OUTROS OLHARES

UM TOQUE DE BRASIL, ORA POIS

Levas de imigração lotaram Portugal de brasileiros – agora como nunca antes – e eles estão deixando sua marca nos costumes, na comida e até no modo de morar e falar

Primeiro, Portugal fez o Brasil, transplantando para a vasta colônia habitada por índios os pioneiros brancos desbravadores e com eles a língua, os costumes, a comida, o jeito de se vestir, as instituições públicas e até o desapego ao banho predominante nas terras d’além-mar. Levas e levas de portugueses se instalaram aqui, sendo a mais volumosa a do início do século XX, quando o Brasil abriu as portas a imigrantes e a corrida de lusitanos fez a comunidade chegar a 1 milhão de indivíduos. Nos anos 1950, milhares de portugueses voltaram a afluir, aproveitando mudanças na lei que facilitaram sua entrada num momento em que escapavam da crise europeia no pós-guerra e da perseguição do ditador Oliveira Salazar. Agora, dá-se o inverso: é o Brasil que faz Portugal.

Fruto de cinco movimentos distintos de brasileiros na direção da antiga potência colonial ocorridos nos últimos cinquenta anos – o mais numeroso deles justamente nos últimos meses -, uma onda de transformações está sacudindo a sociedade portuguesa e incutindo nela uma maneira de viver, de falar, de lidar com as redes sociais e de morar com nítido sotaque dos trópicos. ”A absorção de hábitos e do jeito dos brasileiros nunca foi tão intensa. O que começou com a influência de livros, novelas e música tomou a forma de um impacto maciço em todos os segmentos da vida”, observa o brasileiro Victor Barros, professor de sistemas de informação na Universidade do Minho, em Guimarães, no norte de Portugal e próximo a Braga – ou Braguil, como a cidade é chamada, de tanta gente do Brasil que foi parar lá.

O número de brasileiros que se transferiram legalmente para Portugal atingiu em março o recorde de 211.958 (contando-se os ilegais, calcula-se que passe de 400.000) e as reverberações dessa convivência são sentidas em toda parte – às vezes, em altíssimo e bom som. Depois de dois adiamentos por causa da pandemia, a nona edição do Rock in Rio Lisboa, nos fins de semana de 18 e 19 e 25 e 26 de junho, voltou a chacoalhar a capital lusitana com as características que mudaram de vez o jeito de fazer shows em Portugal – neste ano, os destaques nos sete palcos são o furacão Anitta e atrações internacionais como Black Eyed Peas, A-ha e o rapper Post Malone. Quando o primeiro Rock in Rio baixou em solo português, em 2004, o país tinha cerca de 100 festivais de música, a maioria voltada a um estilo e público específicos, e apenas cinco de grande porte. Hoje são 287, boa parte atraindo milhares de pessoas. ”Foi um marco e obrigou o mercado a se mexer, inaugurando uma forma mais profissional de trabalhar e engajar patrocinadores”, avalia Ricardo Bramão, presidente da Associação Portuguesa de Festivais de Música. E tome MPB, sertanejo e funk agitando a pátria do fado.

O pontapé inicial da revolução dos costumes em Portugal foi a estreia da pioneira Gabriela, em 1977. De lá para cá, a TV nunca mais deixou de exibir alguma novela brasileira (além das muitas que passaram a ser produzidas lá), com efeitos variados –  o primeiro deles, a antecipação do horário de jantar das famílias. O choque de brasilidade cresceu exponencialmente nos últimos tempos graças ao convívio com as legiões de imigrantes e à disseminação na terrinha dos canais brasileiros de YouTube. Não faltam pais preocupados com o vocabulário que a meninada aprende com Luccas Neto, youtuber de tremendo sucesso no país, onde lota casas de shows e contabiliza milhões de seguidores. Um deles é a portuguesinha Maria Carlota, 9 anos, que vira e mexe solta um ”Quero encher o bucho” e cumprimenta com ”Oi, gente”. ”Ela está usando várias expressões brasileiras. Não gosto muito, mas não vejo problema, desde que saiba distinguir onde tem liberdade para falar assim e não passe a escrever dessa forma, considerada errada na escola”, diz a mãe, Catarina Cardoso.

São comuns os relatos de discriminação nos colégios de quem fala ”abrasileirado”, e recentemente ensaiou-se um cancelamento de Neto, de seu irmão Felipe Neto, de Rafa, Luiz e outros influenciadores infantis, que não progrediu. A educadora Vania Correia, diretora do Colégio Semear, em Braga, que tem 50% de brasileiros em seu quadro de funcionários, considera o processo irreversível. ”As crianças menores são as que mais repetem o que ouvem. Acredito que, se esse fluxo seguir adiante, a língua sofrerá mudanças reais nos próximos anos”, afirma. Ciosos de sua cultura, muitos portugueses se ressentem do que chamam de ”colonização reversa”. Não só portugueses, aliás. Moradora de Portugal desde 2009, a linguista e lexicógrafa mineira Débora Ribeiro, 37 anos, testemunha as mudanças que vêm ocorrendo na última flor do Lácio. ”Cada vez mais gente se expressa com o verbo no gerúndio, algo que não existe aqui, e o pronome você, antes pouco usado, está em anúncios na TV e em outdoors”, observa ela. Junto com a mudança da língua, Débora vivencia a disseminação de certos produtos. Hoje, por exemplo, encontra facilmente pão de queijo no Porto, onde vive.

A culinária é um ponto de resistência no abrasileiramento de Portugal, mas, mesmo assim, alguns quitutes conseguem derrubar a barreira – caso do ”bolinho brasileiro”, como a coxinha é conhecida. ”O português, de início, não quer saber de novidades, mas cerca de 40% da minha clientela é gente daqui que se rendeu aos nossos pratos”, conta a brasileira Edna Costa, que administra o Edna’s Boteco, em Braga, desde 2016. Em matéria de popularidade alimentícia, porém, ninguém ganha do açaí, que transformou Portugal em um dos dez países que mais importam o fruto amazônico do Brasil. ”Quando experimentei, achei estranho, mas passou a ser o meu alimento preferido”, conta o português Miguel Martins, 21 anos, apresentado à iguaria pela namorada brasileira. O brigadeiro conseguiu abrir caminho entre a infinidade de pastéis de nata e doces à base de ovos típicos do país – empreitada em que é ajudado pela proliferação das casas de festas infantis, outra contribuição do Brasil abraçada com entusiasmo pelas famílias de alto poder aquisitivo, que agora cantam o Parabéns em ambientes com ares de superprodução artística.

Os registros do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal mostram que o número de brasileiros em situação regular no país mais do que dobrou nos últimos dez anos, até alcançar seu maior número nesta que é a quinta leva de imigração, turbinada pela abertura das fronteiras pós-pandemia e pelo desânimo com a situação do Brasil e integrada por jovens qualificados e aposentados com elevado poder aquisitivo. Consequência disso é serem os brasileiros a segunda fatia de estrangeiros que mais compra imóveis em Lisboa (atrás dos chineses), o que veio adicionar novos espaços às edificações portuguesas: moradias de alto nível, hoje em dia, são casas com varanda e piscina, de preferência em condomínios fechados, e apartamentos com espaço gourmet.

”De uns três, quatro anos para cá, começamos a identificar um movimento de locais em busca de imóveis que tenham áreas de convívio”, confirma a portuguesa Cristina Costa, da Consultoria Decisões e Soluções, em Braga.

Os exemplos se multiplicam, alcançando até a forma de mandar mensagens pelo WhatsApp – com os brasileiros, os formalíssimos portugueses estão aprendendo a abreviar e usar emojis. ”Aos poucos, estou cada vez menos formal nas conversas em família ou entre amigos”, atesta o roteirista Miguel Afonso, de 28 anos, que é fã dos memes inventados no Brasil e não abre mão de stickers. ‘”Aprendi que é possível flertar usando só stickers”, brinca. O Carnaval português, em que o máximo de baticundum que se ouvia vinha das TVs mostrando o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro, agora estremece com a passagem de foliões portugueses misturados a brasileiros sambando em blocos de rua nas grandes cidades, como o Bué Tolo (”bué” quer dizer muito e o bloco se inspira no carioca Cordão do Boi Tolo}, que sai em Lisboa. Até o domingo, por influência dos brasileiros, mudou. ”Antes era um dia parado, de preparação para a segunda-feira. Agora tem umas100 rodas de samba só em Lisboa. Difícil é acordar no dia seguinte”, diverte-se o fã português Eduardo Marques Lopes. Em meio a tudo isso, e entre uma aula de jiu-jítsu aqui e uma sessão de capoeira ali, o Brasil vai, ora pois, descobrindo e mudando Portugal.

GESTÃO E CARREIRA

MAIS REDES ENTRAM NA PESCA DE FUNCIONÁRIOS

Empresas de recrutamento incluem apps como Slack, Discord, Telegram e WhatsApp na busca por perfis específicos

As vagas de trabalho andam escassas. Embora tenha recuado, a taxa de desemprego ainda era de 10,5% no Brasil – 11,3 milhões de pessoas – no trimestre encerrado em abril.

As formas de procurar emprego, porém, estão se diversificando nas redes sociais.

As ferramentas usadas por empresas de recrutamento agora incluem aplicativos de mensagens, como Slack, Discord, Telegram e WhatsApp.

Além de permitirem um contato mais próximo com o candidato, grupos específicos como “Médicos do ABC” ou “Direito empresarial” podem fazer o papel de selecionar o perfil de funcionário desejado pela empresa.

“A pandemia acelerou esse movimento de forma gigantesca”, afirma Gabriela Andrade, diretora de operações da consultoria de recursos humanos Luandre.

Cidades muito pequenas podem exigir da empresa recursos como carro de som ou anuncio em igrejas, mas, na maioria dos casos, a internet é a principal ferramenta.

Nos últimos anos, a proporção entre recrutamento presenciais e remotos se inverteu, segundo Andrade. “Antes, 82% dos nossos processos eram presenciais”, afirma.

Independentemente do meio, o método de escolha do candidato é como um funil: primeiro, a empresa atrai o maior volume possível de profissionais que tenham  a mínima  aderência no perfil solicitado. Depois faz uma triagem nos currículos para, por último, entrevistar os selecionados e encontrar o que mais se adequa ao seu cliente.

O LinkedIn, rede social de negócios, já foi incorporado pela empresa na última década, mas recentemente os aplicativos de mensagem começaram a ser adotados. O público-alvo, nesses casos, é o com mais qualificação. “Para vagas de base é mais difícil usar essas ferramentas”, afirma Andrade.

Se a empresa busca um professor, por exemplo, os recrutadores entram em grupos que podem concentrar profissionais do perfil, como a comunidade de educação, e publicam a oportunidade. A principal vantagem e direcionar a mensagem para grupos restritos. “Nós temos um foco específico na busca”, diz ela. “Sabemos como direcionar e onde vai estar esse público”.

A engenheira de computação Lais Pessine do Carmo, 30, não érecrutadora, mas quando vê uma vaga na sua empresa, publica em um grupo do Telegram de mulheres que programam ou tem interesse na linguagem Python.

“‘Eu tento direcionar essas vagas para grupos de mulheres na tecnologia. Essa é uma área em que infelizmente há pouca presença feminina, quase sempre eu sou a única do  meu grupo”, diz ela.

As vagas em tecnologia normalmente pedem perfis fechados, diz ela, como saber programar em uma linguagem especifica. O grupo ajuda, além de aproximar a candidata. “Se é uma vaga para Python e vem uma menina do grupo, com certeza eu vou dar um pouquinho mais de atenção para ela”, afirma.

Patrícia Guisordi, 38, conquistou uma vaga ali. Formada em relações internacionais, ela resolveu migrar para tecnologia depois de 10 anos em sua área de formação. Ela conheceu o grupo em uma oficina de programação.

Quando viu o anúncio no Telegram em 2018, ela estava empregada havia dois meses. “Tem situações em que  a própria pessoa está procurando. Aí você manda o currículo e já   conversa. Isso também acaba abrindo portas”, afirma ela. Foi o seu caso quando conseguiu a vaga.

O processo é bem diferente daquele no início da sua faculdade. “A gente acaba procurando emprego no mural da faculdade. Eu cheguei a procurar nos classificados e a levar currículos para agências”, lembra ela.

No grupo, émais fácil até mesmo enxergar a capacidade técnica das colegas, segundo ela. “A gente tira dúvidas umas das outras. Isso ajuda no seu networking e talvez na empregabilidade”, afirma.

O ambiente online não elimina as boas práticas nos processos de seleção, segundo a diretora da Luandre, Gabriela Andrade.

PARA PARTICIPAR DE RECRUTAMENTO ONLINE

ENTRE EM GRUPOS DA SUA PROFISSÃO NAS REDES SOCIAIS

Além de grupos genéricos, vale perguntar sobre comunidades on-line e quando participar de algum vento, por exemplo

SIGA AS INSTRUÇÕES

Se a vaga solicita o currículo por e-mail, envie por e-mail e não por WhatsApp ou outro meio

VERIFIQUE A CONEXÃO DA INTERNET

Garanta um local com internet estável, que não vá atrasá-lo ou interromper a chamada.

ENCARE COMO UM ENCONTRO PRESENCIAL

Escolha as roupas, o modo de falar e o ambiente que você escolheria em uma entrevista presencial.

CONVERSE COM O RECRUTADOR SOBRE POSSÍVEIS INCIDENTES

Se há uma construção perto da sua casa ou se o seu filho pode solicitar algo durante a entrevista, avise o recrutador

EU ACHO …

SEXO É O NOVO AMOR

Sexo é sinônimo de prazer. Erotismo, luxúria, pecado, sacanagem. O sexo traz em si um cenário de mil e uma noites de promessas, todas voltadas para a volúpia. Quem nunca praticou, é tomado por fantasias libidinosas extraídas do cinema, das revistas masculinas e de piadas e relatos picantes que garantem não existir nada  melhor na vida, para horror dos sentimentais e dos pudicos. Sexo melhor que amor? Heresia, fim do mundo.

Faltou dizer que sexo não é apenas prazer: ele é plural, reúne uma conjunção de sensações físicas de alta intensidade que comovem e podem nos levar à paixão – senão pelo outro, com certeza por nós mesmos, tamanho é o processo de autoconhecimento que ele dispara. Não estou falando, obviamente, dos encontros de uma noite só, as chamadas “one-night stand”, em que mal se sabe o nome da pessoa com quem estamos e cuja finalidade é praticamente aeróbica, uma aventura para apimentar o cotidiano. Ato sexual não é a mesma coisa que relação sexual.

Quando há relação, todos os sentimentos do mundo invadem a cama – e de uma forma tão contraditória que começa aí o espanto e a graça da coisa. Podemos, em nossa rotina de trabalho, ser um funcionário obediente, cumpridor de horários, servo de nossos patrões, e à noite, na cama, sermos dominadores, entrando no jogo erótico de assumir o controle e dar ordens. Ou, ao contrário: depois de um dia liderando e estimulando vários profissionais, à noite nos tornarmos submissos sobre os lençóis, a ponto de escutarmos palavras que normalmente nos ofenderiam e humilhariam, mas que naquele momento se prestam ao cenário e à cena: excitação resulta de alguma performance também.

Essa variação de comportamento, ao mesmo tempo inocente e indecente, só é possível porque temos a segurança de saber que naquele instante não haverá julgamento moral, e sim entrega absoluta – e rara. Sexo envolve plena confiança, ou ficaríamos travados, temendo cair no ridículo. Desperta a coragem para permitir que nossos desejos mais secretos sejam expostos e realizados. Exige compreensão do tempo que cada um precisa para se desnudar de seus pudores. Requer um olhar generoso e terno para a desinibição do outro e, sobretudo, inteligência – sim, inteligência – para lidar com tudo que há de estranho, ilógico e dicotômico nesse embate íntimo. Costumamos valorizar o corpão (que a maioria não tem), mas uma cabeça boa é que faz toda a diferença entre o sexo vigoroso e o sexo protocolar.

Diante dessa universalidade de sensações, faz sentido dizer que sexo vale menos que amor? Essa hierarquia só existe para os excessivamente românticos, apegados aos contos de fada. Não é por acaso que transar é sinônimo de “fazer amor”, pois é disso mesmo que se trata, de um êxtase emocional e não apenas físico (ainda que “fazer amor” seja uma expressão enjoada). Sexo pode ser bandido, perverso e impuro em sua essência, nunca em sua conotação. Em análise, sexo é sublime também.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

DEZ FATORES QUE PODEM PREJUDICAR A FERTILIDADE MASCULINA

Quando um casal tenta a gravidez e não consegue, há 40% de possibilidade de o problema estar no homem. Mas em muitos casos é possível ter um filho naturalmente

Quando um casal heterossexual deseja a gravidez e tem uma vida sexual ativa sem uso de contraceptivos, mas ela não acontece depois de 12 meses de tentativas, é possível investigar se há alguma condição, doença ou comportamento que esteja afetando a fertilidade. Tanto o homem como a mulher precisam ser examinados.

“Cerca de 40% dos casos de infertilidade no casal são devido a problemas masculinos, 40% a problemas femininos, 10% dos casos são atribuídos aos dois e 10% sem causa aparente”, afirma Maurício Chehin, especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva e coordenador científico do Grupo Huntington.

Um exame simples para examinar a fertilidade masculina é o espermograma, que analisa o sêmen para avaliar concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides, entre outros aspectos. A pesquisa pode ser aprofundada com exames complementares, como os que avaliam dosagens hormonais, os que investigam se há alguma doença e os que buscam causas genéticas. “É uma avaliação que considera múltiplos aspectos”, explica Chehin.

O urologista Jorge Hallak, coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Masculina do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP), alerta que há um abuso da indicação das técnicas de reprodução assistida, de custo e risco mais altos. Na sua visão, é preciso avaliar e cuidar da saúde do homem como um todo para que ele possa, se possível, ter um filho pelo processo natural. “Não dá para pegar um simples espermograma e dizer que um homem deve recorrer a um método de fertilização in vitro”, ensina.

Veja a seguir algumas condições e comportamentos do homem que podem ter impacto na fertilidade masculina e dificultar os planos de família do casal.

VARICOCELE

Principal causadora da infertilidade masculina, a doença é caracterizada pela dilatação das veias dos testículos, semelhante às varizes que aparecem nas pernas. Geralmente ela avança silenciosamente, sem sintomas, até que esteja grave. O problema de circulação sanguínea no local pode comprometer não só a formação de espermatozoides como afetar os testículos.

Quanto antes a doença puder ser tratada, melhor. Por isso é recomendável que o homem consulte um urologista periodicamente desde a adolescência. Diagnosticada a doença, a partir de exame físico em consultório de urologista e talvez um exame de imagem com ultrassom com doppler, é recomendada uma cirurgia de correção, não só para eliminar uma possível causa de infertilidade, mas para evitar complicações da doença.

COVID-19 E OUTRAS DOENÇAS.

O vírus da covid-19 também pode infectar os testículos e prejudicar a capacidade masculina de produzir espermatozoides e hormônios, mesmo quando o quadro é leve ou assintomático, afirma o urologista Jorge Hallak, um dos participantes do estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e no Instituto Androscience.

Vacinas contra a covid-19 não interferem na fertilidade, segundo estudos do American Journal of Epidemiology, que analisou os imunizantes da Pfizer-BioNTech, Moderna e Janssen. Doenças sexualmente transmissíveis (DST), doenças infecciosas, como a caxumba, e crônicas como diabete também podem prejudicar a fertilidade nos homens.

SOBREPESO E OBESIDADE

O sobrepeso e a obesidade podem provocar um desbalanço hormonal no homem capaz de prejudicar a produção de espermatozoides. Além disso, o acúmulo de gordura na região do púbis pode aumentar a temperatura do testículo, o que pode influenciar negativamente na produção de células sexuais.

USO DE ANABOLIZANTES E MEDICAMENTOS

Consumidos com o objetivo de melhorar a aparência e desempenho do corpo, os anabolizantes são hormônios sintéticos derivados principalmente do hormônio sexual testosterona. O uso de anabolizantes pode provocar uma forte queda na produção de espermatozoides. “Pode levar à azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen. Mas, ao parar o consumo, há grande chance de se recuperar a produção no período de 3 a 6 meses”, adianta Chehin.

POLUIÇÃO

A poluição atmosférica influencia negativamente na morfologia e motilidade dos espermatozoides, segundo pesquisa conduzida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

PLÁSTICO AQUECIDO

Aquecer uma embalagem ou copo de plástico com uma bebida ou um alimento é uma péssima ideia, já que há liberação de bisfenol (BPA), um disruptor endócrino que causa alterações hormonais que podem interferir na fertilidade masculina. Portanto, nada de colocar a comida do delivery direto no micro-ondas.

FALTA (OU EXCESSO) DE SONO

Fundamental para o bom funcionamento dos mecanismos fisiológicos do corpo, o sono tem associação com a fertilidade masculina. Tanto o excesso como a privação de sono podem ter impacto, de acordo com uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Boston, que aponta que o tempo ideal de descanso fica entre 7 e 8 horas por noite. Quando o período de sono for menor ou maior que esse intervalo, o estudo apontou 42% de redução na possibilidade de concepção.

ÁLCOOL E CIGARRO

Outros fatores que podem contribuir para a infertilidade masculina relacionados ao estilo de vida é o consumo excessivo de álcool e o hábito de fumar. O impacto não é só na produção de espermatozoides, como na integridade do DNA dos espermatozoides, o que dificulta o processo de fertilização e diminui a chance de formar um embrião. Isso não significa que o álcool esteja proibido, pois estudos mostram que o consumo moderado não é prejudicial para a fertilidade masculina.

LONGOS PERÍODOS NA BANHEIRA QUENTE E NA SAUNA

Não é à toa que os testículos se encontram “pendurados”: a formação de espermatozoides exige uma temperatura mais baixa do que a temperatura corporal. Portanto, qualquer aumento de temperatura na região escrotal que seja mantido por longos períodos, como banhos demorados de imersão e sauna, podem atrapalhar esse processo, embora sejam raros. Roupas apertadas ou com tecidos sintéticos que elevem a temperatura da bolsa escrotal também são prejudiciais.

PROBLEMAS GENÉTICOS

Existem diversas doenças genéticas associadas à infertilidade masculina, mas essa é uma causa menos comum do problema. Um exemplo é a síndrome de Klinefelter, em que o homem tem um cromossomo X a mais, o que acarreta em deficiência de produção de hormônio testosterona e impossibilita a espermatogênese normal.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

NÃO HÁ NADA DE ANORMAL COM A AMBIVALÊNCIA NA MATERNIDADE

Quando uma médica especialista em saúde mental materna engravida, ansiedade e conhecimento se misturam – e isso não é ruim

Depois de anos de envolvimento com a paternidade e maternidade a distância, é hora de uma psiquiatra especializada em saúde mental feminina seguir seu conselho. “Não sonhei com a maternidade quando menina. Pelo contrário. Aos 30 e poucos anos, tive um pesadelo recorrente em que estava grávida sem saber e o feto parecia um parasita invadindo meu corpo.

Crescer na cultura do Sul da Ásia, que valoriza a gestação e as responsabilidades maternais das mulheres acima de tudo, foi um dos motivos do meu medo. Eu também me divorciei no final dos 20 anos. Ser mãe não parecia estar no meu destino e eu escava bem com isso.

Apesar disso, tornei-me uma médica especializada em saúde mental materna. Depois da escolha de me concentrar na psiquiatria perinatal, minha terapeuta sugeriu que minha decisão talvez fosse um mecanismo de enfrentamento saudável – uma maneira de eu “experimentar” a maternidade a uma distância confortável. Havia algo me puxando para perto da maternidade, mas o papel não parecia seguro para mim – até agora. Pois na 34ª semana de gestação, no início de maio, que decidi partilhar minha experiência pessoal e dar algumas sugestões.

Chego à maternidade aos 38 anos. Meu parceiro e eu tivemos o privilégio de fazer essa escolha de nos tornar pais mais tarde com a tecnologia de reprodução assistida. E sei que minha carreira e experiências me proporcionaram uma melhor compreensão do que eu tinha medo e a capacidade de me preparar.

A AMBIVALÊNCIA SOBRE A MATERNIDADE É NORMAL

Em termos psicanalíticos, pode-se dizer que estive “em conflito” por anos. No cotidiano, por vezes também chamamos isso de “ambivalência” – a sensação de ter duas emoções contraditórias ao mesmo tempo.

No trabalho, ajudei pacientes a buscar alívio da depressão e da ansiedade pós-parto, com o auxílio de psicoterapia e, às vezes, medicação. Simultaneamente, vi amigas passarem pelo caos da maternidade precoce. Em um caso, uma amiga da faculdade me visitou em meu apartamento em Washington, D. C., e ficamos reféns do horário de cochilo de seu filho em um grau cômico, incapazes de entrar no meu quarto ou acender as luzes por 48 horas.

Eu me perguntava porque alguém iria querer passar por tantas dificuldades. Eu conhecia os dados e escrevi sobre as dores da maternidade – ter um filho nos EUA não era uma proposta atraente. Mas eu queria manter minhas opções em aberto. Aos 35 anos, meu parceiro e eu consultamos um especialista em fertilidade para discutir sobre o congelamento de óvulos. Ele e eu aprendemos que o sucesso era mais difícil de prever em uma mulher de 30 e poucos anos. Para maior probabilidade de êxito, precisaríamos não apenas congelar embriões, mas testá-los geneticamente – o que é mais caro e demorado.

Foi durante o ano de pesquisa sobre como congelar meus óvulos e fazer embriões que comecei a perceber os aspectos positivos da maternidade em meu trabalho clinico. Eu havia cuidado de pacientes suficientes para ver que mesmo aquelas que sofriam de transtornos perinatais graves de humor e ansiedade melhoravam com o tratamento. Em uma sessão, uma paciente que teve um episódio depressivo na gravidez descreveu o prazer que sentiu quando a filha agarrou seus dedos pela primeira vez. Fiquei menos temerosa e mais curiosa de como eu me sairia nesse papel.

Logo de pois, meu parceiro e eu começamos a tentar ter um bebê. Depois de sete tediosos meses, engravidei, mas tive um aborto espontâneo em 2020. A perda foi emocional e fisicamente  dolorosa, mesmo com um bom sistema de apoio.

Mas, olhando para trás, a parte que destaco foi o quão feliz eu estava pela gravidez de poucas semanas. Como eu tinha 37 anos, decidimos fazer a fertilização in vitro e, após cerca de um ano de injeções de hormônios e vários procedimentos médicos, engravidei novamente. O bebê que agora cresce dentro de mim não parece um parasita e toda vez que sinto um chute, tenho um choque de excitação. Mas isso não significa que minha ambivalência desapareceu. Minha carreira exige que eu me dedique ao meu trabalho.

ESTOU CONHECENDO A PRÓXIMA VERSÃO DE MIM

Recentemente, passei uma hora do meu sábado tentando encontrar lençóis de bebê. Por que os produtos para bebês não são padronizados? Esse foi um exemplo da carga mental da maternidade, postei no Instagram.

Recebi um fluxo de recomendações sobre os “melhores” lençóis de bebê. Em vez de alívio, me senti enfurecida – as respostas só provaram ainda mais o meu ponto. A pressão para realizar a maternidade, pesquisar esses produtos e mostrar que você se importa com cada detalhe pode parecer opressiva. Durante a transição para a maternidade, precisei seguir alguns dos meus próprios conselhos.

GASTE ENERGIA MENTAL CONSIGO MESMA

Em vez de decorar um quarto de bebê ou ler livros para pais, estou usando esse tempo para priorizar meu bem-estar, sabendo que todas as escolhas que faço a serviço da minha própria saúde mental ajudarão esse bebê. Tendo sofrido anteriormente de depressão e ansiedade, estou sob alto risco de um transtorno de humor pós-parto.

Manter a medicação, dormir o suficiente e criar uma rede de apoio social são três intervenções baseadas em evidências para prevenir a ansiedade e a depressão pós-parto. Estou tomando preventivamente um inibidor seletivo de recaptação de serotonina durante a gravidez (com acompanhamento médico). Também contratei uma doula pós-parto e entrei em contato com um fisioterapeuta para auxiliar minha recuperação. Colocar tempo e recursos em minha própria saúde mental não é egoísmo – é o que mais importa.

RECONHECER A NECESSIDADE DE MUDANÇA SISTÊMICA

Muitas famílias não estão em posição de privilégio para fazer as escolhas que tenho disponíveis. Como escrevi no passado, precisamos de uma ampla mudança social. Por exemplo, um estudo sueco descobriu que, quando os pais recebiam licença- paternidade flexível remunerada, houve uma redução de 26% na prescrição de medicamentos contra a ansiedade para mães no pós-parto.

Dito isso, pequenas escolhas podem ajudá-la. Diga sim quando amigos ou familiares oferecerem refeições em seu pós-parto. Estabeleça limites no tempo que você gasta pesquisando produtos e, em vez disso, coloque essa energia em atividades que sirvam ao seu bem-estar.

ABRA-SE PARA A EMOÇÃO DIANTE DO MEDO

O dia de meu parto está chegando e ainda passo tempo na terapia falando sobre minha apreensão. Estou chegando à maternidade armada com o conhecimento do que acontece quando as coisas dão terrivelmente errado e com as ferramentas para me manter emocionalmente saudável. Sei que serei transformada pela experiência. Às vezes, questiono se vou gostar da nova versão de mim mesma.

Talvez eu tenha medo de quanto amor possa sentir por esse bebê, diz minha terapeuta. Talvez ela esteja certa. Estou apavorada e animada para conhecer esta próxima versão de mim  mesma.

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