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NA PANDEMIA, PROCESSOS DE ALIENAÇÃO PARENTAL DISPARAM, E LEI É ALTERADA

Polêmica, lei se refere à interferência na formação psicológica do filho por um dos pais

Ao longo da pandemia da Covid-19, os processos de alienação parental dispararam no Brasil. Foram 10.950 ações em 2020 em todo o país, de acordo com levantamento feito pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) – um crescimento de 171% na comparação com 2019.

No estado de São Paulo, dados fornecidos pelo Tribunal de Justiça (TJSP) mostram uma evolução de casos desde março de 2020, início da crise sanitária. São 154 processos em 2020, contra 471 ações no ano passado.

A lei, que está em vigor desde 2010, caracteriza como alienação parental quando o pai ou a mãe toma atitudes para colocar o filho contra o outo genitor. Entre os exemplos estão impedir o acesso e a convivência do filho, dificultar o acompanhamento das informações escolares e de saúde da criança e registrar uma falsa denúncia contra um dos responsáveis. Especialistas condicionam a multiplicação de processos à pandemia, que intensificou problemas de convivência e financeiros, além de casos de violência doméstica.

A juíza Vanessa Aufiero da Rocha, da 2ª Vara da Família de São Vicente, afirma que “durante a pandemia muitos guardiões inviabilizaram a convivência física dos filhos com o outro genitor sob o forte argumento de desejarem proteger a saúde e a vida deles.”

“Nesses casos, quando havia prova de alguma fragilidade do estado de saúde do filho, determinava-se a substituição temporária da convivência física pela convivência por vídeo chamada a fim de se manter o vínculo”, completa.

Para a advogada Flávia Panella Monteiro Martins, a escalada dos pedidos de divórcios e dos casos de violência doméstica também refletem nos processos de alienação parental.

“A convivência ficou ainda mais restrita ao lar e esses dados não são mera coincidência”, diz Flávia, associada da Escola Brasileira de Direitos das Mulheres.

“Setenta por cento dos pedidos de divórcio são feitos por mulheres, ao passo que alienação parental é mais usado por homens”, completou.

Sílvia Felipe Marzagão, advogada e presidente da comissão de Família e Sucessões da OAB-SP, diz que no início da pandemia muitas decisões judiciais suspenderam a convivência com o outro genitor.

Apesar de uma considerável queda de ações já em 2021, (5.965 casos ante 10.950 em 2020), o levantamento do CNJ aponta que a taxa se mantém em alta desde 2014, quando foram registradas 401 ações.

No mês passado, o Senado aprovou mudanças em um projeto que modifica as regras de alienação parental. Um dos pontos mantidos pela nova lei estabelece que em casos nos quais o pai ou a mãe sejam investigados ou processados por violência doméstica, caberá ao juiz decidir se o suspeito de agressão poderá ter a guarda compartilhada ou não.

Para isso, ele deverá avaliar o que é melhor para a criança ou o adolescente. Uma possível condenação por violência doméstica, por exemplo, pode ser levada em conta pelo magistrado na hora de decidir, mas não há uma obrigação legal para que isso aconteça.

“Com as exclusões, a redação final proposta pelo senado trouxe mudanças pontuais e os problemas permanecem”, diz a promotora Valéria Scarance, do Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo.

Para Flávia, essa medida prioriza a palavra do acusado e coloca a vida dos filhos em risco. “Mantiveram o que continuará sendo usado na defesa de homens agressores e abusadores”, afirma a advogada.

“A alienação parental entrou no ordenamento jurídico sem muitos debates públicos, patrocinada por uma associação de pais (homens) separados, cabe apenas a sua revogação mesmo porque a proteção das crianças e dos adolescentes estão no ECA”, conclui Flávia.

A juíza Vanessa, porém, diz que há pontos positivos no texto aprovado pelo Congresso. “A conjugalidade não pode ser confundida com a parentalidade. O fato de uma pessoa ter um relacionamento de casal conturbado não significa necessariamente que não possa ser um bom pai ou uma boa mãe.”

A proposta, que foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 18 de maio, também assegura à criança e ao genitor a visitação assistida no fórum. Além disso, estabelece caso o magistrado precisa conceder alguma liminar, antes o filho deverá ser entrevistado por uma equipe multidisciplinar, ou por um perito, que poderão ajudar na decisão.

“É importante dar voz às crianças e aos adolescentes [entrevista antes da liminar], isso está alinhado com a comunidade internacional”, afirma a juíza.

Entidades que concordam com a lei afirmam que ela cumpre uma função pedagógica. Já os críticos alegam que ela se baseia em conceitos controversos e que estigmatiza mulheres. Isso porque a regra costuma ser mais usada por homens que respondem a processos de violência sexual, violência doméstica e falta de pagamento de pensão alimentícia.

Um relatório do próprio CNJ já apontou esse uso da lei da alienação parental como estratégia de defesa.

Foi isso que aconteceu com o ex-marido de Daniela (nome fictício para preservar a identidade da filha), condenado em segunda instância a 14 anos de prisão por estuprar a filha do casal, então com 2 anos de idade. O homem mantém uma página em que defende a lei nas redes sociais e reúne mais de 15 mil seguidores.

Enquanto a ação pelo estupro corre na Justiça, ele obteve autorização para manter contato com a filha. Daniela conta que a menina se recusava a sair com o pai, alegando medo.

Agora, mesmo com ele condenado depois de quase quatro anos, o casal ainda deve se enfrentar na Justiça, em um processo de guarda compartilhada – e ele acusa a mulher de alienação parental. A promotora Valéria Scarance relembra que casos como o de Daniela não são raros. “Já vi casos em que vítimas de crimes graves eram tachadas de alienadoras porque recusaram tentar uma aproximação com os agressores pais de seus filhos, como se fossem responsáveis pela rejeição da criança em relação ao pai”.

Já Rodrigo da Cunha Pereira, presidente nacional do lbdfam, argumenta que o mau uso da lei por alguns não deveria ser o motivo para discutir a sua possível revogação. “São casos particulares. Assim como acontece com a lei de alienação parental, a Maria da Penha também pode ter o mau uso e nem por isso deve ser revogada”, afirma Cunha Pereira.

O dirigente considera ainda que se trata de um processo difícil de se comprovar, mas que, independentemente do resultado, é comum que o processo tenha um efeito pedagógico.

Silvia Felipe Marzagão, da OAB, também concorda que, apesar de se tratar de uma lei que acumula milhares de processos, é incomum a determinação judicial.

Há 21 anos atuando no direito, ela diz que só viu dois processos que condenaram, de fato, um dos genitores como alienadores.

Integrante do Conselho Federal de Psicologia, Marina Poniwas diz que o ideal seria o investimento em políticas públicas e estratégias voltadas para resoluções de conflitos.

“A lei não protege crianças e privilegia repressão e a punição como forma de resolução de conflitos e esse não é o caminho”, diz ela.

GESTÃO E CARREIRA

AMBIENTE ‘FELIZ’ NAS EMPRESAS É QUESTIONADO

Perseguir alegria no trabalho pode ser forma de desviar a atenção de demandas mais concretas, como reajustes de salário

Garry Ridge, que lidera a empresa de produtos químicos WD- 40, tem um estilo de liderança inspirado em duas fontes: Aristóteles e Larry Fink, CEO da BlackRock. “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”, diz Ridge, citando o filósofo grego. Então ele pega um mentor um memorando recente da BlackRock. “As empresas que criaram laços fortes com seus funcionários tiveram níveis mais baixos de rotatividade e retornos mais altos na pandemia”, lê, em voz alta. E adiciona seu comentário: “Dãaa!”.

Ridge gosta de lembrar aos quase 600 funcionários da WD- 40 – produto conhecido por eliminar o ranger das portas – da utilidade do trabalho deles.

Antes da pandemia, muitos desconfiavam das organizações que diziam se preocupar em manter a felicidade de seus trabalhadores. Para algumas pessoas, essa busca no trabalho – e o preço associado a ela, como um programa de US$18 mil para gestores aprenderem com o liderar equipes felizes – pode ser vista como uma alquimia corporativa que tenta transformar sentimentos em produtividade. Mas pode parecer uma pressão para sorrir e deixar de lado as demandas menos convenientes para os chefes, como trabalho remoto ou salários mais altos.

Essas críticas ganharam uma nova urgência conforme os trabalhadores e empregadores entram em conflito quanto aos planos de retorno ao escritório. Alguns profissionais dizem que preferem flexibilidade ou aumentos ajustados à inflação a incentivos corporativos, como um show de Lizzo – para os funcionários do Google.

RETORNO

Nos últimos anos, economistas comportamentais e psicólogos têm mostrado aos empregadores que existe uma justificativa para a fixação deles na positividade. Um estudo do Journal of Labor Economics descobriu que as pessoas que recebiam chocolates e assistiam a comédias – geradores conhecidos de felicidade – eram 12 % mais produtivas. Outro estudo, do Journal of Financial Economics, mostrou que as empresas na lista dos 100 melhores locais de trabalho têm maiores retornos para os acionistas do que suas concorrentes.

A ideia de que as empresas devem se preocupar com a felicidade surgiu com o aumento dos empregos sem trabalho braçal. Mas muitos veem um risco para os trabalhadores que acreditam nisso. “Seu chefe não está ali para lhe proporcionar felicidade”, disse Sarah Jaffe, autora de Work Won’t Love You Back (Seu amor pelo trabalho não éreciproco, em tradução livre). “Não importa o quanto eles digam que estão focando na felicidade, eles estão focando nos lucros.”

Enquanto milhões de trabalhadores fazem exigências ousadas a seus empregadores, principalmente em relação à flexibilidade permanente, alguns dizem que o foco na felicidade é uma distração. Afinal, os prêmios “Madre Teresa” não melhoram as condições de trabalho.

“Não acho que coisas como meditação ou qualquer outra que os empregadores estejam adotando para aumentar o bem-estar sejam iniciativas ruins”, disse Heidi Shierholz, do Instituto de Política Econômica. ”Mas elas não substituem salários decentes, benefícios dignos e cronogramas razoáveis.

EU ACHO …

ACORDO DE UNIÃO INSTÁVEL

Eu me comprometo a estar ao seu lado enquanto for agradável, divertido, estimulante, e também nos momentos em que for chato (mas não insuportável), nos momentos desanimados (mas não sem vida), nos momentos que exigirem paciência (mas não sacrifício). Quando chegarmos ao insuportável e sacrificante, eu vou embora, ou vai você – sai primeiro aquele que estiver mais perto da porta.

Eu me comprometo a estar com você sempre que der vontade, e não estar com você sempre que der vontade de estar com amigos com quem tenho gargalhadas privadas a trocar, ou quando eu precisar ficar sozinha, pois estar consigo mesma também é uma relação a ser preservada, e em troca, é óbvio: você terá todo o tempo do mundo para o seu mundo.

Eu me comprometo a amar você porque você é gentil, surpreendente, diferente, carinhoso, lindo, sem noção, pontual e tem olhos verdes, e espero que você repare que sou livre, intuitiva, durona, generosa, divertida, pontual e tenho olhos castanhos, e que nada disso garante coisa nenhuma, apenas intensifica o frio na barriga. Entrar no universo do outro é sempre uma viagem excitante.

Eu me comprometo a ter água gelada e bananas, você prometa ter vinho branco e morangos. Eu juro que vou desligar a tevê quando você chegar, você promete acender a lareira quando eu aparecer, eu vou esticar os lençóis antes de a gente deitar, você vai amarfanhar meus lençóis antes de ir embora, e isso tudo vai ser simplesmente bom.

Eu me comprometo a dizer a verdade sobre coisas que você não quer saber, mas vai perguntar: a vida amorosa antes de você aparecer, o que fiz e desfiz, a normalidade da minha adolescência (compensada por algumas bizarrices da maturidade), tudo isso entrará no espólio da nossa relação,  e eu, a contragosto, escutarei sobre todas as embrulhadas com sua ex, os sofrimentos causados por aquela que se mandou e acreditarei que sou a salvação da sua lavoura, até que a próxima me desbanque. Você sabe que paixão rima com ilusão, então me iluda e eu te iludo, até que tudo se transforme na verdade mais absoluta.

Não sei se irei gostar tanto assim dos seus primos, que você considera tão hilários, e eu não sei se você gostará tanto assim das minhas amigas, que eu considero tão extraordinárias, mas vamos confiar na nossa capacidade de fingir com toda honestidade.

E agora a razão primordial deste contrato. Se eu sumir, você fica com nossas lembranças, nossas selfies e nossas escovas de dente: proibido compartilhar. Se você desaparecer, eu fico com nossos panos sobre os sofás, nossos cachorros e nossas histórias: que, por dever de ofício, talvez eu compartilhe, mas com discrição.

E que toda essa deliciosa loucura dure para sempre até o sol raiar.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

POR QUE A VIDA SEXUAL DAS MULHERES DIMINUI APÓS A MENOPAUSA?

Estudo mostra que mudanças hormonais são apenas parte do motivo: o papel do parceiro também é muito relevante

Para muitas mulheres, o sexo após a menopausa não é tão satisfatório quanto costumava ser. Mas será que o fim dos ciclos menstruais é o culpado? Novas pesquisas sugerem que as mudanças hormonais que acompanham a menopausa são apenas parte do motivo pelo qual a vida sexual de uma mulher diminui com a idade.

 É verdade que muitas pessoas apresentam secura vaginal, dor em relações sexuais e perda do desejo – sintomas que podem afetar a frequência e o prazer do sexo. Mas o novo estudo mostra que as razões pelas quais muitas mulheres param de querer fazer sexo são muito mais complexas.

Embora a culpa da queda na frequência seja imposta as mulheres, o estudo mostra que, muitas vezes, é a saúde do parceiro que determina se ela permanece sexualmente ativa e satisfeita. Vale ressaltar que as pesquisas são focadas em mulheres heterossexuais e, portanto, não se aplica a casais do mesmo sexo.

“Sabemos que a menopausa parece ter um efeito negativo na libido, gerando secura vaginal e dor sexual”, disse Stephanie Faubion, diretora do Centro de Saúde da Mulher da Clínica Mayo em Minnesota. “Mas o que tem se tornado evidente é que o parceiro tem um papel proeminente e a saúde física dela também gera impactos.

O último estudo, publicado na revista médica Menopause, é baseado em pesquisas com mais de 24 mil mulheres que participaram de um rastreamento de câncer de ovário no Reino Unido. Com idades entre 50 e 74 anos, elas responderam a questionários de saúde sobre suas vidas sexuais. Mas o que faz esses dados serem únicos é o fato de que cerca de 4.500 mulheres também deixaram comentários por escrito, o que deu aos pesquisadores uma série de novos insights sobre a vida sexual feminina.

MOTIVOS VARIADOS

No geral, 78% das mulheres disseram ter um parceiro, mas menos da metade (49,2%) afirmou ter vida sexual ativa. As respostas sobre o porquê de terem parado de fazer sexo revelaram a dor e a tristeza por trás das estatísticas.

Algumas mulheres disseram que a vida era complicada demais para ter tempo para o sexo – o parceiro estava sempre cansado (8%) ou elas mesmas estavam cansadas demais” (9%).

• “Sinto que, no momento, meu papel na vida é criar meu filho de 12 anos. O relacionamento vem em segundo lugar.” (50 anos)

• “Preciso cuidar dos meus pais. A falta de energia e a preocupação com eles causam uma redução na atividade sexual” (53 anos)

• “Meu marido está muito ocupado com o trabalho, e eu estou ocupada com dois filhos. Ambos caem na cama no final do dia.” (50 anos)

• Problemas de saúde do parceiro foram outro tema comum. Cerca de uma em cada quatro mulheres (23%) disse que a falta de sexo era por causa de problemas físicos deles, e 11% das mulheres culpavam seus próprios problemas físicos:

• “Ele não mantém uma ereção forte o suficiente para penetração (após cirurgia de próstata e diabetes). Minha atividade sexual é limitada pela saúde do meu marido. (59 anos)

• “Meu marido teve um derrame que o deixou paralisado. As relações sexuais são muito difíceis. Permaneço com ele como cuidadora e companheira”. (52 anos)

Outras citaram problemas de saúde mental e dependência:

• “Ele bebe mais de uma garrafa de uísque por dia. Sexo é uma ou duas vezes por ano”. (56 anos)

• “Meu marido sofre de ansiedade e depressão e isso afeta nosso relacionamento” (53 anos)

• “Tomo um antidepressivo que diminui o desejo,” (59 anos)

Cerca de 30% das mulheres disseram que suas vidas sexuais foram interrompidas por falta de interesse:

• “Perdi todo o interesse e me sinto culpada.”(53 anos)

• “Vários sintomas da menopausa afetaram meu desejo por sexo, o que acho decepcionante porque gostaria de ter o mesmo desejo que tive nos últimos anos” (58 anos)

E 21% das mulheres disseram que seus parceiros perderam o interesse pelo sexo.

• “Só faço sexo duas vezes por ano. Meu parceiro perdeu a libido e nunca pensa nisso, embora me ame e se preocupe com isso”. (60 anos)

Por um lado um dos modos mais citados foi a perda de um parceiro por morte ou divórcio (37%). Entre os relatos, o de uma senhora de 72 anos:

• “Sou viúva há 17 anos. Meu marido foi meu amor de infância, não terei mais ninguém”.

Enquanto a maioria dos comentários escritos eram sobre problemas, algumas mulheres deixaram mensagens mais esperançosas.

• “Como tenho um novo parceiro há um ano, acho que minha vida sexual nunca foi melhor e certamente muito frequente. É a razão da minha felicidade, contentamento e bem-estar.” (59 anos)

 •” O sexo acontece com menos frequência do que quando mais jovem. Nos dois nos cansamos, mas quando fazemos é bom.” (64 anos)

MELHOR ATENDIMENTO

Os dados e comentários foram analisados por Helena Harder, pesquisadora da Brighton and Sussex Medical School, e colegas. Ela disse que os depoimentos mostram que os médicos precisam ter conversas mais frequentes com as mulheres sobre sexo.

“As mulheres dizem que lamentam que as coisas tenham mudado. Elas gostariam que fosse diferente”, diz Harder. “Mas, em geral, isso não está sendo discutido.

Stephanie Faubion observa que existem tratamentos disponíveis para ajudar mulheres que tem secura vaginal e sentem dores durante o sexo. Além disso, dois medicamentos para aumentar a libido feminina foram aprovados nos EUA.

Uma boa alternativa é educar mulheres e casais. Trabalhar com um terapeuta sexual pode ajudar as mulheres a lidar com problemas de ansiedade e baixo desejo. Um psicólogo ensina as mulheres que, embora o desejo sexual espontâneo possa diminuir, elas podem planejar o sexo, e o desejo geralmente retorna quando a atividade recomeça.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

QUANTIDADE CERTA DE ANSIEDADE PODE EVITAR SITUAÇÕES DE RISCO

Pode ser debilitante, mas em grau normal, se destina a nos manter seguros

Durante toda minha vida adulta, tentei evitar dirigir. Eu podia alegar todo tipo de motivações nobres: preocupação com o meio ambiente, desejo de economizar, os benefícios à saúde ganhos por caminhar ou andar de bicicleta. Mas minha motivação principal é que sou ansiosa.

E se eu fizesse alguma coisa estúpida e acidentalmente pisasse no acelerador em vez do freio? E se uma criancinha de repente saísse correndo no meio da rua? E se outro motorista estivesse distraído?

Em 2020 eu já conseguira passar oito anos sem pegar na direção, apesar de ter ganho minha carteira de habilitação quando ainda estava no colégio.

Então chegou a pandemia. Depois de um ano onde enclausurados em nosso bairro em Manhattan, minha pequena família de três pessoas ansiava por ver novas paisagens. Reservei um lugar para ficarmos na serra dos Adirondacks, a três horas de carro de Nova York. E, pela primeira vez na vida, me matriculei numa auto escola.

Naquele primeiro dia, cheguei me sentindo enjoada e com medo, tensa e com o cérebro em alerta máximo.

No entanto, o instrutor me garantiu que não iria morrer – não íamos dirigir em velocidade suficiente por isso, ele explicou – e depois me falou algo que ninguém jamais me havia dito: “O medo nunca te abandona”.

Você aprende a controlar o medo, ele explicou. Aprende a ter medo suficiente para ficar alerta e prestar atenção ao que está à sua volta, mas não o suficiente para ficar hesitante demais.

A noção de que eu não precisava eliminar minha ansiedade completamente me deixou mais à vontade. Especialistas dizem que ter alguma ansiedade, especialmente quando você enfrenta uma situação estressante, não é necessariamente ruim. Pode até ajudar você.

A ansiedade é uma emoção incômoda e que frequentemente é alimentada pela incerteza. Pode gerar preocupação e medo intenso, excessivo e persistente, não apenas em relação a eventos estressantes, mas também a situações cotidianas.

Geralmente também há sintomas físicos, como frequência cardíaca elevada, tensão muscular, respiração acelerada, transpiração e fadiga.

A ansiedade excessiva pode ser debilitante. Mas a ansiedade em grau normal se destina a nos conservar em segurança, dizem especialistas.

“A emoção da ansiedade e a resposta subjacente de estresse fisiológico evoluíram para nos proteger”, disse a neurocientista Wendy Suzuki, autora de “Good Anxiety” (Boa ansiedade, em inglês).

Em seu livro, Suzuki explica que controlar o estresse pode ser mais útil que eliminá-lo. Segundo a lei de Yerkes-Dodson, teoria que se originou no início do século 20 a partir de e experimentos com camundongos, níveis crescentes de excitação cognitiva, ou estresse, podem melhorar o desempenho – mas apenas até certo ponto.

Representada por uma curva no formato de montanha, a teoria mostra que depois de a curva chegar ao ápice níveis mais altos de estresse podem fazer o desempenho cair.

Quando a ansiedade é excessiva, disse Suzuki, ela tende a ser menos útil. O primeiro passo para controlar a ansiedade que prejudica você é reconhecer quando você está se sentindo ansioso demais e tentar se acalmar.

“A dica nº 1 que dou às pessoas é ativar o sistema nervoso parassimpático – os neurônios que podem baixar a frequência cardíaca e ajudar a pessoa a se sentir mais calma -, com a ajuda da respiração profunda”, ela disse. “Essa é uma ferramenta muito útil com a qual contar.”

A respiração profunda pode ser praticada a qualquer hora e em qualquer lugar, ela disse, quer você esteja parado numa fila, sentado numa sala de aula ou, como é o meu caso, dirigindo um carro.

Atividade física – mesmo algo tão simples quanto caminhar ao ar livre – pode elevar o nível de serotonina e dopamina do cérebro, disse Suzuki, e isso também ajuda a fazer a ansiedade cair para um nível mais controlável.

Um certo grau de ansiedade pode ajudar as pessoas a prever obstáculos, permanecer prudentes e ser organizadas, disse Ellen Hendriksen, psicóloga clínica em Boston e autora do livro “How to Be Yourself. Quiet Your lnner Critic and Rise Above Social Anxiety (Como ser você mesmo: silencie seu crítico interno e fique acima da ansiedade social, em português).

Mas, ela disse, se a ansiedade está deixando você incomodado com muita frequência, atrapalhando seu dia a dia e impedindo você de viver a vida que deseja, isso indica a necessidade de ajuda adicional, imediatamente de um profissional de saúde mental.

O psicólogo da Filadélfia Seth Gillihan, autor de “The CBT Deck for Anxiety, Rumination and Worry: disse que frequentemente se sentia ansioso antes de começar seu dia de trabalho. Na época, ele se preocupava em controlar sua ansiedade, não em investigar o que a estava causando. Finalmente se deu conta que o problema não estava na ansiedade propriamente dita.

“Eu vinha trabalhando havia muito tempo de uma maneira que não era sustentável”, disse Gillihan, cujos problemas de saúde às vezes se tornam impeditivos para cumprir um dia de trabalho completo.

Ele então reduziu seus horários de atendimento e começou a passar mais tempo escrevendo e gravando podcasts, duas das coisas que mais gostava de fazer.

Agora ele se sente grato por ter ouvido o que seu corpo estava tentando lhe comunicar, em lugar de tentar reprimir aquelas sensações.

“Multo do sofrimento que a ansiedade nos causa vem da resistência que opomos a ela”, ele explicou. “Costumamos dobrar o sofrimento quando ficamos ansiosos e também pensamos ‘preciso parar de ficar ansioso’. Passamos a combater em duas frentes”.

“Eu encaro a ansiedade como um alarme – como um detector de fumaça, por exemplo. Um bom alarme não passa o tempo todo silenciado”.

Se você se descobre superestimando, o risco de alguma coisa terrível acontecer, comece por reconhecer sua ansiedade e encará-la objetivamente. É a recomendação de Joel Minden, psicólogo clínico no Centro Chico de Terapia Comportamental Cognitiva, na Califórnia, e autor de “Show Your Anxiety Who’s (Mostre a sua ansiedade que é o chefe, em português).

Procure lembrar que essa é a reação emocional que ocorre quando você prevê que vão acontecer coisas ruins, ele disse. É uma irritação, um inconveniente – “quase como se meu cérebro nesse momento fosse uma criança tendo um ataque de raiva”:

Seja paciente e gentil consigo mesmo, ele recomendou, como seria com um amigo. Dê passos pequenos e controláveis para enfrentar seus medos. “Esta é uma oportunidade para aprender a aceitar e tolerar a ansiedade”, ele acrescentou.

Todd B. Kashdan, professor de psicologia e diretor do Laboratório de Bem-Estar da Universidade George Mason, em Fairfax, Virgínia, estava criando coragem para finalmente tentar praticar escalada ao ar livre no Arizona. Ele começou de maneira modesta, treinando na parede de escalada em sua academia.

Na primeira tentativa que ele fez ao ar livre, suas mãos transpiravam tanto que o giz ficava saindo. Um dos guias lhe apresentou uma escolha: você pode ficar no chão – sozinho, no meio do deserto ­ ou pode escalar, levando sua ansiedade junto.

“Meu coração estava explodindo” contou Kashdan, coautor de ‘The Upside of Your Dark Side (O lado bom de seu lado ruim, em português), livro que trata da utilidade da raiva, ansiedade e medo.

“Mas eu tinha uma tarefa muito clara a desempenhar e sabia que poderia dar conta dela com a ansiedade, porque aquele guia especializado me contou que ele mesmo já havia feito isso, que as pessoas fazem e que eu ia fazer”.

As pessoas ansiosas tendem a ser cuidadosas e, segundo Alice Boyes, autora de “The Anxiety Toolkit” (A caixa de ferramentas da ansiedade, em português), podem canalizar essas tendências para uma atitude mais consciente.

‘”Eu mesma sempre fui ansiosa”, ela disse. “Era o tipo de criança que se recusava a ir a um acampamento de férias ou a passar a noite na casa de outras pessoas. Vivia sentindo dor de barriga ou algo do tipo, antes de eventos esportivos na escola.”

Já adulta, ela continuou a preocupar-se com a possibilidade de as coisas darem errado, mas também começou a traçar planos para o caso de emergências. Isso ajudou a acalmar seus receios e reduzir a probabilidade de eventualidades muito graves.

Quando vai partir para algum lugar, por exemplo, Boyes olha no mapa antes para ver como chegar a seu destino e estuda as ruas em volta para evitar a possibilidade de se perder. O objetivo é traçar um plano que ajude você a reduzir seus receios e então seguir o plano.

No meu caso, preparar-me com antecedência foi o que acabou me dando a confiança necessária para dirigir até o interior do estado. Para isso foram necessárias oito aulas de direção, uma mensagem de texto de último minuto para meu instrutor e um carro alugado com recursos de segurança avançados.

Finalmente fizemos as malas e partimos. “Mamãe é a motorista!”, disse minha filha de quatro anos no banco de trás. ”Isso mesmo”, respondi começando a sentir um pouco de orgulho de mim mesma. “Sou a motorista.”

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