OUTROS OLHARES

CHAME PELO MEU NOME

Nas escolas, alunos trans ainda lutam para ter a identidade social reconhecida

Ele não ligava para o que diziam os papéis. Já na primeira infância, brincava de se chamar Tiago. Em 2020, quando tinha 9 anos, o desejo rompeu os limites da fantasia: o menino preencheu com o nome que queria para si nas etiquetas de livros, cadernos e da agenda escolar. A família, que acolheu o pedido com alegria, pensou que Tiago, aluno da rede municipal do Rio de Janeiro, não teria problemas no colégio. O que sua mãe relatou ter ouvido na sala da direção, porém, deixou-a estarrecida.

“A diretora me disse que a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) não tinha autorizado o uso do nome social e que isso só mudaria com a apresentação de uma ordem judicial. Ela ainda comparou o caso do Tiago a uma criança que acreditava ser o Batman e contou: “Um dia ela descobriu que não podia ser o Batman”. Fico arrepiada até hoje”, diz a mãe de Tiago, que preferiu preservar o anonimato dela e o do filho e não identificar a escola envolvida.

Tiago não está só. Anos após a publicação das primeiras normas que afirmam o respeito à identidade de gênero na educação básica, crianças e adolescentes trans e não binárie ainda lutam para fazer valer o direito de serem chamados pelo seu nome de fato, que em muitos casos difere daquele que consta na certidão de nascimento.

Para tentar contornar o impasse, a direção do colégio de Tiago propôs que os professores e alunos passassem a chamá-lo pelo sobrenome. Uma saída cômoda para as instituições que resistem ao nome social, a qual os responsáveis, por falta de alternativas, muitas vezes acabam por aceitar. Foi o caso da mãe de Tiago, até ele sofrer bullying de colegas durante a chamada.

O menino, então, bateu o pé: queria ser chamado de Tiago. O problema foi resolvido, conta a mãe, quando a família buscou soluções fora dos muros da escola, com contatos na Secretaria municipal de Educação (SME).

“Tenho noção de que fomos privilegiados. Não é todo mundo que tem essa chance”, diz ela.

UM CASO POR SEMANA

Em 2018, uma resolução do Ministério da Educação (MEC) determinou que estudantes trans sempre devem ser chamados pelo nome social nas instituições de ensino, independentemente de terem ou não realizado a chamada requalificação civil —a adequação dos documentos oficiais à identidade manifesta pelo estudante. O texto garante esse direito também aos alunos menores de idade, mediante a autorização dos pais.

A Secretaria estadual de Educação do Rio (Seeduc), responsável pela maioria das turmas de ensino médio do estado, viabilizou o uso do nome social em sua rede em 2016. Atualmente, a pasta contabiliza 224 alunos que fazem uso do nome social — número 322% maior do que o total do primeiro ano da iniciativa. Na capital, de acordo coma SME, cerca de cem alunos usam o nome social nos dias de hoje.

Com frequência, porém, o pedido do nome social só é respeitado no papel timbrado dos boletins escolares. Também estão excluídos da contagem os casos em que o requerimento é negado pela escola, não raro com justificativas obscuras. Coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual da Defensoria Pública do Rio (Nudiversis), Mirela Assad diz que recebe, em média, um caso de desrespeito ao uso do nome social nas escolas por semana, tanto em instituições públicas quanto em privadas.

“O nome social não representa uma mudança no registro civil, mas dá dignidade à pessoa que se entende como trans. Evita que ela enfrente discriminação e situações vexatórias”, ressalta.

Para atender ao pedido, a escola não pode exigir qualquer documento: basta o desejo manifesto do aluno. Caso a instituição resista, a Defensoria pode enviar ofício tratando da legislação vigente e, se necessário, recorrer à Justiça.

A fim de evitar que o problema chegue a esse ponto, contudo,  Assad recomenda que a família providencie o quanto antes a requalificação civil do estudante. Segundo ela, a Defensoria atende, por semana, cerca de dois casos de retificação de documentos de crianças e adolescentes.

“Só quem participa das audiências de requalificação sabe o que isso significa para as famílias. Toda a família chora de alívio. É um peso, um sofrimento retirado da criança”, conta a defensora. “Com a requalificação, é uma nova pessoa que nasce. A escola não tem mais argumento.

VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL

A hostilidade do ambiente escolar é uma das maiores razões de evasão de estudantes LGBTQIA+, sobretudo entre pessoas trans. A exclusão desse público dos espaços de aprendizado reforça, a longo prazo, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, empurrando muitos para ocupações informais e precarizadas, quando não para a miséria ou para o arriscado universo da exploração sexual. 

Outra faceta da violência institucional contra alunos trans é a restrição do uso dos banheiros. Segundo uma resolução de 2015 do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, vinculado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, deve ser garantido aos estudantes o uso de banheiros e vestiários de acordo com a identidade de gênero de cada um.

Em fevereiro, Nicole Barbosa, de 16 anos, aluna do 2º ano do ensino médio do colégio estadual Liceu Nilo Peçanha, em Niterói, denunciou nas redes sociais que foi impedida de usar o banheiro feminino. À época, a Seeduc afirmou ter se tratado de “equívoco de uma funcionária”.

“Não tive reação. Fiquei impressionada, perplexa”, conta a adolescente.

O episódio foi parte da sequência de constrangimentos que Nicole teve de enfrentar, inaugurada justamente pela recusa ao nome social.

“Mesmo depois de fazer o requerimento duas vezes, o nome social só foi posto na chamada após o caso do banheiro”, diz Nicole. “Era bastante humilhante e desgastante ter o nome de registro sendo dito em voz alta por professores todos os dias.

Jovem trans e não binarie, Yohann Cachada, de 19 anos, aluno da Escola Técnica Estadual Ferreira Viana, conta que, no dia 2 de junho, ao se deparar com um tumulto na fila masculina da cantina— que ele costuma evitar por não se sentir seguro —, resolveu se juntar à feminina. Um inspetor que o observava tentou impedi-lo e disse em voz alta (violando também seu direito ao uso do pronome correto): “Essa aí não se decide! Ora está na fila masculina, ora está na feminina!”.

Assim a cena foi registrada por Yohann, no dia seguinte, na 18ªDP (Praça da Bandeira). O fato ilustra uma rotina de violências que gera, para além das feridas psíquicas, problemas educacionais.

“Reprovei duas vezes por questões psicológicas”, diz.

MÃES PELA DIVERSIDADE

As Mães pela Diversidade estavam entre as entidades que protestaram em frente à escola de Nicole depois do caso de transfobia. No Rio, a organização tem hoje mais de cem participantes.

“Nosso objetivo é reunir famílias que estejam precisando de informação e acolhimento”, explica Maria Cecília, coordenadora do Mães pela Diversidade Rio, mãe de um adolescente trans do Colégio Universitário Geraldo Achilles Reis, da Universidade Federal Fluminense (Coluni/UFF).

A administradora Maria Tereza Dourado entrou para o grupo há uma semana. Ela é mãe de Lucas Dourado, de 15 anos, aluno do 1º ano do ensino médio, que relata ter sido vítima de transfobia várias vezes no Colégio Intellectus de Vila Isabel, onde estudava.

Um dos episódios começou quando Lucas pediu a um inspetor a retificação de uma lista de chamada. A escola argumentou que a Seeduc tinha decidido que, enquanto ele não fizesse a retificação, o nome da lista teria de ser o de registro. Lucas contou para a mãe, que enviou à escola a resolução do MEC dizendo o contrário.

“O inspetor reapareceu na sala e disse: “Em respeito aos alunos que já assinaram a lista, vou explicar: o colega de vocês veio com o nome errado na lista. Na verdade, veio com o nome certo, porque o nome certo é o de registro. Mas ele insistiu”, conta Lucas.

Dias depois, Lucas tentou suicídio. Após quatro dias de internação, mudou para outro colégio, onde hoje se sente feliz. E o caso de transfobia foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

“É uma série de violências que começa pelo uso do pronome. As pessoas acertam pronome até de cachorro, quando perguntam se é macho ou fêmea. Mas não acertam com gente”, diz Lucas.

Diretor do Intellectus de Vila Isabel, Thiago Fernandes disse, por nota, que, entre 2020 e 2022, Lucas foi tratado pelo nome social, inclusive na lista de chamada. Em um único episódio, foi usado o nome de registro para entrega de relatório aos órgãos competentes. “Sentimos pelo ocorrido e gostaríamos de reforçar que um erro isolado não destrói uma história de carinho e empatia”, escreveu.

Quanto ao caso de Tiago, a SME diz que acolheu o desejo da família. E ressalta que “fomenta ações voltadas para o debate, reflexão e atividades educativas e pedagógicas que contribuam na formulação de políticas inclusivas”.

Procurada, a Seeduc não respondeu.

GESTÃO E CARREIRA

VIAGENS AJUDAM EMPRESAS A RETER TALENTOS

Estratégia adotada para premiar funcionários por desempenho tem até mais impacto do que bônus em dinheiro

O desejo de viajar dos brasileiros sempre foi grande – e as restrições impostas pela pandemia só aumentaram essa vontade. De acordo com pesquisa do site Booking.com, 63% dos brasileiros afirmam que viajar tornou-se mais importante agora do que era antes da crise sanitária.

Atentas a esse movimento, algumas empresas passaram a incluir viagens de incentivo aos funcionários no pacote de benefícios, seja por meio de créditos, para que escolham o próprio destino de lazer, seja com pacotes para premiar por metas e resultados.

Um exemplo é a Arcos Dorados, operadora de franquias do Mac Donald’s, que premia os melhores gerentes da rede com uma viagem a Orlando para participar da convenção mundial com o presidente da empresa e participar de um passeio pelos parques da Disney. A iniciativa premiou seis gerentes brasileiros de diferentes regiões do Brasil este ano – e todos tiveram direito a levar acompanhante na viagem, 100% custeada pela empresa, além de terem recebido bônus em dinheiro.

O diretor de gente, diversidade e inclusão da divisão Brasil, Fábio Sant’Anna, explica que o prêmio tem critérios rígidos de avaliação, passando pela consistência da performance do funcionário ao longo da carreira, excelência operacional, atuação no desenvolvimento e gestão de pessoas e contribuição para o crescimento do negócio.

“O prêmio é um marco na carreira dos funcionários, e percebemos um engajamento muito grande deles, não só durante a premiação, mas durante todo o ano”, afirma Sant’Anna. Segundo ele, o prêmio vira um sonho entre os funcionários, uma meta que os motiva a trabalhar com mais dedicação para que estejam entre os melhores. “Isso impacta desde a cultura da companhia até os resultados do negócio.”

Uma das escolhidas dessa edição, Natália dos Santos, gerente de um Mc Donald’s localizado na Praça Panamericana, em São Paulo, conta que  foi surpreendida com a notícia de que estava entre os melhores da rede. “Esse dia foi fantástico, eu não esperava que seria uma das premiadas.” Os líderes da empresa reuniram toda a equipe e fizeram o anúncio. “Passou um filme na minha cabeça de tudo que eu já fiz e aprendi.” Quem fez as malas para acompanhá-la até a Flórida foi a filha Luísa, de 9 anos.

No caso da Grão de Gente, e-commerce de produtos para bebês, as viagens de incentivo vieram como premiação na festa de fim de ano. Foram sorteados três pacotes para Porto Seguro, com direito a acompanhante, disse a chefe de parcerias estratégicas e responsabilidade social da empresa, Luciana Ferro. “A viagem foi um prêmio que agregou muito. Mais do que um presente físico, proporcionamos vivência, momentos inesquecíveis com pessoas queridas e lembranças para a vida toda.”

COPA NO CATAR

Especializada em consórcios de caminhões da Mercedes-Benz, a Mercabenco oferece viagens de incentivo desde 2011 para grupos que reúnem funcionários e clientes. De acordo com Cezar João Augusto, diretor estatutário da empresa, a ideia é ir além da comissão para que equipes de vendedores superem metas e resultados.

Este ano, por exemplo, a Mercabenco vai levar um grupo de 100 pessoas, entre clientes, vendedores e gerentes, a Punta Del  Este, no Uruguai. “Tudo é bancado pela empresa, como voo exclusivo fretado, hotel cinco estrelas, visita a vinícolas e jantares.”

Ele revela ainda que haverá uma campanha com metas mais ousadas no fim do ano: os vencedores vão para a Copa do Mundo de 2022 no Catar, com direito a hospedagem no City Centre Rotana, em Doha, e experiências como a de ficar em um centro de hospitalidade cheio de comes e bebes no próprio estádio no dia do jogo.

Para Bruno Carone, cofundador da startup Férias & Co, em tempos de escassez de mão de obra capacitada, moeda menos valorizada e home office, essa é uma ferramenta de retenção de talentos poderosa no pacote de benefícios. “Tem mais impacto até do que bónus.”

EU ACHO …

APAIXONADOS

No filme Crimes e pecados, de Woody Allen, um certo professor Levy, personagem da história, diz que nos apaixonamos para corrigir o nosso passado. Frase rápida, aparentemente simples, e, no entanto, com um significado tão perturbador.

A questão não é por que nos apaixonamos por Roberto e não por Vitor, ou por que nos apaixonamos por Elvira e não por Débora. A questão é: por que nos apaixonamos? Estamos sempre tentando justificar a escolha de um parceiro em detrimento de outro, e não raro dizemos: “Não entendo como fui me apaixonar logo por ele”. Mas não é isso que importa. Poderia ser qualquer um. A verdade é que a gente decide se apaixonar. Está predisposto a envolver-se – o candidato a esse amor tem que cumprir certos requisitos, lógico, mas ele não é a razão primeira de termos sucumbido. A razão primeira somos nós mesmos.

Cada vez que nos apaixonamos, estamos tendo uma nova chance de acertar. Estamos tendo a oportunidade de zerar nosso hodômetro. De sermos estreantes. Uma pessoa acaba de entrar na sua vida, você é O km para ela. Tanto as informações que você passar quanto as atitudes que tomar serão novidade suprema – é a chance de você ser quem não conseguiu ser até agora.

Um novo amor é a plateia ideal para nos reafirmarmos. Nada será cobrado nos primeiros momentos, você larga com vantagem, há expectativa em relação a suas ideias e emoções, e boa vontade para aplaudi-las. Você é dono do roteiro, você conduz a trama, apresenta seu personagem. Estar apaixonado por outro é, basicamente, estar apaixonado por si mesmo, em novíssima versão.

É arriscado escrever sobre um tema que é constantemente debatido por profissionais credenciados para tal, mas não consigo evitá-lo. Mesmo amadora, sempre fui fascinada pelas sutilezas das relações amorosas. Cada vez que alguém diz que está precisando se apaixonar, está é precisando corrigir o passado, como diz o personagem do filme. Quantas mulheres e homens manifestam, entre suspiros, esse desejo, mesmo estando casados? Um sem- número deles, quase todos nós, atordoados com a própria inquietude. E, no entanto, é simples de entender. Mesmo as pessoas felizes precisam reavaliar escolhas, confirmar sentimentos, renovar os votos. Apaixonar-se de novo pelo mesmo marido ou pela mesma mulher nem sempre dá conta disso. Eles já conhecem todos os nossos truques, sabem contra o que a gente briga, e no momento o que precisamos é de alguém virgem de nós, que permita a recriação de nós mesmos. Precisamos nos apaixonar para justamente corrigir o que fizemos de errado enquanto compartilhávamos a vida com nossos parceiros. Sem que isso signifique abrir mão deles.

Isso explica o fato de as pessoas sentirem necessidade de relações paralelas mesmo estando felizes com a oficial. Explica, mas não alivia. Como é complicado viver.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

BONS SONHOS E CORAÇÃO EQUILIBRADO

Sono passa a integrar parâmetros para saúde cardiovascular

De acordo com a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), 80% das doenças cardiovasculares são evitáveis. Isso porque a maioria dos riscos associados a esses problemas está ligada a dieta e estilo de vida. Agora, pela primeira vez o sono de qualidade também faz parte desses fatores. A nova métrica recomenda que adultos devem dormir de sete a nove horas por noite para uma saúde cardiovascular ideal. Para crianças, a quantidade varia com a idade.

Ontem, a AHA atualizou pela primeira vez em 12 anos o Life’s Simples, um conjunto de sete métricas, composta por comportamentos e fatores de risco para a saúde, que ajuda a avaliar o estado do coração e do cérebro. A diretriz foi criada em 2010, quando a associação estabeleceu a ambiciosa meta de reduzir a mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares em 20% até 2020.

“A grande novidade desse conceito de saúde cardiovascular foi a inclusão do sono saudável no mesmo patamar de importância de outros fatores. Inúmeros estudos mostram que dormir mal e ter insónia impacta claramente a saúde cardiovascular e nós temos uma verdadeira pandemia de pessoas que estão dormindo mal”, diz o cardiologista Luciano Drager, diretor de promoção e pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e presidente da Associação Brasileira do Sono.

A boa notícia é que posteriormente ficou constatado que a saúde do cérebro e do coração estão intimamente relacionadas e, portanto, cuidar de uma contribui para a outra, e vice-versa.

A atualização da diretriz foi publicada na revista Circulation e recebeu o nome de Life’s Essencial 8, pois, além dos sete fatores originais (tabagismo, alimentação, atividade física, nível de colesterol, glicose no sangue, índice de massa corpórea  e pressão arterial), passou a incluir o sono.

“A nova métrica da duração do sono reflete as últimas descobertas da ciência: o sono afeta a saúde geral e as pessoas que têm padrões de sono mais saudáveis gerenciam fatores de saúde como peso, pressão arterial ou risco de diabetes tipo 2 de forma mais eficaz”, disse o cardiologista Donald. M. Lloyd-Jones, presidente da Associação Americana do Coração, em comunicado.

Estudos mostram que a curta duração ou má qualidade do sono estão associados ao colesterol elevado e aterosclerose. Além disso, dormir pouco frequentemente aumenta a probabilidade de eventos cardiovasculares como infarto e AVC.

“Quando a pessoa dorme mal, há maior liberação de adrenalina, aumento da pressão arterial, do estresse oxidativo e de outros mecanismos que podem levar a uma doença cardiovascular. Além disso, dormir mal envelhece mais rápido o cérebro, aumenta a probabilidade de problemas de cognição, demência e piora a performance”, explica Drager.

Além de incluir a qualidade do sono, o documento conta com outras atualizações: o s critérios poderão ser aplicados desde a infância, a partir dos 2 anos de idade; a exposição ao fumo passiva e ao vapor gerado pelo cigarro eletrônico passaram a ser considerados fatores de risco, não apenas o tabagismo; o colesterol não HDL (o famoso “colesterol ruim”) deverá ser usado no lugar do colesterol total para medir os lipídios no sangue; e a hemoglobina. A1c deverá ser medida como parte da avaliação do nível de glicose.

Em comunicado, a AHA afirma que as atualizações foram motivadas por novas descobertas na saúde do coração e do cérebro, baseadas em milhares de estudos publicados na última década. Lloyd-Jones explicou que algumas das métricas anteriores, como dieta, não eram tão sensíveis às diferenças entre as pessoas e às mudanças que ocorrem naturalmente ao longo da vida.

“Achamos que era o momento de realizar uma revisão abrangente das pesquisas mais recentes para refinar as métricas existentes e considerar novas métricas que agreguem valor à avaliação da saúde cardiovascular”, disse o presidente da AHA.

CAUSA DE MORTE

As doenças cardiovasculares são a causa  número um de morte no mundo. Segundo dados da última edição da pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, 26,3% da população brasileira tem pressão alta; 22,4% apresenta obesidade, 9,1% têm diabetes tipo 2 e só três em cada dez adultos relataram praticar a quantidade de atividade física mínima.

Cada um dos oito fatores de risco avaliados pelo Life’s Essential 8 possui um sistema de pontuação que varia de zero a cem pontos. A pontuação geral de saúde cardiovascular é a média das pontuações para cada uma das medidas. Escores gerais abaixo de 50 indicam saúde cardiovascular “ruim”; entre 50 e 79. “moderada” e acima de 80, “boa”.

A boa noite de sono, que passa a ser um desses parâmetros, éfundamental para a saúde física e mental. Dormir bem ajuda na cura e restauração de células, tecidos e vasos sanguíneos. Melhora a função cerebral, a criatividade, a produtividade, o humor e a energia. Deixa os reflexos mais rápidos, o sistema imunológico mais forte, aumenta a capacidade de construir músculos.

Por outro lado, dormir mal ou pouco aumenta a probabilidade de pressão alta; de ter altos níveis de açúcar e colesterol no sangue, além de abrir caminho para infecções e obesidade, que por sua vez elevam o risco de declínio cognitivo e demência, incluindo Alzheimer; doenças cardiovasculares, depressão e diabetes.

O tempo ideal de sono varia de acordo com a idade. Adultos devem dormir de sete a nove horas diárias. Para crianças de até 5 anos, o tempo ideal de sono é dez a 16 horas por dia; crianças de 6 a 12 anos precisam dormir de nove a 12 horas; e adolescentes de 13 a 18 anos devem ter entre oito e dez horas de descanso por noite.

OUTRAS INDICAÇÕES

A lista de métricas da saúde cardiovascular destaca ainda fatores como dieta. Especialistas recomendam incluir na alimentação legumes, frutas, grãos integrais. feijões, legumes,  nozes, proteínas vegetais, proteínas animais magras, aves sem pele e peixes. Por outro lado, deve-se limitar o consumo de bebidas açucaradas, sódio, carnes processadas, carboidratos refinados, grãos processados, laticínios integrais, ovos, ultraprocessados e  gorduras como de coco, palma e trans.

A atividade física diária é outro fato com impacto positivo comprovado na longevidade e na qualidade de vida.

Adultos devem praticar no mínimo 150 minutos de exercícios moderados ou 75 minutos de modalidades vigorosas por semana. Já para as crianças a partir de 6 anos, essa meta sobe para, pelo menos, 420 minutos semanais.

O tabagismo foi substituído nas recomendações por “exposição à nicotina”, que inclui a exposição ao fumo passivo. Além disso, a diretriz passa a incluir o uso e a exposição ao vapor gerado pelos cigarros eletrônicos.

Quanto ao peso corporal, a AHA reconhece que o IMC é uma medida imperfeita, mas como ela é facilmente calculada e está amplamente disponível a associação continua a recomendá-la como parâmetro para riscos de problemas de saúde. Um IMC entre 18,5 e 24,9 está associado a uma maior saúde cardiovascular.

Nas novas recomendações, a AHA incluiu a medição dos níveis de hemoglobina A1c, chave para avaliar o risco de diabete tipo 2, pois reflete melhor o controle glicêmico a longo prazo.

A hipertensão é outro fator destacado nas diretrizes como determinante para a saúde. O ideal é manter a pressão abaixo de 120/80mm Hg.

COMO AJUDAR O CORPO A SE DESLIGAR E INDUZIR O SONO

HORA CERTA:

Tente dormir sempre na mesma hora.

PLANEJAMENTO:

Gaste 15 minutos à noite para se preparar para o dia seguinte; uma mente inquieta dificulta a sonolência.

CALMA:

Medite pratique exercícios de respiração ou escreva em um diário para se acalmar e liberar todo o estresse do dia;

DESCONEXÃO:

 Evite telas antes de dormir, seja da TV, do computador, do tablet ou do celular. Se for realizar alguma atividade noturna, dê preferência a ler um livro.

HÁBITOS:

Durante o dia é recomendado manter horário regular da alimentação e praticar atividade física regular;

CAFÉ E ÁLCOOL:

 Evite o excesso de cafeína, nicotina e bebidas alcoólicas no final do dia.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ABUSO NA INFÂNCIA PODE DESENCADEAR ESQUIZOFRENIA

Pesquisa relaciona traumas sofridos na fase formativa ao desenvolvimento do quadro na vida adulta, em diferentes graus

Um novo estudo publicado na revista PLOS One identificou, pela primeira vez, uma forte ligação entre casos de abuso emocional durante a infância e o desenvolvimento de quadros característicos de esquizofrenia na idade adulta. Conduzido por pesquisadores da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, o trabalho analisou outros 25 estudos, que envolveram mais de 15 mil participantes.

Segundo os autores, as evidências mostraram que todas as formas de abuso — sexual, física e emocional — foram associadas ao desenvolvimento de experiências ligadas ao distúrbio psiquiátrico, como paranoia, ouvir vozes e retraimento social. Porém, o abuso emocional em menores de 18 anos foi o que demonstrou a relação de forma mais significativa, elevando em 3,5 vezes a chance de surgimento dos sinais. Além disso, quanto mais traumático o abuso, mais grave foram as manifestações na idade adulta, afirmam os pesquisadores.

“Nossa pesquisa mostrou uma ligação significativa entre abuso emocional na infância e experiências semelhantes à esquizofrenia em adultos saudáveis, e que o abuso emocional é um preditor mais forte de experiências semelhantes à esquizofrenia do que outros tipos de abuso. Isso é algo que os profissionais de saúde mental devem considerar ao procurar combater as causas profundas de quadros ligados à esquizofrenia”, avalia o pesquisador da universidade Diamantis Toutountzidis, autor do estudo, em comunicado.

Os cientistas explicam que situações de trauma na infância já foram ligadas em diversos estudos ao desenvolvimento da esquizofrenia, mas desta vez eles decidiram analisar o impacto de cenários de abuso emocional — que muitas vezes são longos e mais comuns —com o surgimento de sinais menos graves da doença, que não levam necessariamente a um diagnóstico. Eles acreditam que os resultados indicam que a doença pode fazer parte de um espectro e se manifestar em diferentes graus.

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