OUTROS OLHARES

PLANTAÇÃO

Cientistas criam, com sucesso, técnicas para combater a calvície

Pesquisadores da Universidade Nacional de Yokohama, no Japão, chegaram mais perto de encontrar uma cura para a calvície. Em laboratório, os cientistas conseguiram criar folículos capilares a partir de células embrionárias de camundongos. Quando implantados nos animais, os folículos geraram os fios com sucesso, e continuaram a funcionar em vários ciclos de crescimento dos pelos. O estudo foi publicado na revista científica Science Advances.

O folículo é uma estrutura em formato de bolsa que fica abaixo da pele, na hipoderme. Dentro dele está a raiz do fio capilar. Cada folículo consegue gerar entre três e cinco fios. Com os resultados animadores, os cientistas acreditam que o método abre caminho para futuros tratamentos de distúrbios que levam à queda de cabelo. Outra possibilidade é que o crescimento em laboratório dispense o uso de animais para testes de produtos químicos.

“O próximo passo é usar células de origem humana e aplicar para o desenvolvimento de medicamentos e medicina regenerativa”, diz Junji Fukuda, professor da faculdade de engenharia biomédica da Universidade Nacional de Yokohama, em comunicado.

Para desenvolver os folículos que serão testados em humanos em laboratório, porém, os cientistas explicam que o processo será um pouco diferente. Em vez de células embrionárias, por questões éticas e de acesso ao material, eles utilizarão engenharia reversa em células-tronco para alcançar as unidades presentes na fase em que o indivíduo ainda é um feto em formação.

“Tem muita água para rolar ainda, porém, entender esse meio complexo de ativações e inativações do folículo, estímulos e inibições, ou seja, como essa orquestra funciona, já é um grande passo na ciência, porque ainda não temos isso 100% definido. Nestes últimos cinco a dez anos, estamos caminhando de forma muito mais rápida, tanto em terapias medicamentosas como celulares e genéticas, então não tenho dúvidas de que em breve teremos opções terapêuticas novas para o tratamento da calvície”, avalia a médica dermatologista coordenadora do departamento de cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia regional do Rio de Janeiro (SBDRJ), Violeta Tortelly.

Para Natasha Crepaldi, professora da residência em dermatologia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e membro da SBD, caso a técnica se mostre eficaz em humanos será de fato uma nova e importante alternativa no tratamento da calvície.

“Será fundamental para elucidar muitas etapas do funcionamento da unidade folicular até então pouco conhecidas e também para a abordagem precoce de casos iniciais em que folículos novos poderão impedir a evolução e para casos avançados de calvície onde não há mais área doadora viável (de outras partes do cabelo) para o transplante. Além disso, dispensará o uso de medicações antes e depois do transplante, já que folículos capilares criados (em laboratório) não terão a resposta genética pré-definida e causadora da calvície”, explica a médica.

Tortelly ressalta que as terapias disponíveis atualmente buscam atacar a causa da queda dos fios e estimular os existentes, porém não conseguem recuperar os que foram perdidos.

A calvície, chamada de alopecia, pode ser de diversos tipos. O mais comum, chamado de androgenética, é relacionado aos hormônios masculinos e por isso tem a maior prevalência entre os homens. Nesses casos, costumam se manifestar já nos 20 anos e se agravar com o tempo. É um quadro hereditário.

“A herança genética é poligênica, isto é, não vem só da mãe ou só do pai, pode ser de qualquer parente próximo. E quanto ao fator hormonal, o que ocorre é que a dihidrotestosterona (a DHT) se liga aos receptores do folículo capilar e faz com que eles afinem e reduzam o crescimento. Os fios então vão reduzindo muito a densidade e afinando, passando de três a cinco fios de cabelo por folículo, para apenas um ou dois fios”, diz Crepaldi.

Outra forma que ganhou destaque por ser o diagnóstico da esposa do ator Will Smith, a também atriz Jada Smith, é a alopecia areata. Nesse caso, é uma doença autoimune, pois o próprio sistema imunológico ataca os folículos capilares, impedindo a produção de novos fios.

O EXPERIMENTO

Os pesquisadores desenvolveram a nova técnica baseada na formação natural dos folículos durante a fase embrionária. Eles explicam que, nesse momento, ocorre uma interação entre a camada mais externa da pele, a epiderme, e o mesênquima, uma espécie de tecido primário que dá origem aos tecidos conjuntivos do corpo, como o cartilaginoso, o ósseo, entre outros.

Durante essa interação, são enviadas instruções para que as células se organizem na epiderme e formem os folículos. Os mecanismos desse processo, no entanto, não eram completamente compreendidos.

O cenário mudou com a chegada dos organoides, considerados um dos maiores avanços científicos das últimas décadas. São conjuntos de células criadas a partir de células embrionárias ou células-tronco para reproduzir características genéticas e fisiológicas de determinado órgão ou tecido do corpo. Com isso, os cientistas conseguem analisar processos e mecanismos no laboratório, desenvolvendo “miniórgãos” ou “minitecidos”.

Eles fabricaram então os organoides de folículos capilares a partir de dois tipos de células embrionárias para reproduzir a interação que ocorre durante o desenvolvimento do feto.

O experimento foi bem sucedido, com os organoides gerando folículos e hastes capilares (parte visível do cabelo) com quase 100% de eficiência. Em 23 dias de cultivo, os fios tinham cerca de 3 mm de comprimento, um feito inédito que comprovou a capacidade de gerar o crescimento de cabelo.

Em seguida, eles adicionaram uma droga estimulante de melanócitos – células responsáveis pela produção da melanina, que dá cor ao cabelo. Assim, a pigmentação dos fios melhorou ‘significativamente’. Por fim, eles transplantaram os organoides nos camundongos, o que funcionou de forma eficiente e em vários ciclos de crescimento dos pelos.

“Isso é importante pois os folículos trabalham em ciclos, então existe a fase de crescimento, a fase de transição e a fase de descanso ou queda dos fios”, explica a professora da UFMT.

ALTERNATIVAS

A forma mais comum de reverter a queda capilar da alopecia androgenética disponível hoje é com o uso de medicamentos. As especialistas explicam que fármacos como a finasterida ou a dutasterida inibem a enzima que transforma a testosterona em DHT, impedindo o processo de miniaturização do folículo capilar e, posteriormente, a queda dos fios.

Outro remédio muito conhecido é o minoxidil, que melhora o fluxo sanguíneo do couro cabeludo. Aprovado para uso tópico, como loção, não funciona para todas as pessoas, nem consegue reverter quedas excessivas. Recentemente, estudos têm apontado que uma versão oral da substância proporciona efeito superior, mas ainda não há aval das agências reguladoras. No caso específico da alopecia areata, relacionada ao sistema imune, um outro medicamento tem se mostrado promissor: o baricitinibe. O remédio recebeu o aval para tratar a doença nos Estados Unidos neste ano, e a mesma indicação já está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil.

Além dos tratamentos com fármacos, uma alternativa é o transplante capilar mais moderno, o follicular unit extraction (FUE).

GESTÃO E CARREIRA

TAREFAS REALIZADAS FORA DO HORÁRIO DE TRABALHO GERAM ‘SOBRECARGA INVISÍVEL’

Fenômeno conhecido como ‘hidden overwork’ consiste em se dedicar durante o período de descanso a atividades e temas que deveriam estar restritos ao expediente

Especializada em gestão de marketing e mídias digitais, a jornalista Anyelle Alves, de 24 anos, viajou para Arraial do Cabo (RJ) com um amigo nas últimas férias. A ideia era desplugar de tudo e relaxar, mas quando se deu conta estava trocando mensagens com clientes pelo celular. E ela não é exceção. Hoje, qualquer um está sujeito ao que especialistas chamam de hidden overwork – ou sobrecarga invisível de trabalho.

Esse fenômeno consiste na prática de se dedicar a atividades e temas relativos ao trabalho nas horas de folga. Não se trata de jornadas estendidas ou horas extras, mas de usar férias, finais de semana ou o tempo de descanso para fazer cursos ou continuar em contato com atividades de trabalho.

Esse movimento vai na contramão de parte da sociedade que quer ter mais qualidade de vida e reduzir o volume de trabalho. Mas, com a pandemia e o home office, essa prática aumentou, sobretudo porque muitos passaram a confundir trabalho e casa.

Os motivos que levam as pessoas ao hidden overwork variam. Há desde aqueles que aproveitam o tempo livre para fazer upskilling (desenvolvimento de habilidades), de olho nas rápidas mudanças do mercado (especialmente com a necessidade das empresas de se digitalizar) ou em uma eventual promoção, até os que apostam no “superpreparo” para combater a síndrome do impostor no trabalho.

No caso de Anyelle, a explicação é um misto de autoexigência e gosto pelo que faz. Com isso, ela nunca tem descanso. Na rotina da semana, cuida de toda a parte organizacional durante o dia e acaba reservando o período noturno para falar com clientes e fazer reuniões. Já as férias ela vê como tempo disponível para se dedicar a cursos e mentorias e acaba separando de duas a três horas diárias para esse fim.

PROPÓSITO OU COMPULSÃO?

Segundo Caroline Marcon, professora dos MBAs de Gestão Estratégica de Pessoas e Liderança da FGV-SP e fundadora da Marcon Leadership Consulting, o gatilho para a sobrecarga invisível de trabalho pode ser o estímulo pessoal, um sentimento de pressão do mercado ou até da própria empresa, mas há também um aspecto cultural.

Quando a iniciativa vem do propósito e da paixão, diz a professora, a prática pode ser positiva. Mas, se a sobrecarga vem no piloto automático, pode se tornar disfuncional, culminando em improdutividade e até burnout. Foi o que ocorreu com Ricardo Sato, gerente sênior de TI de 40 anos. Depois de se afundar num elevado volume de atividades, temas e tempo voltados ao trabalho, ele teve o diagnóstico de depressão e burnout, além de um início de gastrite. Para se recuperar, começou a fazer terapia há três anos. “Tudo isso me forçou a mudar um pouco, mas minha cabeça não para”, diz Sato. “Hoje a comunicação é multiplataforma, e o tempo todo tem assuntos ligados ao escopo de trabalho. Desligar 100% é um esforço para mim.”

EU ACHO …

MODERNIDADE E CHARUTOS

Não existe solução para a sensação de incerteza e desorientação moderna

As eleições de 2022 nunca vão acabar. O Brasil viverá em agonia política de forma permanente, inclusive com a religião entrando na luta pelo espaço político, como a Europa viveu séculos atrás. Religião e ódio sempre foram parceiros na história. Mesmo que esse ódio seja um ódio bem-intencionado. As eleições, cada vez mais, serão como gladiadores numa arena se matando, enquanto o povo berra à sua volta.

Não vou falar de política hoje. Quero chamar a atenção para uma ideia de um filósofo húngaro-americano, John Kekes, no seu livro “Wisdom” (sabedoria), sem tradução no Brasil. Para pensar a política hoje, e tudo mais, faz-se necessário que reconheçamos as condições que a modernidade nos impõe. Quais são essas condições da modernidade?

A modernidade, cantada em prosa e em verso, é um período histórico – grosso modo, os últimos 300 anos – marcado por uma utopia da vida racional e científica, da gestão política e social dos problemas do mundo, da tentativa de superação das clivagens religiosas dentro do corpo social, da aceleração do tempo nas relações cotidianas devido ao capitalismo e à Revolução Industrial, do domínio da agenda econômica sobre as outras realidades da vida, da crença de que somos indivíduos fazendo escolhas, da saturação da informação nos meios de comunicação – conhecido como “mídias”.

Existem também rupturas estéticas que impactam uma elite de ilustrados. Essas rupturas estéticas só aumentam em impacto quando passam à moda, ao design industrial e ao consumo.

Falar de condições da modernidade é apontar como ela condiciona nossa vida. Nossa vida moderna se dá dentro de parâmetros – ou condições – como os descritos acima. Ninguém escapa desses parâmetros. Você pode se dar melhor ou pior dentro do jogo determinado por essas regras, parâmetros ou condições.

Mas há outras. A modernidade gerou uma enorme incerteza na vida. Gerou também uma enorme pluralidade de valores – não gosto muito dessa expressão “valores”, que é quase tão vazia quanto “energia”, mas vá lá. A pluralidade de valores morais significa que existem tantos valores positivos e negativos quanto os atores sociais quiserem. Quase um bazar de valores. Valor hoje é coisa de branding e marketing, logo, de consumo.

A modernidade também gerou uma utopia de que a vida iria progredir de forma plena – o que não aconteceu, afora os avanços tecnocientíficos e de gestão que geraram contradições éticas e políticas enormes. A tal “ambivalência” de Zygmunt Bauman (1925-2017).

A pluralidade de valores aniquilou por completo a ilusão de que exista, como se diz em filosofia moral, “o bem” a ser buscado de forma unívoca. “Ética”, ainda que tenha se transformado num hit de vendas no mundo corporativo, está quase lá, em vacuidade, junto com “energia” e “valores”. Dizer ética hoje é quase dizer nada. Ou é dizer “compliance”, que significa evitar passivos trabalhistas de conduta dos colaboradores que atrapalham, por consequência, os negócios e o branding das empresas – e blábláblá.

A pluralidade de valores associada à incerteza – ninguém sabe para onde vai a política, o mercado, a educação, a ciência, as mídias, todos atravessados por essa tal pluralidade – gera um mal-estar específico que nos condiciona de modo disruptivo – isto é, a utopia moderna não se realizou. Esse condicionamento é ansiogênico, o que é bom negócio para o mercado da saúde mental. Gera contencioso, o que é bom para os advogados e os juízes.

Não existe solução para sensação de incerteza moderna. Quem disser o contrário mente. A revista Foreign Affairs, na sua edição de setembro e outubro, trata da “era da incerteza” em geopolítica.

Suspeito de que a modernidade seja um surto psicótico do Homo sapiens que sempre foi monstruosamente contido pelo meio à sua volta e que agora atingiu um nível de potência ativa nunca visto antes. Somos um trem desgovernado em aceleração crescente, se deslocando em direção ao nada, como me disse certa feita o filósofo alemão Peter Sloterdijk, em sua casa, enquanto fumávamos charutos.

LUIZ FELIPE PONDÉ – Escritor e ensaísta, autor de ‘Notas sobre a Esperança e o Desespero’ e ‘Política no Cotidiano’. É doutor em filosofia pela USP

ESTAR BEM

LAVAR BEM O CABELO EXIGE MENOS XAMPU E MAIS ETAPAS

Colorista ensina como deixar fios limpos e desembaraçados sem excesso de produtos danosos nem agressões às madeixas

Lavar o cabelo deve ser uma tarefa tão básica quanto vestir sua calça jeans favorita, afinal, faz parte da rotina. Mas se os clientes do salão do colorista Christophe Robin, em Paris, servirem como um indicativo, o que era para ser algo simples se tornou um processo cheio de dúvidas.

“Essa é a pergunta mais frequente no meu salão: como devo lavar o cabelo?”, revela o colorista.

Parte do problema são as afirmações frequentes e confusas sobre o uso do xampu. As mulheres costumam ouvir tanto que lavam demais o cabelo quanto menos que o necessário.

“Muito disso também vem da quantidade enorme de produtos que temos no mercado agora. E as mulheres estão sempre com pressa. Você tem que lavar corretamente a cabeça e ainda arrumar tempo para enxaguar todos os produtos”, diz.

Para tentar ajudar na hora de higienizar os fios, Robin oferece um tutorial sobre a maneira correta de usar o xampu. Ele também tem algumas dicas para maximizar o brilho e o volume, tudo sem produtos de styling.

DESEMBARAÇO

Desembarace o cabelo com uma escova de qualidade. Robin recomenda começar pelas pontas e, em seguida, voltar para as raízes para terminar o processo.

“Você desembaraça antes para não precisar fazer isso depois, quando o cabelo está molhado. Usar um pente no cabelo molhado é muito estressante para os fios”, diz.

HIDRATAÇÃO

Antes de lavar, aplique um óleo de origem vegetal nas pontas e escove para espalhar o produto. Robin usa um óleo de cabelo hidratante com lavanda, mas diz que óleo de amêndoa puro ou óleo de argan também servem. O ideal é você deixar o óleo no cabelo durante a noite, mas mesmo 15 minutos serão benéficos. Então, você pode pular o condicionador.

“Eu não amo os condicionadores. Eles podem pesar seu cabelo para baixo”, afirma.

LAVAGEM

Lave com o xampu mais adequado ao seu tipo de cabelo. Para o colorista, algumas mulheres escolhem o produto errado para os fios. Na esteira da tendência recente de produtos sem sulfato nos cuidados com os cabelos, ele ressalta que fios coloridos nunca devem ser tratados com produtos que contenham a substância. Às vezes, entretanto, um xampu de sulfato que tenha um poder detergente mais forte é apropriado “para alguém que tem cabelos virgens e raízes oleosas”. e Cabelos mais encaracolados, ele explica, tendem a ser mais secos e podem se e beneficiar do cowash – isso é, lavar com um produto de limpeza sem espuma e condicionador como substituto do xampu. 

Robin afirma que a maioria das mulheres usa o produto em excesso e isso pode ser um problema.

“Você deve usar apenas cerca de uma colher de chá e depois emulsionar com água.  Ensaboe apenas as raízes do cabelo com as pontas dos dedos (não as unhas), evitando as pontas.”

Para aumentar o volume e a circulação, use xampu com a cabeça para baixo.

ENXAGUE

Enxague bem o cabelo.

“Isso é realmente um grande problema, porque as pessoas não estão tendo tempo suficiente para enxaguar todo o produto. O cabelo deve estar completamente limpo”, comenta.

REPARO

Se decidir adicionar um condicionador, aplique a apenas nas pontas. Robin recomenda uma máscara de condicionamento profundo uma vez por semana para resolver vários problemas de cabelo, incluindo fragilidade e cor acobreada.

SECAGEM

Não esfregue o cabelo seco. O colorista demonstrou uma dica marroquina que ele aprendeu para desembaraçar e levantar as raízes.

“Vire a cabeça para baixo e passe uma toalha sobre ela dos dois lados rapidamente”, recomenda.

O movimento da toalha também servirá para remover o excesso de água.

DICA BÔNUS

Robin reconhece que seu processo de lavagem pode levar mais tempo do que os regimes usuais, mas que, se feito corretamente, o método pode fazer xampus durarem mais.

“A maioria das mulheres não deveria lavar mais do que duas vezes por semana”, afirma o colorista.

Isso não quer dizer que o xampu a seco seja a resposta para os outros dias.

“Ele deve ser usado apenas uma noite ou um dia por semana”, indica.

Em vez disso, especialmente no caso de mulheres com vida ativa, algumas borrifadas de uma solução de vinagre nas raízes removerão o óleo. Basta adicionar cinco gotas de vinagre de maçã a 150 ml de água em um borrifador.

“Ao contrário do xampu a seco, não há resíduos, e o vinagre é um tônico maravilhoso para o couro cabeludo”, conclui Robin.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

TERAPEUTAS SEXUAIS AUXILIAM PESSOAS CASADAS E SOLTEIRAS

Profissionais lidam com questões como traumas e identidade de gênero

No verão de 2017, depois de estar casada havia seis anos, Kayti Christian marcou sua primeira consulta com uma terapeuta sexual.

Kayti e seu marido cresceram em famílias evangélicas, firmes na crença de que qualquer desejo sexual fora do casamento seria pecaminoso. Quando se casaram, pensavam que o sexo seria intuitivo, até mesmo transcendente. Em vez disso, conta Kayti, ela e seu marido não sentiam nada durante as relações sexuais e ficavam com vergonha depois.

Eles oraram. Pediram orientação ao pastor da igreja deles, mas isso não os ajudou. Finalmente Kayti, que tem 32 anos agora, começou a procurar terapeutas sexuais certificados no lugar onde vive.

Ela e seu marido foram a cinco sessões – às vezes juntos, outras individualmente. A terapeuta deles recomendou exercícios simples, como ficarem sentados frente a frente, mantendo contato olho a olho e verbalizando seus desejos sexuais em voz alta.

“Pode parecer uma tolice, mas falar de sexo sem fazer sexo foi uma coisa que nos pareceu revolucionária”, disse Kayti, que está escrevendo um livro de memórias sobre a cultura evangélica da pureza. O sexo é complicado para praticamente todos, que são influenciados por uma teia sempre mutante de fatores psicológicos, físicos, culturais e sociais. Muitas pessoas e muitos casais podem se beneficiar da terapia para chegarem a um entendimento melhor de sua sexualidade.

Terapeutas sexuais dizem que seu campo de atuação frequentemente é incompreendido – visto como o último recurso para pessoas que vivem relacionamentos fadados ao fracasso ou como uma prática realizada por poucos e que envolve exercícios constrangedores de contato físico. Pessoas como Kayti Christian e seu marido podem sofrer por anos até finalmente procurarem a ajuda de um terapeuta sexual.

Há evidências emergentes de que podemos estar vivendo uma fase coletivamente difícil em termos sexuais. Vários estudos sugerem que nos últimos dois anos, especialmente no começo da pandemia, as pessoas fizeram sexo menos frequente e de pior qualidade.

Uma sondagem de 2020 do Instituto Kinsey constatou que 24% dos casados nos Estados Unidos estavam fazendo sexo com menos frequência que antes da pandemia. E 17% das mulheres relataram uma queda em seu nível de satisfação sexual.

Mesmo assim, enfrentar problemas sexuais – quer tenham surgido durante a pandemia ou não – é complicado. A medicina demorou a enxergar o sexo como parte importante da saúde pessoal, e muitos médicos não recebem ensinamentos formais sobre saúde sexual na escola de medicina, a despeito das ligações conhecidas entre sexo e bem-estar.

O New York Times conversou com vários terapeutas sexuais sobre algumas ideias equivocadas comuns relativas à terapia sexual e sobre por que seus pacientes às vezes demoram tanto a buscar atendimento.

Os terapeutas deixaram claro que há muitos problemas que podem virar obstáculos ao bom sexo: traumas passados, vergonha, imagem corporal, questões de identidade de gênero, além de problemas de relacionamento mais amplos que podem prejudicar a capacidade de uma pessoa de formar vínculos sexuais.

“Sempre lembro às pessoas que os terapeutas sexuais já ouviram de tudo”, disse Elisabeth Gordon, psiquiatra e terapeuta sexual em Nova York.

O QUE É TERAPIA SEXUAL?

“É realmente importante entender o que a terapia sexual é e o que não é”, disse Gordon. “Terapia sexual não exige que vocês façam sexo diante da terapeuta. A terapia sexual é psicoterapia.”

Terapeutas sexuais certificados são profissionais licenciados de saúde mental – geralmente psiquiatras, psicólogos ou assistentes sociais clínicos – que fazem estudos adicionais de saúde sexual, sexualidade e prazer sexual.

Terapeutas sexuais trabalham com adultos de qualquer orientação sexual. Eles atendem pessoas que estão em relacionamentos [recebendo-as com ou sem seu(s) parceiro(s)] e também pessoas solteiras.

Ian Kerner, terapeuta sexual em Nova York, disse que o mais comum é que as pessoas procurem terapia sexual porque têm um problema específico que querem resolver. Ele atende habitualmente pessoas com desejo sexual fraco ou incompatível, imprevisibilidade erétil e ejaculação precoce, ansiedade sexual, problemas com o orgasmo e pessoas que querem sair de uma rotina sexual, seja o que for que isso significa para elas.

Nos últimos anos, Kerner também tem atendido mais pacientes que não têm um problema propriamente dito, mas simplesmente querem apimentar sua vida sexual ou buscam orientação enquanto exploram a possibilidade de um relacionamento aberto. Outras estão vivendo relacionamentos novos e simplesmente querem desfrutar uma vida sexual feliz e satisfatória desde o começo.

Rachel Wright é terapeuta conjugal e familiar licenciada e apresentadora do podcast The Wright Conversations, sobre sexo, relacionamentos e saúde mental. Ele propõe a seguinte regra básica: se existe alguma coisa em sua vida sexual que você gostaria de mudar, é provável que um terapeuta sexual possa ajudar.

Mas é preciso lembrar que terapeutas sexuais não podem tratar condições de saúde subjacentes que podem contribuir para dificuldades sexuais, como por exemplo uma disfunção erétil causada por doença cardíaca ou diabetes.

“O sexo é complexo”, disse Kerner. “Às vezes pode haver um fator fisiológico em ação. Por exemplo, uma pessoa pode estar com pouco desejo sexual em função dos efeitos colaterais de um medicamento.”

O QUE IMPLICA A TERAPIA?

Os terapeutas geralmente começam perguntando a seus pacientes sobre seu passado e suas experiências sexuais passadas, além de suas metas.  Kerner disse que na primeira sessão o terapeuta geralmente também propõe um prazo aproximado que seu plano de tratamento deve durar.

“Não é preciso iniciar a terapia e então ter consultas semanais por dois anos ou pelo resto de sua vida”, confirmou Wright. “Você pode procurar um terapeuta sexual, fazer uma consulta, ele pode recomendar um livro, você lê o livro e seu problema fica resolvido. Ou ele recomenda um livro, você o lê e depois fala: ‘Ótimo, agora tenho cinco perguntas a fazer.’”

É comum que os pacientes tenham que fazer lição de casa entre uma sessão e outra. Os deveres de casa podem incluir atividades como massagear seu parceiro, concentrando-se sobre sensações como temperatura, textura e pressão. Com o tempo, disse Gordon, os pacientes podem acabar se animando a chegar a toques genitais ou a experimentar diferentes técnicas ou fantasias, tudo em seu próprio ritmo.

Para Kayti Christian e seu marido, a lição de casa da terapia sexual foi do tipo “classificação etária livre”, como ela própria falou. A terapeuta recomendou a leitura de livros sobre a ligação entre desejo e intimidade. Eles ficavam de mãos dadas ou massageavam um ao outro, descrevendo as sensações. O toque era quente ou frio? Eles gostavam da pressão? Muitas vezes era simplesmente embaraçoso.

“Havia momentos em que era muito cansativo e incômodo”, recordou Kayti, rindo. “Ficar sentados no quarto por 20 minutos, com as mãos tocando e uma música suave ao fundo – a gente ficava se perguntando ‘já podemos parar? O que é que estamos fazendo?’. Mas acho que entendemos que não haveria uma solução rápida. Aprendemos que tínhamos que ter paciência.”

A TERAPIA SEXUAL DEVE VALIDAR O PACIENTE

Os terapeutas sexuais lidam com uma gama enorme de problemas, mas dizem que boa parte de seu trabalho, em última análise, consiste em validar os pacientes. E alguns, como Wright – que já escreveu sobre se aceitar como bissexual e poliamorosa -, são muito abertos em relação à sua própria identidade sexual. Isso é algo que pode dar segurança a pacientes que se sentiram incompreendidos no passado.

“Muitas pessoas com quem trabalho me encontram na segunda ou terceira vez que procuram terapia. Talvez tenham começado com um profissional que não se sente realmente à vontade ou não tem conhecimento real para falar sobre as sexualidades específicas com as quais eu lido. Nesse caso, a pessoa terá se sentido julgada”, disse Elizabeth Harles, terapeuta sexual da Carolina do Norte que frequentemente atende clientes LGBTQIA+, muitos deles interessados em se aprofundar em tópicos como não monogamia e fetiches. Ela própria se identifica como queer e poliamorosa. E, como Wright, ela compartilha essa experiência abertamente.

“Não é fácil se abrir com um desconhecido”, disse Harles. “Falar sobre sexo, então? É dificílimo. É incrivelmente difícil começar a se abrir sobre isso com uma pessoa desconhecida. Mais ainda se você teve uma experiência negativa.”

“Nem sei lhe dizer quantos pacientes já me procuraram e disseram que seu médico lhes recomendou: ‘Simplesmente relaxe. Tome um vinho, tome um banho quente de banheira. Ficará tudo bem’”, contou Gordon.

Uma pesquisa feita em 2012 com obstetras e ginecologistas constatou que apenas 28% deles rotineiramente perguntam às pacientes sobre sua atividade sexual e apenas 13% perguntam sobre o prazer durante a atividade sexual.

Num esforço para corrigir isso, o CDC (centros de controle e prevenção de doenças dos EUA, em português) emitiram uma orientação para médicos sobre o que descrevem como “os 5 Ps” da discussão da história sexual dos pacientes (seus parceiros, práticas sexuais, como se protegem contra doenças sexualmente transmissíveis, histórico passado de DSTs e intenções de engravidar).

PARA ALGUNS MÉDICOS, ISSO NÃO É O BASTANTE

“É como se estivéssemos atolados na década de 1980”, comentou Susan Khalil, diretora da divisão de saúde sexual do departamento de obstetrícia, ginecologia e ciência reprodutiva da Icahn School of Medicine at Mount Sinai.

A profissional gostaria de ver mais pesquisas com medicamentos para tratar desejo e função sexual, cirurgias para corrigir fatores físicos que podem afetar a dor ou o prazer sexual, e uma colaboração maior entre médicos, terapeutas sexuais e fisioterapeutas. Segundo ela, isso já está ocorrendo em algumas áreas do país, mas não em toda parte.

Para muitas pessoas, a terapia sexual pode representar o primeiro passo para uma cura, e não o derradeiro.

Quando Kayti e seu marido procuraram uma terapeuta sexual, não estavam nervosos nem constrangidos. O simples fato de ouvir que não eram os únicos nessa situação os ajudou. Kayti diz que hoje sua vida sexual não satisfaz as expectativas irrealistas que ela tinha antes de se casar, mas ela a descreve como vulnerável – e ótima.

“A validação foi tremendamente importante para nós”, ela disse. “Foi um alívio tremendo ter uma terapeuta sentada ali conosco e nos dizer: ‘O que vocês estão vivendo é normal. Não há nada de errado com vocês. Vocês só precisam se comunicar mais sobre isso e praticar.”

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