DORMIR MAL PODE REVERTER GANHOS DE DIETA E EXERCÍCIOS
Es1udo mostra que pessoas com menos de 6 horas de descanso por dia são mais propensas a engordar de novo um ano após emagrecimento

Dormir pouco pode estragar o esforço para perder peso após uma temporada de exercícios e alimentação regrada, mostram pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca. Os resultados foram apresentados no Congresso Europeu sobre Obesidade, neste ano realizado em Mastricht, na Holanda.
Na pesquisa, ainda não publicada em um periódico científico, foi utilizada uma escala para avaliar o sono dos participantes, medida entre O e 21 – sendo o número mais alto um indicativo de que o descanso é o “pior passivei”. A partir daí, os especialistas dividiram os grupos, tendo em vista um recorte de tempo: osque dormiam mais de seis horas e os que não chegavam a esse tempo de descanso.
Munidos da divisão dos participantes como bons e maus dormidores, os especialistas encontraram indicativos de que as pessoas que dormiam menos de 6 horas por noite aumentaram seu IMC (Índice de Massa Corporal) em 1,3 ponto a mais do que a média dos que descansavam mais que seis horas. Quem alegou ter má qualidade do sono, por sua vez, também teve ganho de 1,2 pontos do IMC, após um ano da perda de peso, quando comparado com os que não relataram problema para dormir.
O índice utilizado para avaliar a qualidade de sono dos participantes é o desenvolvido pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Nesta metodologia, os pacientes são induzidos a avaliar diversos aspectos de seu período de descanso. Entre eles: a duração do sono, uso de medicação para adormecer, sonolência diurna e uma classificação genética de sua condição. O resultado se dá por meio da pontuação. Quem marca mais de 5 pontos tem a qualidade das “dormidas” consideradas como ruins.
OBESIDADE
Inicialmente, na mesma pesquisa, foram formados dois grupos de pessoas, como obesidade, que passaram por dietas para emagrecimento – de baixíssimo nível calórico, com apenas 800 kcal por dia – ao longo de oito semanas. Após a temporada, em média, os participantes do estudo perderam 12% de seu peso inicial.
A pesquisa contou com 195 adultos, entre 18 e 65 anos, com IMC variando entre 32 e 43 pontos – o que engloba graus de I a III de obesidade, acompanhados por 52 semanas.
No estudo houve o uso de um medicamento (liraglutida) versus grupo placebo, mas não foi observada diferença entre os que tomaram, ou não, o fármaco. Em outra iniciativa, ambos os grupos foram submetidos a baterias de exercícios, com séries de spinning e treino funcional de 45 minutos. Embora o estudo não determine qual o funcionamento corporal específico, que relacione a pouca qualidade do sono e o ganho de peso após uma temporada de emagrecimento, a pesquisadora Signe Torekov, professora da Universidade de Copenhague deu algumas pistas do que pode estar por trás da correlação.
“É possível que as pessoas que têm uma rotina ruim de sono sintam mais fome ao longo do dia. Outra análise possível é que essas pessoas, pela falta de descanso, tenham menos disposição para fazer exercícios”, explicou.
Torekov ainda diz que a perda de peso colabora com a melhora global do sono.
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