OUTROS OLHARES

LUXO DO LUXO

Porta-nozes, jukebox, casa de papagaio. Até onde vão os desejos mais excêntricos dos superricos? A Hermès guarda algumas respostas

Quando se trata de entender o universo do luxo, é comum ouvir a expressão “o céu é o limite” para a gama de auto indulgências que o dinheiro pode comprar. Mas, até onde vai o alcance desse céu materializado em objetos e acessórios de moda?

Para alguns, pode ser marcar um horário no número 31 da Rua Cambon, em Paris, e levar um vestido de alta-costura da Chanel, estimado em R$ 300 mil, que planeja para 2023 a abertura de lojas apenas para seus clientes VIPs. Para outros, pode ser reservar uma das 30 peças do relógio Masse Mystérieuse, lançado em abril pela Cartier, em Genebra (Suíça), e cujo preço sem taxas é de R$ 1,5 milhão.

Embora todos esses “mimos” reflitam como o mercado de luxo está se movimentando para seduzir as carteiras das 56,1 milhões de pessoas no mundo com conta bancária superior a US$ 1 milhão, segundo último levantamento do banco Credit Suisse, há ainda o luxo do luxo, onde esse céu nunca está nublado e os sonhos mais extravagantes podem virar realidade.

Das cinco marcas mais valiosas do mundo, é possível que seja a Hermès a que detém as chaves dos desejos mais íntimos dessa fatia ínfima de consumidores. Afinal, a customização é uma das várias almas do negócio. E não estamos falando das bolsas Birkine Kelly, símbolos do poder da maison nos guarda-roupas femininos, mas sim de uma divisão silenciosa de design mantida por ela, um ateliê sobreo qual pouco se fala, mas que cresce em ritmo acelerado.

Ele fica na zona industrial de Pantin, nos arredores de Paris. Dentro das paredes do prédio discreto Horizons, cadeiras de avião forradas com couro de bezerro são os objetos mais comuns dispostos pelos dois galpões imensos, onde trabalham 40 pessoas, entre designers, engenheiros e a turma que liga para a agenda de telefones mais secreta do globo. Como o número de um cliente japonês que coleciona nozes — sim, isso mesmo, nozes —e queria uma caixa para guardá-las. Não uma qualquer, é claro, mas um set de gavetas com costura feita à mão alinhavada por um dos artesãos da marca. Quem explica é Viridiana Delcour, suíça que faz parte do time do ateliê e que acompanhou a reportagem de ELA na viagem pelos gostos surreais.

E são muitos, aliás. Três meses atrás, cerca de 400 pedidos estavam em desenvolvimento, e outros 800 aguardavam o sinal verde da Hermès. É que, embora haja disposição da marca em ouvir sonhos, alguns simplesmente não se encaixam na proposta, como, por exemplo, o de uma cliente que queria uma bolsa para carregar seu cachorro. A marca já tem linha própria para pets.

Já uma casa para um papagaio, por que não? Inspirada num prédio histórico de Paris, o objeto será despachado em novembro para a cliente de Taiwan, que vive em ponte aérea e não queria ficar longe do animal. O amor, ao que parece, pode mesmo mover montanhas. E até ondas.

Por algo próximo de R$ 108 mil é possível comprar uma prancha de surfe feita por um “shaper” francês em parceria com a Hermès. Forrada de couro laranja, cor que identifica a grife, ela foi impermeabilizada e as costuras reforçadas para suportar o peso do corpo. O acabamento recebeu madeira e ainda um material antiderrapante que dispensa a parafina. O destino da prancha é uma loja em algum lugar ermo na costa do Atlântico. O mistério faz parte do ateliê, que além de não divulgar os nomes dos compradores e os preços exatos das peças, não permite que porta-vozes deem declarações sobre o processo de confecção.

Uma das raríssimas vezes em que a marca abriu os segredos que a posicionam no terceiro lugar das mais valiosas do luxo, com receita de US$ 21,6 bilhões em 2021, foi a aula privada dada em São Paulo no mês de maio para revelar os segredos da bolsa Kelly, cuja confecção é a mais difícil. Artesã moçambicana radicada em Paris, Adélia Moio mostrou a um grupo restrito de compradores como em até 18 horas ela monta a peça cuja lista de espera nas lojas brasileiras não inclui data de entrega ao lado do nome. Sabe-se que os 4.300 artesãos de couro da Hermès não estão dando conta da demanda. Segundo a marca, outros dois complexos de produção devem ser inaugurados para receber as turmas que estão sendo formadas agora. A complexidade do trabalho demanda tempo de estudo, pois cada bolsa é feita por um único artesão, que deixa uma marca secreta na peça como uma digital de seu ofício.

Cada costura feita com pinça gigante, cada metal aplicado, cada montagem de fecho e o acabamento milimétrico das alças formam o item de luxo cujo valor de entrada está na casa de R$ 60 mil – se for feita de couro de crocodilo ou cravejada de diamantes, mais uma vez, os preços tocam o céu. “Modelos como a Kelly são símbolos sobre como o luxo opera. É um mercado de escassez, e o sucesso está no equilíbrio entre essa escassez e o posicionamento. Na Hermès, a customização está em sua origem, desde quando ela fazia apenas selaria”, explica o diretor da consultoria de varejo BTR-Varese, Alberto Serrentino. O executivo afirma que a expansão do design sob medida, o “bespoke” no jargão fashionista, acompanha o aumento na quantidade de superricos, que fazem “as grifes testarem os limites de quem não tem restrições orçamentárias”. Serrentino compara o exemplo da marca francesa ao modelo da montadora italiana Ferrari, que lança edições limitadas de carros cujo acesso é restrito apenas aos clientes conhecidos “para evitar especulação por meio de revenda das peças”.

Esse tipo de restrição e a discrição provavelmente pesaram na escolha do ex-presidente francês François Hollande, que buscou o ateliê do Horizons, em 2014, para criar um presente para a rainha Elizabeth II.

Para dar um empurrãozinho na imaginação, nem tudo criado no ateliê tem destino certo. Alguns objetos são concebidos para um ponto de venda, um lugar que dialogue com aquela criação e estimule os desejos de quem pode pagar por ela. Como a prancha de surfe que sai do forno agora, ou a Jukebox lançada em 2019, feita em madeira e cristais de Murano. O tocador de discos foi inspirado nas linhas geométricas e nas cores da Bauhaus, embalado com uma pegada vintage dos anos 1950. O tamanho de 1,5 metro do chão ao teto é proporcional ao valor de R$ 1,3 milhão cobrado.

Não há exatamente uma tendência vigente em torno da megalomania, mas é possível dizer que tudo o que se move desperta interesse da clientela, de aviões (um jato Bombardier customizado havia acabado de ser entregue) a carros (um McLaren em processo de customização lá reluzia).

Talvez, devido ao desejo de escape provocado pela pandemia, o mundo náutico tem se beneficiado da euforia. Só no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos, o setor faturou R$ 2 bilhões no ano passado. Não é surpresa, portanto, que a personalização de iates seja uma das novas facetas do Horizons. O primeiro irá para a Suíça e está sendo projetado junto a um estaleiro. O pedido, Delcour afirma, é de um jovem que irá se casar e decidiu passar um tempo à deriva com a noiva. Como quase tudo que diz respeito a esse tipo de sonho, o valor parece ser o de menos quando o céu já não é o limite.

GESTÃO E CARREIRA

DE CASA PARA O MUNDO

O fenômeno dos expatriados virtuais, profissionais que assumem cargos globais sem deixar seu país, ganha fôlego e fortalece a diversidade dentro das empresas

O home office eliminou fronteiras de uma maneira que ninguém poderia imaginar. Primeiro, obrigou empresas a transferir parte expressiva de sua força de trabalho para o ambiente doméstico, o que em muitos casos se tornou definitivo, apesar da trégua na pandemia. Depois, a labuta remota foi seguida pela possibilidade de trabalhar em qualquer lugar, seja em um centro urbano apinhado, seja em uma praia paradisíaca. Agora, um desdobramento da jornada a distância abre caminhos ainda mais cobiçados para os profissionais brasileiros: a chance de atuar em uma empresa global, mas sem sair de casa. O novíssimo fenômeno, alimentado pelo desabrochar tecnológico nos tempos de Covid-19, escancara as portas do mundo para executivos de praticamente todas as áreas de negócios. Não é preciso sequer passaporte para desbravar o planeta – basta, evidentemente, ter competência e possuir os atributos exigidos para os cargos. O movimento ganhou até nome. Quem assume, a partir do Brasil, uma posição para comandar equipes assentadas em outros países passou a ser chamado de “expatriado virtual”.

Diversas razões explicam a tendência. O home office foi o gatilho, mas questões estruturais tornaram os brasileiros mais requisitados mundo afora. Com a desvalorização do real em relação ao dólar, movimento que ganhou força durante a pandemia, a mão de obra no país ficou naturalmente mais barata. Junte-se a isso a reconhecida qualidade dos executivos do país em áreas como finanças, tecnologia, comunicação e marketing e o que se vê é uma procura internacional sem precedentes.

Além disso, as empresas globais buscam colaboradores de outras nações porque muitas vezes não os encontram em seu próprio território. Nos Estados Unidos, o cenário de pleno emprego levou à escassez de pessoas disponíveis que possuam boa formação e experiência. Nesse caso, a única saída possível é olhar para fora.

Isso, ressalte-se, é ótimo para os dois lados da história. Com os expatriados virtuais, as empresas gastam menos e os profissionais ganham mais – geralmente, em moedas fortes como dólar ou euro. Trata-se, portanto, de uma combinação perfeita.

Para o contratado, há a possibilidade de manter intacta a vida que mantém no Brasil, preservando o contato com familiares e amigos. Outro ponto a destacar é a abertura de uma carreira internacional – se a empresa for grande, o céu será o limite. Obviamente, ocupar um cargo global de forma remota exige atributos específicos. ”A capacidade para se adaptar a novas situações, ter uma mentalidade digital, um olhar para a inovação e a habilidade de reconhecer e valorizar as diferenças são características necessárias”, afirma Irene Azevedo, especialista em transição de carreira da consultoria de recursos humanos LHH Brasil. Sob diversos aspectos, é um perfil de liderança mais moderno, adequado ao ambiente digital e capaz de dialogar com a nova geração acostumada mais com o on-line do que com o presencial.

Para as empresas, não são apenas os benefícios financeiros que estão em jogo. Ao olhar para fora dos limites geográficos, as companhias trazem diversidade para os seus quadros, algo cada vez mais essencial no universo corporativo. São culturas, hábitos e visões diferentes, mas complementares, e ao mesmo tempo indispensáveis para quem busca uma visão de mundo realmente universal.

Impressiona o fato de a pandemia ter provocado mudanças tão rápidas e profundas. A brasileira Malu Weber assumiu o cargo de diretora-executiva de comunicação corporativa na multinacional alemã Bayer em agosto de 2020. Ou seja, no auge da quarentena. Todo o processo seletivo foi digital, e os recrutadores nem sequer perguntaram se o seu passaporte estava válido. Em março deste ano, Malu passou a ocupar, mesmo morando em São Paulo, uma cadeira no Conselho Global de Comunicação da Bayer, tornando-se a primeira brasileira na posição. ”Recebi o convite não apenas porque tenho as habilidades técnicas, porque isso é uma commodity hoje em dia”, afirma. “Na verdade, a empresa está em busca de uma perspectiva diferente, de novas vozes e formas de pensar.” A mesma motivação levou a Capgemini, empresa francesa que oferece serviços de consultoria e tecnologia e tem 350.000 funcionários espalhados pelo planeta, a escolher o brasileiro Rafael Dessunti para assumir uma posição global na área de compras. Ele mora no interior de São Paulo, o que em nada afeta o seu trabalho, e reconhece que as oportunidades aumentaram. “O brasileiros têm cada vez mais chance de ingressar no mercado internacional”, diz.

Como não poderia deixar de ser, nem1 tudo é perfeito. As dificuldades impostas pelo fuso horário estão entre as reclamações mais recorrentes. No mundo corporativo, são comuns reuniões na segunda-feira pela manhã que iniciam os trabalhos da semana. Para um profissional que se reporta a um chefe na Austrália, significa ter de encarar uma videoconferência no domingo à noite. O mesmo vale para quem se relaciona com superiores chineses ou japoneses. Seja como for, a verdade é que a pandemia provocou a maior transformação no mundo corporativo desde a Revolução Industrial, há dois séculos. Nunca mais será como antes. Basta observar imagens do passado para notar como tudo mudou. Na IBM dos anos 1950, uma das empresas mais inovadores de seu tempo, os funcionários trabalhavam em espaços exíguos e em jornadas rígidas. Na Netflix atual, os horários são flexíveis e os colaboradores acomodam-se em poltronas confortáveis para, por exemplo, ver uma palestra. Agora, até inovações recentes como essa parecem com os dias contados. Trabalhar em casa – ou em qualquer lugar – é o cenário vencedor. Na nova era do trabalho digital, o mundo está ao alcance de todos.

EU ACHO …

PERDER A VIAGEM

Você pede ao patrão para sair mais cedo do trabalho, aí pega um ônibus lotado, vai para um consultório médico que fica no outro lado da cidade, gasta seus trocados, seu tempo e seu humor e, ao chegar, esbaforido e atrasado, descobre que sua hora, na verdade, está marcada para a semana que vem. Sinto muito, você perdeu a viagem.

Todo mundo já passou por uma situação assim, de estar no lugar errado e na hora errada por pura distração. Acontecendo só de vez em quando, tudo bem, vai pra conta dos vacilos comuns a qualquer mortal. O problema é quando você se sente perdendo a viagem todos os dias. Todinhos. É o caso daqueles que ainda não entenderam o que estão fazendo aqui.

Estão perdendo a viagem aqueles que não se comprometem com nada: nem com um ofício, nem com um relacionamento, nem com as próprias opiniões. Estão sempre flanando, flutuando, pousando em sentimento nenhum, brigando por ideia nenhuma, jamais se responsabilizando pelo que fazem, pois nada fazem. Respirar já é para eles tarefa árdua e suficiente. E os dias passam, e eles passam, e nada fica registrado, nada que valha a pena lembrar.

Estão perdendo a viagem aqueles que, em vez de tratarem de viver, ficam patrulhando a existência alheia, decretando o que é certo e errado para os outros, não tolerando formas de vida que não sejam padronizadas, gastando suas bocas com fofocas e seus olhos, com voyeurismo, sem dedicar o mesmo empenho e tempo para si mesmos.

Estão perdendo a viagem aqueles preguiçosos que levam semanas até dar um telefonema, que levam meses até concluir a leitura de um livro, que levam anos até decidir procurar um amigo. Pessoas que acham tudo cansativo, que acreditam que tudo pode esperar, que todos lhe perdoarão a ausência e o descaso.

Estão perdendo a viagem aqueles que não sabem de onde vieram nem tentam descobrir. Que não sabem para onde ir e nem tentam encontrar um caminho. Aqueles para quem a televisão pode tranquilamente substituir as emoções.

Estão perdendo a viagem todos aqueles que se entregam de mão beijada às garras afiadas do tédio.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

CONHEÇA OPÇÕES ALÉM DA ÁGUA PARA SE MANTER HIDRATADO

Alimentos e outras bebidas são fontes importantes de líquidos para suprir necessidades do organismo

Em dias mais quentes, é mais importante do que nunca estar atento à hidratação do corpo. Se você não está ingerindo líquidos suficientes para produzir uma quantidade adequada de suor, pode estar mais vulnerável à insolação. A desidratação pode ser causada pelo calor extremo, mas ele também pode agravar outras condições, como cãibras de calor.

Portanto, ingerir líquidos é crucial, mas, a hidratação pode ir além de simplesmente beber água. A crença popular de que todos nós precisamos beber oito copos por dia para estarmos realmente hidratados persiste, embora tenha sido desmentida várias vezes.

“Realmente não há dados por trás dos oito copos de água por dia”, pondera Dan Negoianu, nefrologista da Universidade da Pensilvânia.

O médico dá um exemplo conhecido popularmente, que é o de que se sua urina está escura é porque você está desidratado, e ele afirma que isso não prova nada.

Negoianu explica que estar hidratado significa simplesmente consumir líquidos suficientes a ponto de não sentir sede e acrescenta que essa quantidade varia de pessoa para pessoa.

Há muitas coisas além de simplesmente beber água pura que o ajudarão a se manter hidratado, dizem os especialistas: incluir alimentos e bebidas do seu gosto na rotina alimentar também ajuda.

“Achamos que precisamos beber muita água o tempo todo porque ouvimos isso diversas vezes”, diz Tamara Hew-Butler, cientista de medicina esportiva da Universidade Estadual Wayne especializada em equilíbrio de fluidos.

Mas, qualquer alimento ou bebida que tenha conteúdo líquido será hidratante. Ela diz que o corpo não se importa de onde vem a hidratação, ele só precisa de liquido.

Frutas e vegetais frescos são fontes ideais não só porque tendem a conter alto teor de água, mas também têm fibras, o que proporciona outros benefícios para a saúde. As frutas da família dos melões, corno melancia, são especialmente suculentas. Morangos, laranjas, uvas, pepinos e aipo também são boas opções de alimentos com água.

TODO TIPO DE LÍQUIDO

Bebidas de todos os tipos podem ser hidratantes. Suco, leite, chá e café contêm líquidos dos quais seu corpo pode se beneficiar. Bebidas com alto teor de açúcar podem não ser a melhor escolha nutricional, mas pesquisas mostram que líquidos adoçados com açúcar são tão bons quanto a água para fornecer fluidos ao seu sistema. Em temperaturas bastante elevadas, é claro, sobremesas congeladas como picolés e sorvetes são úteis para o consumo adequado de líquidos.

“Você pode atingir e exceder suas necessidades diárias de líquidos através da ingestão de bebidas e alimentos com alto teor de umidade sem beber um único copo de água pura”,  afirma Hew-Butler.

As bebidas com cafeína também podem ser hidratantes. Embora a cafeína seja frequentemente considerada um diurético ou substância desidratante, pesquisas mostram que consumir café ou outras bebidas com cafeína tem os mesmos efeitos hidratantes ou desidratantes que se você bebesse água – especialmente se você for um consumidor regular de cafeína.

Se você está ingerindo uma quantidade significativa de cafeína após um longo período sem ela, pode experimentar um pequeno pico de desidratação, diz Kelly Hyndman, pesquisadora da Universidade do Alabama em Birmingham que estuda a função renal e a retenção de líquidos. Mas, caso já esteja consumindo-a regularmente, a cafeína não causará desidratação, acrescentou – pelo menos não nos níveis que as pessoas normalmente consomem.

ALIMENTOS SALGADOS

Você provavelmente já ouviu falar que alimentos salgados são desidratantes, mas isso não é exatamente uma verdade, diz a pesquisadora.

Nossos corpos estão constantemente procurando manter um equilíbrio entre sal e água, o que eles fazem com a ajuda de vários hormônios. Um dos mais presentes é o hormônio anti­diurético (ADH).

Quando comemos muitos alimentos salgados de uma só vez, nosso cérebro secreta ADH, que por sua vez diz aos rins para reter água, impedindo-nos de urinar em excesso. Ao mesmo tempo, o cérebro secreta outro hormônio, a vasopressina, que está ligada à sensação de sede. Juntos, todos esses hormônios sinalizam que você precisa de mais líquidos. Consumir muitos alimentos salgados só é um problema se você também estiver ignorando seus momentos de sede, explica Hew-Butler.

Se você está procurando alimentos salgados que são hidratantes, azeitonas e picles são escolhas aceitáveis, embora seja raro que as pessoas consumam em grandes quantidades. A sopa, especialmente com caldos à base de água, também pode ajudá-lo a se manter hidratado, o que é realmente desidratante é o álcool. Kelly Hyndman explica que bebidas alcoólicas suprimem o ADH. Então, quando você consome álcool, “você não terá esse hormônio dizendo ao seu rim para reabsorver água” e qualquer outro líquido passará direto por você.

“A maioria de nós que acredita estar desidratada provavelmente não está”, explica Hyndman.

Embora provavelmente haja algumas pessoas andando um pouco desidratadas, ela acrescentou que a maioria está em níveis adequados ou até mesmo super hidratadas. Se você reclama de ter uma bexiga pequena ou está indo ao banheiro com mais frequência do que gostaria, talvez não precise consumir tanto líquido.

CUIDADOS ESPECIAIS

Aqueles que precisam ser mais diligentes na hidratação ativa são crianças, idosos e pessoas com condições médicas subjacentes, esclarece Hyndman.

O resto de nós simplesmente precisa tomar uma bebida ou comer alimentos cheios de líquidos quando estiver com sede e confiar em nossos instintos.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

‘O TRAUMA ALTERA A FORMA COMO O CÉREBRO FUNCIONA’

Médico explica como eventos dolorosos provocam mudanças fisiológicas e podem afetar padrões de pensamento, sono e até aumentar risco de doenças autoimunes

O americano Paul Conti dedica sua vida a ajudar as pessoas a se curarem de traumas. Graduado em medicina pela Universidade Stanford, ele se especializou em psiquiatria. Hoje, tem uma clínica em Portland, no Oregon. Uma de suas pacientes mais ilustres é Lady Gaga .A cantora procurou o médico após sofrer um surto psicótico em Nova York, durante uma turnê mundial. Nas palavras da artista, registradas no livro mais recente do psiquiatra, “Trauma, a epidemia invisível”, recém-lançado no Brasil pela editora Sextante: “Hoje posso dizer com certeza que esse homem salvou a minha vida. […] Precisamos de pessoas que acreditem em nós para que nossos traumas possam ser curados”.

Em entrevista, Conti falou sobre como o trauma está por trás de muitas doenças psiquiátricas e como o sistema de saúde não está preparado para lidar com o problema. Ele fala sobre os tipos de trauma, alerta para as alterações fisiológicas que esses eventos podem criar, incluindo mudanças no cérebro, e ressalta que a cura existe e pode ser mais simples do que se imagina.

QUAIS SÃO OS IMPACTOS DO TRAUMA PARA A SAÚDE?

Nós vemos alterações dos pés à cabeça. O trauma impacta o cérebro e faz com que ele funcione de maneira diferente. O funcionamento dos neurônios, da memória, dos sistemas límbico – que controla as emoções -, imunológico e endócrino, tudo isso muda. A memória das pessoas muda. As emoções também. Os níveis de hormônio do estresse ficam altíssimos, o que aumenta consideravelmente o risco de problemas de saúde. Depois do trauma, as pessoas podem desenvolver depressão, doenças cardíacas, problemas gastrointestinais, de pele e doenças autoimunes, como lúpus. Nós sabemos que mais da metade de todas as queixas que chegam aos médicos não psiquiatras tem origem na saúde mental. E a maior parte delas vem do trauma. Pode parecer conjectura, mas existem evidências científicas reais sobre tudo isso. E o mais interessante é que muitas vezes nós nem nos damos conta disso. Nós não percebemos que nossa vida mudou.

POR QUE O SENHOR CONSIDERA O TRAUMA UMA EPIDEMIA?

Porque ele é passado adiante. Pessoas que sofrem traumas violentos, como abuso físico, emocional, verbal ou sexual, têm uma probabilidade maior de repetir esse comportamento com outras pessoas. Isso não é uma regra, mas o risco é maior. Então elas se tornam pais que têm maior probabilidade de abusar dos seus filhos. Ou elas podem ir para o outro extremo e se tornarem superprotetoras, o que causa outros problemas para as crianças. No livro eu entrevisto Stephanie zu Guttenberg, conhecida por combater o abuso sexual infantil. Ela fala sobre como um trauma na infância pode afetar as crianças pelo resto de suas vidas. Em outra entrevista, o psiquiatra Daryn Reicherter, diretor do Laboratório de Direitos Hu- manos em Saúde Mental Traumática na Universidade Stanford, fala sobre como o trauma causa um impacto entre gerações. Sua pesquisa, que foi apresentada no Tribunal de Haia, mostra que o uso do estupro como arma de guerra não é um crime que acontece apenas uma vez, ele se estende por toda a vida da pessoa e até mesmo para outras gerações. A ciência já mostrou que grandes traumas podem impactar a expressão dos genes em crianças que ainda vão nascer.

A LADY GAGA, UMA DE SUAS PACIENTES, FALA ABERTAMENTE NO LIVRO SOBRE SEU TRAUMA E PROCESSO DE CURA. QUAL É A IMPORTÂNCIA DE CELEBRIDADES TRATAREM DESSE TEMA?

Esse tipo de atitude é extremamente útil. Eu a conheço muito bem. Ela ajuda e salva mais gente do que milhares de profissionais como eu. As pessoas olham para ela – e para qualquer celebridade – e naturalmente pensam que tem uma vida diferente, melhor, que não enfrenta os mesmos problemas que gente comum. Então, quando alguém que você idolatra diz “eu sou como você”, “tenho traumas”, “tenho medo”, isso ajuda os outros a verem que não estão sozinhos. Ajuda as pessoas a cuidarem de si mesmas, a prevenir suicídios.

COMO UMA PESSOA PODE SABER QUE TEM UM TRAUMA?

Os sintomas variam, mas uma marca registrada depois de um grande trauma que altera o cérebro é a repetição da experiência. A pessoa pode ter pensamentos intrusivos e continua assombrada pelo que aconteceu. Se houve um acidente de carro, pode ter visões muito vívidas do carro vindo em sua direção ou do momento do impacto. Mas também podem ser outras coisas. Alguém que sofreu bullying por anos pode achar que constantemente está sendo perseguida ou pode se lembrar do rosto de uma pessoa de forma recorrente. Há ainda o que é chamado de hipervigilância. Uma pessoa que não é traumatizada tende a olhar para alguém novo com curiosidade, enquanto alguém traumatizado pode enxergar uma ameaça. Tudo isso também tende a aumentar o nível de ansiedade. Há muita tensão. O humor geral fica deprimido. Há alterações no sono, como dormir pouco ou não ter um sono restaurador. Pode haver alteração na saúde física e no comportamento. A pessoa que saía com os amigos e na- morava passa a preferir ficar sozinha em casa. Ou aquela outra que gostava de correr agora prefere beber.

ESSES SINAIS SE PARECEM COM A DEPRESSÃO E A ANSIEDADE. COMO DISTINGUIR O TRAUMA?

Eu diria que o médico deveria ser como um repórter, ou seja, fazer perguntas. Mas nossos sistemas de saúde não fazem isso. Geralmente, se você procura um médico e diz que não está se sentindo bem, que se sentiu deprimi- do ou que não está dormindo bem, que começou a ter erupções cutâneas, ele vai te dar um remédio para depressão e outro para a pele. Vai tratar o sintoma, mas não vai à  raiz do problema. Ele não vai perguntar por que você está assim e o que mudou na sua vida. Quando você faz essas perguntas a outras pessoas ou a si mesmo, você descobre. Na maioria dos casos de depressão, abuso de drogas ou álcool e ataques de pânico, há um trauma por trás.

EXISTE TRATAMENTO PARA ISSO?

Com certeza. Às vezes, os medicamentos ajudam com os sintomas. Uma pessoa que tem ataques de pânico e não consegue dormir há meses pode se beneficiar de remédios. Eles também vão ajudá-la a se sentir mais forte para que a terapia possa funcionar. Mas o tratamento não pode se resumir a isso. A forma como o trauma é trabalhando na terapia é falando sobreo que aconteceu e como a pessoa se sentiu com aquilo. Na maioria das vezes, a pessoa se fecha depois de um trauma. Sente culpa e vergonha. Já perdi as contas de quantas vezes um paciente, geralmente mulher, me conta sobre ter sido assedia- da ou agredida, mas diz que não falou com ninguém. Quando começamos a conversar sobre o assunto, ela automaticamente diz que foi sua culpa, que não deveria ter ido lá, ter feito aquilo ou vestido isso. Geralmente começamos falando sobre o que aconteceu e de quem foi a culpa. Depois perguntamos o que ela diria para outra pessoa que lhe contasse a mesma coisa. A partir disso a pessoa pode alcançar aquilo que está preso dentro dela e mudá-lo.

AO TRATAR O TRAUMA, É POSSÍVEL REVERTER AS ALTERAÇÕES FÍSICAS E MENTAIS CAUSADAS POR ELE?

Sim. Se considerarmos que metade dos problemas físicos relatados aos médicos é psiquiátrico e que a maior parte dos problemas psiquiátricos é causada por um trauma, ao tratar o trauma, há melhora. Frequentemente ouvimos “eu fui a cinco médicos antes de chegar aqui”. Não é milagre nem mágica. Se você vier até mim e eu apenas prescrever medicamentos, não vou te ajudar a melhorar. Mas se eu perguntar como você está e entender o que está acontecendo, não é uma surpresa que você melhore.

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