OUTROS OLHARES

BEREAL DESAFIA O INSTAGRAM E TENTA EVITAR SER UM ‘NOVO CLUBHOUSE’

App ganha força por incentivar fotos ‘reais’, sem filtros ou grandes elaborações; gigantes rivais já copiam recurso e grande desafio da plataforma é não cair em desuso

Nova onda nos últimos meses, principalmente entre os mais jovens, a rede social BeReal tem uma proposta simples: o usuário só pode publicar uma única imagem por dia, tirada simultaneamente da câmera traseira e frontal do celular – nada de filtros ou edições. A pegada ”minimalista” rendeu ao aplicativo francês o apelido de “anti-Instagram”, que tenta evitar repetir a trajetória meteórica de outro fenômeno recente, o Clubhouse. “O Be Real não vai te fazer famoso. Se você quer se tornar um influenciador, vá ao TikTok e ao Instagram”, diz a rede social sobre si mesma, em tom de manifesto. “Queremos uma alternativa às redes sociais viciantes, que incentivam comparações e retratam a vida com o objetivo de acumular influência.”

Para evitar os excessos de uso vistos em outras redes sociais, a BeReal criou um método excêntrico: uma vez ao dia, em horários aleatórios, o app envia uma notificação a todos os celulares de uma mesma região. “É hora de ser real!”, diz o texto. Nos dois minutos seguintes, eles são incentivados a postar uma foto do que estão fazendo naquele momento.

“Um dos pontos mais fortes do BeReal é o fato de saber o que meus amigos estão fazendo em tempo real”, diz o diretor de arte Clayton Varela, 26 anos, que trabalha com filtros para redes sociais como o Instagram.

As fotos ficam disponíveis até a próxima notificação, nenhuma publicação permanece no app. “E por não ter filtros, todo mundo é muito desapegado (com o que posta). Não existe a pressão do Instagram”, diz Varela, no BeReal desde setembro.

A proposta tem funcionado: o app criado na França em 2020, por Alexis Barreyat, já soma 53 milhões de instalações desde janeiro, segundo dados da plataforma Sensor Tower.

Recentemente, a empresa levantou US$30 milhões junto a investidores, como a 16ze Accel – dois nomes conhecidos por terem investido no Facebook ainda no início.

Para Matt Navarra, consultor britânico de redes sociais, a autenticidade é um dos elementos que tem levado usuários ao BeReal, que funciona com Android e iPhone. “Existe o fato de não entrarem na mesma fórmula de outras plataformas sociais, como Facebook e Instagram, de má reputação, questões de confiança e todos os outros problemas pelos quais essas redes têm sido criticadas.”

Foi assim que Giuliana da Silva Borges, 24 anos, se sentiu na plataforma. A estudante de Relações Públicas relutou em ter mais uma rede social, mas, após aparecer em fotos de amigos e conhecer o funcionamento, entrou. “Eu estava postergando para não ter mais um app de rede social. Mas, no fim, a proposta é diferente do Instagram, em que a gente se preocupa com ângulo, filtro e outras coisas porque tem muita gente vendo.”

DESAFIO

O sucesso repentino lembra o da plataforma Clubhouse, em 2021. Conhecido pelas salas de áudio em tempo real, o app americano se destacou pelo formato inovador, mas, após rivais copiarem o formato, caiu em desuso.

Evitar esse destino é o desafio do BeReal, cujas notificações diárias e fotos sem filtro já são “copiadas” pelas duas maiores plataformas do mercado: o Instagram e o TikTok. No app da Meta (dona de Instagram, Facebook e WhatsApp), o recurso está em testes desde agosto com o nome “lG Candid” (IG Puro, em tradução livre) e funcionamento similar ao do BeReal. Já o TikTok lançou o “TikTok Now”, app que foi desmembrado da plataforma principal e pode ser baixado separadamente em lojas de aplicativos.

“Uma das forças do BeReal é que eles tiveram a ideia original”, diz Navarra. “Mas uma única ferramenta não vai ser suficiente para proteger o app da ameaça das cópias. Parece um risco que vai ao encontro do que aconteceu com o Clubhouse.”

Para Edney Souza, professor de marketing de produto da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), o BeReal não tem, por exemplo, a originalidade que o Clubhouse mostrou ao surfar na era da comunicação por voz: “O  app francês tenta criar um novo efeito psicológico baseado não em um comportamento existente, mas na repulsa a algo. Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam”, aponta.

FUTURO INCERTO

O BeReal é a primeira ferramenta de plataformas do Ocidente a ser “copiada” com destaque pelo TikTok. A inspiração do gigante chinês deve acender o sinal de alerta no BeReal. “O TikTok está ciente de como o Facebook colocou vários recursos diferentes em seu aplicativo e acabou assustando todo mundo”, diz Chris Stokel-Walker, autor do livro TikTok Boom. Em outras palavras, o desenvolvimento de uma ferramenta como o BeReal não foi aleatório e pode fazer do TikTok um centralizador de usuários ainda maior, o que traria problemas à rede francesa. “Não uso TikTok, mas, se as pessoas migrarem e pararem de usar o BeReal, eu também não devo ficar lá”, diz Giuliana, estudante de Relações Públicas.

COMO FUNCIONA A REDE SOCIAL DE FOTOS BEREAL

USABILIDADE

A interface é simples, com três telas navegáveis, para foto, feed e descobertas, que permite ver as imagens de pessoas “aleatórias”. Para ver os cliques dos amigos, é necessária uma solicitação que deve ser aceita mutuamente.

ADICIONAR PESSOAS

Na aba “Amigos”, há uma barra de pesquisa para digitar o nome de usuário. Lá também é possível acessar a aba de solicitações para aceitar convites de outras contas.

FEED

Ao contrário do Instagram, o BeReal só permite publicar uma foto por dia e incentiva que essa imagem seja o mais natural possível.

COMO POSTAR

Todas os dias, em um horário aleatório, o app envia uma notificação com a mensagem “É hora de ser real!”. Ao clicar na notificação, surge uma tela com câmera dupla, frontal e traseira, cuja ideia é mostrar quem é você e o que você está fazendo agora. O usuário tem dois minutos para fazer a foto que fica disponível até a próxima notificação. Nenhuma publicação permanece no app.

INTERAÇÃO

Para interagir com os posts de amigos, o BeReal permite que o usuário personalize reações únicas a partir do próprio rosto, recurso batizado de “Realmoji”. Como padrão para todas as pessoas, a rede permite cadastrar reações como “joinha”, “rosto feliz” e “rosto apaixonado”, entre outras.

GESTÃO E CARREIRA

MUDANÇAS EM EXCESSO PODEM GERAR PEDIDOS DE DEMISSÃO E ABANDONO DE CARREIRA

Há mais de 2.500 anos o filósofo grego Heráclito de Éfeso afirmava que o mundo e nós mesmos mudamos o tempo todo e em uma frase que se tornou famosa: “Um homem não se banha duas vezes no mesmo rio, pois a cada segundo o rio é outro e o homem também”. Desde então, escutamos este ditado “a única certeza nesta vida é a mudança.”

Embora saibamos que isso é verdade, esse conhecimento parece não facilitar os inúmeros processos de mudanças que vivemos.

Isso ocorre porque fomos programados biologicamente para resistir à mudança. Embora sejamos uma espécie adaptativa, nossa primeira resposta a qualquer alteração é a suspeita e a resistência, classificadas como biológicas e que nos ajudaram a sobreviver por centenas de anos.

Nos últimos anos, a neurociência nos mostrou que a amígdala examina constantemente o ambiente em busca de qualquer sinal de mudança, porque esse cenário diferente é o precursor de uma ameaça ou perigo iminente. Hoje, sabemos que fomos programados para assumir o pior até que seja mostrado o contrário. Quando olhamos para as mudanças nas organizações, o “como” e o “quanto”, os líderes comunicam a mudança o que pode exacerbar ainda mais essas respostas ou ajudar a nos levar à aceitação e à resignação.

A neurociência também nos mostrou que fomos programados para sermos influenciados pelas pessoas ao nosso redor. Somos uma espécie tribal, biologicamente programada para viver em pequenas comunidades. O instinto de sobrevivência é tão forte que somos influenciados pelo medo dos outros. Nas organizações, algumas pessoas espalhando perspectivas de “caos e tristeza” podem aumentar o medo e a angústia de todo o grupo.

É por isso que devemos ser ainda mais cautelosos com quem interagimos nas mídias sociais, pois embora isso nos ajude na conexão com os nossos amigos e familiares, pode nos levar a esse sentimento de alerta máximo o tempo todo, algo que nos conduz a um esgotamento físico e emocional e em alguns casos levar ao burnout. Mesmo antes deste cenário de pandemia, o burnout já estava em ascensão globalmente.

A Organização Mundial da Saúde já tinha declarado o problema como uma doença ocupacional, com cerca de 53% dos trabalhadores impactados por essa condição. No entanto, nos últimos dois anos, esse número bateu recordes com milhares de profissionais americanos e brasileiros acometidos de alguma forma, o que tem sido a principal razão pela qual os norte-americanos têm desistido dos seus postos de trabalho durante esse período da Grande Resignação.

Em 2021, uma média de quatro milhões de estadunidenses pediram demissão voluntariamente, todos os meses. No Brasil, meio milhão de brasileiros pedem demissão a cada mês – um ritmo nunca antes visto. “Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”, define a CID-11. É caracterizado por três componentes:

EXAUSTÃO EMOCIONAL

Fadiga crônica que decorre de preocupação excessiva com os desafios por muito tempo. Gera insônia, prejuízo na concentração, ansiedade, depressão, raiva e sintomas físicos como palpitações cardíacas, falta de ar, dor gastrointestinal, além de tontura, dores de cabeça e desmaios.

DIMINUIÇÃO DA SENSAÇÃO DE REALIZAÇÃO

O trabalho perde o sentido e surge aquela sensação invencível de que nada do que você faz tem propósito ou faz diferença. Sentimentos crescentes de apatia, desesperança e irritabilidade. Isso contribui para a falta de produtividade e baixo desempenho.

DESAPEGO

O esgotamento da empatia, carinho e compaixão pelos outros ou por nós mesmos. Inclui o isolamento, bem como a perda da sensação de prazer das coisas que costumavam ser boas, incluindo o próprio trabalho e os relacionamentos.

Global e coletivamente, estamos em um estado de esgotamento nunca visto antes. O burnout ocorre quando trabalhamos demais e descansamos pouco. A SHRM, Society for Human Resource Management, ou Sociedade de Gestão de RH, em tradução livre, descobriu que 70% dos trabalhadores que fizeram a transição para o trabalho remoto na pandemia disseram que agora trabalham aos finais de semana e 45% relatam trabalhar regularmente mais horas do que antes do isolamento.

A resposta para o esgotamento é descansar e recarregar – embora pareça simples, são dois momentos difíceis de vivenciar nos últimos dois anos. Precisamos começar a fazer atividades que nos tragam alegria e bem-estar novamente, como sair para jantar, fazer coisas divertidas com os amigos e fazer cursos presenciais.

O problema é que para quem está vivenciando o Burnout, tudo isso parece menos atraente, então essas pessoas podem dizer “não” quando o que realmente precisam dizer é “sim” aos convites e oportunidades de interação e diversão, entendendo que com o tempo, a alegria retornará. Reservar tempo para jogos e brincadeiras é uma parte importante do autocuidado. A ludicidade é fundamental para nos fazer desconectar de problemas e estresse.

Estudos mostram que os jogos são capazes de nos colocar em estado de flow.

Ainda assim, os adultos sobrecarregados por atividades profissionais tendem a negar esses momentos a si mesmos. Várias pesquisas mostram que jogar e brincar é fundamental para nosso bem-estar psicológico e físico. O investimento crescente em momentos de Team Building nos meses pós-pandemia tem sido um indicador da necessidade deste convívio saudável mediado por jogos e atividades lúdicas.

A pandemia, com todos os seus desdobramentos, fez com que aumentassem os índices de burnout e fadiga da mudança com a qual muitas organizações estão lutando neste momento, mas isso não é tudo. A transformação digital, a introdução do 5G, a Web 3.0 são indicadores de que o volume de mudanças tende a ser cada vez maior. Na verdade, o volume de mudanças organizacionais já é a segunda maior razão pela qual as pessoas alegam deixar empresas e carreiras.

A fadiga da mudança é provocada pela sequência de transformações sem espaço de recuperação e estabelecimento do novo normal entre uma e outra. Existem seis sintomas de fadiga de mudança:

*** desengajamento,

*** exaustão,

*** absenteísmo,

*** confusão,

*** conflito.

Os líderes certamente podem ajudar a reduzir a fadiga da mudança sendo mais cuidadosos e deliberativos sobre “como” e “quando” a mudança é implementada e fornecendo mais recursos para ajudar as pessoas a passarem pela mudança de forma eficaz.

Entretanto, mesmo estando do lado receptor da mudança, ainda podemos nos capacitar para prosperar nestes períodos de grandes transformações. Podemos usar estratégias para lidar com esse cenário e aumentar seu poder participando de práticas como atenção plena, meditação ou ioga.

Estudos de neurociência mostram que a atenção plena cria uma mudança permanente no cérebro, reduzindo a hiperatividade da amígdala e nos ajudando a nos recuperar mais rapidamente de uma variedade de estressores, incluindo mudanças. A boa notícia é que, embora sejamos programados para resistir às mudanças, também somos uma espécie adaptativa. Quando nos envolvemos em atividades como brincadeira, descanso e atenção plena de forma deliberada, aumentamos a nossa resiliência e podemos ajudar os outros a fazer o mesmo

FLORA ALVES – É Master Trainer pela ATD, Designer de Aprendizagem e palestrante internacional.

TATIANE MELECCHI – É Palestrante internacional, autora da ATD Sales Enablement Community of Practice.

BRITT ANDREATTA – Autoridade internacionalmente reconhecida na área, que cria soluções baseadas na ciência do cérebro para os desafios de hoje.

http://www.atdgroup.com.br.

EU ACHO …

AS TAIS DAS CRENÇAS LIMITANTES

Para quem não me conhece, sou Psiquiatra e Psicoterapeuta. Para muita gente, isso parece ser a mesma coisa, mas não é.

Para ser Psiquiatra, é preciso cursar uma Faculdade de Medicina e, após sua conclusão, fazer mais alguns anos de Residência e Especialização. Para ser Psicoterapeuta, lá se vão alguns anos de formação. É uma boa parte da vida estudando para isso.

Não me fecho a opiniões e insights de pessoas que não passaram tanto tempo queimando as retinas na frente dos livros, mas confesso que às vezes eu fico um pouco impaciente com os psicologuês de Facebook. Particularmente com um que anda muito em voga, que é a luta contra as “Crenças Limitantes”.

Segundo a galera de coachs e gurus motivacionais, são aquelas crenças repetidas em nossa cabeça que nos impedem de ter uma vida maravilhosa. Vou dar um exemplo contando uma história: li um livro sobre o silêncio no budismo, e o autor, um desses monges carequinhas e muito simpáticos, contou a história de outro monge que era dirigente de um Mosteiro.

Acontece que o Mosteiro um belo dia pegou fogo e se consumiu todo no incêndio. O abade organizou os recursos da comunidade e de benfeitores para a sua reconstrução, mas, no meio da empreitada, começou a ser perseguido por pensamentos pessimistas. O principal pensamento (ou falsa crença) era que ele não tinha sorte. Desde a infância, tudo de errado acontecia com ele. O Mosteiro tinha se incendiado e queimado porque ele não tinha sorte.

Apesar dos apelos das pessoas próximas, o monge foi minguando em uma profunda tristeza, até ter que ser substituído em suas funções. Morreu algum tempo depois. Li essa história com a caneta e o carimbo pulando no meu bolso: evidentemente que o abade teve uma Depressão e que a falta de tratamento fez com que a mesma se aprofundasse.

E tudo começou com um pensamento, que se espalhou como um vírus pelas suas células. Essa crença limitante literalmente tomou a vida do homem até roubar sua energia. Isso quer dizer que esse tipo de crença limitante pode tomar a mente de uma pessoa como uma Assombração? Claro que sim. O que me causa então a implicância com os gurus gritando que vão tirar de todos suas crenças limitantes?

Por vários motivos.

Antes de mais nada, as Crenças não são crenças. São engramas. O que? Calma, eu explico. Engramas são pedaços de Memórias, Cenas, Traumas e Imagens que são gravadas em nossas Redes Neurais sem que a gente perceba. Buscá-los demanda muito trabalho interno. Ouvir um guru motivacional berrando não remove os engramas. E eles mandam mais em nossa vida do que gostaríamos. O tal do monge, por exemplo.

Vamos imaginar que ele fosse de uma família grande, onde os irmãos eram mais brilhantes e ele era mau aluno. Ou que as melhores coisas aconteciam sempre com os outros, nunca com ele. Digamos que ele foi virar monge porque a família não tinha como alimentar a todos, mas ele se dedicou, fez seu trabalho, estudou as Escrituras e depois de muitos anos virou o responsável pelo mosteiro.

Quando ocorreu um acidente, ele foi possuído pelo pensamento que estava lá como um engrama, um tumor pronto a se espalhar. Se, alguns anos antes tivessem perguntado se ele tinha a crença de ser azarado ou sua vida nunca ia dar certo, claro que negaria. A falsa crença apareceu num contexto de estresse e perda. E o que é pior, a falsa crença não está na superfície da nossa Consciência.

O que devemos fazer então? Parar de ouvir os gurus de internet combatendo as falsas crenças? Claro que não. Mas saiba que buscar e ressignificar as Crenças Limitantes leva muito tempo e dedicação. Entender como começaram, como cresceram e que estrago fizeram e fazem em nossa vida é trabalho de elaboração e reprocessamento.

É melhor sempre desconfiar de quem oferece soluções rápidas e aparentemente milagrosas. A Natureza não dá saltos.

*** MARCO ANTONIO SPINELLI – É médico, com mestrado em psiquiatria pela USP, psicoterapeuta de orientação junguiana e autor do livro “Stress o coelho de Alice tem sempre muita pressa”.

ESTAR BEM

APRENDA EXERCÍCIOS EMOCIONAIS PARA FORTALECER SUA SAÚDE MENTAL

Diante de ansiedade, depressão ou estresse, medidas de autocuidado ajudam a enrijecer músculos psicológicos e a enfrentar os desafios da vida

A pandemia continua e a crise de saúde mental, também. Muitas pessoas estão sofrendo com a dor e o trauma que o coronavírus desencadeou. Com tanto sofrimento, há mais necessidade de terapia, mas muitos psicoterapeutas – inclusive eu – não conseguem atender à demanda crescente.

Quando novos pacientes entram em contato comigo, ajudo aqueles que estão em crise a encontrar atendimento de emergência e conecto outras pessoas com conselheiros ou apoio em grupo. Mas quando os maiores estressores rugem alto – ansiedade implacável, depressão esgotante e insônia – alguns pacientes precisam de ajuda mais imediata. Isso pode explicar por que muitos pacientes em potencial me perguntam: “O que posso fazer agora para melhorar minha saúde mental?”.

Uma solução possível, diz a psicóloga clínica Emily Anhalt, é a adicionar um “exercício emocional” ao seu regime de autocuidado. “Assim como malhar previne pressão alta e doenças cardíacas, estar em boa forma emocional pode ser uma postura proativa em relação ao controle do estresse”, conta Anhalt, cofundadora da Coa, uma academia de saúde mental.

Nas aulas virtuais da Coa, Anhalt e sua equipe ensinam exercícios chamados “flexões emocionais”, que são pequenas maneiras de se exercitar todos os dias. “O objetivo é fortalecer os músculos da saúde mental, para que você esteja em melhor posição para enfrentar os desafios da vida”, reforça ela.

As ferramentas de autocuidado podem ser úteis, especialmente quando barreiras podem dificultar o pagamento ou o acesso aos cuidados de saúde mental. Se você está esperando para ver um terapeuta, os exercícios emocionais são uma maneira de enrijecer seus músculos psicológicos. Embora esses exercícios não substituam a terapia, Anhalt garante que eles podem promover a resiliência e ajudar você a se fortalecer.

MARQUE UM ENCONTRO COM SUA PREOCUPAÇÃO

O aumento na turbulência mundial está, compreensivelmente, abalando nossa saúde mental. Vaile Wright, diretora sênior de inovação em saúde da Associação Americana de Psicologia, observa que o ciclo quase constante de “más notícias” e as discussões nas redes sociais podem aumentar nossos sentimentos de peso e preocupação.

Os pesquisadores afirmam que a preocupação tem um componente cognitivo, e é por isso que as ruminações muitas vezes estimulam pensamentos perturbadores que se repetem. Uma maneira de lidar com essa angústia é marcar um “encontro com sua preocupação.” “Defina um horário na sua agenda para se preocupar e ficar ruminando as coisas”, propõe Anhalt. Durante esse momento, reserve de 10 a 15 minutos para anotar seus problemas.

Em seu livro Cards Against Anxiety, a autora e educadora de saúde mental Pooky Knightsmith admite que um encontro com a preocupação pode impedir que esse sentimento desconfortável assuma o controle.

PRATIQUE A FLEXÃO DE AUTORREFLEXÃO

Quando você está furioso porque seu parceiro foi a um show sem máscara ou um colega de trabalho puxou seu tapete, é natural ver o outro como um problema. Mas outra abordagem é aproveitar a oportunidade para aprender sobre si mesmo, adianta Anhalt.

Sentir mágoa ou irritação com o comportamento de outra pessoa pode refletir algo que não gostamos em nós mesmos. Para examinar essa possibilidade, Anhalt sugere praticar um exercício que era chamado de “flexão de autorreflexão”.

Pergunte a si mesmo se o comportamento da outra pessoa é algo que você também faz, se é inveja ou se você está julgando. Por exemplo, se você está irritado com o egoísmo de seu amigo, pode perceber que já se comportou da mesma maneira. Lançar luz sobre nossas ações nos permite assumir a responsabilidade, recomenda Anhalt.

Quando se trata de construir relacionamentos, pesquisas mostram que a autoconsciência pode aumentar a empatia cognitiva, capacidade de entender as emoções de outra pessoa a partir de sua perspectiva.

FAÇA AMIZADE COM AS EMOÇÕES DIFÍCEIS

Como humanos, somos programados para evitar a dor. Quando surgem emoções desconfortáveis, como raiva ou tristeza, tentamos nos distrair para não nos sentirmos mal. Ficamos rodando as redes sociais, bebemos uma taça a mais de vinho ou passamos horas na Netflix. Essas táticas são chamadas de “defesas”, que são pensamentos e comportamentos que nos fazem esquecer o insuportável. Mas quando recorremos apenas às defesas, evitamos sentir nossas emoções, o que dificulta nossa capacidade de processá-las.

Quando surgirem emoções perturbadoras, tente fazer amizade com seus sentimentos. Comece dando nomes a suas emoções, uma técnica que os psicólogos chamam de “rotulagem de afetos”. Você também pode investigar os pontos em que seus sentimentos aparecem em seu corpo. Sempre pergunto aos meus pacientes: “Onde você sente essa emoção?” e “O que ela está tentando lhe dizer “O objetivo não é alterar a emoção, mas tomar consciência de como ela se manifesta.

Uma análise de pesquisas de 2018 afirma que “focar em nossos sentimentos, sem tentar mudá-los” pode aliviar o sofrimento. Essa mentalidade de “foco no momento” é o que a terapeuta de comportamento Marsha Linchan chama de “aceitação radical”, e é uma maneira de impedir que a dor persista. Muitas pessoas partem do pressuposto de que a aceitação radical impede a mudança, mas essa postura libertadora pode acompanhar a transformação, aponta a psicóloga Jenny Taitz.

NA ANSIEDADE, EXERCITE A CURIOSIDADE

Cerca de 32% dos adultos norte-americanos apresentaram sintomas de transtorno de ansiedade ou transtorno depressivo na semana anterior a 8 de agosto, mostrou a Pesquisa Domiciliar, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Para uma porcentagem menor de pessoas, os sintomas de ansiedade são um transtorno mental., como transtorno de ansiedade generalizada, que afeta 3% dos americanos, ou transtorno de ansiedade social, que afeta cerca de 7% da população em geral.

Se você quiser desarmar sua ansiedade, adote uma mentalidade curiosa. Quando o medo e a incerteza atacam, muitas vezes nos perguntamos: ”Porque isso está acontecendo”’, analisa o psiquiatra e neurocientista Judson Brewer, autor de Umvinding Axiety e diretor médico da Sharecare. “A mente se prende a essa pergunta porque acreditamos que descobrir a resposta resolverá nossa ansiedade”, indica Brewer. Mas essa mentalidade também nos deixa enclausurados e desamparados. Para sair dessa situação, tente entrar na “zona livre de ansiedade”, recomenda o neurocientista.

Um exercício de aterramento é se sentar, olhar para os pés e perguntar: qual “pé está mais quente que o outro?”. Essa pergunta ajuda a despertar a curiosidade, sinaliza Brewer. Essa sensação também pode abrir a mente para possibilidades, o que nos permite ver nossas situações sob uma luz diferente, mostra a pesquisa. “Quando entramos em parafuso por causa da ansiedade, substituir ‘Porque isso está acontecendo?’ por ‘O que está acontecendo?’ pode nos tirar da zona mais carregada de ansiedade”, conclui.

A PSIQIE E AS PSICOLOGIAS

‘SEXONAMBULISMO’ CAUSA EPISÓDIOS DE ESTUPRO E ATO LASCIVO INVOLUNTÁRIO

Conhecida como sexônia, a disfunção pode acometer tanto homens como mulheres; em caso de violência, dano maior é para vítima

Imagine levantar de manhã com a parceira toda machucada após ser atacada sexualmente durante o sono e não ter a menor ideia de como aquilo aconteceu? Ou, então, estar no serviço militar, masturbar-se à noite e depois acordar achando que os colegas estão fazendo uma brincadeira de mau gosto?

Os dois casos são reais e foram relatados por pacientes que receberam o diagnóstico de sexônia ou “sexonambulismo”, uma disfunção rara do sono que leva a um comportamento sexual involuntário e impróprio, muitas vezes violentos.

O distúrbio é medicamente conhecido como uma parassonia, que é reconhecida pela CID (Classificação Internacional de Doenças) como movimentos anormais ou eventos psicológicos que ocorrem durante o sono.

Especialistas ponderam, porém, que a disfunção precisa ser melhor conhecida e estudada, principalmente quando envolve agressão. Nestes casos, dizem, o judiciário deve diferenciar o paciente com a parossonia do estuprador buscando inocência.

O primeiro é comum a três homens diferentes que tiveram o distúrbio confirmado no Brasil pela médica Luciana de Oliveira Palombini, especialista em medicina do sono. O segundo caso é de um soldado norte-americano, citado no artigo “Sexônia: que sexo é esse?”, publicado pela Revista Brasileira De Sexualidade Humana, em 2019, por Palombini e pela psicoterapeuta e sexóloga Glaury Coelho.

Palombini conta que se trata de um diagnóstico bastante difícil, mas real e capaz de gerar danos emocionais ao paciente e riscos para quem dorme ao lado dele.

“As parassonias são comportamentos inadequados durante o sono, dos quais a pessoa realmente não tem controle.” As causas vão desde fatores genéticos e físicos, como apnéia do sono e problemas respiratórios ou até psicossociais, como uso de drogas ou presença de transtornos mentais como borderline. O tratamento inclui mudanças de hábito com objetivo de reduzir o estresse, evitar a privação de sono e eliminar a rotina sedentária. A terapia e o uso de aparelhos noturnos para correção da respiração podem ser associados.

“Quando a gente aborda todos esses aspectos da parassonia, esses comportamentos anormais cessam sim, mas se existe tendência, tem que haver sempre acompanhamento e manutenção da boa higiene do sono”, reforça Palombini. A investigação de sexônia inclui exame de polissonografia com um especialista e avaliação psicoterápica. Coelho diz que este transtorno é pouco conhecido e demanda mais estudos para melhor prevenção. Apesar de raro, esse “sonambulismo sexual” é polêmico, pois envolve desde transtornos conjugais até situações criminais.

“O sistema judicial tem que comprovar se é uma parassonia ou um estuprador tentando se safar do dolo. É fundamental fazer a distinção. Há poucos especialistas ainda, mas informação clara e referendada já contribui como prevenção”, afirma.

Prevalente em homens, essa percepção distorcida da consciência sexual pode também acontecer em mulheres. Orgasmos durante o sono não são considerados sexônia.

O transtorno pode se manifestar nos dois gêneros como masturbação violenta do outro (estupro) e de si, e por meio de falas com conteúdo sexual. Em sua fase mais agressiva em homens, leva a tentativa e consumação do ato por meio do sexo oral, penetração vaginal ou anal até alcançar o orgasmo.

FELICISSES

UM POUCO SOBRE LIVROS, FILMES, SÉRIES E ASSUNTOS ALEATÓRIOS

kampungmanisku

menjelajah dunia seni tanpa meninggalkan sains

Blog O Cristão Pentecostal

"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b

Agayana

Tek ve Yek

Envision Eden

All Things Are Possible Within The Light Of Love

4000 Wu Otto

Drink the fuel!

Ms. C. Loves

If music be the food of love, play on✨

troca de óleo automotivo do mané

Venda e prestação de serviço automotivo

darkblack78

Siyah neden gökkuşağında olmak istesin ki gece tamamıyla ona aittken 💫

Babysitting all right

Serviço babysitting todos os dias, também serviços com outras componentes educacionais complementares em diversas disciplinas.

Bella Jane

Beleza & saúde Bella jane

M.A aka Hellion's BookNook

Interviews, reviews, marketing for writers and artists across the globe

Gaveta de notas

Guardando idéias, pensamentos e opiniões...