OUTROS OLHARES

QUANDO FOI QUE OS PERFUMES DEIXARAM DE SER SOBRE SEXO?

Mensagens mais diretas e comuns há duas décadas são hoje inimagináveis. O que se busca agora é provocar uma forte conexão emocional

Quando um novo perfume Yves Saint Laurent saiu em 2001, Tom Ford, o diretor criativo da casa na época, deu uma festa sensacional na Bolsa de Paris, onde colocou um bando de modelos praticamente nus em um contêiner gigante de acrílico. A fragrância foi chamada Nu. Linda Wells, editora-chefe fundadora da Allure e também uma festeira, comparou a festa de Ford a um “aquário humano”, repleto de modelos “se contorcendo” em roupas íntimas. Era como uma piscina de bolinhas que se pode encontrar em uma festa de aniversário infantil, só que maior, abastecida com álcool e cheia de adultos quase nus.

“Eram todos esses corpos”, disse Wells. “Era toda essa carne. Era como uma orgia.”

Um evento como esse parece inimaginável hoje, e não só por- que o hedonismo descontrolado se tornou um tabu depois do #MeToo. O ideal de marketing mudou: a maioria dos designers e marcas não está usando sexo para vender perfume, e as pessoas não estão comprando perfume para fazer sexo.

Durante décadas, o marketing em torno do perfume fez da sedução uma prioridade. A fragrância era uma maneira engarrafada de ajudar alguém a encontrar um parceiro, uma construção que parece irrelevante já que agora temos aplicativos de namoro, uma maneira mais eficiente e consistente de encontrar um parceiro do que alguém sentir seu cheiro e se apaixonar por você.

“Parece realmente antiquado e meio ofensivo”, contou Wells.

“Agora todos nós pensamos: ‘Esse anunciante vai me dizer como devo me sentir ou que quero fazer sexo por causa de sua fragrância ou que quero me tornar um objeto por causa de sua fragrância?’.”

Hoje, as marcas falam sobre a fragrância em termos de lugares e como ela fará o usuário se sentir. Marcas de perfume menores e de nicho, como a Byredo ou Le Labo, são anunciadas como “gênero neutro”.

Essas marcas não jogam com construções de gênero desatualizadas e mensagens singulares sobre sexo e orientação sexual. Não é uma competição sobre que perfume é o mais sexy, é sobre qual deles pode provocar a conexão emocional mais forte. Segundo Rachel Herz, neurocientista e autora de The Scent of Desire: Discovering Our Enigmatic Sense of Smell, o perfume passou do marketing de “temas diretos” como poder ou sexo para encorajar uma “jornada pessoal”. Essa jornada pode ser sobre empoderamento ou sobre ser sua melhor versão, como o que a Glossier vende com o Glossier You. De acordo com seu site, o perfume “crescerá com você, não importa onde você esteja em sua evolução pessoal” porque “não é um produto acabado. Ele precisa de você”.

Outras fragrâncias levam os clientes a uma jornada diferente. O Harlem Nights, da World of Chris Collins, leva os usuários ao clima dos bares speakeasy com notas de almíscar e rum que evocam charutos, bebidas de alta qualidade e a vida noturna dos anos 1920. Então, quando o perfume deixou de ser sobre sexo?

IDEAIS DE GÊNERO

Tradicionalmente, os perfumes eram projetados para homens ou mulheres – raramente ambos – impulsionados por campanhas multimilionárias que retratavam normas tradicionais de gênero ou imagens hiper- sexualizadas. Você se lembra dos anúncios do Eternity da Calvin Klein dos anos 1980 com Christy Turlington e Ed Burns? E a campanha sensual de 2010 do Guilty da Gucci com Evan Rachel Wood e Chris Evans? Ambos parecem heteronormativos no clima cultural de hoje.

Uma geração mais jovem, com interpretações mais fluidas do que constitui gênero, orientação sexual e relacionamentos românticos, está liderando a conversa. “Gênero neutro” e “sem gênero” tornaram-se conceitos dominantes, integrais à moda.

Seguiu-se um aumento nas fragrâncias unissex e sem gênero. De fato, muitos dos rótulos de nicho e artesanais que ganharam amplo apelo nunca atribuíram gênero a suas fragrâncias. A Byredo comercializa seus perfumes como unissex desde que Ben Gorham fundou a linha em 2006. O mesmo vale para Le Labo, Escentric Molecules, D.S. & Durga, Malin + Goetz e Aesop. “Seu gênero, sua nacionalidade, sua orientação sexual – não importa”, afirmou Chris Collins, fundador e executivo-chefe da World of Chris Collins. Todos os 12 perfumes da marca são sem gênero. “Não deve haver distinção”, concluiu.

Para as potências globais de fragrâncias, gênero e romance ainda são essenciais para atrair o mainstream. Embora as campanhas publicitárias da Dior não sejam abertamente sexuais, a marca apresenta ideais femininos distintos por meio das campanhas da Miss Dior, que apresentam Natalie Portman desde 2011, bem como os anúncios dourados de J’Adore Dior, nos quais Charlize Theron encarnou uma deusa grega por 18 anos.

“O romance não está necessariamente ultrapassado”, avaliou Herz. São as representações do romance que estão mais abstratas, ela explicou, porque “as coisas são menos definidas heterossexualmente” do que há uma década.

POR QUE USAR PERFUME?

 Durante a pandemia, com lojas fechadas e formas limitadas de testar perfumes antes de comprar, Suzanne Sabo, 45, de Levittown, Pensilvânia, comprou perfumes “às cegas” para se agradar. A primeira fragrância que ela encomendou foi Jasmine Rouge do Tom Ford Beauty, que descobriu em um anúncio online. “Não havia nada de sensual ou sexual nisso”, lembrou Sabo, escritora bolsista de uma escola técnica. “Era tão básico. Era uma descrição do cheiro. Eu me senti uma nova mulher apenas usando o perfume, de moletom, em casa. Eu me senti valendo um milhão de dólares.” A coleção de fragrâncias Tom Ford de Sabo cresceu para incluir Lost Cherry, Soleil Blanc, White Suede e Bitter Peach. “Somos mães de classe média que estavam estressadas.”

Rachel ten Brink, sócia-geral da Red Bike Capital e fundadora da linha de perfumes Scent- bird, viu os clientes começarem a adotar essa mentalidade anos atrás. A principal resposta de uma pesquisa de 2015 perguntando aos clientes da Scentbird por que eles usavam fragrâncias foi “como elas me fazem sentir- me”. Atrair o sexo oposto era o número 6 ou 7.

Marcas menores e independentes costumam ser mais criativas em sua forma de fabricar perfumes, destacando ingredientes e notas individuais ou usando uma história para atrair clientes. As fragrâncias costumam ser mais fortes, mais ousa- das e mais caras do que nas lojas de departamento, sinônimo de “presente grátis com compra”. “Aromas artesanais sempre foram mais sobre o perfume, as notas e os ingredientes, e me- nos sobre a imagem”, disse Larissa Jensen, analista da indústria de beleza do NPD Group.

Frascos de fragrâncias com limões, laranjas ou lavanda são a “descrição visual” que atrai as pessoas, ela revelou. “Você não está olhando para um anúncio que tem apenas a bunda nua de um homem.”

GESTÃO E CARREIRA

CARREIRA NA ÁREA FINANCEIRA – QUAIS SÃO AS NOVAS DEMANDAS?

Não há área mais demandada no mercado do que a de finanças. Responsável pela administração dos recursos financeiros da empresa, gestão de riscos, oportunidades, planejamento e resultados, se torna uma das mais importantes bases de sobrevivência de companhias dos mais diversos portes e segmentos. A contratação destes profissionais é uma necessidade constante no mundo corporativo – mas, ao mesmo tempo, custosa de ser mantida em alto nível de excelência.

Independente do regime político vigente no país ou atratividade do cenário econômico,  um bom executivo de finanças sempre será a peça-chave para o crescimento ou desmoronamento do negócio. Quando capaz de organizar um departamento saudável, será essencial para prover o capital necessário para que a companhia se mantenha competitiva no mercado, buscando obter receitas no curto, médio e longo prazo e, acima de tudo, como utilizar os recursos financeiros a favor da organização.

Em momentos de aquecimento econômico, é dever da área financeira gerir o fluxo de caixa viabilizando estratégias que alavanquem a companhia no mercado – seja pela firmação de parcerias comerciais, investimentos no desenvolvimento de novos projetos, ou outras ações focadas na otimização de processos e análise de produtividade.

Já em períodos econômicos instáveis, por sua vez, é de sua responsabilidade gerenciar as finanças em viés de contenção de ameaças, por meio do fechamento de operações, cortes orçamentais ou redução de custos necessários em quaisquer atividades ou times. Não à toa, a pandemia foi um dos maiores impulsionadores da necessidade de um departamento robusto de finanças nas empresas, de forma que conseguissem contingenciar, ao máximo, os impactos econômicos da crise na perpetuidade do negócio.

Ao longo de 2021, por exemplo, a busca por estes profissionais aumentou 80% em relação ao ano anterior, segundo dados compartilhados pela Wide. Em uma exigência notável, os critérios de avaliação de retenção destes talentos vêm se tornando cada vez mais seletivos – substituindo todos aqueles que não se demonstrarem preparados e capacitados para trazer melhores resultados neste momento crítico de recuperação econômica.

Muito mais do que ter o conhecimento, o profissional de finanças deve ser capaz de compreender profundamente o negócio, analisando as oscilações do mercado e quais ações tomar em meio a tamanha instabilidade para reter custos desnecessários e impedir o fechamento de portas da companhia. Ou, ainda, como utilizar esses fatores a favor da empresa, redirecionando investimentos nas áreas mais estratégias de diferenciação.

Aliado a essas capacidades, uma boa habilidade interpessoal também faz toda a diferença para um bom desempenho desses profissionais – uma vez que seu sucesso ou fracasso estará intensamente relacionado à qualidade comunicacional com seus colegas, outros times da empresa e parceiros de negócio, sejam eles atuais ou futuros. Quanto melhor for sua desenvoltura comportamental, mais fortes serão as relações profissionais construídas.

Gerenciar uma companhia em meio a uma legislação complexa e constantemente passível de mudanças é uma missão desafiadora – especialmente, em cenários de crise como o que estamos vivendo com a pandemia e, mais recentemente, os impactos da Guerra na Ucrânia. Mas, com o apoio de um profissional qualificado e preparado para lidar com tais impactos, os danos destes e de qualquer conflito na empresa serão imensamente reduzidos.

Não importa a época do ano ou cenário do mercado, as empresas sempre precisarão de profissionais de finanças qualificados para gerir e alavancar a companhia frente aos concorrentes. Para aqueles que desejam seguir essa jornada, é preciso se manter constantemente atualizado sobre as mudanças legislativas no país e, acima de tudo, prezar pela comunicação próxima com todas as equipes e parceiros. Assim, certamente estarão preparados para lidar com qualquer empecilho que possa colocar o sucesso da companhia em jogo.

*** RICARDO HAAG  – É sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção (https://wide.works/).

EU ACHO …

O SENTIDO DA VIDA

Não é nenhuma novidade que dinheiro, viagens, status, beleza e outras coisinhas mundanas são sonhos de consumo, mas não dão sentido à vida de ninguém. A única coisa que justifica nossa existência são as relações que a gente constrói. Só os afetos é que compensam a gente viver uma vida inteira sem saber de onde viemos e para onde vamos. Diante da pergunta enigmática – por que estamos aqui? -, só nos consola uma resposta: para dar e receber abraços, apoio, cumplicidade, para nos reconhecermos um no outro, para repartir nossas angústias, sonhos, delírios. Para amar, resumindo.

Piegas? Depende de como essa história é contada. Se é através de um power print – aqueles textinhos cheios de flores acompanhados de musiquinha romântica -, qualquer mensagem, por mais filosófica e genial que seja, fica piegas de doer. Mas se é através de um filme inteligente, sarcástico, tragicômico como Invasões bárbaras, o piegas passa à condição de arte.

O filme é uma continuação de O declínio do império americano. Naquele, um grupo de amigos se encontrava numa casa à beira de um lago e discutia sobre vida, morte, sexo, política, filosofia. Em Invasões bárbaras, esses mesmos amigos, quase 20 anos depois, se reencontram por causa da doença de um deles, que está com os dias contados. Descobrem que muitos dos seus ideais não vingaram, que muita coisa não saiu como o planejado, só o que sobrou mesmo foi a amizade entre eles. E a gente se pergunta: há algo mais nesta vida pra sobrar? Quando chegar a nossa hora, o que realmente terá valido a pena? Os rostos, nomes, risadas, pernas, beijos, olhares que nos fizeram felizes por variados e eternos instantes.

Pais e filhos, maridos e mulheres, amantes e amigos: são eles que sustentam a nossa aparente normalidade, são eles que estimulam a nossa funcionalidade social. Se não for por eles, se não houver um passado e um presente para com eles compartilhar, com que identidade continuaremos em frente, que história teremos para carregar, quem testemunhará que aqui estivemos? Só quem nos conhece a fundo pode compreender o que nos revira por dentro, qual foi o trajeto percorrido para chegarmos neste exato ponto em que estamos, neste estágio de assombro ou alegria ou desespero ou sei lá, você que sabe em que pé andam as coisas. Se não nos conheceram, se não nos desvendaram, se ninguém aplicou um raio X na gente, então não existimos, o sentido da vida foi nenhum.

Todas as pessoas querem deixar alguns vestígios para a posteridade. Deixar alguma marca. É a velha história do livro, do filho e da árvore, o trio que supostamente nos imortaliza. Filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos. A única coisa que nos imortaliza – mesmo – é a memória de quem amou a gente.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

VERDADES E MENTIRAS DO ‘GLOW UP’, INVENTADO PARA MELHORAR SUA IMAGEM

O desafio do ‘antes’ e ‘depois’ nas redes, para revelar como sua aparência melhorou, pode ser apenas um jogo que não mostra quem você é

“Glow up.” Talvez você já tenha ouvido essa expressão, especialmente se anda percorrendo os vídeos do TikTok e outros. Tendência entre as blogueiras mundo afora e cada vez mais presente aqui do Brasil, o glow up se traduz em algo como adotar uma série de mudanças na sua rotina que podem “melhorar” sua aparência e estilo de vida.

“O glow up acabou se tornando um desafio nas redes sociais, nas quais diversos usuários consomem e viralizam esse desafio do ‘antes e depois’, para mostrar como você ‘evoluiu’ de aparência”, explica Liliah Angelini, executiva da WGSN, empresa líder em tendências de comportamento e consumo.

Começar a meditar, beber mais água, ficar de olho na alimentação e praticar mais exercícios são algumas das dicas que as influenciadoras dão para quem quer se sentir mais atraente e ter uma vida supostamente mais saudável em pouco tempo.

O problema da corrente é justamente que as “melhorias” prometidas com a rotina não são reais, como explica Luiza Voll, fundadora do Grupo Contente.vc, que analisa as relações na internet e atua por uma rede mais saudável para os usuários. “Os corpos, o estilo de vida e toda construção estética reforçada pelo glow up é, na maioria das vezes, impossível de se alcançar tendo uma rotina de cuidados comuns.”

De acordo com a influenciadora Marieli Mallmann, que conta com mais de 170 mil seguidores no Instagram, o glow up, como disseminado na internet, não passa de uma farsa. “Encontramos nas tendências e estéticas divulgadas na internet uma forma de fazer parte de algo e é por isso que é tão fácil cair no jogo de fingir e nos mostrar de forma diferente para o mundo – como gostaríamos de ser, não como realmente somos”, adverte.

Por esse motivo, Marieli deixou de fazer uso dos filtros para gravar conteúdos. “Chegamos a um ponto em que construímos cuidadosamente essa vida online que, às vezes, não tem nada a ver com nossas vidas reais. Desde 2020 eu não uso mais filtros de redes sociais. Nem mesmo os que alteram só as cores da imagem, que dirá os que alteram o meu rosto. Minha relação com minha imagem mudou muito.”

Para Luiza, é importante que o usuário entenda o limite entre querer se tornar mais saudável e se pressionar para se enquadrar em um padrão de beleza vigente. “A gente adora se cuidar e ver que com o tempo ganhamos aquele glow. Quem não quer aparentar sua melhor versão, ainda mais nas redes sociais? Mas precisamos observar se essas narrativas estão nos fazendo bem e nos divertindo, ou se estão ativando algum gatilho, alguma emoção incômoda demais”, diz.

CONTROVÉRSIAS

Quando postamos algo nas redes sociais, editamos, ajustamos e adaptamos para que a publicação represente a nossa melhor versão. Com o glow up não é diferente: disfarçadas de mudanças básicas na rotina estão o estabelecimento de padrões somente alcançáveis a partir de procedimentos estéticos caros, que vão muito além de beber água e dormir mais de oito horas por noite e esbarram em uma questão financeira.

Para a psicanalista Joana Novaes, coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza PUC-Rio, o problema dessas tendências é que elas uniformizam o que é bonito e vendem a solução. “É necessário que todos nós nos mantenhamos insatisfeitos. E basta você consumir, comprar, parcelar práticas e uma série de produtos que te prometem a felicidade, a saúde perfeita, uma estética irretocável”, conta. Quando você não faz uso dessas “soluções”, parece que tem um problema. “Dessa forma, se cria uma massa de excluídos e um mercado que promete, através dessas práticas, inclusão social.”

Segundo Liliah Angelini, em uma sociedade baseada em imagens e repleta de preconceitos, o glow up se torna mais uma moeda social. “A questão é que apenas algumas pessoas podem acessá-lo e isso tem efeitos colaterais para quem fica de fora”, explica. “Em um 2022 em que falamos sobre novas expressões de beleza, autoexpressão em voga, consumidores plurais e autênticos, aumento da aceitação individual, ver desafios como esse é como observar um caminhar na contramão do futuro”, complementa.

IMPACTO DA PANDEMIA

Com a pandemia de covid-19, a imersão pessoal e profissional nas redes sociais se intensificou. Com o uso das telas potencializado, as pessoas ficaram mais tempo a sós consigo mesmas, se vendo por outros ângulos ao ter de ligar a câmera para as reuniões online.

Foram quase dois anos em casa, que geraram mudanças significativas no corpo e na mente. “O que conhecíamos antes como dismorfia do Snapchat, fenômeno que descreve a relação conflituosa entre filtros e a forma como nos enxergamos, se tornou a dismorfia do Zoom. Ou seja, nunca olhamos tanto para a nossa própria imagem à procura do que poderíamos melhorar, do que estava fora de conformidade com os padrões”, explica Luiza.

Não coincidentemente também foi no início da pandemia que os conteúdos de autocuidado, skincare e bodycare começaram a bombar nas redes sociais. Com mais tempo em casa, as pessoas passaram a se preocupar mais com o cuidado com o corpo e com a autoimagem, sendo esse somatório de fatores essencial para a disseminação dos conteúdos de glow up.

UM NOVO OLHAR

Para uma relação mais agradável e menos adoecedora na internet, a psicanalista Joana Novaes explica que é necessário mudar a forma de pensar. “É preciso lembrar que tanto a gordura quanto o envelhecimento e a feiura acenam com aquilo que nos faz humanos, nos iguala. Todo esse mercado que surge de especialistas no sentido do aprimoramento corporal, e sobretudo do aprimoramento no vídeo, surge com o intuito de afastar de nós o contato com a realidade”, afirma. “Para a gente pensar em uma relação mais inclusiva, generosa, de maior prazer com o próprio corpo, a beleza não pode ser o único marcador.”

Além disso, em um oceano de possibilidades, é interessante refletir sobre que perfis seguir. “O que a gente consome, independentemente da vertente, acaba tendo um efeito muito grande sobre a nossa percepção de beleza. É necessário ficar atenta ao que chega às nossas telas, uma vez que esse tipo de conteúdo tem o poder de influenciar na forma como nos vemos”, conclui Marieli.

VIDA DIGITAL SAUDÁVEL

QUEM SEGUIR

O que consumimos influencia na nossa percepção de beleza. Fique atento a quem você segue e qual a sua realidade para não fazer comparações injustas. Siga pessoas que te estimulam e pare de seguir pessoas que te deixem para baixo.

QUESTIONE

Se seu feed fosse um espelho, você se enxergaria nele? As pessoas que você segue devem dialogar com o que você pensa e quer para si.

TEMPO DE TELA

Tente reduzir o tempo que passa online. A internet e a vida no Instagram não representam a realidade.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

QUAIS ESTRATÉGIAS ADOTAR PARA TER EQUILÍBRIO DIANTE DO NOTICIÁRIO?

Em mundo que não dá trégua, sucessão de notícias ruins pode contribuir para pessimismo, ansiedade e depressão

Crise econômica. Pandemia. Ataques à democracia. Guerra. Aquecimento global. E violência, muita violência. O mundo não dá trégua, e o noticiário também não. Mas às vezes a sequência de notícias duras provoca uma sensação de desânimo que pode afetar a saúde mental de algumas pessoas. Uma vez que não dá para fingir que as coisas não estão acontecendo, e se manter informado é absolutamente essencial nos dias de hoje, é preciso desenvolver ferramentas para lidar com isso.

Uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia feita em 2017 mostrou que mais da metade dos americanos dizem se sentir estressados, ansiosos, cansados e com dificuldades para dormir em razão das notícias ruins. De lá para cá, não surgiram motivos para imaginar que o cenário melhorou, pelo contrário.

Segunde o psicólogo Stélios Sdoukos, da The School of Life,  uma organização com sede em Londres dedicada ao estudo da inteligência emocional, o noticiário pode contribuir para deixar a pessoa mais pessimista e ansiosa, aumentando sintomas depressivos. O vinculo não é necessariamente direto, mas o contexto de desesperança interfere.

“As pessoas se sentem cada vez mais afetadas pelas notícias, como crimes hediondos como do médico que estupra pacientes ou de um homem que mata a família toda. Não há como ficar indiferente. Estamos expostos às notícias o tempo todo e precisamos delas para entender o que está acontecendo ao nosso redor. Mas o mal-estar élegitimo porque é coerente com aquilo que estamos lendo. Ser afetado mostra que nossa humanidade está presente”, explica Sdoukos.

Sevocê é uma das pessoas que andam desanimadas com as notícias, veja como lidar com elas de forma positiva:

ACEITE O MAL-ESTAR

Você fica sabendo de um crime chocante pelo jornal ou pela TV. Sente um aperto no peito, revolta ou tristeza. De acordo com o psiquiatra Ricardo Krause, presidente nacional da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi), a solução não passa por ignorar esses sentimentos:

“É preciso se permitir sentir as emoções. As pessoas associam emoção ao descontrole, e acham que é algo ladeira abaixo, como se ficar triste em um momento significasse ficar deprimido ou desesperado depois. Então, fazem de conta que não estão sentindo nada. Mas não é assim. Quando você não trata da coisa no início ela progride”, explica o médico, salientando que o uso abusivo de álcool e drogas muitas vezes vem dessa tentativa de mascarar os sentimentos.

TENHA CONSCIÊNCIA

Pare, pense, entenda que algo está acontecendo dentro de você. É preciso dar tempo para assimilar o impacto de uma notícia ruim sem deixar evoluir para o desespero. Anotar os sentimentos num diário de papel, ou fazer um acompanhamento em apps como o Daylio, com um registro diário de emoções, é algo muito saudável.

“Isso faz com que a pessoa não aja no automático. Quando alguém nomeia os sentimentos, presta atenção neles. Quando não tem essa consciência, torna-se meramente reativo. Inteligência emocional não é só saber lidar com os outros e conter emoções: é saber das próprias emoções e agir com consciência”, afirma Krause.

Stélios Sdoukos sugere uma estratégia usada na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT, em inglês):

“É importante observar os pensamentos. Quando você pensa “nada vai dar certo para mim” tente se afastar disso, adicionando uma frase: “Observo que estou tendo o pensamento de que nada vai dar certo para mim”. Isso ajuda a mente a processar que é só um pensamento e não uma verdade absoluta. O manejo não vem da eliminação dos sintomas de ansiedade, mas de uma outra relação com emoções que gostaria de eliminar.

Segundo o psicólogo, para lidar com a ansiedade gerada por essa exposição é importante entender o que pode te deixar mais ou menos ansioso. Algumas situações são mais difíceis  de serem processadas e “pode ser coerente se afastar, trabalhar sua relação com o consumo de um assunto específico”.

BUSQUE A MUDANÇA

O sentimento de indignação diante de alguma notícia pode servir como estopim para uma reflexão – e tal vez até ação – critica e produtiva na sociedade.

“Quando a pessoa lê sobre o crime do anestesista, ela rechaça, mas será que na nossa cultura, na nossa comunidade, não alimentamos isso com piadas machistas? No caso da morte de um homem que fazia uma festa com tema de um partido, vale refletir sobre como as pessoas falam de política hoje. O diálogo não existe, está todo estereotipado, então, se a pessoa sinaliza concordância com um lado, o outro pode transformar um almoço de família numa guerra, quando a interação deveria ser diferente. A gente não dispara o tiro, mas pode disparar tiros simbólicos”, diz Sdoukos.

O psiquiatra Ricardo Krause considera que partir para a ação pode ser positivo tanto na esfera pessoal quanto coletiva.

“O que posso fazer para modificar isso? Agir, trabalhar comunitariamente, distribuir comida, construir casa, contar história para criança, conversar com idosos. Há muito a ser feito. É pensar global e agir local. E se você faz uma coisa para mudar aquela situação, neutraliza a sensação de impotência. É fantástico ver que você não se sente paralisado.

O PODER DA PALAVRA

Evite empregar um discurso pessimista depois de ler alguma coisa que te desanima. Para Krause, é importante saber que a forma de falar, mesmo que para si mesmo, tem impacto.

“É sério, e as pessoas não levam a sério a força das palavras. A comunicação não violenta é um caminho de prestar atenção no que se fala e como se fala. Substitua frases como “está tudo uma droga mesmo”, “é o fundo mundo” ou “pior não pode ficar” por coisas como “vamos achar uma solução” ou “vai passar”. Quando diz algo com esperança, você não permite que o ciclo de desespero se concretize”, diz. Mesmo na hora de conversar sobre o assunto, é preciso cuidado. Falar por falar pode ser apenas uma forma de remoer um assunto. O médico recomenda, em contrapartida, procurar alguém que ajude a pensar sobre aquilo, porque incomoda, o que pode ser feito.

SEU UNIVERSO

Se muitas coisas não vão mesmo bem, muitas outras mostram a beleza da vida e inspiram gratidão. É preciso saber onde encontrar isso, seja no seu microcosmo (sua casa, sua família, seu trabalho), seja dentro de si mesmo. É para isso que devemos voltar os olhos nos momentos de desalento.

“É importante construir uma vida que tenha sentido para a gente, que vale a pena ser vivida. Os pensamentos podem nos arrastar para um piloto automático e nos levar a uma vida não alinhada com nosso propósito. Esses valores, o que faz o coração bater mais forte, são o porto seguro para voltar”, diz Sdoukos.

Krause concorda que é importante separar as coisas negativas do noticiário da nossa vida cotidiana:

“Quando estou com medo vou lembrar de coisas boas, ver uma cena que me emocione, fazer um carinho num cachorro, tomar um sorvete, brincar com meu filho… É preciso uma caixa de ferramentas contra as coisas que nos deixam desconfortáveis.”

O pr6pdo noticiário pode ajudar a trazer esse alívio, com informações sobre coisas prazerosas, como cultura, viagens e gastronomia, além de dicas e orientações para uma vida melhor.

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