OUTROS OLHARES

O LANCHE DE BORDO ESTÁ DE VOLTA, MAS EM VERSÃO MODESTA

Nem nos ares a inflação de alimentos dá trégua. Alguns snacks ficaram mais simples. Há casos em que dá para tomar cerveja

Quem voou em rotas domésticas recentemente já percebeu: o serviço de bordo voltou. Em meio à alta de preços de passagens e margens menores de lucro das empresas, as três maiores companhias do país (Latam Brasil, Gol e Azul) redesenharam as próprias ofertas de lanchinhos. Barrinhas e amendoins estão mais modestos, mas em alguns voos é possível até tomar cerveja.

As refeições ficaram ainda mais simples. Ao mesmo tempo, as aéreas criam diferenciais para atrair os clientes com maior poder aquisitivo.

De modo geral, o glamour nostálgico de refeições quentes e bebidas inclusas em todo voo virou coisa do passado, sem perspectiva de voltar. Tentando sair de uma das maiores crises do setor em décadas, as empresas buscam todas as formas de diluir custos.

“O serviço varia, mas é simples em comparação ao que tínhamos na década de 1990, com oferta de pratos quentes em todo voo. Em contrapartida, era outra realidade de mercado e as tarifas médias eram mais altas”, diz o diretor de aeroportos da Latam Brasil, Derick Barbosa.

O retorno dos lanches envolveu planejamento das empresas, que não sabiam quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editaria a resolução que permitiu a volta do serviço.

‘HAPPY HOUR’ NAS NUVENS

Na Azul, a preparação levou sete meses, de acordo com o diretor de Marketing da aérea, Daniel Bicudo:

“Envolvemos 450 pessoas na preparação de kits e retreinamos comissários porque, na Azul, eles carregam bandejas com as opções de snacks.

No país, a Azul é a única que serve os alimentos em embalagens com a própria marca da companhia aérea. Os fornecedores, segundo Bicudo, não são os mesmos dos alimentos doces e salgados.

A empresa foi a primeira a voltar a oferecer o serviço. São, de acordo com Bicudo, 31 bases que já estavam abastecidas com produtos à espera da liberação da Anvisa.

Hoje, os 800 voos da Azul têm oferta de lanches e bebidas variadas. A partir de hoje, a ponte aérea Rio-São Paulo passará a ter cerveja disponível às quartas, quintas e sextas-feiras em voos entre 16h e 22h, em ambos os sentidos da rota.

Nos demais voos, são oferecidos lanches salgados e doces, e o passageiro pode repetir.

“Para nós, era importante servir as balinhas com formato de avião, que são um dos emblemas da Azul. Elas são oferecidas em todos os voos. O restante depende do horário do voo. Temos cookies, bolinhos e goiabinhas como opções doces. Nas salgadas, pacote de batata chips ou salgadinho sabor torresmo ou bacon”, explica Bicudo.

BISCOITO DE 10G

Na Latam Brasil, o retorno do serviço de bordo foi em 1º de junho, em todos os voos. A escolha do que servir foi repensada e varia de acordo com o tempo do voo, segundo Derick Barbosa, diretor de Aeroportos da companhia.

Segundo ele, o nível de satisfação dos clientes já aumentou em razão dos lanchinhos em pesquisas feitas depois de cada voo, ainda que se resumam a biscoitinho e água nas curtas distâncias.

“Fizemos contratações de fornecedores no começo do ano com contrato de 12 meses. Empurramos isso para frente por restrições sanitárias e, depois do aval da Anvisa, tivemos oito dias para preparara logística”, diz Barbosa, que diz que a empresa sente o impacto da inflação dos alimentos.

Na Latam, são oferecidos a passageiros da classe econômica em rotas curtas, de menos de uma hora e meia de voo, água e um cookie de 10g. Nas rotas médias (de uma hora e meia a duas horas de voo), além dos snacks, entram o café e, eventualmente, outras bebidas. Nas longas, há bebidas como sucos e refrigerantes.

A partir de sexta-feira, em rotas de durações médias e longas, haverá entrega de sanduíches quentes a passageiros da categoria Premium Economy, em que se paga tarifa mais elevada para ter, entre outras vantagens, mais espaço entre os assentos. O objetivo é fidelizar quem valoriza mais conforto.

“Olhamos constantemente o que os concorrentes oferecem e, eventualmente, fazemos ajustes em uma rota específica para manter competitividade”, diz o executivo.

Uma rota com mais passageiros corporativos, menos sensíveis à alta de preços, pode ter uma oferta maior de snacks, portanto.

Na Gol, o serviço de bordo voltou em maio para voos com partida em São Paulo e, em 1º de junho, de modo geral. Segundo Haroldo Lima, coordenador de Produtos e Parcerias da Gol, os voos com mais de 45 minutos têm oferta de lanches e bebidas, como sucos e café. Em rotas mais curtas, o passageiro recebe um copo d’água.

Entre as opções de alimentos, estão doces como biscoitos recheados e cookies. Na salgada, biscoito de polvilho sem lactose e sem glúten.

“A grande dificuldade que tivemos foi a falta de previsão da volta do serviço de bordo”, conta Lima, acrescentando que a companhia sentiu o impacto da inflação. “Apesar disso, não quisemos prejudicar a qualidade do serviço e mantivemos a mesma oferta de snacks anterior à pandemia. Segundo ele, a empresa estuda adiante a retomada de oferta de lanches sob demanda. A Gol chegou a oferecer a opção de o passageiro comprar comida antes da pandemia.

GESTÃO E CARREIRA

APRENDIZ MAIS NOVO E COM MENOS INSTRUÇÃO PERDE ESPAÇO NAS EMPRESAS

Lei deixa de cumprir sua função social e produtiva, diz especialista; MP de Bolsonaro agrava cenário

As contratações de aprendizes pelas empresas na última década passaram a privilegiar jovens com escolaridade mais alta, excluindo cada vez mais os adolescentes mais novos e menos instruídos.

Segundo levantamento exclusivo da Kairós Desenvolvimento Social, a partir da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), a participação de adolescentes menores de 18 anos era de 65% do total de contratados na modalidade aprendiz em dezembro de 2010. Esse percentual caiu para 33,5% em dezembro de 2020.

Ao mesmo tempo, os aprendizes com ensino médio completo ocupavam 19,5% das vagas em 2010, passando para 43% em 2020. Outros 43,8% são de aprendizes com ensino médio incompleto, e apenas 13,2% estavam no ensino fundamental. As estimativas apontam que há, atualmente, cerca de 500 mil aprendizes contratados no País.

Com esse cenário, a Lei da Aprendizagem, criada há mais de duas décadas para ser porta de entrada de milhares de jovens no mercado de trabalho e um mecanismo de inclusão tem deixado de cumprir sua função social e produtiva, aproximando-se de uma modalidade de estágio, diz Elvis Cesar Bonassa, diretor da Kairós.

A legislação estabelece uma relação de prioridades para a contratação de aprendizes vulneráveis, como adolescentes e jovens de baixa renda, egressos de medidas socioeducativas e do trabalho infantil, que estejam em acolhimento institucional e pessoas com deficiência.

“A ideia é fazer do programa uma inclusão social e produtiva. Para outros casos, há opções de estágio e oportunidades de primeiro emprego. A lei é focada na inclusão social, que foi progressivamente abandonada pelas empresas”.

Bonassa acrescenta que, quando se olha o perfil social de adolescentes que moram em áreas de vulnerabilidade, o perfil de escolaridade já costuma ser mais baixo. Quanto mais jovem e com menor formação, maiores são as chances de um aprendiz ser vulnerável.

“Muitas empresas têm investido em práticas de ESG (de governança ambiental, social e corporativa), mas, quando se trata da questão de jovens vulneráveis, elas preferem financiar um projeto social qualquer em áreas pobres, que não gera renda para os adolescentes, a trazer esses jovens para a estrutura delas”, afirma.

A aprendizagem profissional permite unir políticas de trabalho e emprego, educação e assistência social, por meio do atendimento dos adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, inserção dos que estavam fora da escola e da qualificação profissional, diz Tatiana Gomes Furtado, gerente socioeducativa do Centro Salesiano do Adolescente (Cesam-DF).

Quem teve a vida transformada pelo programa foi Klismann Alves, 23, ex-aprendiz em um atacadista de São Paulo e que hoje trabalha em um hospital de grande porte na capital paulista. “Fiquei sabendo do programa pelo Instagram e comecei trabalhando como operador de caixa, aos 19 anos, Foi a primeira experiência como funcionário fixo, e assim pude me desenvolver para alcançar meu objetivo, de trabalhar na área de saúde”.

Com a remuneração, conseguiu pagar por cursos complementares e hoje cursa graduação em ciências contábeis. “Algumas empresas de grande porte deveriam estar com esse pensamento de colocar jovens aprendizes para dar oportunidade para quem está começando”, diz o auxiliar de atendimento.

Parte das empresas também tem adotado processos seletivos que acabam dificultando a entrada dos aprendizes mais vulneráveis, dizem entidades que fazem a intermediação entre jovens e empresas.

A mediação entre as duas pontas se dá via organizações qualificadoras. Segundo a Febraeda (Federação Brasileira de Associações Socioeducacionais de Adolescentes), as entidades do Sistema, como Senai e Senac, contribuem com cerca de metade dos aprendizes em atividade; a outra metade vem de outras associações sem fins lucrativos.

“Existem programas de aprendizagem na área da indústria que são específicas para quem tem mais de 18 anos e que não atendem ao público vulnerável, mas as entidades sem fins lucrativos atendem”, diz o presidente da federação, Antônio Pasin.

O perfil social dos alunos do Senai é de renda mais baixa do que o da média da escola pública. Defendemos que as regras de aprendizagem tenham justiça social, mas isso se dá em bases sustentáveis”, afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.

“É um absurdo pegar um jovem e ensinar para ele uma atividade de ‘faz de conta’. Mas que tipo de empoderamento tem quem aprende a ser contínuo ou a empacotar compras no supermercado? Ele vai ter um efeito na renda benéfico, mas, ao fim do programa, estará no mesmo nível de capital humano em que entrou.” Segundo o IBGE, os brasileiros de 18 a 24 anos recebem, em média, R$ 1.452 mensais, quase a metade da renda média dos demais trabalhadores.

“Existem organizações com abrangência nacional e também organizações capilares da sociedade civil, que realizam o mesmo tipo de trabalho, mas com um diferencial: estão inseridas no território tanto da empresa quanto do jovem”, diz Terezinha Ongaro Monteiro de Barros, presidente da organização SHD (Sociedade Humana Despertar), que atua na inclusão produtiva.

Ela enfatiza que a Lei do Aprendiz é o único dispositivo legal que versa sobre a empregabilidade do jovem. “No mundo ideal, a sociedade civil deixaria de consumir produtos de empresas que não cumprissem com as cotas estabelecidas por lei ou atuando com responsabilidade social e ambiental.”

De acordo com especialistas, mesmo que resultados da Rais que já captam o período após  o início da pandemia ainda não estarem disponíveis, é possível afirmar que a crise sanitária agravou a redução de aprendizes mais vulneráveis nas empresas.

“Estamos nesse negócio desde 2002 e ele vinha crescendo, até a pandemia. Depois da crise sanitária, o nosso número de aprendizes caiu de 85 mil para 65 mil”, diz Humberto Casagrande, superintendente-geral do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola). “Os contratos iam vencendo e as empresas não renovavam, ficaram inadimplentes com a lei em razão da pandemia.”

Segundo Casagrande, os jovens são selecionados pelas empresas, e a associação faz a inscrição, organiza o banco de dados que as empresas usam para buscar um aprendiz. “Uma parcela das empresas tem uma visão errada do que é um aprendiz, querem pegar o jovem já pronto,”

A Lei do Aprendiz obriga que empresas de médio e grande porte reservem vagas para adolescentes e jovens de 14 a 24 anos e pessoas com deficiência (sem limite de idade). A cota de aprendizes vai de 5% a 15% do quadro de funcionários.

Em maio, o governo Jair Bolsonaro (PL) publicou a MP 1.116, do Programa Emprega + Mulheres e Jovens, que flexibilizou as regras das cotas de aprendizes.

A mudança dificulta a inserção de jovens vulneráveis no mercado de trabalho, segundo entidades ligadas ao tema. Uma das alterações determina, por exemplo, que cada jovem aprendiz vulnerável passa a contar em dobro.

Além disso, um aprendiz que seja contratado posteriormente pela empresa, em caráter definitivo, continua contanto no cálculo das cotas por 12 meses.

o Jovem Aprendiz já vinha sendo debatido em uma comissão especial da Câmara desde dezembro, e a previsão era que o parecer seria apresentado em junho. Com a MP, o trabalho precisará ser refeito. O  prazo para que a MP seja convertida em lei é setembro. Quando ela foi publicada, o deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), relator da Comissão  Especial do Estatuto do Aprendiz, se comprometeu a retirar esses e outros pontos no  relatório do Estatuto do Aprendiz. “As alterações propostas nessa MP são muito ruins, elas desvirtuam o papel da aprendizagem no Brasil de uma forma muito séria”, criticou Bertaiolli  à época.

“A gente tem uma legislação que acaba criando imposições às empresas e não gera ganhos objetivos do ponto de vista assistencial”, rebate Lucchesi, do Senai. Ele avalia que a MP está alinhada com o que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) recomenda e deve aumentar o interesse das empresas pelos aprendizes.

Procurado para comentar os efeitos da MP na contratação de aprendizes vulneráveis, o Ministério do Trabalho não respondeu.

EU ACHO …

O QUE VIRÁ

Ativismo e tecnologia: dupla explosiva. Nada mais é morno, agora tudo é escaldante. As lutas pelas causas indígenas e pelo meio-ambiente, os movimentos pró-negros e mulheres. É a vida aos gritos, acessível a bilhões de habitantes do mundo, como não se envolver? Para a turma do “me dou o direito de não opinar”, uma súplica: fale, traga novas ideias, exponha suas convicções. Estamos surfando uma onda gigantesca e planetária em busca de mudanças, de igualdade de direitos e de conscientização, a fim de que a Terra resista por mais alguns séculos antes de se desintegrar.

Planetária, sim, não é exagero semântico. Até podemos nos iludir, achando que essa onda é exclusivamente brasileira, em função do nosso preocupante embate político, mas somos apenas parte da História. O mundo inteiro agoniza e exige uma nova mentalidade: temos que tomar conta de todos nós ao mesmo tempo, basta de segregações e preconceitos. Zero tolerância para guerras, ganâncias, hegemonias – tudo isso é tão antigo. Uma nova ordem social se faz necessária.

Embalada por tantas transformações, especulo: contra o quê mais deveremos nos rebelar? Sei que não é pouca coisa se mobilizar pela aceitação plena de nossas diferenças, mas ando curiosa a respeito do que provavelmente jamais testemunharei: quais serão nossas próximas lutas? Ou a luta pró-diversidade durará um tempo indeterminado?

Não é pouca briga, essa de apaziguar conflitos históricos, e pode mesmo levar dezenas de anos sem que nunca se chegue lá (esse lugar inatingível: lá). A inclusão é a grande causa atual, mas não abdico de outros flertes com o futuro. O que temos feito para não se render à mesmice dos hábitos? O que ainda nos surpreenderá? Quais artistas estão revolucionando os costumes? Que movimento cultural irá nos fazer questionar o estado das coisas? O que o poder transformador da arte produzirá nos anos 30, nos anos 40, nos anos 50 deste século em curso?

Quem dera surgisse uma nova banda como os Beatles, a esquisitice provocadora de um Andy Warhol, uma revolução silenciosa como a feita pela bossa nova, um escândalo provocador como os Secos & Molhados, uma hipnotizante Janis Joplin sem medo de sofrer em público, um novo Domingos Oliveira falando de amor, a arte chegando antes do faturamento, e não planejada para tal? A autenticidade da criação, sem o constrangimento de ser pré-avaliada pela quantidade de selfies, postagens e engajamentos virtuais. Tarde demais? Talvez não. Quem sabe consigamos abrir uma brecha em meio a tantos gigabytes. Ando faminta de um movimento puramente libertário, sem o marketing digital incluído, que tantas vezes obscurece a beleza e a verdade da causa. Meu Deus, como envelheci. Caramba, como ainda sou jovem.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

 MAQUIAGEM E FILTRO SOLAR COMBINAM, MAS HÁ REGRAS  PARA APLICAÇÃO

É preciso seguir algumas dicas para garantir que o protetor funcione contra a incidência de raios nocivos, como a ordem e a quantidade indicadas

A chave para reduzir o risco de câncer de pele, manchas solares e rugas causadas pelo sol é incorporar protetor solar em sua rotina diária e aplicá-lo – e reaplicá-lo – corretamente.

Felizmente, quando se trata de usar maquiagem e protetor solar juntos, há boas notícias, explica Nikhil Dhingra, dermatologista da Spring Street Dermatology em Nova York:

“Não importa quanta base, corretivo, blush ou iluminador você aplique durante a sua rotina de maquiagem, você ainda estará protegido do sol, desde que siga alguns passos simples.”

Uma maneira importante de garantir que você esteja realmente protegido dos raios UV prejudiciais é aplicar o protetor solar como o último passo de sua rotina matinal de cuidados com a pele, mas antes de começar a aplicar qualquer item de maquiagem.

Os protetores solares químicos contêm filtros que penetram na pele e absorvem a luz UV, enquanto os filtros solares físicos (ou minerais) ficam em cima da pele e dispersam a luz UV. Devido a esses processos, o protetor solar é mais eficaz quando aplicado diretamente na pele limpa.

Depois de lavar o rosto pela manhã e aplicar quaisquer produtos de cuidados com a pele, como tônicos, soros, hidratantes ou óleos, aplique o protetor solar. Os dermatologistas recomendam o uso de um fator de proteção solar (FPS) mínimo de 30.

QUANTIDADE IDEAL

Estudos descobriram que as pessoas geralmente não usam protetor solar suficiente para proteção adequada. A maioria aplica apenas um quarto da quantidade necessária para todo o corpo, revela Amanda Doyle, dermatologista da Clínica de Dermatologia Russak, em Nova York.

“Você precisa de cerca de dois miligramas de protetor solar por centímetro quadrado de pele para atingir o FPS anunciado, de acordo com a Skin Cancer Foundation”, explica.

Como todo mundo é diferente, isso pode significar mais ou menos protetor solar, dependendo do tamanho do seu rosto. Para tornar a aplicação um pouco mais fácil, Tiara Willis, uma esteticista de Nova York, recomenda a regra dos dois dedos (revestindo o comprimento do dedo médio e indicador com protetor solar) para medir a quantidade de protetor solar para a área do rosto e pescoço.

DEIXE SECAR

Antes de aplicar qualquer maquiagem em cima do protetor solar, espere pelo menos dois minutos para o produto penetrar na pele. Evite tocar seu rosto durante esse período. Kiran Mian, dermatologista da Hudson Dermatology & Laser Surgery em Nova York, esclarece que adicionar maquiagem cedo demais pode diluir o protetor solar ou provocar uma interação entre ingredientes, tornando-os ineficazes.

Pense em passar protetor solar como se fosse pintar um quarto, aplicando em uma parede uniforme e depois dando tempo suficiente para secar antes de tocar nela ou decorar o cômodo. Se a sua camada de produto estiver devidamente seca, os ingredientes da sua maquiagem não devem afetar negativamente seu FPS.

Muitas bases, bálsamos de beleza e cremes de correção de cor contêm protetor solar, o que pode parecer uma maneira conveniente de proteger sua pele sem comprometer sua rotina de maquiagem. No entanto, a maquiagem com FPS não é suficiente como sua única opção de protetor solar, porque você precisaria usar muito – mais do que a maioria das pessoas normalmente usa – para proteger efetivamente sua pele.

Claro que não faz mal adicionar FPS à sua maquiagem, porque quando se trata de protetor solar, quanto mais, melhor. Um estudo publicado em 2021 chegou a concluir que a maquiagem em camadas sobre o protetor solar aumentava a proteção solar total. Isso ocorre porque toda maquiagem, mesmo produtos que não possuem FPS embutido, contém filtros semelhantes aos encontrados em protetores solares físicos, que podem fornecer proteção adicional se a camada do filtro solar não for suficiente.

REAPLIQUE

O protetor solar deve ser reaplicado a cada duas horas, ou após nadar ou suar. Mesmo se você ficar sentado perto de uma janela enquanto você trabalha deve reaplicar, porque o vidro não bloqueia significativamente os raios UVA ou UVB. Normalmente, a reaplicação é tão simples quanto passar outra camada de protetor solar, mas pode ser mais complicado quando você está usando maquiagem.

A notícia é um tanto decepcionante: não há estudos suficientes para provar o quão eficaz é a reaplicação do filtro solar em cima da maquiagem. E há razões para pensar que não é o ideal, porque sabemos que o protetor é mais eficaz quando aplicado o mais próximo possível da pele e porque é desafiador aplicar produto suficiente para proteger a pele em cima da maquiagem.

Os protetores solares em pó são uma opção atraente para reaplicação devido à sua portabilidade e utilidade como uma ferramenta de retoque rápido, mas, na realidade, explica Cula Svidzinski, diretora médica do Centro Pele de Negra do Centro Médico Monte Sinai, é preciso aplicar cerca de uma colher de chá de protetor solar em pó no rosto para atingir o FPS anunciado no rótulo.

Os sprays de fixação de FPS e os protetores solares em spray em geral são atraentes pela facilidade de aplicação, mas a verdade é que ainda precisam ser esfregados na pele para fornecer uma cobertura adequada do sol, o que reduz sua suposta conveniência.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

LIGADOS NA TOMADA

Jovens buscam droga de TDAH para ter mais foco; uso traz riscos

Um novo fenômeno de comportamento em São Paulo e no Rio vem assustando os médicos: o consumo de um remédio tarja preta por pessoas absolutamente saudáveis, com o objetivo de aumentar o foco nas tarefas do dia a dia. Trata-se do Venvanse, nome comercial do dimesilato de lisdexanfetamina, fabricado pelo laboratório Takeda, sem genérico. Seu uso foi liberado pela Anvisa para apenas duas situações: tratar pessoas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), e pacientes diagnosticados com o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), distúrbio psiquiátrico que leva o paciente a comer de forma descontrolada, mesmo sem ter fome.

O perfil dos usuários, no entanto, tem sido outro: vestibulandos, estudantes de concursos públicos, jovens empresários e profissionais da área da tecnologia que querem aumentara capacidade de concentração. Em São Paulo, já é praticamente impossível encontrar a medicação. No Rio a onda está crescendo e a droga já começa a rarear no mercado, mesmo como custo elevado – em média, entre R$ 450 e R$ 600.

O risco do mau uso do Venvanse é brutal. Ele faz com que o sistema nervoso entre em um estado que os médicos chamam de “situação luta e fuga”, ou seja, faz com que o corpo fique permanentemente preparado para escapar de uma ameaça, um estado que deveria ser transitório. O mecanismo por trás disso é um pico de produção de noradrenalina e cortisol, com aumento da frequência cardíaca, crescimento da circulação do sangue para os músculos e contração das pupilas.

O resultado, na prática, é que a pessoa fica mais atenta e focada no que acontece a sua volta, o raciocínio se aguça, e há um pico enérgico que os usuários chamam de “ficar ligado”, ou “performar”.

“Eu me sinto a Mulher Maravilha. Depois de uns trinta minutos, me dá uma euforia, alegria, vontade de fazer tudo. Minha autoconfiança melhora, consigo me concentrar nas atividades, tenho disposição e energia para os estudos. Meu rendimento e produtividade aumentam. Posso fazer várias coisas ao mesmo tempo e tenho foco e concentração como se estivesse fazendo apenas uma. Sou uma pessoa mais legal quando tomo”, explica a estudante Thaina Alves, de 25 anos.

EFEITOS COLATERAIS

Thaina passou dois anos tomando o remédio diariamente, sem pausas. Começou com a dosagem de 30 miligramas e evoluiu para doses maiores, de 50 e 70 miligramas. Recentemente, notou efeitos colaterais do uso incorreto – insônia, forte dor de cabeça e o vício.

Para os pacientes com TDAH, o uso faz sentido. Eles sofrem de uma disfunção em uma área do cérebro chamada de córtex pré-frontal, responsável pelo foco e pragmatismo. A noradrenalina é fundamental para o funcionamento adequado dessa região.

Entre os médicos é unanimidade: o uso sem indicação traz graves riscos.

“Este é um fármaco estimulador de noradrenalina, como a cocaína. As pessoas estão tomando o medicamento para ter energia, ficar acordadas à noite estudando, melhorar atenção. Em alguns casos, como recreação, misturando com o álcool para potencializar o efeito, e sem acompanhamento médico. Isso é sério e gravíssimo. Se a pessoa quer passar a noite em claro para estudar, seria muito melhor tomar um café ou algo do tipo, por- que não traria tanto risco”, afirma Cristiana Góes, neurologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A médica garante que a lista de malefícios de quem compra e usa o Venvanse sem indicação médica é muito maior do que o ganho que o remédio proporciona por algumas horas.

“Ele pode causar hipertensão, arritmia e até mesmo ataque cardíaco. Um paciente com tendência de esquizofrenia ou transtorno bipolar, por exemplo, pode ter um surto maníaco e psicótico. O Venvanse não é um medicamento com que se pode “brincar”. O uso prolongado pode levar ainda à depressão, pois você está estimulando um neurotransmissor a te dar energia, e quando há interrupção abrupta vem um reboot —explica Góes.

COMÉRCIO ILEGAL

O remédio só é vendido com prescrição médica. Mas cresce o número de grupos ilegais de venda do produto nas redes sociais. A psiquiatra Camila Magalhães, fundadora do centro Caliandra Saúde Mental, em São Paulo, diz que já percebe o aumento de casos entre jovens e empresários há um tempo.

“É preocupante a forma como essas pessoas estão adquirindo o remédio pela internet, sem receita. Há famílias que me procuram dizendo que o filho está “imprestável”, porque não quer sair da cama, não tem energia, motivação para nada”, reitera a psiquiatra.

A venda ilegal causou escassez generalizada do medicamento nas prateleiras das principais redes de farmácia de São Paulo. Não há previsão de reabastecimento. A carência começa a ser sentida em outros estados, como o Rio, onde alguns estabelecimentos têm estoque zerado.

O Venvanse também começou a ser usado erroneamente para o emagrecimento. Isso porque, ao estimular a noradrenalina, o cérebro também emite uma resposta para a inibição do apetite. Ao tomar o comprimido pela manhã, por exemplo, a fome só irá surgir no final do dia, perto do horário do jantar. Há depoimentos de pessoas na internet que chegaram a perder mais de dez quilos em alguns meses usando o medicamento.

É o caso da gerente comercial Bruna Rodrigues, de 40 anos. Ela começou a usar o medicamento para emagrecer. Foram três meses de uso, com cinco quilos a menos na balança. Segundo ela, foi o único auxilio para conseguir chegar à forma desejada.

“Eu não conseguia fazer dieta intermitente porque eu sentia muita fome pela manhã. Depois que passei a usá-lo, percebi realmente a redução do apetite. Eu me forçava a comer para não ficar fraca, porque eu não tinha fome nenhuma”, diz.

Existem estudos que comprovam o uso do Venvanse para controlar a compulsão alimentar, sendo seguro e com pouca rejeição no organismo dos usuários. Porém, não há pesquisas cientificas e nem indicações médicas para embasar o uso do fármaco para o emagrecimento. A gerente comercial afirma que sabia dos riscos, mas que ao ver os primeiros sinais dos resultados, o receio foi deixado de lado.

“Ao tomar o comprimido eu me sentia bastante produtiva também. Fazia várias coisas ao mesmo tempo, como curso de inglês, academia. Trabalhava mais de oito horas por dia e não me sentia cansada. Eu voltaria a tomar ele com certeza”, afirma Rodrigues.

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