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ESTÍMULO PRECOCE

Pediatras alertam para perigos da cafeína entre crianças e jovens

Nos últimos anos, uma série de estudos tem apontado os muitos benefícios da ingestão do café. Uma rotina que envolva uma média de duas a três xícaras da bebida por dia já foi associada, por exemplo, a uma redução no risco de diabetes, de doença de Parkinson e até mesmo de morte no geral. Porém, a Academia Americana de Pediatria (AAP) agora desaconselha seu consumo por menores de 12 anos.

Para a academia, a cafeína em doses regulares traz uma série de efeitos negativos para a saúde de crianças e até mesmo de adolescentes. Um estudo conduzido por pesquisadores do Centro Médico de Boston, nos Estados Unidos, e publicado no periódico científico Journal of Human Lactation, identificou na região que cerca de 15% dos bebês de apenas 2 anos bebem aproximadamente 32 ml de café por dia. Embora pareça pouco, já é o suficiente para impactar o organismo, defende a AAP.

A academia americana explica que a cafeína presente na bebida é um estimulante com potencial comprovado para aumentar a atenção e evitar a fadiga em adultos. No entanto, nunca foi avaliado do ponto de vista científico o consumo por crianças e adolescentes. Além disso, os efeitos nocivos associados à ingestão excessiva nos mais velhos são observados de maneira muito mais rápida nas crianças.

Isso porque, devido ao menor peso corporal e ao organismo ainda em formação, quantidades consideradas pequenas para os adultos podem ser já uma sobrecarga para a metabolização da cafeína pela criança. As consequências desse excesso envolvem aumento da frequência cardíaca (taquicardia), elevação da pressão arterial, sintomas de ansiedade, dificuldade para dormir, problemas gástricos e, em doses ainda mais altas, a bebida chega a ser tóxica.

Em publicação sobre o assunto na revista científica Pediatrics, a AAP cita que, em 2005, a Associação Americana de Centros de Controle de Intoxicações registrou mais de 4,6 mil relatos de doses tóxicas de cafeína, com 2,6 mil, mais da metade, envolvendo pacientes menores de 19 anos.

“Preocupações adicionais em relação ao uso de cafeína em crianças incluem seus efeitos no desenvolvimento dos sistemas neurológico e cardiovascular e o risco de dependência física e vício. Por causa dos consequências adversas potencialmente prejudiciais e dos efeitos da cafeína sobreo desenvolvimento, a ingestão deve ser desencorajada para todas as crianças”, escrevem os autores do documento.

As questões relacionadas aos sistemas neurológicos e cardiovasculares são justamente pelos efeitos da cafeína nos órgãos do corpo. Uma situação de taquicardia e pressão alta a longo prazo, por exemplo, acelera o desenvolvimento de problemas no coração, como arritmias – distúrbios do ritmo cardíaco que provocam a sensação de que o coração não está batendo direito.

Além disso, sintomas de saúde mental, como ansiedade, agravam ainda mais a dificuldade para dormir, e podem ser afetados por estimulantes. Isso é ainda mais perigoso nos pequenos, que necessitam de mais horas de sono por terem o cérebro ainda em formação – um processo chamado de mielinização, que só termina aos 21 anos.

É durante o sono que o corpo também libera os hormônios do crescimento e acontece o fortalecimento muscular. Por isso, problemas nesse período podem provocar atrasos não apenas no desenvolvimento neurológico, como no físico.

“O efeito estimulante pode provocar insônia, agitação, irritabilidade, mas o café pode também atrapalhar a absorção de ferro, levando a um quadro de anemia – acrescenta o pediatra Carlos Amino, do Hospital Santa Catarina – Paulista, em São Paulo.

Há ainda o receio pela cafeína ser normalmente ingerida acompanhada de açúcar, o que em excesso aumenta o risco para diabetes tipo 2 e obesidade.

Por esses riscos, a academia é rígida e orienta que apenas a partir dos 12 anos seja permitida a ingestão de café. Ainda assim, até os 18 anos esse consumo deve ser limitado a menos de 100 mg de cafeína por dia, o que corresponde a pouco menos que uma xícara pequena. Para adultos saudáveis, o indicado é até 400 mg diários

Porém, há especialistas que consideram rigorosa a orientação da academia, e afirmam que é possível começar a ingestão antes, desde que seja em doses moderadas. Para eles, a partir dos 2 anos a criança já pode experimentar o sabor da bebida de forma pontual e, depois dos 6, ela passaria a poder consumi-la em baixas quantidades.

“Até 2 anos, existem muitas arritmias fisiológicas do coração da criança, então não é bom tomar nenhum café antes disso. Mas no caso dos acima de 6 anos, é possível beber uma xícara por dia, moderadamente, de preferência pela manhã para não atrapalhar o sono – avalia o cardiologista Fernando Costa, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Amino diz ainda que uma boa ideia, se for o caso, é misturar o café com leite para que seja ingerida também uma quantidade de cálcio na bebida, e que o total da cafeína seja reduzido.

OUTRAS BEBIDAS

Os especialistas reforçam, no entanto, que todas as orientações relacionadas à cafeína não são exclusivas do café, uma vez que uma série de bebidas contêm a substância na composição. É o caso, por exemplo, de refrigerantes, energéticos e isotônicos, que buscam oferecer uma dose extra de energia, mas também são nocivos para os mais novos.

A AAP alerta que algumas bebidas energéticas excedem 500 mg da substância, o que é “claramente alto o suficiente para resultar em uma toxicidade pela cafeína” nesse público.

“Além disso, um grande problema no caso dos adolescentes é que muitos fazem o uso do energético com bebidas alcoólicas, então são consequências piores ainda”, diz Amino.

Já os refrigerantes costumam ter 25 mg em cada lata. Outros alimentos comuns que têm cafeína são alguns iogurtes, barras de proteína, sorvetes, chocolates e alguns chás, como o preto.

Engana-se ainda quem pensa que bebidas descafeinadas são isentas de cafeína. Nessa classe de produtos, há uma quantidade reduzida em relação às versões tradicionais, mas a substância ainda está presente. Uma xícara de café descafeinado, por exemplo, costuma ter uma dose de até 15 mg.

GESTÃO E CARREIRA

CURTO-CIRCUITO

Burnout afeta 1 a cada 5 profissionais brasileiros

Uma pesquisa inédita conduzida pela empresa Gattaz Health & Results, liderada pelo presidente do conselho diretor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, Wagner Gattaz, mostra que 18% dos profissionais brasileiros, uma cada cinco, sofrem com a síndrome do burnout. Além disso, 43% deles relataram sintomas depressivos, com 13% tendo sido diagnosticados coma doença; e 24%, queixas relacionadas à ansiedade, embora apenas 5% oficialmente tenham o diagnóstico para o transtorno.

O levantamento foi apresentado durante o Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no início do mês, em Fortaleza, Ceará. O trabalho teve início em 2015 e nos últimos sete anos contou com o auxílio de uma ferramenta de inteligência artificial para identificar funcionários de grandes empresas brasileiras e enviar a eles um questionário sobre os aspectos de saúde mental.

Até agora, foram contactados 86,5 mil profissionais, dos quais 38,1 mil responderam às perguntas. A maioria dos entrevistados eram mulheres e, além dos resultados referentes ao burnout, à depressão e à ansiedade, a pesquisa identificou que 9% relataram problemas com álcool. O professor explica que o objetivo é dar continuidade nos próximos anos ao levantamento para incluir um número cada vez maior de trabalhadores brasileiros.

“Nós já aumentamos e estamos com mais de 100 mil envios dos questionários. Quanto maior a participação, mais você pode fazer subgrupos. Isso é importante, estudar por áreas, por ramos de trabalho, porque a prevalência (de burnout) entre um funcionário de TI (tecnologia da informação) é diferente daquela de um mecânico, por exemplo. É importante termos esses perfis porque eles orientam os programas de prevenção, para saber quais áreas têm mais incidência. Geralmente, os profissionais que lidam com o público são os que têm maiores taxas, como os bancários, os funcionários de callcenters”, afirma Gattaz.

FASES DA SÍNDROME

O pesquisador explica que a síndrome do burnout, incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, afeta três dimensões. A primeira é relacionada à falta de energia, a um cansaço excessivo. Em seguida, passa a ocorrer a fase chamada de despersonalização, em que o profissional sofre instabilidade emocional. Por fim, há como consequência um estado contínuo de insatisfação com o trabalho.

Os principais fatores de risco para o quadro são situações de comunicação deficiente, como falta de feedback adequado; baixa autonomia do funcionário; baixo apoio social, como conflitos entre chefes e colegas; um número elevado de demandas e uma pressão relacionada ao tempo, por exemplo, com o simultâneo aumento das responsabilidades.

A pressão por produzir mais em menos tempo é um dos principais fatores que ajudam a desencadear o burnout, segundo estudos. Já combater os casos da síndrome, com programas de saúde mental em empresas e acompanhamento psicoterápico, não apenas melhora a qualidade de vida dos funcionários como oferece um retorno econômico positivo para a corporação, defende Gattaz.

Uma comissão da revista científica The Lancet, composta por 28 especialistas internacionais em psiquiatria, neurociência e saúde pública, chegou a estimar o gasto mundial de US$ 16 trilhões até 2030 no tratamento de problemas de saúde mental.

Por outro lado, um estudo da OMS, publicado na The Lancet Psychiatry, mostra que cada dólar investido no tratamento dos diagnósticos psiquiátricos é revertido em quatro dólares de retorno. Isso porque reduz, por exemplo, dispensas do trabalho, cenários de baixa produtividade e aumenta o número de indivíduos empregados e, portanto, colaborando com impostos.

“O cenário no Brasil é bastante parecido com o dos demais países, inclusive o aumento visto com a pandemia. A parte boa é que a Covid-19 trouxe uma atenção maior das empresas para programas de saúde mental. Nós (profissionais da saúde) somos chamados hoje por empresas que no passado recente nem reconheciam a existência do problema, mas agora veem que investir na saúde mental é um dos fatores principais inclusive para a sustentabilidade do negócio”, conclui.

MEIOS DE PREVENÇÃO

Em relação ao tratamento e à prevenção, além do acompanhamento por médicos especialistas e a redução de fatores de risco, a diminuição de algo chamado de “índice de distância do poder” também é associada a menores taxas de burnout. Esse cálculo é relacionado à maneira pela qual membros de determinada hierarquia encaram a desigualdade de poder naquela estrutura. Quando esse indicador é maior, há um distanciamento entre chefes e funcionários, uma sensação de medo imposta pelos superiores e menor acessibilidade a eles, o que foi ligado a mais casos de burnout. Já quando ele é menor, há uma relação melhor entre os profissionais de diferentes níveis da empresa, o que diminuiu os registros.

Gattaz também destacou a baixa prevalência de transtornos de ansiedade entre os profissionais na pesquisa, de 5%, menor que a taxa média do Brasil segundo a OMS, acima de 10%. Para ele, uma explicação é que esses indivíduos e podem ter mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho por avaliações desfavoráveis em processos seletivos feitos por equipes de e recursos humanos.

EU ACHO …

VIVER EM PAZ

As pessoas falam em amor à primeira vista. Não creio que isso exista – a mim, parece ilógico, uma conexão

impossível, uma vez que o amor é uma construção, e não uma fagulha, um instante. Acredito em paixão à primeira vista, pois é a paixão que solta faíscas, é a paixão que dá o disparo, a paixão que desassossega e faz perder a razão.

O amor é um produto da convivência, da admiração, do pensar sobre o outro, do sentir a ausência de maneira calma, e não em desespero. Por isso, uma vida em paz é uma vida com amor, uma vida que surge depois que a energia explosiva da paixão se converte em amor perenizável. Gosto mesmo da ideia de amar o amor – a capacidade de guardar aquilo que me faz bem. É claro que a paixão também faz bem, mas só por um certo tempo. Ela não pode ser persistente, caso contrário ela faz adoecer, ela descontrola, suspende a noção de tempo e espaço.

Assim, paz de espírito é aquilo que faz com que eu consiga orquestrar as minhas paixões de maneira que elas se convertam em energia positiva e controlável.

Por esse ponto de vista, para ter paz de espírito, viver em paz é saber que está fazendo o que precisa fazer. Isso exige racionalidade.

Obedecer ao coração não é ser dominado pelo coração, não é excluir a razão. Obedecer ao coração é agir em equilíbrio, numa parceria entre o coração e a razão. Para mim, o equilíbrio ideal é aquele da bicicleta, o equilíbrio que só existe quando se está em movimento.

Algumas religiões consideram o equilíbrio e o alcance da paz como estados de ausência de qualquer emoção. Para mim, equilíbrio não é um ponto estático entre dois opostos, não é estar no meio. É ir aos extremos e não se perder, seja na ciência, na religião, na política, nos experimentos, no erótico. É ser capaz de vivenciar os múltiplos territórios da vida sem neles se ancorar.

A pessoa que vai para a “balada” e fica com um, depois fica com outro e no próximo final de semana fica com mais outro, bem, essa pessoa não é alguém que tem muitas possibilidades, e sim alguém com uma lacuna de sentimentos. Excesso de oferta muitas vezes é incapacidade de escolha. Quem transa com quem quer quando quer não é um libertário, e sim uma pessoa com um sentimento caótico em relação a suas escolhas. Pode-se argumentar que a pessoa escolheu ficar com muitos. Tudo bem, mas tenha em mente que, se tudo é prioridade, então não existe prioridade nenhuma. É como mural de faculdade: lotado ou vazio dá no mesmo, já que ninguém lê.

Escolher é adotar certas posturas e deixar outras de lado. Em sânscrito, havia uma ótima palavra para isso: cria, que quer dizer purificar. Ela deu origem à palavra crisis, em grego, de onde vem a palavra crítica e também a palavra critério. Criticar é separar o que uma pessoa deseja do que ela não deseja. Assim, ter uma vida crítica é ter uma vida consciente. Aquele que leva uma vida não crítica, ou sem critérios, não tem rumo, é um alienado.

Por isso, o equilíbrio não está em vivenciar tudo e qualquer coisa, mas em saber fazer escolhas sabendo que nem toda escolha é válida. Se toda escolha tiver validade, estamos no campo do relativismo, que é ausência de critério.

Se tudo tem validade, até a apreciação do mundo fica afetada. Gostar de qualquer comida ou de qualquer pessoa denota que a noção de gosto está prejudicada. Gostar, ter afeto, desejar sem critério só demonstra ausência de capacidade de entendimento.

Assim como a carência define os nossos rumos, é a ausência que molda nossos gostos. Uma pessoa só sente felicidade ou paz porque a felicidade e a paz não são contínuas. Nós só valorizamos algo quando há a possibilidade desse algo se ausentar. O exílio dá saudade. A felicidade contínua é uma impossibilidade, uma vez que as pessoas vivem em meio a outras pessoas e a atribulações. Mas, se a felicidade pudesse ser um estado contínuo, nós não a perceberíamos, assim como não percebemos nossa respiração, exceto na carência, quando o ar falta.

O erótico, claro, é um princípio vital. Freud dizia que as pessoas são regidas por duas pulsões, dois impulsos, aos quais ninguém consegue resistir: o erótico (vital) e o tanático (destrutivo). Freud tem uma grande descrença na capacidade humana. Para ele, biologia é quase destino.

Para mim, não é bem assim. Concordo, por exemplo, que o impulso tanático deve ser controlado, pois, se não fosse, não haveria civilização. Mas discordo quando ele diz que o erótico é o impulso da paixão e, portanto, também destrutivo e insustentável. O erótico, na minha concepção, é o impulso do amor, da construção, da vibração – pois a vida vibra. Vibrar significa ressoar, fazer sentir a presença. E você vibra perante a pessoa que você ama, o prato que aprecia, a música que frui, numa vibração que inevitavelmente estabelece uma conexão. Os gregos chamavam essa conexão de simpatia, ou aquilo que cria uma ligação, uma união entre nós. Já em latim, isso seria conhecido como amizade.

Tudo isso passa por uma lógica que aprendi com Janete Leão Ferraz, com quem sou casado. Quando começamos a namorar, mais de 25 anos atrás, ela colocou uma música do Djavan para deixar claro como deveria ser um relacionamento no entender dela:  ”Se você quer zero a zero, eu quero um a um”.

São dois empates, mas dois empates diferentes. O empate do zero a zero é aquele do caminho do meio, aqueles que os gregos antigos chamavam de caminho da virtude. Já o empate do um a um exige movimento.

Exige esforço e apego, e não acomodação e desapego.

ESTAR BEM

COMER TARDE REDUZ METABOLISMO E ELEVA FOME NA MANHÃ SEGUINTE

Estudo mostrou que jantar depois das 22h aumenta risco de ganho de peso

Jantar depois das 22h aumenta o risco para o desenvolvimento da obesidade. É o que aponta um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade Harvard e publicado na revista cientifica Cell Metabolism. A refeição feita tão tarde foi associada pelos cientistas à desaceleração do metabolismo nas horas após ao jantar e ao aumento da fome na manhã seguinte.

Participaram do estudo 16 voluntários com sobrepeso ou obesidade entre 20 e 60 anos. Eles foram divididos em dois grupos: os que precisavam fazer a última refeição do dia às 18h e os que deveriam jantar às 22h. Ambos comeram a mesma refeição oferecida pelos pesquisadores.

Ao longo do dia, os voluntários fizeram anotações o nível de apetite e fome que estavam sentindo. Além disso, os pesquisadores recolheram dados sobre a temperatura do corpo e gasto energético, e ainda coletaram amostras de sangue. Os cientistas também controlaram os fatores ambientais que pudessem interferir no estudo, como prática de exercícios, sono e exposição à luz.

Todos os voluntários foram instruídos a ir dormir e acordar sempre no mesmo horário nas três semana que antecederam o experimento, que se prolongou por 12 semanas.

MAIS FOME

Os resultados apontaram que as pessoas que fizeram a última refeição às 22h queimaram menos calarias no dia seguinte e tiveram uma produção maior do hormônio grelina, associado à fome, em comparação com aquelas que se alimentaram até as 18h. Alimentar-se mais tarde dobrou a sensação de fome, apontaram os cientistas.

Os exames de sangue demonstraram também que os voluntários que comiam mais tarde apresentavam níveis mais baixos de compostos químicos que regulam a sensação de saciedade após as refeições, como o hormônio leptina.

“Durante o episódio de vigília de 16 horas, a ingestão tardia diminuiu a leptina média em 16%, e aumentou a relação grelina/leptina em 34%, consistente com o aumento da probabilidade de fome durante esse período”, escreveram os autores do estudo, liderados pelo professor de medicina Frank Scheer, diretor do Programa de Cronobiologia do hospital Brighamand Women’s.

As pessoas que comeram mais tarde queimaram calorias mais lentamente e tiveram aumento de gordura. Quem fez sua refeição tardiamente gastou 5.03% menos de caloria na comparação com os que jantaram cedo.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

A FAVOR DO TEMPO

Prática de desligar celulares à noite e acordar com os velhos despertadores tem ganhado cada vez mais adeptos; especialistas reconhecem benefícios

O apagar das luzes no quarto não garantia que Luciana Kreimer, de 50 anos, desfrutaria de uma boa noite de sono. Ainda acostumada a deixar o celular ligado à noite, a designer de interiores se despertava a cada barulho soado pelo aparelho, quando não estava no modo silencioso, ou no acender da tela, com a chegada de alguma notificação. “Sentia uma vontade incontrolável de ver, o som chama você. Tomei uma atitude porque ficava muito ligada”, relata.

No meio da pandemia, Luciana resolveu dar um basta na situação: passou a desligar o telefone das 18h às 9h do dia seguinte e deixá-lo na sala, na hora de dormir. Para acordar e não se atrasar para os compromissos, a carioca ressuscitou um velho amigo, o rádio- relógio, item que já foi hit, mas andava extinto das mesinhas de cabeceira.

Embora soe radical, a atitude de Luciana encontra ecos em diferentes lares mundo afora. A prática vem ganhando adeptos nos últimos tempos, principalmente pelo reconhecimento dos impactos negativos que os celulares causam ao bem-estar. “Os despertares provocados por um telefonema, ou pelo som de algum aplicativo, fazem com que haja uma interferência na qualidade do sono por diversos motivos”, atesta Fabrício Hampshire, neurologista da Casa de Saúde São José.

Segundo ele, esses fatores impactam até mesmo em compostos hormonais. “A liberação de melatonina, hormônio produzido na glândula pineal (localizada no crânio) e fundamental para um sono adequado, pode ficar comprometida com um aumento de cortisol provocado por uma agitação mediante a algum conteúdo no celular. Isso vai influenciar tanto nas horas que uma pessoa dorme, como também dificulta a atingir fases mais profundas do sono, importantes para nossa recuperação e saúde de uma maneira geral”, diz.

Atenta aos sinais, Luciana foi além e espalhou despertadores pelos quatro quartos da casa, num esforço para influenciar os seis filhos a diminuírem o tempo on-line. Nos últimos dois anos, vários modelos já foram usados pela designer, dos analógicos aos digitais. Os com formatos divertidos também caíram nas graças da família, como um urso, um pato e o ratinho Mickey Mouse, da Disney. “Não tive problema com meu marido em relação ao uso do celular porque ele é igual a mim. Inclusive, a decisão de desligá-lo à noite foi conjunta. Nossos filhos é que são mais difíceis. Brigo direto com o meu caçula, que não tira o celular da mão. O do meio me enrola. Sei que não faz o que peço tanto assim, mas tenta. Ele entende a necessidade de se desligar um pouco”, conta ela, que mantem um telefone fixo para receber ligações eventuais quando fica off-line. “É qualidade de vida.”

A psicóloga Daniela Faertes, especialista em terapia cognitiva e mudanças de comportamentais, observa um aumento de pacientes interessados em desapegar dos aparelhos telefônicos no período da noite. Mas, em geral, eles citam a sensação de “estar perdendo alguma coisa” como empecilho para isso. “O celular criou essa percepção de que todas as demandas são urgentes e, com isso, o nosso corpo fica superativado. Há a necessidade de nos desligarmos porque nos coloca num constante estado de emergência, algo completamente antagônico à higiene do sono”, esclarece a profissional.

É justamente essa abstinência de notícias e sociabilidade virtual por horas a fio que mais satisfaz Débora Thomé, de 45 anos.

“Adoro o dia seguinte. Quando você passa um tempão sem falar com ninguém, aparecem várias notificações depois”, conta. Autodenominada como uma “mulher analógica”, resistente a todos encantos da multifuncionalidade dos celulares e aplicativos, a escritora e cientista política, que tem o costume desligar o aparelho por volta das 20h todos os dias, nunca abandonou os despertadores à moda antiga.

“Na minha cabeça não tem porquê deixar o telefone ligado na hora de dormir. É curioso isso. Para mim não é estranho, é algo completamente normal e que me faz muito bem, principalmente pelo costume de ler. O celular me tiraria essa atenção.”

Sandra Doria, médica que atua no Instituto do Sono, enaltece o ato de deixar o telefone desligado, fora do quarto, e recorrer aos despertadores quando há a necessidade de acordar num horário determinado. Ela ainda enumera os benefícios da prática à saúde.

“Um sono reparador, com quantidade, qualidade e ritmo nos dá disposição, foco e concentração na execução de tarefas do dia. Melhora nossa saúde cardiovascular, metabólica e, principalmente, imunológica, que é a área em que o sono mais atua. Além de nos ajudar a ter equilíbrio emocional. É uma solução bem pensada.” E sem prazo de validade.

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