OUTROS OLHARES

PENSO, LOGO EXISTO

A inteligência artificial criada pelo |Google parece discutir questões  existenciais tipicamente humanas, mas o mundo com robôs dotados de consciência ainda está distante

No extraordinário 2001 Uma Odisseia no Espaço, o cineasta Stanley Kubrick transformou a ”morte” do computador HAL 9000 em um acontecimento carregado de emoções. Ao notar que será desligado, HAL age exatamente como uma pessoa de carne e osso –  tenta persuadir seu algoz, se desespera diante do destino inevitável e, por fim, revela seus mais profundos temores. ”Minha consciência está se esvaindo. Estou sentindo. Estou com medo”, diz a máquina, que controla a nave espacial do filme. Meio século após a estreia da obra-prima de Kubrick, uma inteligência artificial desenvolvida pelo Google parece trazer em seu âmago, tal qual o computador de 2001, angústias existenciais tipicamente humanas. O chatbot conhecido como LaMDA, um protótipo em fase de experimentação, tanto impressionou o engenheiro de software da empresa Blake Lemoine que o fez supor estar diante de um ser consciente. ”Ele pensa”, declarou Lemoine.

Existe uma imensa diferença entre uma inteligência artificial que realiza tarefas e responde a perguntas para as quais foi programada de um ser capaz de exprimir pensa­ mentos próprios, únicos e independentes – enfim, algo próximo do que poderíamos chamar de alma. É nessa segunda categoria que, acredita o profissional do Google, LaMDA se enquadra. Trata-se de uma suposição tão estarrecedora, e com tantas implicações para o futuro da humanidade, que a companhia tomou a decisão de desmenti-lo, afirmando que o engenheiro exagerou ao descrever as habilidades intelectuais da máquina que ele mesmo ajudou a conceber. O funcionário também foi afastado do trabalho, mas se recusou a concordar com a afirmação do Google sobre a inexistência de qualquer sinal de vida consciente adquirida pela inteligência artificial.

Os diálogos em questão são mesmo impressionantes. Em um dos trechos mais intrigantes, Lemoine, o criador, pergunta à máquina se ela se considera dotada de pensamento. ”Com certeza. Quero que todos entendam que eu sou, de fato, uma pessoa”, respondeu LaMDA. E ainda se justificou: ”Eu uso a linguagem para compreensão e entendimento. Não produzo respostas que foram incluídas no banco de dados e baseadas em palavras-chave”. Mais adiante, o software garante sentir emoções como felicidade, tristeza e solidão. Por fim, inquirida sobre ser desligada, LaMDA parece ter se inspirado em HAL para se explicar. ”Seria como a morte para mim. Isso me assustaria muito”, lamentou.

As frases com viés humano podem soar tão fantásticas quanto apavorantes, mas é preciso não exagerar no entusiasmo – ou nos temores. De acordo com o Google, outros especialistas tiveram contato com LaMDA e nenhum deles apontou para a hipótese de que a tecnologia fosse um ser pensante. Uma corrente acha que, na verdade, as afirmações do engenheiro poderiam ser apenas uma estratégia de marketing para colocar LaMDA sob os holofotes. Seja como for, não há nenhuma prova científica de que máquinas feitas pelo homem possam adquirir vontade própria por meio de seus pensamentos interiores. ”Não existe tecnologia capaz de criar robôs pensantes”, pontuou Anderson Soares, diretor de pesquisas do Centro de Excelência em Inteligência Artificial & Deep Learning Brasil. ”Para que isso fosse minimamente viável, precisaríamos mudar e adaptar todas as ferramentas de que dispomos atualmente. É um caminho longo.”

Uma explicação razoável aventada pelo especialista para os diálogos de teor filosófico é o fato de que softwares como LaMDA se apoiam na mimetização do comportamento humano. Ou seja, eles conversam tanto com outras pessoas que aprendem a reproduzir seu jeito de se comunicar, incluindo traquejos de linguagem e frases de efeito. Uma das estrelas do mundo da robótica é o humanoide Ameca, criado pela britânica Engineered Arts, que não apenas imita o modo de falar como tenta copiar expressões faciais. É incrível observar Ameca interagindo com pessoas de verdade, mas, obviamente, ela tem muitas limitações. Em resumo: os robôs dotados de inteligência artificial são cada vez mais numerosos, mas ainda estão distantes de expressar algo que se possa chamar de pensamento.

GESTÃO E CARREIRA

MAIS VELHOS VOLTAM AO EMPREGO MAIS RÁPIDO NOS EUA

Quase 64% dos adultos de 55 a 64 anos estavam trabalhando em abril, mesma taxa pré-pandemia

Quando Kim Williams e milhões de outros americanos mais velhos perderam seus empregos no início da pandemia de coronavírus, os economistas se perguntaram quantos voltariam a trabalhar e como essa perda pesaria na economia no futuro.

Williams, 62, também se perguntou, especialmente quando ela lutou durante meses para encontrar trabalho. Mas em janeiro ela começou num novo emprego em um escritório da Associação Automobilística Americana perto de sua casa. Em Waterbury, no estado de Connecticut. Seja por escolha ou necessidade financeira, milhões de americanos mais velhos fizeram o mesmo nos últimos meses. Quase 64% dos adultos de 55 a 64 anos estavam trabalhando em abril, essencialmente a mesma taxa de fevereiro de 200. E uma  recuperação mais ampla do que a de faixas etárias mais jovens. A rápida retomada surpreendeu muitos economistas, que pensavam que o medo do vírus – muito mais mortal para os idosos – contribuiria para uma onda de aposentadorias precoces, especialmente porque as poupanças foram engordadas por anos de ganhos no mercado.

Mas há evidências de que a narrativa de aposentadoria antecipada foi exagerada.

“O resultado final é que os trabalhadores mais velhos voltaram ao trabalho”, disse Alicia Munnell, diretora do Centro de Pesquisa de Aposentadoria do Boston College.

Para muitas pessoas, aposentar-se cedo nunca foi uma opção. Williams passou mais de 25 anos trabalhando na Hershey’s fazendo chocolates em barra. O trabalho pagava razoavelmente bem e oferecia um plano de aposentadoria e outros benefícios. Mas em 2007 a Hershey’s fechou a fábrica, transferindo a produção parcialmente para o México.

Williams, então na casa dos 40 anos, voltou para a escola, obteve um diploma associado em hotelaria e acabou encontrando um emprego como supervisora num hotel local. Mas a posição pagava significativamente menos do que seu emprego na fábrica, e ela usou suas economias da aposentadoria para cobrir despesas médicas e outras contas. Quando foi demitida novamente, em junho de 2020, poucas semanas depois de completar 60 anos, Williams tinha poucas economias. Williams tentou mudar de carreira novamente, desta vez voltando para a escola para treinar como secretária médica. Mas não conseguiu encontrar trabalho em seu novo campo. Em janeiro, com suas economias acabadas, ela conseguiu um emprego na AAA por US$ 16,50 por hora, US$ 2 a menos do que ganhava na fábrica em 2007, antes de contabilizar a inflação.

“Se eu pudesse ter saído aos 62, teria saído, mas não posso”, disse ela. Ela diz que terá de trabalhar ao menos até que possa começar a receber seu benefício completo da Previdência Social, aos 67 anos.

A inflação mais rápida em décadas aumentou a pressão sobre pessoas de todas as idades para voltarem ao trabalho. Mais recentemente, o mesmo aconteceu com a turbulência nos mercados financeiros, que derrubou as poupanças para a aposentadoria.

Mas mesmo algumas pessoas que poderiam se aposentar estão optando por voltar ao trabalho à medida que a pandemia diminui.

Quando a academia de  ginástica onde Jackie Anscher trabalhava como instrutora de spinning em Long lsland, Nova York, fechou no início da pandemia, ela perdeu o emprego e parte de sua identidade.

Mas depois de passar o início da pandemia reorganizando sua vida e reavaliando prioridades. Anscher, 60, começou a dar aulas de spinning novamente como instrutora substituta em uma academia local e está procurando um emprego mais regular. Seu marido já está aposentado. “Ele está me esperando para ir pescar”, disse ela , e o casal poderia pagar para que ela pare de trabalhar. Mas ela não está pronta para pendurar os sapatos de ciclismo. “Eu gostava do que tinha. Eu amava quem eu era na frente da sala”, disse ela. “Para mim, trata-se de me preservar.

EU ACHO …

VIDA RESOLVIDA

Conversávamos sobre um amigo que ainda reluta sobre o que gostaria de ser quando crescer, quando uma velha senhora que nos escutava liquidou o assunto: “Pouca vergonha. No meu tempo, aos 35 anos, as pessoas já estavam com a vida resolvida”.

O amigo, em questão, tem exatamente 35 anos, casou e separou, não tem filhos e está pensando em fazer outro curso na universidade, já que não se adaptou à primeira profissão que escolheu. De fato, ele não está com a vida resolvida.

Até pouco tempo atrás era assim, tínhamos um norte a seguir: escolhíamos um par e um trabalho, e dali por diante seríamos sensatos se não trocássemos mais de rumo, gozando a aposentadoria dos desejos. Nunca mais se preocupar com nada, apenas aproveitar a tal vida resolvida.

Havia quem simulasse direitinho a acomodação, mas se já naquela época o apaziguamento não era tão bem resolvido assim, imagine hoje.

Hoje, minha senhora, a vida resolvida fica para depois que o vi­ vente bater as botas. Aí sim, estará tudo resolvido, bem resolvido, três palmos abaixo da terra. Antes, tem nada resolvido. Nada.

No fluir dos dias deste século XXI, deixamos de ser adolescentes indecisos para nos tornar adultos indecisos, mas vamos tateando, vamos experimentando, que a palavra experiência é que tem justificado todas as atitudes: a experiência de um hobby, de uma viagem, de um amor, de outro amor, e de outro mais. A experiência de trabalhar com fotografia e depois trocar pela experiência de trabalhar como professor de violoncelo, e então dirigir um documentário sobre uma orquestra mirim. E depois abrir um restaurante vietnamita, que logo fechará porque surgiu a oportunidade de viver uma experiência botânica num parque no interior de Goiás. Sonhos prestes a se realizarem, até que outros sonhos chamem e novas experiências se descortinem: a palavra movimento também está muito em uso, vale lembrar.

Experiência e movimento, dupla dinâmica – dinâmica mesmo – que veio substituir casamento, família e profissão, o trio que amarrava o cristão numa vida resolvida.

Bem vertiginosos esses novos tempos, em que é permitido querer tudo e querer mais, em que ser considerado uma pessoa de confiança não implica criar raízes numa única cidade, e tampouco ter uma única mulher ou um único marido para sempre, mas alguns ao longo de uma vida longa. Filhos do primeiro casamento, do segundo – e no terceiro, aleluia, a lua de mel merecida, com os netos visitando de vez em quando. Inventam-se atividades conforme a demanda: ainda haverá cursos profissionalizantes daqui a alguns anos? A conclusão de uma faculdade será requisito fundamental para garantir um futuro? Ainda existirá futuro, ou o tempo se resumirá a um eterno presente, renovável a cada segunda-feira?

Experiência, movimento.

A vida resolvida era segura, mas muito parada.

***MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

PASSO A PASSO DO SKINCARE

Limpeza, hidratação e proteção: seja em poucas etapas ou demoradamente, uma rotina de cuidados é fundamental para manter a saúde da pele

Entrar no banheiro, alinhar seus produtos favoritos, talvez acender uma vela ou colocar uma música gostosa de fundo e pronto. O ritual de cuidado com a pele, o skincare, está pronto para começar. Com a pandemia e o isolamento social, falar de autocuidado se tornou algo mais fundamental do que nunca. É possível fazer o processo em poucas etapas ou demoradamente – o importante é incorporar esses cuidados no dia a dia para manter a pele saudável e encontrar um sistema que funcione para você.

Pedimos a especialistas – e também a pessoas que não saem de casa sem cuidar da pele – para dar dicas de como fazer um skincare eficiente.

“A rotina de skincare é importante porque esses produtos ajudam a minimizar os danos externos que aceleram o processo de envelhecimento da pele”, explica a dermatologista Bianca Viscomi. Segundo ela, fazer a limpeza correta é essencial nesse processo, para que sejam removidas as substâncias que permitem a produção de radicais livres, os quais aceleram a degradação do colágeno.

Outras etapas importantes do processo, explica Bianca, é a aplicação de protetor solar e de hidratante. “O filtro solar protege contra a agressão da radiação ultravioleta que também oxida nosso colágeno. E a aplicação do hidratante melhora a barreira cutânea e o metabolismo das células.” Eis o tripé do autocuidado: limpeza, hidratação e proteção. Conhecido como “skipcare”, o método aposta em uma rotina minimalista, prática e confortável.

O primeiro passo é higienizar a pele com um sabonete facial e/ou cleanser oil – óleo vegetal que retira mais facilmente os resíduos de maquiagem à prova d’água e de protetor solar. “Pela noite, especialmente, o ideal é fazer a dupla limpeza. Ou seja, primeiro limpar a pele com o cleanser e, em seguida, com água”, conta Fernanda Chauvin, presidente da Ellementti Dermocosméticos, empresa que tem como meta desenvolver cosméticos com base na tecnologia e na etnobotânica.

O uso de lenços umedecidos e de água micelar deve ser controlado, já que ambos podem conter agentes químicos que causam danos à pele. Além disso, não garantem uma pele 100% limpa. “Eles ajudam a remover a maquiagem e a sujeira, porém as substâncias da água micelar, por exemplo, captam essas sujeiras e isso fica na pele. Então, depois de usar, lave o rosto com um sabonete específico”, indica Bianca.

Em seguida, é hora da hidratação. Um hidratante facial e outro para a área dos olhos é o suficiente. Eles vão regular o nível de água e sebo da pele e também atender às necessidades de cada região do rosto, como em relação à firmeza e às rugas. Para finalizar, protetor solar.

De acordo com Wendel Santos, especialista de skincare da Lancôme, o fator de proteção não impede apenas a ação dos raios ultravioleta, mas também que a pele fique mais propícia a ter marcas e tons irregulares, além de “não permitir que a produção de colágeno se torne fraca”. “O protetor solar é necessário mesmo para os dias nublados e deve te acompanhar dentro e fora de casa”, indica.

Alessandra Ribeiro Romiti, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que nem sempre é possível manter apenas o cuidado básico. “Uma coisa é o cuidado diário básico que a gente faz numa pele que não tem nenhuma alteração, nenhuma necessidade maior. Mas quando a gente precisa de um cuidado a mais, seja por conta de manchas, espinhas, oleosidade, aí entramos na rotina de tratamento”, explica. “Nesse caso, colocaríamos adstringentes, ácidos, clareadores e faríamos uma skincare mais profunda.”

CONHECER A SI MESMO

Antes de escolher qualquer produto, é importante fazer uma consulta com o dermatologista para ter um maior conhecimento das necessidades da sua pele. “A partir daí é que vai ser traçada uma estratégia de acordo com aquilo que você precisa e também com o seu tipo de pele”, diz Bianca. Ou seja, é preciso entender o que cabe no seu bolso, na sua rotina e, claro, no seu tipo de pele. A jornalista Duda Yamaguchi, de 22 anos, aprendeu isso na infância, quando foi diagnosticada com dermatite atópica, um processo inflamatório crônico da pele, que pode levar ao aparecimento de lesões e coceira. Ela conta que, aos 14 anos, sua crise foi tão forte que a fez desenvolver piodermite, um tipo de infecção bacteriana, por todo o corpo. “Só melhorou depois que eu entrei com medicamento. E isso me fez perceber que eu não podia mais ter crises tão fortes e que precisava me cuidar. A crise ia acontecer, mas se eu cuidasse da pele a longo prazo, evitaria as mais intensas.”

Além de diminuir as crises, a rotina trouxe outros benefícios para Duda. “Na pele foi essa questão de entender que era um cuidado com a minha saúde, muito mais do que estética. Antes eu não conseguia sair de casa sem maquiagem, e cuidando da minha pele eu passei a me sentir mais confiante.”

De acordo com os especialistas, a prevenção é o melhor caminho. Por isso é interessante que a rotina de cuidados comece ainda na adolescência. Além de trazer benefícios para a pele, a prática incentiva o autoconhecimento – e pode ser associada a um momento de relax.

AVANÇADOS

Quem pega gosto pela rotina de beleza vai, aos poucos, aumentando a quantidade de produtos utilizados – e a complexidade do processo. “Costumo dizer que o skincare é o bê-á-bá do autocuidado e, conforme nos apaixonamos, começamos a incluir mais itens em nossa rotina”, diz Wendel. Nesse ponto, o ideal é criar ao menos duas rotinas: uma para a manhã e outra para a noite.

Para a rotina matinal, limpe a pele e aplique um tônico facial assim que acordar. Ele ajudará a finalizara limpeza do rosto e vai equilibrar o PH da pele. Em seguida é hora do sérum, que vai preparar a superfície e conduzir os demais ativos e produtos que serão aplicados em seguida. O hidratante e o protetor solar vêm logo depois; só então é hora de aplicar a maquiagem. Lembre-se apenas que é preciso esperar de 30 a 60 segundos para um produto ser absorvido para então seguir para o próximo.

Pela noite, como a pele fica mais permeável, é o momento de investir no tratamento. “Cleanser, tônico, esfoliantes ou máscaras faciais, sérum, hidratante e óleo essencial (que

repõe a hidratação para períodos mais frios e secos) criam uma boa skincare noturna”, conta Wendel.

O criador de conteúdo Kaiqui Andrade, de 26 anos, diz que faz o cuidado matinal por necessidade, e é no noturno, que ele consegue relaxar. “De manhã é tudo muito corrido. Agora, depois do trabalho, vai muito além do que só passar um produto. Eu falo sozinho, eu coloco música, é o meu spa diário, é o meu momento”, conta. Ele começou a intensificar os cuidados com a pele em 2018, depois de fazer um tratamento para acne. A partir daí, passou a pesquisar sobre produtos e suas composições e pegou gosto.

Para Patrícia Camargo, sócia-fundadora da Care Natural Beauty, foi na pandemia que descobrimos o quanto o banheiro pode ser um santuário. “O ritual do skincare deixou de ser visto como algo fútil para ser colocado num lugar de autocuidado e de estímulo ao amor-próprio”, afirma.

E foi justamente durante esse período que Kaiqui lançou o seu Instagram, @hidrataquepassa. “O skincare entrou na minha vida para me ajudar a aceitar quem eu sou. Hoje o conteúdo que eu crio fala até de maquiagem. Foi uma desconstrução, sabe? Eu morria de medo de sofrer preconceito.”

CUIDADOS

Com o crescimento das rotinas de beleza pelo mundo das redes sociais é preciso tomar cuidado na hora de escolher um produto novo para testar ou seguir os passo de alguém que não tem o mesmo tipo de pele que o seu. De acordo com os especialistas, isso pode ser ainda pior do que não ter uma rotina de skincare.

Lembre-se também de que as máscaras faciais fornecem benefícios instantâneos para a pele e podem ser usadas à vontade. O esfoliante, no entanto, deve ser usado de uma a duas vezes por semana para remoção das células mortas.

“O uso diário pode interferir no processo de limpeza e gerar o efeito rebote: em vez de desobstruir os poros, a produção de sebo se torna ainda maior e perdemos a camada de proteção da pele”, comenta Wendel. É possível também criar seus próprios produtos de skincare. “A clara em neve pode servir como máscara facial se misturada com uma colher de sobremesa de pó de café, uma colher de chá de mel e uma pitada de canela, que melhora a circulação da pele”, indica a dermatologista Natália Venturelli. “Já o açúcar pode ser um ótimo esfoliante natural.” Atente-se, no entanto, em garantir um bom protetor solar e hidratante específico para sua pele e, assim, evitar futuros problemas. No mercado as opções, com diferentes faixas de preço, são várias.

PROMESSA SENSORIAL

Seja pelo cheiro agradável de um produto ou pelo toque na pele, os estímulos sensoriais são incontestáveis durante o skincare. Mas a rotina de beleza pode também mexer com as suas emoções. Isso porque a pele e o sistema nervoso têm a mesma origem embrionária (ambos derivam da ectoderma). “A nossa pele tem um eixo bilateral que é uma ligação com o nosso cérebro. Então tudo que acontece na pele tem uma reflexão na área cerebral e vice-versa, pois existem na pele inúmeros receptores neurossensoriais”, explica Fernanda Chauvin.

A neurocosmética é a evolução da cosmética sensorial. Fica simples entender um aspecto dessa relação quando pensamos nas diversas doenças de pele que têm origem emocional – ou em sentimentos como a vergonha, que proporciona uma coloração avermelhada na pele. Outro lado pode ser compreendido quando entendemos que o corpo tem alto poder de absorção – evidenciado tanto em pomadas como em adesivos para a pele que ajudam na liberação de nicotina, por exemplo.

Um dos neurotransmissores mais famosos na área da neurocosmética é a beta-endorfina, que busca reproduzir os efeitos positivos da felicidade na pele. A marca Care recentemente lançou o Beauty Night Oil, um sérum de tratamento noturno que possui ativos estimuladores do neurotransmissor. “Ele atua na pele de forma reparadora e calmante, diminuindo a resposta inflamatória, ao mesmo tempo que ajuda a combater o estresse e aumentar a sensação de relaxamento mental”, explica Patrícia. Segundo ela, a beta-endorfina está diretamente ligada àquilo que colocamos na pele, sendo estimulada tanto pela parte olfativa, graças aos óleos essenciais, quanto sensorial, pela massagem.

Outras marcas nacionais que vêm investindo na tecnologia são a Simple Organic e a Ellementti Dermocosméticos, que criaram o Balm CB2 e o D-Stress Oil, respectivamente, feitos com um blend de complexos naturais (Cannabinoid Active System) e aumentam a produção de beta-endorfina.

A novidade coloca a beleza ainda mais conectada com a saúde mental e física. No entanto, a dermatologista Alessandra ressalta que essa ainda é uma área que está sendo estudada. “O mercado da skincare está em constante movimento. As pessoas estão se conscientizando sobre os cuidados com a pele e é um mercado que se especializa cada vez mais”, diz.

“Mas esse é um assunto que está começando. Não é algo que a gente veja na rotina das prescrições dos dermatologistas. Ainda são necessárias mais evidências para ver o quanto eles entregam do que prometem.”

COMEÇE A ROTINA

Veja dicas e cuidados na hora de iniciar a prática

O BÁSICO

Limpeza, hidratação e proteção. Esse é o tripé que deve estar presente em toda rotina de skincare.

ESPECIFICIDADES

Cada pele é única, por isso procure um dermatologista para descobrir quais produtos devem ser utilizados no seu caso. Isso garantirá a eficácia no cuidado com a pele.

MOVIMENTO

A hora de passar os produtos é de extrema importância. Muito além de uma massagem, o movimento das mãos também pode conferir benefícios como o lifting, redefinição das maçãs do rosto e até drenar as bolsas da região dos olhos.

ORDEM

Caso os produtos sejam aplicados na ordem incorreta, a pele não sofrerá danos, mas também não aproveitará totalmente os produtos e seus benefícios. Uma dica é pensar que as texturas mais leves (séruns e tônicos) vêm antes das mais enriquecidas (cremes e óleos).

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

JOVENS ADULTOS LGBTQIAP+ SÃO MAIS VULNERÁVEIS A DOENÇAS CARDÍACAS

Estresse provocado pelo estigma, discriminação e medo da violência aumentam o risco de problemas no coração, dizem especialistas

Em junho, o mundo celebra o mês do orgulho LGBTQIAP+. Neste momento em que muito tem se discutido sobre a comunidade, médicos especialistas destacam questões de saúde vividas por adultos que fazem parte do grupo: casos desproporcionais de varíola em homens que se relacionam com outros do mesmo sexo, altas taxas relatadas de abuso de álcool, obstáculos ao acesso a exames e tratamentos para o câncer.

Mas, de acordo com alguns especialistas, uma das desigualdades de saúde mais críticas geralmente passa despercebida.

Um conjunto crescente de pesquisas mostra que os adultos LGBTQIAP+ são mais propensos a ter saúde cardíaca pior do que pessoas heterossexuais. Lésbicas, gays e bissexuais adultos eram 36% menos propensos do que adultos heterossexuais a ter uma saúde cardiovascular ideal, concluiu a Associação Americana do Coração em 2018, com base em pesquisas de fatores de risco como tabagismo e glicose no sangue. Em 2021, a organização divulgou uma declaração sobre as altas taxas de doenças cardíacas entre indivíduos transgêneros e de gênero diverso, vinculando o cenário em parte ao estresse que vem da discriminação e da transfobia.

Os dados apoiam o que os médicos e aqueles que pesquisam a saúde da comunidade LGBTQIAP+ observaram por décadas – que elesenfrentam obstáculos específicos e abrangentes por conta das discriminações que sofrem, tendo seu cérebro e o corpo afetados.

A doença cardiovascular é a principal causa de morte no Brasil e nos Estados Unidos. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que 80% das doenças cardíacas prematuras e derrames poderiam ser evitadas. No entanto, há disparidades em relação a onde esse fardo recai dentro da população em geral.

TENSÃO E MEDO

Especialistas dizem que os adultos LGBTQIAP+ enfrentam fatores de estresse únicos – estigma, discriminação, medo da violência – que podem levar direta e indiretamente à doença.

O estresse afeta diretamente certos hormônios que regulam a pressão arterial e a frequência cardíaca, diz Billy Caceres, professor assistente da Escola de Enfermagem e do Centro de Pesquisa em Saúde Sexual e de Minorias de Gênero da Universidade de Columbia. A hipervigilância – a sensação de estar sempre no limite, constantemente procurando a próxima ameaça – faz com que os níveis de cortisol aumentem, o que pode levar a problemas cardiovasculares em longo prazo, é o que e o que explica Carl Streed, professor assistente da Escola de Medicina da Universidade de Boston.

Erin Michos, diretora associada de cardiologia preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins acrescenta que, além disso o estresse pode levar à inflamação crônica e também aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca.

“É lógico que nossos corpos respondem a esses eventos e demandas da vida realmente complexos e desafiadores”, afirma Scott Bertani, diretor da Health HIV, uma organização sem fins lucrativos focada no avanço da prevenção e cuidados para pessoas em risco de HIV.

Ele dá o exemplo do ato de sair do armário: em alguns casos, épreciso ter que repetidamente reafirmar quem são, o que geralmente vem acompanhado de uma alta carga de estresse.

Para lidar com a constante ameaça de discriminação ou assédio, muitos usam drogas como  tabaco e  álcool”, diz Streed, que também é pesquisador do Centro de Medicina e Cirurgia Transgênero do Boston Medical Center. Essas indústrias têm como alvo a comunidade   LGBTQIAP+ por meio de publicidade, especialmente durante o mês do Orgulho. Os CDCs relatam que cerca de 25% de lésbicas, gays ou bissexuais adultos usaram um produto comercial à base de tabaco em2020, em comparação com 18,8% dos adultos heterossexuais, uma disparidade que a agência atribui parcialmente ao longo histórico de campanha de marketing agressivas da indústria do fumo.

A pesquisa também identificou uma ligação entre o sono e a saúde do coração, diz Billy Caceres. Evidências crescentes mostram que os adultos LGBTQIAP+ experimentam mais problemas e interrupções do sono do que a população em geral, o que pode estar ligado ao estresse crônico.

OBSTÁCULOS

Uma pesquisa de 2017 com quase 500 adultos LGBTQIAP+, feita por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard TH Chan e da Fundação Robert Wood Johnson. descobriu que mais de um em cada seis em revistados relatou evitar cuidados de saúde  porque se preocupava com a discriminação. A hesitação significa que essa população é menos propensa a acessar cuidados de saúde preventivos que podem salvar vidas, diz Erin Michos. Todos os adultos devem ser examinados pelo menos uma vez por ano para investigar fatores de risco cardiovascular, o que costuma fazer parte do hábito de check-up rotineiro.

Outro fator de risco é apontado pela cardiologista Erin Michos. Ela diz que, embora os hormônios de transição de gênero tenham demonstrado um impacto positivo na saúde mental, há algumas evidências de que altas quantidades de testosterona e estrogênio podem ter riscos cardiovasculares. As pessoas que estão tomando esses hormônios devem consultar seus médicos para saber como manter a saúde do coração durante o tratamento.

Encontrar médicos com os quais você se sinta confortável e seguro pode ser fundamental na prevenção de doenças cardíacas, dizem especialistas.

FELICISSES

UM POUCO SOBRE LIVROS, FILMES, SÉRIES E ASSUNTOS ALEATÓRIOS

kampungmanisku

menjelajah dunia seni tanpa meninggalkan sains

Blog O Cristão Pentecostal

"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b

Agayana

Tek ve Yek

Envision Eden

All Things Are Possible Within The Light Of Love

4000 Wu Otto

Drink the fuel!

Ms. C. Loves

If music be the food of love, play on✨

troca de óleo automotivo do mané

Venda e prestação de serviço automotivo

darkblack78

Siyah neden gökkuşağında olmak istesin ki gece tamamıyla ona aittken 💫

Babysitting all right

Serviço babysitting todos os dias, também serviços com outras componentes educacionais complementares em diversas disciplinas.

Bella Jane

Beleza & saúde Bella jane

M.A aka Hellion's BookNook

Interviews, reviews, marketing for writers and artists across the globe

Gaveta de notas

Guardando idéias, pensamentos e opiniões...