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Casos de HIV positivo paralisam indústria pornô do Brasil e põem em xeque o costume de filmar os atores transando sem camisinha

“Um exame negativo para HIV não tem grande valor quando realizado recentemente. Uma pessoa pode estar infectada e apresentar resultado negativo”, diz o médico e professor Rodrigo Molina, um dos maiores especialistas em Aids do país, acrescentando que um exame realizado logo após a relação sexual também não tem qualquer serventia. “A positividade ocorrerá após duas semanas ou mais”.

Ele afirma que, no período após uma exposição de risco, devem ser evitadas relações desprotegidas. Isso não acontece, no entanto, segundo os profissionais do ramo – atores pornô fazem exames com frequência semanal, às vezes mesmo diária.

Segundo o  infectologista Valdir Sabbag Amato, a prática da indústria é “um absurdo”. Ele reforça os alertas de Molina. “Usar o preservativo é a maior das seguranças. Atores e atrizes estão se expondo a um risco imenso”, diz ele.

Casos como os três recentes provavelmente jamais teriam acontecido nas duas maiores  produtoras de filmes eróticos do país. Sexy Hot – também um canal na televisão – e Brasileirinhas. Isso porque elas não só exigem exames de HIIV como também o uso de preservativos em suas produções.

Procurado, o Sexy Hot, administrado pelo Grupo Globo e a Playboy Brasil, afirmou que em julho do ano passado decidiu ainda não comprar mais nenhum filme nacional que não faça uso de preservativos nas filmagens.

Fontes próximas afirmam, no entanto, que a resolução aconteceu em janeiro deste

ano, após vazar a informação de que havia atores infectados com HIV, e que a empresa negociou filmes nacionais retratando sexo sem proteção nos últimos meses de 2021.

Já a Brasileirinhas encaminhou um comunicado enviado a todos os atores que já trabalharam na empresa afirmando que o uso de camisinha é obrigatório em suas produções desde 2014. Segundo a casa, a última vez que adquiriram um filme de terceiros sem o uso de preservativos foi em 2015.

“Estamos com muitas meninas falando mal do pornô como um todo, dizendo que se arrependem (de ter feito os filmes). Todas as meninas tomavam Pr EP (sigla para Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, método de prevenção do vírus que consiste na ingestão diária de um comprimido e que tem taxa de eficácia de 90% contra a infecção, segundo o governo) e achavam que estavam protegidas e podiam transar sem camisinha e às vezes até sem exames em suas vidas privadas”, diz o texto.

Ambas as produtoras, porém, têm em seus acervos milhares de filmes sem uso de preservativos que, seguirão disponíveis ao público. Os filmes estrangeiros – sem camisinha – também continuarão a ser adquiridos. Apesar de estarem no topo da indústria pornô do país, o número de produções tanto do Sexy Hot e da Brasileirinhas é baixo se comparado ao das demais produtoras. Cada uma produz apenas cerca de cinco filmes por mês, enquanto as outras 15 que compõem o mercado cinematográfico nacional erótico são responsáveis por mais de 100 filmes mensais.

São elas a HardBrazil e a RM – de porte médio e outras companhias minúsculas, além de atores que produzem e estrelam seus próprios títulos para o XVídeos ou o Onlyfans.

Procurada, a representante brasileira da XVídeos informou que a plataforma não tem responsabilidade sobre os conteúdos publicados na sua rede e que não comentaria o assunto. Vale lembrar que um caso de HIV chegou a parar a indústria pornô americana em agosto de 2011, depois que um dos seus artistas recebeu um diagnóstico positivo de HIV. Ele nunca teve o nome divulgado.

A interrupção das filmagens foi acompanhada por todas as grandes produtoras do setor, então preocupadas com a repercussão daquele caso. Meses mais tarde, porém, tudo voltou a ser como era antes. Nos Estados Unidos, a prática é que os atores façam testes para o HIV mensalmente, mas também não existe qualquer obrigatoriedade do uso de preservativos.

Tanto é assim que não foi a primeira vez que um caso do tipo ocorreu. Um ano antes desse caso, o ator Derrick Burris também contraiu HIV em uma gravação e passou a militar pelo uso de camisinha em todos os filmes.

Até hoje, porém, a sua luta e a de organizações não governamentais de saúde são ignoradas. Há vários projetos de lei nos Estados Uni dos que buscam criar uma lei que obrigue o uso de preservativos na indústria pornô, mas eles sofrem com o lobby do mercado bilionário.

Segundo a estimativa mais recente desse ramo, de cinco anos atrás, essa indústria movimentaria cerca de US$15 bilhões por ano só nos Estados Unidos., Lembrando que naquele ano plataformas de streaming como XVídeos, XHamster ou OnlyFans, responsáveis pela explosão do consumo de vídeos eróticos, ainda não eram tão conhecidas.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 26 DE FEVEREIRO

SE O MEU POVO

… se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra (2Crônicas 7.14).

O avivamento começa na igreja e a partir dela transborda para o mundo. O avivamento tem início quando o povo de Deus reconhece seu pecado, se humilha diante de Deus e ora com fervor buscando restauração. Quando Deus perdoa os pecados do seu povo e o restaura, a bênção se espalha para o mundo e a cura brota sem detença. A maior necessidade da igreja hoje é de um avivamento. Os sinais de sequidão espiritual podem ser vistos em todos os lugares. Igrejas outrora pujantes estão minguando hoje. Seminários que formaram missionários ontem são agentes de incredulidade hoje. Nações que experimentaram avivamento ontem são consideradas pós-cristãs hoje. Crentes que foram cheios do Espírito Santo ontem vivem áridos como um deserto hoje. Ah, é tempo de chorarmos pelos nossos pecados. É tempo de nos humilharmos sob a poderosa mão de Deus. É tempo de reconhecermos nossa falta de fervor e nossa escassez de frutos. Antes de os céus se fenderem, os joelhos precisam dobrar-se. Antes de as torrentes serem derramadas do céu, nossa alma precisa estar sedenta. Antes de o avivamento chegar, a igreja precisa orar. A igreja não pode promover o avivamento, mas pode e deve preparar o caminho de sua chegada!

GESTÃO E CARREIRA

O NOVO DE NOVO

Com o retorno presencial aos escritórios, profissionais com filhos repensam a rotina e até a decisão de continuar nas empresas. Saiba como acolher, apoiar e engajar esses funcionários

O trabalho remoto trouxe para os pais a possibilidade de organizar uma rotina mais próxima dos filhos. Apesar das dificuldades, principalmente para as mães, o modelo se mostrou adequado para esse público. Um estudo da consultoria Talenses com 1.120 mulheres apontou que 94% acreditam que o home office veio para ficar, e 75% delas preferem o modelo híbrido. “Esses pais e essas mães conquistaram uma flexibilidade, uma presença na construção de vínculo com os filhos, que não estão dispostos a perder”, afirma Michelle Levy Terni, sócia da consultoria Filhos no Currículo, parceira da Talenses na pesquisa. “Muitos relataram a sensação de relacionamento fortalecido, que faz bem para o desenvolvimento da criança e também para o adulto, inclusive como profissional.”

Quando as empresas não incentivam o equilíbrio entre as atividades pessoais e do trabalho, as mulheres precisam fazer mais renúncias, o que pode comprometer, inclusive, a saúde mental delas. “É que ser saudável emocionalmente é trabalhoso: é preciso tempo para movimentar-se, c:uidar da alimentação, dormir de maneira satisfatória, desfrutar das relações pessoais”, afirma Desirée Cassado, psicoterapeuta e professora da The School of Life. “E as mulheres com filhos, especialmente, sofrem sobrecarga e costumam dedicar os dias a cumprir as tarefas do emprego e da casa.”

O estudo também mostrou que mulheres sem filhos e mães que têm posição de liderança e contam com uma rede de ajuda tiveram mais oportunidades de carreira do que as demais, indicando que há uma parcela de profissionais precisando de mais apoio das empresas “Nosmeus atendimentos clínicos, vejo que há pouco espaço nas corporações para discussões reais sobre como conciliar demandas familiares com trabalho”, afirma Desirée. “Quando há acolhimento corporativo, meus clientes relatam muito mais satisfação com o trabalho. Mais satisfeitos, eles se sentem ainda mais engajados e leais à equipe e aos projetos.”

REMOTE FIRST

Um modelo de trabalho capaz de auxiliar mães e pais a não perderem a presença familiar conquistada no home office é o remote first, modalidade híbrida em que a companhia prioriza o trabalho remoto, mas mantém um escritório para encontros presenciais esporádicos.

A General Mills, multinacional do setor alimentício, começou em janeiro de 2022 a testar esse modelo. Para chegar à decisão, a empresa realizou uma pesquisa com os funcionários para entender qual seria a melhor alternativa para colocar em prática neste momento. Cerca de 90% das pessoas disseram que gostariam de continuar trabalhando remotamente e comparecendo ao escritório em alguns dias. “Foi um quebra-cabeça montar um formato adequado que contemplasse essas expectativas sem perder a cultura já criada coletivamente, ao longo dos anos, no ambiente físico”, afirma Hugo Moraes, diretor de RH da General Mills no Brasil.

A partir dessa investigação, a companhia optou por se declarar uma empresa “essencialmente virtual”, definindo que os momentos para estar junto no escritório seriam especiais, com um propósito maior apelidado de quatro “Cs”: conectar, criar, celebrar e colaborar. “A gente fez um trabalho com as diretorias para entender em quais momentos as pessoas geralmente seriam convocadas para o presencial”, afirma Hugo. “E descobrimos que, na maioria dos casos, os funcionários precisariam ir ao escritório de uma a três vezes por mês, e não por semana.” Esse dado motivou reflexões sobre a real necessidade do controle da jornada e de ponto, já que a demanda era por maior flexibilidade, trabalhando em um horário que fizesse sentido para cada um.

Além do fim do ponto eletrônico para funções que permitem a jornada 100% flexível, algumas medidas adotadas ao longo da pandemia permaneceram, como a orientação para evitar reuniões no período de almoço e o bloqueio de agencia para os encontros virtuais antes das 8 e após as 17 horas. Esse cuidado em relação aos horários é uma prática que os especialistas incentivam para empresas que queiram acolher quem tem filhos, pois é nesses períodos que antecedem e sucedem a jornada clássica que as pessoas geralmente precisam de uma pausa para, por exemplo, levar ou buscar as crianças na escola; ou fazer as refeições juntas. Outras práticas da General Mills que são amigáveis a esse público são a licença-maternidade de seis meses e a licença- paternidade de 20 dias. A empresa também possui um programa de parentalidade chamado Bem Nascer, com uma equipe dedicada a ajudar na marcação de exames e consultas médicas pelo plano de saúde. “A gente entende que é importante manter um diálogo constante para compreender o surgimento de novas demandas e a adaptação aos novos modelos de trabalho. Em março, faremos uma nova conversa com todos sobre isso, para acompanhar o andamento”, afirma Hugo. Com a crise sanitária, muitas mães encontraram dificuldade para permanecer trabalhando. Em muitos casos, o motivo não foi falta de disponibilidade delas, mas, sum, ausência de flexibilidade das empresas ou até preconceito, já que a maternidade é falsamente percebida corno um desacelerador da produtividade. “A gente analisou um estudo que mostrou que somente 50% das mães conseguem continuar no ambiente profissional, por causa de diversas questões, entre elas não ter quem cuide do filho ou mesmo para poder estar presentes em casa nos anos iniciais da criança”, diz Ana Paula Tárcia, diretora de pessoas e cultura do Banco BV. “Então decidimos fazer algo que trouxesse essa mulher de volta para o ambiente corporativo”.

MENTORIA

Em 2021, o BV lançou um programa de contratação exclusivo para mães que estavam fora do mercado de trabalho. As profissionais contratadas receberam mentoria de carreira conduzida pela consultoria Filhos no Currículo. E a jornada de desenvolvimento segue para as candidatas que não foram aprovadas no processo seletivo para as 12 vagas: todas continuam com a oportunidade de participar de palestras e workshops sobre recolocação no mercado e qualificação para outras oportunidades.

Além do programa, o banco terá iniciativas de acompanhamento domiciliar para gestantes de risco, orientação nutricional, sala de lactação, jornada flexível e plano de desenvolvimento e mentoria de carreira para esse público.

ISONOMIA PARENTAL

Criar condições para que a divisão de tarefas nos cuidados com a criança aconteça é também uma responsabilidade corporativa. Por isso, as empresas estão aumentando ou igualando as licenças- paternidade e maternidade, além de incluir o pai em programas de benefícios e de conscientização historicamente destinados às mulheres. O BV ampliou o período de licença parental para funcionários que tiverem filhos ou adotarem. Para mães e casais homoafetivos, o tempo pode ser de até 180 dias; para os pais, de 90 dias, podendo ser utilizado em um prazo de até um ano a partir da chegada da criança. Atualmente, a legislação brasileira prevê 120 dias de licença para a mãe e cinco dias para o pai. Mas está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei pedindo a alteração para que ambos tenham direito a 180 dias. A proposta surge como uma forma de reforçar o vínculo socioafetivo com a criança, mas também a igualdade de gênero nos cuidados. Na Espanha, desde o início de 2021, pais e mães têm direito ao mesmo período de licença, de 16 semanas após o parto. “Essa questão de trazer protagonismo para a paternidade passa por trabalhar a cultura, mas também por estabelecer políticas formais”, afirma Michelle, sócia da consultoria Filhos no Currículo. Para ela, existe uma mudança de entendimento importante nesse processo, que é deixar para trás a mentalidade do “eu ajudo” e passar a utilizar a do ”eu cuido”. Para isso, as lideranças precisam também ser treinadas, evitando constranger os homens que optam pelo prazo estendido da licença. “É necessário evitar, por exemplo, piadinhas como a famosa frase “Vai ficar de babá hoje?”, diz. “Isso traz a ideia de que filho é cuidado da mulher, e não do pai.”

Deixar claro que usufruir desse momento com o filho é uma opção benéfica, e não um risco à carreira, também é fundamental. “O que mais preocupou na pesquisa foi o receio das pessoas de contarem que vão ter filhos e precisarão se ausentar”, afirma Isis Borge, diretora associada da consultoria Talenses. “Há empresas com licença- paternidade estendida, mas o que vemos são muitos homens não tirando esse tempo por medo de se ausentar e perder o espaço. Por isso que a gente sempre encoraja que homens em cargos de gestão tirem a licença, para dar o exemplo.”

COMO SER UMA EMPRESA PRÓ-TALENTOS

Criar condições para que os profissionais sigam na companhia é uma premissa válida para todos os públicos internos, ainda que cada um tenha suas necessidades. Veja como engajar funcionários com filhos

RESPEITAR HORÁRIOS

Estabelecer como política da empresa a não realização de reuniões em determinados horários é uma alternativa para permitir que pais e mães possam buscar os filhos na escola e fazer refeições em família.

DAR TEMPO

Assim como aconteceu no início da pandemia, funcionários com filhos precisam de um período de adaptação à nova rotina, especialmente quem tem criança em casa. Crie grupos de escuta e, se possível, ofereça um canal de atendimento psicológico às equipes.

SER EXEMPLO

É fundamental treinar as lideranças sobre parentalidade e equidade de gênero e orientar que os próprios gestores sejam exemplo e aproveitem o benefício da licença- paternidade estendida.

ACOMPANHAR

O ideal é medir as entregas, e não os horários. E lembre que os novos modelos de trabalho ainda estão em construção. É importante promover a escuta ativa e empática para saber o que está funcionando e o que é necessário melhorar.

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA ACOLHEDORA

Pesquisa da consultoria Talenses sobre os impactos da pandemia na vida das mulheres revela desafios de gestão na volta ao escritório

EU ACHO …

O ENCURTAMENTO DAS DURAÇÕES

Quanto tempo leva para superar a dor da perda? Quanto tempo para digerir uma rejeição? Absorver que um sonho terminou? Esquecer uma frustração? Uma mágoa de infância? Um trauma? Uma demissão? Os psicanalistas provavelmente responderão que é preciso respeitar o ritmo de cada um. Há quem seja rápido na retomada da vida, os legítimos representantes da seita “A fila anda”. E há os mais lentos, que necessitam de um acompanhamento mais intensivo. Não há como decretar: dois dias, dois meses, dois anos.

Só que a maioria da população não procura psicanalistas. Não tem dinheiro pra isso, e muito menos disponibilidade. As pessoas não podem parar no meio do dia para se consultar, pois trabalham insanamente, e tampouco possuem tempo para, segundo elas, desperdiçar. Sabe-se que análises são demoradas, que buscam e rebuscam nossa intimidade, que não é num estalar de dedos que se atenuam as dores internas. E qualquer coisa que demore, hoje em dia: não, obrigada.

Que inquietação. O passado e o futuro são dois períodos que já não interessam: cultua-se o presente como nunca antes. O que vale é este momento, agora, o instante vivido. Tudo digitalizado, virtual, instantâneo. Quem ainda espera dias por uma resposta? Meses por uma solução? Na vida burocrática, governamental, a demora ainda é praxe e se vale da morosidade para arrecadar mais e mais dinheiro, mas no plano pessoal, encurtaram-se as durações. Vive-se tudo de forma mais compacta, o começo e o fim mais próximos do que jamais foram. E acabamos impregnados dessa urgência, dessa vontade de resolver todas as tranqueiras com a maior agilidade possível.

Porém, há tranqueiras e tranqueiras.

Você consegue resolver pendências profissionais de imediato, consegue tomar decisões práticas sem se alongar: parabéns. Salve a produtividade. Mas não foram essas as questões levantadas no início desse texto. Falávamos de tristezas, de cicatrizar feridas, de aceitar o destino que nos coube, de assimilar mudanças. Essas trocas de estado de espírito são como violências físicas, porém internas: seria ótimo se pudéssemos passar uma pomadinha, dar pontos, colocar uma tala para proteger nossas fraturas invisíveis. Já pensou? Uma assopradinha e estamos prontos para outra.

Sentimentos não são regidos por megabytes por segundo, não se vinculam a relógios, não obedecem a leis objetivas – é o curso da natureza que manda. E a natureza é surda e cega para o desatino. Exige a introspecção devida, sem a qual nada se resolve, só se mascara.

Diante da dor emocional, só há uma ordem a respeitar: paciência. De nada adianta inventar alegrias fajutas e se oferecer para a cobiça do mundo sem antes estar com a alma serenada e forte. É preciso saber esperar, do contrário a gente se atrapalha e só reforça a miséria existencial que preenche as madrugadas. Basta de tanta gente evitando pensar, evitando chorar, evitando olhar para dentro de si mesmo, sorrindo de um jeito tão triste que só faz demorar ainda mais o reencontro com o sorriso verdadeiro – aquele aguardando a hora certa de voltar.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

PLANEJAMENTO E CONFIANÇA NO MÉDICO: A FÓRMULA PARA UM PARTO TRANQUILO

Embora imprevistos possam acontecer, conversar sobre os procedimentos com antecedência aumenta a segurança da gestante

Recentemente, foi divulgado um vídeo do parto da filha mais nova da influenciadora digital Shantal Verdelho em que o médico Renato Kalil menciona algumas vezes a episiotomia, um corte no períneo, região entre o ânus e a vagina, que poderia acelerar o nascimento do bebê. Nas imagens, é possível ver que Shantal deixa claro que não deseja a realização do procedimento e, por isso, o médico a chama de “teimosa” sem esclarecer por qual razão estava recomendando aquela intervenção.

É claro que, em alguns casos, um procedimento não desejado pela gestante pode ser necessário, mas isso deve ser conversado e explicado claramente pela equipe médica durante o pré-natal ou até durante o trabalho de parto. Quando isso é feito, uma relação de confiança é estabelecida – ela é fundamental para que a gestação e o parto sejam serenos. “As consultas pré-natal são fundamentais para uma gestação tranquila e sem percalços e para que o parto seja o mais adequado e feliz para aquela mulher e para aquele bebê que está chegando”, explica Marilice Mattos Dall Aglio Pastore, ginecologista e obstetra com mais de 45 anos de profissão e mais de mil partos realizados.

“A gestação é dividida em semanas e para cada fase existem acontecimentos e exames importantes que devem ser seguidos. Nesse processo, é importante que o casal se sinta confiante para acessar seu médico sempre que aparecerem dúvidas ou sintomas não esperados. A informação antecipada ou o que se espera que aconteça e o que pode acontecer mesmo que não seja o que queremos é importante”, completa Marilice.

PLANEJAMENTO

Outra forma de deixar a gestante mais tranquila no momento do nascimento do bebê é fazer um plano de parto. Esse documento, que deve ser elaborado junto com a equipe médica que a acompanha, contém o que a mãe deseja antes, durante e logo após o parto. Na formulação do plano devem ser consideradas as condições da gestante e do local para saber se o que ela deseja será viável ou não. É importante também que o acompanhante na sala de parto participe da construção do documento ou pelo menos tenha profundo conhecimento dele, já que, durante o procedimento, ele pode ser o porta-voz da gestante.

Mas é importante lembrar que, mesmo com um plano de parto em mãos, a equipe médica pode ter de realizar algum procedimento não planejado inicialmente. Por isso, mais uma vez a confiança em quem faz o acompanhamento da gestante é fundamental. Só assim a mulher terá certeza de que qualquer coisa diferente do combinado foi realmente necessária.

Foi esse pensamento que fez com que Mariana Dacal, empresária, mãe da Estela, de sete meses, trocasse de obstetra quando estava entrando no nono mês de gestação. “Sempre deixei claro para minha médica que queria parto normal, preferencialmente. Sei que a cesárea é um recurso maravilhoso, que salva vidas – eu mesma sobrevivi graças a uma cesárea, mas queria usar somente se fosse realmente necessário. Tive uma consulta com a obstetra com 35 semanas e ela deixou muito claro o seu posicionamento a favor da cesárea e contra o parto normal. Pesquisei o índice de cesárea dela e era quase 90%. Naquele momento, entendi que ela iria me levar para uma cirurgia em qualquer cenário”, lembra.

Foi então que ela percebeu que precisaria mudar de médico. “Uma parteira e enfermeira obstétrica maravilhosa me acompanhou na gestação e foi essencial nesse processo: ela me indicou um obstetra adepto do parto natural, eu mudei e foi a melhor decisão que tomei.”

Mesmo que a mulher opte por não fazer um plano de parto, é muito importante que converse sobre o que deseja. Com isso, ela pode, inclusive, saber se o profissional que a está atendendo vai respeitar o seu desejo, desde que seja seguro. ”É importante que a parturiente tenha certeza de que ela poderá participar de todas as decisões, desde que sejam perfeitamente esclarecidas. Importante também saber que o trabalho de parto é realmente um trabalho e que vai exigir muita paciência de ambas as partes, muito envolvimento, e que pode demorar até 12 horas”, explica Marilice.

TROCAS

Conversar com outras mulheres que tiveram bebê também é importante. Ouvir suas experiências, o que foi positivo e o que poderia ter sido diferente auxilia na preparação para o parto. É claro que essas informações precisam ser filtradas, afinal, cada mulher tem uma experiência única. Mas saber o que outras passaram pode ajudar a aumentar a segurança, principalmente para quem vai ter o primeiro filho . “Conversei com todas as minhas amigas mães, especialmente sobre anestesia e episiotomia. Sobre a anestesia, quis saber como era a aplicação, o que sentiram, se acharam que fez diferença durante o expulsivo (quando a mulher faz força para o bebê sair)e como foi a recuperação depois. E sobre a episiotomia, perguntei como o médico abordou o assunto, se elas fizeram, por qual motivo, como foi a recuperação e se elas achavam que isso tinha afetado a vida pós-parto delas”, relata Lúcia Thomaz, brand manager e mãe de Arthur, de 1 ano e 6 meses. Embora viva no Canadá, ela fez questão de conversar sobre o assunto com as amigas brasileiras.

Quando a mulher é bem acompanhada e cria uma relação de confiança com a equipe médica, “expectativas podem ser quebradas sem grande sofrimentos e a situação for completamente compreendida”, diz Marilice. “Todo esforço é compensado pela expressão de felicidade que a mãe exibe quando chega com seu bebê no consultório e ela está linda, mesmo que as olheiras enormes denunciem como foram as últimas noites.”

NO PAPEL

Como montar seu plano de parto

O site da Defensoria Pública de São Paulo tem um modelo detalhado de plano de parto, que inclui as leis e direitos que protegem as gestantes e seus bebês na hora do parto. Você pode baixar o seu em bit.ly/300 ILC7. Preencha e entregue assinado para a equipe médica. A seguir, os pontos fundamentais:

ACOMPANHANTE

Quem vai estar com você na hora do parto? Ter a presença de acompanhante e de uma douta é direito da gestante.

AUTONOMIA

Marque se você quer ingerir líquidos e comer livremente durante o trabalho de parto, se quer caminhar ou mudar de posição.

PROCEDIMENTOS

Deixe claro se você deseja ou não utilizar métodos não farmacológicos para alívio da dor, anestesia ou receber ocitocina (“sorinho”) para a condução do trabalho de parto. A episiotomia (corte entre a vagina e o ânus) é outra questão que deve estar marcada. E peça para que qualquer procedimento que seja necessário emergencialmente seja comunicado de maneira clara – como, por exemplo, uma cesárea.

HORA DO NASCIMENTO

Deixe marcado se você não deseja que a bolsa d’água (que protege o bebê) seja rompida sem necessidade ou justificativa, e como deve ser o ambiente da sala de parto. Também escreva sobre a posição na qual você deseja parir.

DEPOIS DO NASCIMENTO

Escreva se desejar registrar por fotos os primeiros momentos do bebê. Se você quer que ele seja colocado sobre seu corpo antes mesmo do corte do cordão umbilical e se quer receber auxílio para amamentar.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

ATENTO AO ‘BURNOUT’: SEU CORPO SABE QUE ESTÁ ESGOTADO

Nos EUA, metade dos profissionais está no limite no trabalho. Compreenda os sinais e saiba como evitar a exaustão

Jessi Gold, psiquiatra da Universidade de Washington, sabe que está próxima do esgotamento provocado pelo burnout quando acorda, sente raiva instantaneamente da caixa de entrada de e-mail e não quer sair da cama. Talvez não seja surpreendente que uma profissional de saúde mental, que está tentando conter a maré crescente de exaustão também possa se esgotar às vezes. Afinal, o fenômeno praticamente se tornou onipresente na nossa cultura. Em uma pesquisa de 2021 com 1.500 profissionais dos Estados Unidos, mais da metade disse que estava se sentindo esgotado com as demandas de trabalho. Além disso, 4,3 milhões de americanos deixaram seus empregos em dezembro, no que vem sendo chamado de a “grande demissão”. Quando as pessoas pensam em esgotamento, o que geralmente vem à cabeça são sintomas mentais e emocionais, como os sentimentos de desamparo e cinismo. Mas o burnout também pode levar a sintomas físicos, e os especialistas dizem que é importante ficar atento aos sinais e tomar medidas quando eles forem notados.

O burnout, em sua definição, não é uma condição médica, mas “uma manifestação de estresse crônico absoluto”, explica Loue Dyrbye, médica que estuda o burnout na Clínica Mayo. A organização Mundial de Saúde descreve a síndrome como um fenômeno no local de trabalho caracterizado por sentimentos de exaustão, desânimo e eficácia reduzida.

“Você começa a não funcionar tão bem, perde prazos, fica frustrado, irritado com seus colegas”. Disse Jeanette Bennett, pesquisadora que estuda os efeitos do estresse na Universidade da Carolina do Norte.

Segundo Bennett, o estresse pode ter efeitos desgastantes no corpo, especialmente quando não diminui depois de um tempo. Quando as pessoas estão sob pressão, seus corpos sofrem mudanças que incluem níveis mais altos do que o normal de hormônios do estresse, como cortisol, adrenalina, epinefrina e norepinefrina. Essas mudanças são úteis a curto prazo – elas nos dão energia para superar situações difíceis -, mas, com o tempo, começam a prejudicar o corpo.

Veja como reconhecer o esgotamento em seu corpo e o que fazer a respeito:

O QUE OBSERVAR

Segundo Dyrbye, um sintoma comum de esgotamento é a insônia. Quando pesquisadores na Itália entrevistaram os profissionais de saúde na linha de frente durante o primeiro pico da pandemia, descobriram que 55% deles relataram ter dificuldade em adormecer, enquanto quase 40% tiveram pesadelos.

Pesquisas sugerem que o estresse crônico interfere no complicado sistema neurológico e hormonal que regula o sono. É um ciclo vicioso, porque não dormir deixa esse sistema ainda mais fora de controle.

A exaustão física é outro sinal comum, assim como mudanças nos hábitos alimentares – comer mais ou menos do que o habitual. Em um estudo com profissionais de saúde italianos 56% relataram esse tipo de mudança. As pessoas podem comer menos porque  estão muito ocupadas ou distraídas, ou podem desejar aquelas comidas reconfortantes que todos gostam quando precisam de algo para se sentir melhor. Pesquisas também sugerem que os hormônios do estresse podem afetar o apetite, fazendo com que as pessoas sintam menos fome do que o normal quando estão sob muito estresse e mais fome do que o normal quando o estresse alivia.

Gold ainda destaca que dores de cabeça e de estômago também podem ser provocadas pelo esgotamento: estudo com pessoas na Suécia que sofrem de transtorno de exaustão – uma condição médica semelhante ao burnout – descobriu que 67% relataram sentir náuseas, gases ou indigestão e que 65% tinham dores de cabeça.

Outra informação importante é que o esgotamento pode se desenvolver juntamente com a depressão ou a ansiedade, que também provocam sintomas físicos.

A depressão pode causar dores musculares, de estômago, problemas de sono e alterações de apetite. Já a ansiedade está ligada a dores de cabeça, náuseas e falta de ar.

O QUE FAZER

“Se você está experimentando sintomas físicos que podem ser indicativos de esgotamento, considere consultar seu médico ou um profissional de saúde mental para determinar se eles são motivados pelo estresse ou enraizados em outras condições físicas”, disse Dyrbye.

Ainda de acordo com os pesquisadores, é importante que as pessoas não ignorem os sintomas imaginando que eles não importam.

Se for burnout, a melhor solução é abordar a raiz do problema. A síndrome é normalmente reconhecida quando é motivada pelo trabalho, mas o estresse crônico pode ter uma variedade de causas – problemas financeiros, de relacionamento e sobrecarga de trabalho doméstico, entre outras coisas.

“Pense nas pedrinhas no sapato com as quais você tem que lidar o tempo todo e procure maneiras de remover algumas delas, pelo menos algumas vezes. Talvez possa pedir ao parceiro para ajudar mais na hora de colocar as crianças na cama ou pedir comida quando estiver especialmente ocupada – disse Christina Maslach, psicóloga da Universidade da Califórnia.

No entanto, algumas escolhas de estilo de vida podem tornar o burnout menos provável. O apoio social, desde a conversa com um terapeuta à reunião de amigos, pode ajudar. Tente também dormir mais e melhor (sem que precise de tratamento contra insônia).

Quando o esgotamento decorre de problemas relacionados ao trabalho, pode ser útil solicitar melhores condições. Uma sugestão é fazer uma dinâmica em grupo com os colegas e apresentar ao empregador ideias que ajudariam – como ter áreas silenciosas para intervalos e telefonemas pessoais, criar dias “sem reuniões” ou garantir que haja sempre café na sala de descanso. Mesmo pequenas mudanças como essas podem reduzir o risco de esgotamento.

Apesar de não ser totalmente eficaz contra o esgotamento, os especialistas aconselham que é importante tirar folga regularmente.

“Por fim, mesmo que você não queira adicionar mais responsabilidade ao seu cotidiano, tente reservar um pouco de tempo todos os dias para algo que você ama”, disse Dyrbye.

A pesquisadora descobriu em um estudo que os cirurgiões que reservam tempo para hobbies e recreação – mesmo que apenas 15 a 20 minutos por dia – são menos propensos a sofrer de burnout do que os cirurgiões que não o fazem.

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