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SOSSEGO 2.0

Entre o real e o virtual, pessoas buscam uma vida aconchegante nos dois ambientes: conheça o conceito de ‘cosy living’, uma tendência que chega com tudo neste ano

Depois que a ASMR (sigla em inglês que dá nome aos vídeos com aqueles sons gostosos de ouvir para relaxar) e o hygge (conceito de decoração dinamarquês que foca no conforto e nos prazeres simples) se espalharam pelo mundo, começaram a aparecer também artistas criando espaços on-line  pensados no aconchego digital. Durante a pandemia, esse universo disparou ainda mais. Pesquisas sobre produtos que tragam essas sensações (de pantufas fofinhas a fogueiras na floresta) deram um boom. A rede social Pinterest declarou que cocooning (que traduz encasulamento e é usado para descrever o movimento crescente de as pessoas se recolherem em casa, reduzindo as atividades realizadas na rua) foi uma das principais tendências de 2021.

Em um cenário em que a sensação do que está do lado de fora vem cheio de más notícias (pandemia, desastres climáticos, aumento da pobreza, situação política etc.), vêm à tona as ideias de cosy living e digital cosy.“Em 2019, lançamos a macrotendência ‘tec-tilidade’, em que exploramos o espaço entre o real e o virtual à medida em que as pessoas passam mais tempo vendo o mundo através das telas. E o cosy living está permeando nossas vidas físicas desde 2020. O digital cosy é sobre tornar nossos mundos digitais cada vez mais aconchegantes, com os espaços físicos e os produtos proporcionando sensações de conforto enquanto estamos on-line”, explica Mariana Santiloni, especialista em tendências na WGSN. “O lockdown acelerou o digital cosy, já que a linha entre o físico e o digital ficou cada vez mais tênue. A ascensão dos eventos virtuais impulsionou a concepção de espaços projetados especificamente para causar  impacto on-line”, completa ela.

Um dos grandes nomes na criações de ambientes virtuais aconchegantes é o designer Joe Mortell, famoso por criar ambientes dos sonhos, só que virtuais e em 3D, para quem quiser passear por eles. “Além de Mortell, vale ficar de olho nas criações da Crosby Studios e no canal do YouTube ASMR Rooms”, indica Santiloni.

A arquiteta Cristina Bezamat percebe que as experiências de realidade virtual vêm também para dar segurança às escolhas. Antes de comprar, experimenta-se virtualmente. “As construtoras fazem vídeos que simulam os apartamentos decorados de prédios que ainda serão construídos, dando segurança e compreensão daquilo que o cliente está comprando.

As imagens 3-D se tomaram etapa importante de projeto para o cliente ter certeza que receberá aquilo que imaginou. Sentir-se dentro do ambiente virtual, podendo interagir com o espaço, é uma experiência fundamental.”

Além disso, o bem-estar físico enquanto estamos on-line nunca foi tão importante. Produtos que permitem que os consumidores fiquem relaxados enquanto estão conectados são fundamentais, como móveis que podem ser movidos para criar ambientes aconchegantes e versáteis ou acessórios pensados na conveniência “A busca por produtos confortáveis e que passem a sensação de estarmos protegidos será uma vontade até mesmo inconsciente. Produtos em camadas, com formas orgânicas e texturas aconchegantes, ganham destaque”, observa a arquiteta Renata Zappellini, que indica a poltrona Hortênsia como um case. “Ela foi idealizada de forma digital em 2018, e, ano passado, a empresa Moool a lançou no real. Uma poltrona feita com mais de 30 mil pétalas para dar a sensação de ser envolvido por uma textura suave inspirada na natureza. Uma sensação de conforto e relaxamento que saiu do virtual e virou real”, completa.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 20 DE FEVEREIRO

CUIDADO COM O PECADO

Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos… (Salmos 51.4).

O pecado é maligníssimo, carrega consigo o DNA da morte. O pecado é um embusteiro: promete prazer e traz desgosto; promete liberdade e escraviza; promete vida e mata. O salário do pecado é a morte. O pecado é um laço mortal. Começa como um fiapo podre e acaba como um cabo de aço. Parece inofensivo, mas destrói os relacionamentos, definha a alma e empurra suas vítimas para o inferno. Destacamos três enganos terríveis do pecado. Primeiro, o pecado o levará mais longe do que você gostaria de ir. Quando Davi adulterou com Bate-Seba, pensou que aquela aventura seria apenas a volúpia do prazer de uma noite de paixão, porém as consequências do adultério foram sentidas por ele durante toda a vida. Segundo, o pecado o prenderá por mais tempo do que você gostaria de ficar. Davi ficou preso no cipoal do pecado. Não se livrou dele. O pecado é pegajoso. O homem não pode desvencilhar-se dele por si mesmo. Não consegue apagar as chamas de uma consciência culpada com os extintores fabricados pelos recursos humanos. Terceiro, o pecado custará um preço mais caro do que você gostaria de pagar. Davi viu a espada abrindo feridas em sua alma e derramando sangue em sua família, como fruto maldito de seu adultério com Bate-Seba. O pecado é o pior de todos os males. Pior do que a pobreza, do que a fome e do que a própria morte. Estes males todos não podem afastar você de Deus, mas o pecado separa você agora e eternamente de Deus.

GESTÃO E CARREIRA

EMPRESAS ENCOLHEM O TAMANHO DAS SEDES

Depois de diminuírem em média 35%, os escritórios ganham novo layout, mais funcionalidade e tecnologia para atrair funcionários que não querem voltar ao trabalho presencial

O home office decretado nos dois primeiros anos de pandemia foi o grande pesadelo do mercado corporativo de imóveis. Em 2020, o setor viu as empresas devolverem 273 mil m2 de escritórios alugados. Em 2021, a marca subiu para 290 mil m2, segundo dados da consultoria Newmark. Em pontos nobres da capital paulistana, como as Avenidas Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini, considerados grandes centros financeiros, a vacância dos imóveis corporativos chegou a 30%, um aumento de 25% em relação a 2019. Vale destacar que no ano anterior à chegada do vírus, o setor estava preparado para crescer – e não encolher.

“Nunca tivemos uma vacância tão alta no setor”, diz o administrador Kwan Lao, de 53 anos, investidor do mercado imobiliário há pelos menos 20 anos. “Todos diziam que o home office seria o novo normal, mas não é bem assim. O mercado já está reagindo.” Segundo o investidor, no quarto trimestre do ano passado, a vacância diminuiu para 22%, em média. A vacinação fez com que o trabalho presencial começasse a voltar, mas não do mesmo jeito. Uma das mais amplas pesquisas internacionais sobre o mundo corporativo, a Global Work-from-Home Experience Survey, indica que 77% das pessoas querem continuar a trabalhar de casa. Essa é uma questão para as empresas resolverem.

O Studio Guto Requena, de arquitetura e design, localizado em São Paulo, tem recebido pedidos de remodelações de sedes de empresas, que diminuíram de 30% a 50% os espaços internos dos escritórios. Essa é uma reposta à mudança na forma de trabalho, que continua à distância, pelo menos alguns dias da semana. “Apesar dos dados positivos sobre a resposta ao smart working, nosso entendimento é que o escritório vai continuar existindo, mas será profundamente reduzido”, diz Guto Requena, que desenvolve uma pesquisa sobre o tema. “As sedes das empresas são bem mais do que endereços de trabalho. O escritório existe para incorporar os valores e a cultura da empresa, vivenciar o coletivo, impulsionar e capacitar a comunidade.”

Conhecido como uma das maiores empresas de arquitetura e construção do mercado corporativo, a Athiè Wohnrath também enfrenta o desafio de adaptar os espaços corporativos a novos conceitos. “Muitas empresas foram resistentes a abrir mão do presencial, mas tiveram de aderir”, diz Sergio Athiè. “Elas descobriram que era possível, sim, trabalhar alguns dias de casa e adotaram políticas que, ao que parece, vão se perpetuar.” Uma característica que virou passado é a grande sala com mesas fixas de trabalho, divididas por baias. “Agora a tendência é ter postos livres com menos pessoas dentro do ambiente.”

Até como uma contrapartida aos dias pesados do auge da pandemia, as empresas querem locais atraentes, alegres e que transmitam bem-estar aos funcionários. Espaços abertos, integrados, coloridos e descontraídos já eram tendências consagradas pelas grandes empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook, mas viraram desejo de consumo. “As pessoas querem se sentir livres”, diz Pedro Felmanas, que projetou a sede da farmacêutica Cimed.

“Agora estou resignificando os ambientes, porque as empresas querem espaços que sejam importantes na vida do funcionário”, diz Athiè. Por exemplo, na sede da seguradora Icatu, no Rio de Janeiro, ele projetou uma sala de amamentação, com máquinas onde as mães podem armazenar o leite das crianças. Localizada no 18º andar de um edifício na Avenida Oscar Niemayer, a sede é toda envidraçada e tem vista para o mar.

Mesmo mais enxutas, as empresas querem impactar. “Por isso, uma das saídas é investir na área de recepção do cliente, que ficou mais imponente”, diz a arquiteta Fernanda Negrelli. Na sede de um advogado tributarista, ela projetou um espaço com lareira, adega climatizada, chão de mármore e móveis luxuosos. “Na área interna, onde ficam os funcionários, projetamos postos híbridos e sem divisões.” Plantas, objetos de madeira e ambientes que deem sensação de amplitude são alguns truques usados para deixar o local de trabalho humano e acolhedor. “As empresas abriram mão do espaço, mas não do status”, explica Fernanda. A regra ainda é impressionar o cliente.

EU ACHO …

A  MELHOR VERSÃO DE NÓS MESMOS

Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. Outros são limitantes e inférteis. Infelizmente, há de ambos os tipos, e de outros que nem cabe

aqui exemplificar. O cardápio é farto. Mas o que será que identifica um amor como saudável e outro como doentio? Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores. Mas não são. E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. Qual a versão que prevalece?

A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa mais arrogante pode ter dentro de si um meigo. Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos eus secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior.

Você convive com uma mulher tão ciumenta que manipula para encarcerar você em casa, longe do contato com amigos e familiares, transformando você num bicho do mato? Ou você descobriu através da sua esposa que as pessoas não mordem e que uma boa rede de relacionamentos alavanca a vida?

Você convive com um homem que a tira do sério e faz você virar a barraqueira que nunca foi? Ou convive com alguém de bem com a vida, fazendo com que você relaxe e seja a melhor parceira para programas divertidos?

Seu marido é tão indecente nas transações financeiras que força você a ser conivente com falcatruas?

Sua esposa é tão grosseira com os outros que você acaba pagando micos pelo simples fato de estar ao lado dela?

Seu noivo é tão calado e misterioso que transforma você numa desconfiada neurótica, do tipo que não para de xeretar o celular e fazer perguntas indiscretas?

Sua namorada é tão exibida e espalhafatosa que faz você agir como um censor, logo você que sempre foi partidário do “cada um vive como quer”?

Que reações imprevistas seu amor desperta em você? Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames.

O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro, transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos. Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice, desconfiança e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada. O amor que nos serve e que nos faz evoluir é aquele que traz à tona a nossa melhor versão.

*** MARTHA MEDEIROS

ESTAR BEM

É MELHOR SE EXERCITAR PELA MANHÃ OU NA PARTE DA NOITE?

Treinar em diferentes momentos do dia pode trazer benefícios únicos para a saúde, sugere novo estudo conduzido em roedores

O exercício matinal tem efeitos muito diferentes no metabolismo em comparação com o mesmo treino no fim do dia, diz um novo e ambicioso estudo conduzido em animais sobre o timing de  atividade física. O trabalho, que analisou roedores de laboratório saudáveis correndo em pequenas esteiras, mapeou centenas de diferenças em quantidades e atividades de moléculas e genes no corpo dos animais, que variavam se eles corriam logo pela manhã ou mais noite.

Muitas dessas mudanças estão relacionadas à queima de gordura e a outros aspectos do metabolismo dos animais. Com o tempo, essas alterações podem influenciar substancialmente seu bem-estar e o risco para doenças. E, embora o estudo tenha focado em roedores, suas descobertas provavelmente têm relevância para qualquer um de nós que se pergunta se é melhor malhar antes do trabalho ou se podemos obter tanto ou mais  benefícios para a saúde com exercícios após o expediente.

As atividades internas de quase todas as criaturas vivas seguem um bem orquestrado ritmo circadiano de 24 horas. Estudos recentes mostram que quase todas as células do nosso corpo contém uma versão do relógio molecular que se coordena com um sistema de temporização de corpo inteiro mais amplo para direcionar a maioria das atividades fisiológicas. Graças a esses ciclos, nossa temperatura corporal, açúcar no sangue, pressão arterial, fome, frequência cardíaca, níveis hormonais, sono, divisão celular, gasto de energia e muitos outros processos aumentam e diminuem em padrões repetidos ao longo do dia.

Estes ritmos internos, embora previsíveis, também são maleáveis. Nossos relógios internos podem se recalibrar, mostra a pesquisa. Em geral, eles respondem à luz e à escuridão, mas também são afetados por nossos hábitos de sono e quando comemos.

ANÁLISE MINUCIOSA

Pesquisas recentes sugerem que a hora do dia em que nos exercitamos também impacta em nossos relógios internos. Em estudos anteriores em camundongos, correr em horários diferentes afetou o metabolismo e alterou a atividade de genes relacionados ao ritmo circadiano e ao envelhecimento. No entanto, os resultados em pessoas vinham sendo divergentes. Mas poucos desses estudos se aventuraram a examinar todas as mudanças moleculares que impulsionam os resultados de saúde e mudanças circadianas, o que pode explicar algumas das discrepâncias de um para outro.

Para o novo estudo, publicado este mês na capa da revista Cell Metabolism, um consórcio internacional de pesquisadores decidiu tentar quantificar quase todas as alterações moleculares relacionadas ao metabolismo que ocorrem durante o exercício em diferentes momentos do dia.

Eles colocaram camundongos machos saudáveis para correr moderadamente sobre rodas por uma hora no início do dia, enquanto outros correram a mesma quantidade à noite. Uma quantidade adicional de camundongos sedentários foi o grupo de controle. Cerca de uma hora após os treinos, os pesquisadores coletaram amostras do músculo, fígado, coração, hipotálamo, gordura branca, gordura marrom e sangue dos animais e usaram máquinas sofisticadas para identificar e enumerar quase todas as moléculas nos tecidos relacionadas ao uso de energia. Eles também verificaram marcadores de atividade de genes ligados ao metabolismo. Em seguida, tabularam os totais entre os tecidos e entre os grupos de camundongos.

Surgiram padrões interessantes. Como os ratos são noturnos, eles acordam e ficam ativos à noite e se preparam para dormir de manhã, um horário oposto ao nosso. Quando os camundongos correram no início de seu horário ativo – o equivalente à manhã para nós – , os pesquisadores contaram centenas de moléculas que aumentaram ou caíram em volume após o exercício, e que diferiram em números dos níveis observados em camundongos que corriam mais perto de suas horas de dormir ou dos que não se exercitaram. Se esses padrões se aplicarem a pessoas, isso pode sugerir que o exercício matinal contribui mais para a perda de gordura, enquanto o treino no final do dia pode ser melhor para o controle do açúcar no sangue. Mas camundongos não são pessoas, e ainda não sabemos se os padrões moleculares se aplicariam a nós.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

POR QUE NOS EMOCIONAMOS QUANDO OUVIMOS MÚSICA?

 Especialistas dizem que além da subjetividade da emoção e do sentimento, padrões musicais também afetam e influenciam áreas do cérebro ligadas à memória e à espacialidade, por exemplo

Em 1974, a cantora Elis Regina comentou com Gilberto Gil que tinha dificuldade de alhear-se do sentimento que uma canção carrega. Gil, então, fez e entregou para que ela gravasse o Compositor Me Disse. Por meio da letra, Gil aconselhava a cantora a se ligar na respiração – a parte técnica do canto – e não se entregar ao que a letra dizia. O próprio compositor percebeu que Elis não teve êxito. Sentia-a tensa e emocionada conforme a gravação avançava.

Djavan também falou da força de uma canção em Seduzir (1980): “Cantar é mover o dom/ Do fundo de uma paixão, seduzir / As pedras, catedrais, coração”. De  Nietzsche vem a frase: “A vida sem a música é simplesmente um erro, uma tarefa cansativa, um exílio”. E mais. Além de atribuir a essa arte uma importância para a vida e o pensamento humano, em seu livro O Nascimento da Tragédia o filósofo escreveu: ”Somente a partir do espírito da música entendemos a alegria diante do aniquilamento do indivíduo”.

Música é emoção, sentimento. Mas, além dessa subjetividade, há uma questão física, o processamento musical se dá em múltiplas áreas cerebrais, relacionadas à memória, espacialidade e nas funções atencionais e emocionais. Diante disso, é (quase) impossível sair imune de uma experiência sonora.

PROCESSO CEREBRAL

“Mesmo quando você ouve música com função recreativa, ela será processada no cérebro, que vai transformar as vibrações sonoras, que são resultantes do deslocamento das  moléculas de ar, em estímulos que terão sentido, ressonância e empatia na estrutura cerebral”, diz o neurologista e pianista Mauro Muszkat, coordenador do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Interdisciplinar Infantil (Nani) da Unifesp.

Esse encadeamento citado pelo especialista se dá nas áreas não verbais do cérebro. Desde regiões bastante antigas, como o cérebro reptiliano, responsável pelas emoções; o hipocampo, importante para as memórias familiares; o cerebelo, que faz com que os ritmos respiratório e cardíaco sejam ativados; a amigdala cerebral, estrutura ligada às reações emocionais; até as mais novas, as do neocórtex, que processam sensações.

A amígdala cerebral, segundo Muszkat, tem um valor importante no processamento da música. Ela modula, regula, mantém e interrompe emoções e expectativas musicais. E, nela, ainda há um rótulo emocional, muitas vezes negativo, de medo, por exemplo, ou agressivo, como a raiva. Nesse caso, a música pode equilibrar ou desequilibrar essas emoções.

O treinamento musical ou a exposição prolongada à música, também está ligada à plasticidade cerebral, que proporciona a preservação dos neurônios. A experiência é tão relevante que há diferença entre quem não tem treino musical, que processa as melodias preferencialmente no hemisfério cerebral direito, e os músicos, em que há uma transferência dessa função para o hemisfério cerebral esquerdo.

A percepção dessas emoções também guarda relação com a tonotopia – o arranjo espacial de onde sons de diferentes frequências é processado no cérebro. Os tons mais graves trazem certo relaxamento. Os agudos, por sua vez, evocam um sentido maior de vigilância.

Para o compositor, doutor em música e coordenador da graduação musical da Faculdade Santa Marcelina, Sergio Molina, a emoção é algo que os compositores e intérpretes podem ou não buscar. “Há uma confusão entre ouvir uma música e ficar emocionado com ela e achar que isso aconteceu porque o compositor também estava nesse estado quando a fez. Na verdade, há valores culturais que são atribuídos e que determinam com que o ouvinte tenha esse tipo de sensação”, diz.

RITMO

Segundo Molina, na parte da construção musical, o que gera a emoção é a amálgama da melodia com harmonia, quando a movimentação dos acordes permite um ápice de tensão. O ritmo ficaria responsável por causar o entusiasmo. A orquestração, o timbre, a qualidade da voz do cantor e a letra completam a lista. “Na canção popular romântica, por exemplo, um expediente muito usado, que vai de Roberto Carlos a Marília Mendonça, é contar histórias de situações comuns da vida das pessoas. Essa identificação causa emoção. É a memória afetiva”, diz.

De compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso e Chico César, Molina destaca a construção poética, na qual a relação entre as palavras e sua sonoridade é capaz de despertar o sentimento.

Para o doutor em Psicologia Clínica pela USP e autor do livro Ensaio Sobre o Infinito: Música e Psicanálise, Tiago Sanches Nogueira, o compositor – e quem de alguma forma está em contato com a música – recebe no seu corpo o que é chamado de estímulos pulsionais, ligados ao conceito de pulsão descrito por Freud. Um conceito complexo que está na fronteira entre corpo e mente. “De alguma maneira, o artista sempre empresta algo dele para uma criação. A emoção pode não chegar idêntica ao público, mas há a ideia de afetar o ouvinte, que a recria. É um prisma por onde a luz passa e se abre, como na capa do disco do Pink Floyd.”

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