que estuda os efeitos psicológicos da mídia.

Pesquisas sugerem que os admiradores do gênero têm um “ponto ideal” do medo. Ou seja, eles não gostam desse tipo de experiência se não sentirem medo suficiente ou caso fiquem assustados demais.

COISA DE HOMEM

Outra indagação de pesquisadores é se existe um gênero mais inclinado a essa atração pelo terror.

“Meu amor por esses temas também desafia as normas de gênero, porque os homens tendem a gostar mais do que as mulheres”, aponta Hoffner.

Essa questão pode estar atrelada à ideia de que as sociedades atribuem ao sexo masculino uma maior capacidade de lidar com o medo.

“Assistir a esse tipo de filme pode ser uma forma de dominar situações horríveis e mostrar que você não tem medo”, acrescenta Hoffner. Há um fato curioso, entretanto: as mulheres costumam ser mais atraídas pelo gênero true crime, que conta histórias de assassinatos e criminosos reais.

Embora não se saiba muito a respeito da personalidade dos fãs de terror, existem algumas teorias. Uma análise publicada por Hoffner e seu colega Kenneth Levine revelou que pessoas com níveis mais baixos de empatia são mais propensos a gostarem de conteúdo assustador, porque não se importariam tanto com as vítimas.

Porém, “isso não significa que todo mundo que gosta de filmes de terror tenha pouca empatia”, esclareceram. Outra pesquisa recente contradisse esse ponto e estabeleceu que essas pessoas têm a mesma taxa de empatia e compaixão que os não fãs. Ou seja, esse ainda é um ponto de debate.

Estudos também sugerem que fãs de horror tendem a ser pessoas que gostam tanto de estímulos intelectuais quanto de atividades criativas, e que são caçadores de emoções “porque gostam da adrenalina que sentem quando estão com medo”, explica Hoffner.

Outros trabalhos descobriram que aqueles que se sentem nervosos ou são mais propensos à ansiedade sentem atração pelo gênero. Isso porque os sustos podem desviar a atenção de outras preocupações: em vez de suas finanças, eles se concentram nos zumbis da tela.

“Quando você assiste a esse tipo de filme, pode mudar o foco de sua ansiedade”, diz o pesquisador do Laboratório de Medo Recreativo da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, Coltan Scrivner. Quando o Scrivner e seus colegas entrevistaram pessoas para um estudo no início da pandemia, descobriram que os fãs de terror experimentaram menos sofrimento psicológico relacionado à situação mundial.

“Embora ninguém saiba ao certo, há a possibilidade de que alguém mais acostumado a se sentir inseguro seja mais capaz de lidar com situações complicadas da vida”, sustenta Marc Andersen, psicólogo que trabalha com Scrivner, mas não participou do estudo.

Esse conteúdo pode ajudá-los a pensarem como responderiam a diferentes ameaças. Nesse estudo, as pessoas que assistiram a filmes assustadores que envolviam representações de caos em massa se declararam mais preparadas mentalmente para a pandemia do que aquelas que não consumiam o material. Em março de 2020, o terror pandêmico “Contágio” se tornou um dos filmes mais baixados no iTunes, possivelmente porque os espectadores podiam “de certa forma, começar a escrever seu próprio manual de enfrentamento”, explicou Andersen.

MAIS FERRAMENTAS

O desejo de se instruir sobre o assunto é outro ponto importante. Depois de ouvir um podcast sobre um serial killer, tenho uma ideia mais informada sobre as pessoas que cometem esse tipo de atrocidade e, portanto, me sinto capaz de identificar um na rua. Nessa linha, uma pesquisa mostrou que mulheres acompanham esses conteúdos para se proteger. Daí sua atração pelo true crime.

Em um estudo de 2022, Scrivner e Andersen entrevistaram pessoas que participaram de atividades assustadoras e perguntaram por que gostavam dessas experiências. Alguns participantes disseram que valorizavam aprender sobre suas reações ao medo.

“Eles ajudam você a refletir sobre como você reagiu”, explica Scrivner.

Depois de conhecer todas as razões pelas quais alguns se envolvem com o terror, não pude deixar de me perguntar sobre minha motivação. Não me considero uma grande caçadora de sensações, na verdade não gosto de montanhas-russas e também não pretendo pular de paraquedas, mas aproveito as situações de risco que surgem diariamente e tento aprender com elas. Acho que talvez os filmes de terror sejam meus aliados, porque me ajudam a controlar minhas emoções e me sentir mais capaz de lidar com situações difíceis ou assustadoras.

Há outra razão pela qual eu também amo filmes de terror: eles me lembram o quão sortuda sou. Depois de assistir “Halloween” todos os anos, sou grata por nunca ter sido perseguida por um psicopata com uma faca. 

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