OUTROS OLHARES

O VOVÔ QUER JOGO

Mais digitalizados, os idosos descobrem os benefícios dos videogames. Além de brincar, eles mantêm a saúde mental em dia

Não é de hoje que a tecnologia deixou de ser um hobby exclusivo dos jovens. Sessentões, setentões, oitentões – ou até mais do que isso – representam fatias relevantes do consumo de produtos eletrônicos e recebem atenção crescente da indústria, que desenvolve estratégias específicas para despertar o interesse desse público. Foi assim com os smartphones, e-readers, tablets e outros gadgets. Agora, a nova fronteira da digitalização que a turma grisalha está desbravando é ainda mais ousada: o mundo dos games.

O setor cresce em ritmo acelerado em todas as faixas etárias, fenômeno que ganhou impulso com o isolamento social imposto pela pandemia. Em 2021, o valor movimentado pela indústria de videogames superou os 300 bilhões de dólares, mais do que os mercados de música e cinema combinados, segundo a consultoria Accenture. O mundo tem 2,7 bilhões de gamers e o número deverá chegar a 3,1 bilhões até 2024. A surpresa vem agora: parte significativa desse público será composta de pessoas da terceira idade.

De acordo com dados da empresa de pesquisa Euromonitor, 21% dos cidadãos com mais de 60 anos jogam videogames no mundo. O número chama a atenção, mas faz sentido. A mesma pesquisa mostrou que 82% dos consumidores com seis décadas ou mais de vida têm acesso a smartphones e 45% utilizam aplicativos de bancos. Com esse grau de digitalização – e a facilidade de jogar em aparelhos de celular – o acesso aos games passa a ser um caminho natural. Tanto é assim que, nos últimos três anos, detectou-se um aumento de 32% entre os gamers de 55 a 64 anos, conforme levantamento da GlobalWebindex.

O interesse dos veteranos por jogos eletrônicos cresceu de tal maneira que já existem até blogueiros gamers com muitos anos de vida. Um dos melhores exemplos é a japonesa Hamako Mori, considerada pelo Guinness a gamer mais velha do planeta. Na casa dos 90 anos, ela conta com pouco mais de 534.000 seguidores. Pelo YouTube, eles assistem à desenvoltura com que Mori passeia por jogos agressivos, como GTAS e Resident Evil, ou títulos contemplativos, como Minecraft.

Outros canais para esse público são ainda mais populares. Além de proporcionar diversão e prazer, videogames podem ser especialmente interessantes para os mais velhos em razão dos benefícios à saúde física e mental que eles podem oferecer. De acordo com um estudo publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, gamers de 70 a 80 anos de idade são capazes de realizar diversas tarefas com a mesma habilidade de pessoas até 50 anos mais jovens, uma vez que a coordenação motora e a atividade cognitiva exigida pela prática mantêm o cérebro mais jovem. Pesquisas mostraram ainda que o hábito de jogar videogames pode eventualmente desacelerar o surgimento de doenças neurológicas, como o Alzheimer. “São benefícios significativos, segundo apontam os estudos”, afirma Venceslau Coelho, médico do Serviço Geriatra do Hospital das Clinicas. “É uma forma de treinar atenção e memória a partir da diversão que os games oferecem. Os idosos estão protegendo o cérebro ao jogar.”

Isso ocorre porque jogos eletrônicos exigem que a pessoa realize diferentes tarefas em ordens específicas, utilize o raciocínio lógico, planeje suas próximas ações e explore o ambiente ao seu redor – atitudes que certamente estimulam a mente. Em um estudo, voluntários de 55 a 75 anos passaram meia hora jogando o clássico Super Mario 64 diariamente durante seis meses. Ao final da pesquisa, publicada no periódico científico Plos One, eles apresentaram melhorias na memória de curto prazo e maiores quantidades de matéria cinzenta no cérebro do que aqueles que não tinham o hábito de jogar. Os games também oferecem benefícios sociais. Muitos permitem que os praticantes disputem partidas on­line, interagindo com pessoas em diversas partes do mundo. Embora o envelhecimento seja um destino inevitável, já é possível, com a ajuda da ciência e da medicina, retardar alguns de seus piores efeitos. Se for para trabalhar a mente, porque não fazer isso enquanto a pessoa se diverte? Não há dúvida: está na hora de o vovô e a vovó entrarem no jogo.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 16 DE FEVEREIRO

SEJA UM ESPECIALISTA

Tomou o seu cajado na mão e escolheu para si cinco pedras lisas do ribeiro […]; e, lançando mão da sua funda, foi-se chegando ao filisteu (1Samuel 17.40).

Certa feita, o rei Saul vestiu Davi com sua armadura. Colocou em suas mãos sua espada, pensando com isso equipar o jovem pastor para a grande batalha com o gigante Golias. Davi nem conseguiu andar com toda aquela tralha. Desvencilhou-se do pesado aparato, correu à beira do riacho, catou cinco pedras lisas e as colocou em seu alforje de pastor. Com a funda na mão, Davi correu em direção ao gigante, certo de que não erraria o alvo. Não adianta trajar roupa de rei sem ser rei. Não vencemos o inimigo trajando armadura alheia. Com uma funda na mão, Davi era capaz de acertar um fio de cabelo, quanto mais a testa de um gigante! Davi era um especialista. Tinha mais do que coragem; tinha preparo! Um vencedor é alguém que se especializa no que faz. Os medíocres ficam aquém da média, os vencedores se erguem acima da média. Os vencedores fazem seu trabalho com excelência. Destacam-se pelo esmero e pela eficiência. Davi venceu o gigante, encravando-lhe na testa a primeira pedrada. O insolente inimigo que desafiou o exército de Israel por quarenta dias acabava de ser derrotado por um jovem pastor. Isso não foi um acidente. Davi confiava em Deus e era um especialista. Nossa dependência de Deus não nos leva para a negligência, mas nos empurra para o trabalho árduo. Trabalhamos como se tudo dependesse de nós e oramos como se tudo dependesse de Deus. Essa combinação produz resultados extraordinários!

GESTÃO E CARREIRA

MARCAS TENTAM FATURAR COM NFT ATÉ DE CALCINHA

Modernidade e aproximação do público jovem são atrativos para empresas ao lançar produtos digitais, diz especialista

Após o boom do e-commerce na pandemia, marcas de diferentes segmentos começam a apostar em um mercado ainda mais tecnológico: a venda de registros de produtos digitais na internet – ou NFTs, para os iniciados no metaverso.

Nívea, Nike e as brasileiras Pantys, de calcinhas absorventes, e Alpargatas, dona da Havaianas, são alguns dos conhecidos nomes do público que lançaram artes digitais nesse formato.

A Alpargatas foi uma das primeiras no Brasil, em maio. O primeiro leilão foi o do gif nomeado “Happy Feet”, arrematado por R$ 5.600. Parte do lucro foi revertida para doações.

Já a Nívea entrou no mercado em dezembro com uma arte chamada “The Value of Touch” (o valor do toque) na plataforma Polygon Scan.

Tokens não fungíveis, ou NFTs na sigla em inglês, criam assinaturas que permitem singularizar o que tornou banal e facilmente reproduzível na Internet. É assim que memes, tuítes e peças de arte que não existem fisicamente estão sendo comercializados por  milhões de dólares em plataformas especializadas.

Para tal feito, é usada a mesma tecnologia das criptomoedas: o blockchain, uma espécie de sistema verificador de transações descentralizado e independente de bancos centrais. É possível compará-lo a um livro-caixa global que faz registros de informações – todas públicas, embora anônimas, já que cada usuário é identificado por meio de um código. Sua transação acontece em uma rede descentralizada de internet chamada ethereum (da criptomoeda ether).

O mercado é bilionário. Até 01/02, NFTs movimentaram quase US$20.876 bilhões, dos quais cerca de US$2.310 bilhões foram no ramo da arte, segundo dados da plataforma Non Fungible.

Uma vez comprado, é possível revender o NFT, mas não a obra, o que impossibilita o comprador de comercializar a arte em plataformas de música no mundo físico.

Diante disso, é comum perguntar-se para que, então, comprar o criptoativo. A resposta reside especialmente na revenda por ser insubstituível e exclusivo, a aposta é que esse registro se valorize no futuro.

Emily Ewell e sua sobrinha, Maria Eduarda Camargo, resolveram fazer a aposta. No dia 31/01, a Pantys, marca delas, lançou 33 artes entre fotos, vídeos e gif em NFT. São imagens ligadas ao universo em que atuam, de calcinhas absorventes para menstruação. Cada compra terá parte do seu lucro destinada a doações.

As peças são comercializadas em uma espécie de telão na plataforma OpenSea, e o valor mínimo é US$40,66 (RS215, 29), ou 0,015 ether.

Ewell, que é americana, foi visitar a família nos Estados Unidos em dezembro do ano passado e ficou surpresa com a popularidade do tema por lá. “Na Pantys a gente sempre olhou para conteúdo digital como se fosse um produto mesmo. Os clientes o consomem entre as compras e às vezes traz até mais valor no dia a dia do que comprar as calcinhas, que vão durar de dois a três anos.”

Dessa vez, explica, o conteúdo digital realmente teria um preço. E se alinha com parte do posicionamento da marca, que vende a ideia de modernidade, juventude, tecnologia. A comunidade feminina é menor”, diz Ewell.

Para o professor de finanças na ESPM, Alexandre Ripamonti, a entrada das marcas no metaverso é uma tendência para 2022. “Imagina que você sabe que vai dar sol. Você tem que estar preparado para ir para a praia”, diz.

Além da valorização do NFT, a marca também pode ter ganhos – ou perdas – se escolher preservar criptomoedas na transação.

Além de eventual valorização dos ativos, o especialista diz que o metaverso é mais um lugar para expandir a posição da marca. “Estar presente lá é estar presente em algo que vai ligar a sua marca à inovação, ao público jovem, ao mercado digital’, afirma.

Apesar de ser um universo aparentemente promissor, a cabeça do empresário que vai se aventurar pelos NFTs deve ser a de um investidor de altíssimo risco.

Há alguns meses especialistas vêm alertando para a formação de uma bolha no mercado de criptoativos. E a descentralização, seu trunfo, é também seu calcanhar de Aquiles: não órgãos regulatório para proteger o dinheiro do investidor.

Outro problema foi enfrentado pela Pantys: as críticas ao impacto ambiental dos NFTs, uma vez que a estrutura computacional exigida pela tecnologia demanda muita energia.

EU ACHO …

MAIS UM ÓRFÃO DO FEMINICÍDIO

Antonieli Nunes Martins, 31, foi morta estrangulada enquanto dormia de conchinhas com um homem, colega de trabalho, de quem estava grávida. Era 2 de fevereiro.

Segundo autoridades de Pimenta Bueno, Rondônia, no dia anterior ele havia sido avisado da gravidez. Casado, não queria assumir a criança, porém, pediu para que ela esperasse um pouco para que acertasse a vida.

Na casa que compartilhavam, após conversarem e ficarem deitados de “conchinha” na cama, ele a imobilizou com as pernas e passou o braço no pescoço dela e só parou de apertar quando sentiu o braço dormente.

Mas Antonieli ainda estava viva. Foi quando ele teria percebido, ido até a cozinha e se armado com uma faca grande, desferindo um golpe fatal no pescoço dela. Então, saiu da casa e jogou faca, celular, teste de gravidez no rio da cidade. De lá, foi à igreja onde o pai é pastor para rezar.

No dia seguinte, colegas preocupados que Antonieli não respondia a mensagens e não foi ao trabalho, foram à casa e a encontraram morta na cama.

Agora, ele está preso e a população local em luto. Antonieli tinha um filho que, segundo familiares, fez três anos no dia do funeral da mãe. Quão desolador pode ser isso para a criança?

Quero aqui expressar minha mais profunda solidariedade à família de Antonieli e me pôr à disposição para ajudar da forma que for possível. Que recebam o conforto necessário da fé que professam e que o amor, a saudade e seu filho sejam um caminho para continuar.

Quando soube, chorei em um misto de sentimentos. Senti por Antonieli, morta achando que estava em um espaço de confiança; senti, pois, mulheres têm sido mortas por homens em uma proporção catastrófica no Brasil.

Senti porque o extermínio existe no mesmo tempo que, na atual administração federal, não há orçamento decente nem vontade política para a criação de políticas públicas para  o enfrentamento da violência contra a mulher.

A sociedade é dominada por pessoas do grupo social daqueles que estão matando. Jornais são dominados por homens, assim como as igrejas, partidos políticos, movimentos sociais e eles simplesmente não se importam.

Uma mulher morta, centenas de milhares de mulheres mortas, milhões de mulheres mortas são vistas como algo lateral, um tema que não é de relevância no Brasil. Escrevo com cólera, mas essa é a verdade que precisamos assumir.

Fico a pensar que o crime que matou Antonieli é uma metáfora triste de um Brasil que despreza as vidas das mulheres. E assim, então, mais uma existência feminina se perde e  com ela os sonhos que estavam em seu ventre, sonhos esses que ela havia decidido parir ao mundo, mas que não veem a luz do dia. O homem traidor busca limpar os evidências de seu compromisso com as mulheres e vai à igreja de seu pai rezar.

Nesse conto de Brasil, as mulheres, por sua vez, são sufocadas por uma ideia e valores impostas pela necessidade de um homem, um sujeito idealizado que, em momentos de decisão, será corajoso e as salvará como vemos em desenhos, filmes e novelas. Mesmo que a realidade se mostre aos nossos olhos e aquele ser de alma pequena e desprezível seja sempre o que ele é, vivemos a esperar uma imagem de homem que nunca corresponde à realidade. Somos ensinadas o esperar por homens seguro, e apaixonados, mas recebemos homens covardes e controladores. As dissonâncias entre expectativa e realidade muitas vezes iludem mulheres que podem confiar que, agora sim, esses homens serão parceiros em nossas demandas.

Não, não serão.

Há duas semanas, mulheres de diferentes regiões, lugares sociais e espectros políticos se reuniram para exigir o compromisso de pré-candidatos com 19 pontos de políticas públicas para mulheres. Qual jornal destacou em suas capas e seguiu cobrindo nos dias sequentes? Quem cobrou pré-candidatos e qual se comprometeu? Algum representante de alguma religião se manifestou? Sabemos como funciona a sociedade patriarcal.

Lembro que, ao enviar minha contribuição para Marta Suplicy, escrevi que uma política pública necessária para esse país é uma que acolha e apoie os órfãos do feminicídio, uma categoria de, provavelmente, milhões de brasileiros, mas que nunca foi mapeada nacionalmente e que alimenta um ciclo vicioso de danos afetivos e materiais, como já escrevi anteriormente. Nesse caso, mais uma criança se soma a essa população.

A morte de Antonieli revela tragédia por muitas frentes. Que sua família encontre o apoio necessário, que o assassino seja responsabilizado e que possamos apoiar projetos políticos que verdadeiramente priorizem a vida das mulheres.

*** DJAMILA RIBEIRO

ESTAR BEM

CONHEÇA OS ENSINAMENTOS DA DIETA INTUITIVA

Devido à sua natureza restritiva, os regimes alimentares impõem uma mentalidade de ‘tudo ou nada’ que nos conduz ao fracasso. Confira os dez passos para você aprender a ouvir os sinais de saciedade do organismo

Começa a dieta. Come demais. Desiste. Repete. Se esse ciclo lhe parece familiar, bem-vindo ao mundo da dieta crônica. As dietas, devido à sua natureza restritiva, impõem uma mentalidade de tudo ou nada que nos leva ao fracasso. Quebrar as regras de uma dieta normalmente leva a um novo ciclo de excessos, que, por sua vez, leva a mais uma dieta.

Janet Polivy, então uma estudante de pós-graduação, e C. Peter Herman, professor de psicologia, começaram a estudar os efeitos psicológicos da dieta na Universidade Northwestern na década de 1970. A pesquisa deles foi  inspirada em uma estudante que mencionava que suas colegas de quarto faziam dieta o dia todo, mas à noite “comiam de tudo que estava à vista”. A observação levou a uma série de experimentos fascinantes que destacaram as mudanças psicológicas que ocorrem quando as pessoas começam a restringir sua alimentação.

“As pessoas que fazem dieta mostram diferenças cognitivas na forma como veem as coisas. Não é apenas fazer uma dieta em si. As pessoas viram “dieters” crônicos que estão sempre recomeçando dietas. Torna-se parte de sua identidade”, disse Polivy, agora professor emérito da Universidade de Toronto.

Os estudos foram inicialmente criticados por desencorajar as pessoas a perderem peso. Hoje, porém, um número crescente de cientistas reconhece o custo psicológico da dieta, que muitas vezes pode sair pela culatra e fazer com que as pessoas comam demais. Em uma série de experimentos envolvendo milkshakes e pudim, Polivy e Hernandes cobriram que as pessoas que fazem dieta reagem de maneira diferente aos alimentos do que aqueles que não estão de dieta. Nos estudos, os participantes pensaram que estavam sendo solicitados a provar  e avaliar diferentes alimentos. Para começar, algumas pessoas receberam milkshakes, e todos foram convidados a provar e avaliar biscoitos, bolos ou nozes.

Depois de tomar um milkshake, a maioria dos voluntários comeu menos: Mas os “dieters” do grupo fizeram o oposto. Se eles tomaram o shake primeiro, na verdade comeram mais durante o teste de sabor. Parecia que, porque eles já haviam dado” sua dieta de qualquer maneira, decidiram que poderiam comer mais comida.

Em outro grupo de estudos, os participantes receberam pratos de pudim de chocolate antes de provar os sanduíches. Em uma rodada, os participantes foram informados de que estavam comendo ou um pudim de 600 calorias ou um de 300 calorias. Em outra rodada, os pesquisadores trocaram as tigelas, mas mentiram sobre a contagem de calorias.

Mais uma vez os “dieters” se comportaram de uma maneira inesperada. Se comeram o pudim na dieta ou pensaram que o estavam comendo, comeram menos depois. Mas, quando comeram a tigela de 600 calorias -ou pensaram que o tinham feito – eles acabaram comendo mais sanduíches.

“Eles achavam que estavam quebrando suas dietas, então foram embora”, disse Polivy.

Os pesquisadores chamaram esse ciclo – dieta, quebrar a dieta e depois comer demais – de  efeito “dane-se”. “Se você faz dieta depois de tomar um milkshake, todas as apostas estão perdidas. É o “Dane-se. Não consigo manter minha dieta agora. Eu já quebrei, então agora eu posso muito bem ir a comer tudo à vista”, disse Polivy.

Os estudos do efeito “dane-se” foram uma das primeiras fontes de inspiração para a nutricionista Evelyn Tribole, coautora do popular livro “Intuitive eating: A Revolutionary anti-diet approach” (“Comendo intuitivamente: Uma revolucionária abordagem anti- dieta”).

“Quando eles escreveram sobre o efeito “dane-se”, eles estavam descrevendo meus pacientes. Eles pensavam: “Já estraguei tudo. Já estou errado. Então vou comer todos os alimentos”, disse Tribole.

Tribole e sua coautora, Elyse Resch, desenvolveram a estratégia da alimentação intuitiva para ensinar as pessoas a pararem de fazer dieta e, em vez disso, sintonizar as necessidades de seus corpos. Ela observa que ouvimos muitos dos sinais biológicos do nosso corpo, como ter uma bexiga cheia. Mas muitas vezes tendemos a ignorar os sinais do nosso corpo sobre fome, saciedade e satisfação.

A alimentação intuitiva oferece um conjunto de 10 princípios orientadores para nos ajudar a sintonizar melhor esses sinais de fome e eliminar fatores externos que nos impedem de ouvi-los.

REJEITE A MENTALIDADE DE DIETA

Procure os sinais da cultura da dieta em sua vida. Eles vêm do seu médico? De membros da sua família? De você mesma? Livre-se dos livros de dieta e pare de seguir contas de mídia social que focam na cultura da dieta e de perda de peso.

HONRE SUA FOME

Pense em como é a fome para você. É sempre um ronco no estômago? Seu humor muda? Você fica irritado(a)? Quando você sentir muita fome esta semana, observe e pense por que isso acontece. Ficou muito tempo sem comer?

FAÇA AS PAZES COM A COMIDA

Faça uma lista de todos os alimentos que você não se permite comer (excluindo quaisquer alergias alimentares). Agora, dê-se permissão para comê-los. Comece com um alimento e preste muita atenção em seu gosto e em como ele faz você se sentir. Você pode descobrir que não gosta da comida tanto quanto pensava – ou redescobrir o quanto ama a comida e se dar permissão para começar a apreciá-la novamente.

DESAFIE A PATRULHA ALIMENTAR

Anos de dieta podem nos ensinar que somos “bons” ao comermos vegetais e “ruins” ao comermos bolo. Faça uma lista de todas as regras que você tem em relação à alimentação. Você evita carboidratos? Nunca come sobremesa? Conta calorias na sua cabeça o dia todo? O que acontece se você quebra uma regra? Você come compulsivamente ­ uma comida e depois se pune por isso? O objetivo aqui é conscientizar quanto espaço do cérebro é dedicado ao policiamento dos alimentos que você come e como essas regras alimentares podem atrapalhar a alimentação consciente.

DESCUBRA O FATOR SATISFAÇÃO

Faça a si mesmo uma pergunta simples: o que é ter uma refeição satisfatória pata você? Pense nos componentes dessa refeição e em como você quer se sentir quando terminar. Sua refeição pode envolver alimentos específicos ou pode ser um piquenique no parque, uma noite em um restaurante favorito ou um jantar ou churrasco com amigos ou familiares.

SINTA SUA PLENITUDE

Preste atenção ao seu corpo no meio de uma refeição ou lanche. Faça duas perguntas: Como está o sabor? Onde estão minha fome e plenitude agora? Tribole observa que algumas pessoas acham esse exercício difícil e não há maneira certa ou errada de fazê-lo.

LIDE COM SUAS EMOÇÕES COM GENTILEZA

Verifique suas emoções fazendo duas perguntas: O que estou sentindo agora? Do que eu preciso agora? A resposta pode ser que você precisa de uma pausa, uma distração (como assistir a um vídeo engraçado), um telefonema com um amigo, um cochilo, uma caminhada. Ou você pode realmente estar com fome. A dieta crônica pode criar uma tendência a reagir às emoções comendo. O objetivo deste exercício é expandir sua caixa de ferramentas para lidar com essas emoções.

RESPEITE SEU CORPO

Evite comentários corporais sobre você e os outros. Reserve um momento consciente para pensar nos comentários corporais que você fez aos outros e nos pensamentos corporais que teve sobre si mesmo. O objetivo deste exercício é aceitar seu projeto genético. Vocênão seculpa pelo tamanho do seu pé ou pela sua altura. Pare de se culpar pelo tamanho do seu corpo. A diversidade corporal faz parte da natureza, e pesquisas mostram que o peso está muito além do nosso controle consciente.

SINTA A DIFERENÇA DE MOVIMENTO

Concentre-se em como se sente quando você se move, seja fazendo tarefas domésticas, caminhando até a caixa de correio ou malhando. E aqui está uma reviravolta: pense em como você se sente quando não está se movendo também. Descansar é importante! O objetivo deste exercício é parar de calcular as calorias que podemos queimar durante o exercício e o movimento e começar a focar em como o bom movimento nos faz sentir.

HONRE SUA SAÚDE COM UMA NUTRIÇÃO SAUDÁVEL

Escolha um vegetal e encontre uma nova receita para torná-lo delicioso. As dietas muitas vezes nos ensinam que os chamados ”alimentos saudáveis” devem ser relativamente insípidos. Tribole observa que muitos de seus pacientes desenvolveram uma aversão a vegetais como resultado de dietas que incluem vegetais cozidos simples ou salada sem molho. A nutrição suave, ela explica, se resume a essa lição: “Faça escolhas alimentares   que honrem sua saúde e seu paladar enquanto fazem você se sentir bem”.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

OLHAR, COPIAR, COMER

A onda global de acompanhar nas redes o dia a dia alimentar de celebridades e anônimos tem o poder de mudar os hábitos à mesa –  e pesa a favor da comida saudável

Os programas capitaneados por chefs venerados que produzem alquimias na cozinha já vêm há tempos arrastando multidões para a frente da TV. Aí a internet chegou com tudo e deu nova envergadura ao hábito de assistir ao preparo de receitas – um território que rapidamente se multifacetou: caiu no gosto das pessoas ver as outras, muitas delas anônimas, comendo e discorrendo sobre suas rotinas alimentares na rede. Só a hashtag #Wl1atlEatinaDay (o que eu como em um dia) registra mais de 10 bilhões de visualizações, fenômeno que exibe a uma plateia global do mais espartano sujeito e seu saudável cotidiano de refeições à moça que preenche os dias à base de fast food.

O que se sabe agora é que o sistemático consumo desses vídeos vem influenciando em escala planetária a relação das pessoas com a comida. E não se trata apenas do que comemos, mas também das porções que colocamos no prato e até da cadência com que levamos o alimento à boca. “Alimentação é um comportamento fortemente social e detectamos nesse campo uma enorme tendência de a espécie humana imitar o que observa à sua volta”, afirma Jane Ogden, professora de psicologia da saúde na Universidade de Surrey, no Reino Unido.

Uma nova frente de estudos tem investigado o cérebro para decifrar como se dá esse mecanismo que acaba nos fazendo ansiar o prato do vizinho. A resposta da ciência está nos chamados neurônios-espelho, responsáveis por observar, processar e replicar padrões sociais, que se tornam modelos para regular emoções e tecer interações sociais. As refeições se inserem nesse contexto – copiar o colega ao lado é um gesto social, de aproximação, que se desenrola como resultado de uma frenética atividade da mente. As mais recentes descobertas sobre o tema apontam que o que ocorre ao vivo e em cores se passa em elevadíssima potência quando alguém está assistindo à comilança alheia no mundo virtual.

A boa notícia vem de um vasto levantamento conduzido pela Universidade Aston, no Reino Unido. Ao captar a influência das redes nas escolhas à mesa, a pesquisa constatou que existe uma tendência de as pessoas abraçarem mais os bons do que os maus exemplos – o lado iluminado dos legumes, verduras e frutas vence com uma margem de 15% o dos hambúrgueres e coxinhas, ainda que eles exerçam inequívoco magnetismo. “Eu me inspirei no cardápio de gente que acompanhava na internet para mudar totalmente minha relação com a comida, e foi para melhor”, conta a hoje saudável estudante Gabriela Sahade, 17 anos, que não aguentou: passou ela também a compartilhar seu dia a dia alimentar nas redes, acumulando inacreditáveis 230.000 seguidores.

Mas que ninguém se engane: há muito, muito mesmo, o que se deletar nesse nicho que só faz crescer e aparecer. No rol do que é descartável se encontram os mukbangs, vídeos de ingestão excessiva, veloz e até grotesca de comida que se popularizaram no YouTube e em canais de streaming na Ásia. Fazem tamanho barulho que o governo chinês, liderado por Xi Jinping, decidiu bani-los da internet, justificando que podem conduzir os jovens a comer além da conta e incentivar o desperdício. A iniciativa foi ancorada em uma lei que determinou a varredura de sites e apps que disseminam a prática – os desobedientes pagam multa de mais de 1.000 dólares.

Pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade Nacional de Seul rastrearam pessoas que fielmente assistem aos vídeos mukbang e concluiu que 98% tiveram seus hábitos alimentares alterados: uns, com os olhos vidrados na tela, sentiam-se estimulados a comer fora de hora; outros tratavam de copiar pratos desprovidos de nutrientes na refeição seguinte. Houve inclusive registro de ganho de peso na amostra analisada. “Imagens muito apelativas de comida podem ser irresistíveis, provocando no cérebro efeito semelhante ao experimentado pela pornografia”, compara o neurocientista Paul Smeets, da Universidade de Wageningen, na Holanda.

A maior parte dos hábitos humanos é adquirida na infância, especialmente até os 5 anos de vida, mas o processo de aprendizado por meio de exemplos nunca cessa e contém um claro componente cultural. Isso vale para a alimentação. “É o que explica as diferenças de paladar entre japoneses e brasileiros e o fato de casais engordarem ou emagrecerem juntos”, explica a britânica Jane Ogden. A profusão de programas e vídeos voltados para culinária deságua em estímulos visuais que põem o cérebro para trabalhar, desencadeando uma ativa produção de hormônios que abrem o apetite. Em setembro, quem deu gás ao fenômeno mundo afora foi a americana Emily Mariko, que cativou milhões de seguidores com uma receita simples de arroz com salmão desfiado cujo vídeo viria a ser reproduzido milhares de vezes, um daqueles sucessos instantâneos difíceis de decodificar. Só de olhar, deu fome a muita gente. “Assim que vemos a comida, ativamos mecanismos fisiológicos para iniciar o processo de digestão”, diz Maria Luiza Petty, especialista em nutrição e comportamento alimentar. Que tantos e variados estímulos conspirem a favor de um bom prato.

FELICISSES

UM POUCO SOBRE LIVROS, FILMES, SÉRIES E ASSUNTOS ALEATÓRIOS

kampungmanisku

menjelajah dunia seni tanpa meninggalkan sains

Blog O Cristão Pentecostal

"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b

Agayana

Tek ve Yek

Envision Eden

All Things Are Possible Within The Light Of Love

4000 Wu Otto

Drink the fuel!

Ms. C. Loves

If music be the food of love, play on✨

troca de óleo automotivo do mané

Venda e prestação de serviço automotivo

darkblack78

Siyah neden gökkuşağında olmak istesin ki gece tamamıyla ona aittken 💫

Babysitting all right

Serviço babysitting todos os dias, também serviços com outras componentes educacionais complementares em diversas disciplinas.

Bella Jane

Beleza & saúde Bella jane

M.A aka Hellion's BookNook

Interviews, reviews, marketing for writers and artists across the globe

Gaveta de notas

Guardando idéias, pensamentos e opiniões...