OUTROS OLHARES

A ESCOLA COM ESCOLHA

Na volta às aulas, alunos do ensino médio, conhecido como um dos mais conteudistas e pouco eficazes do planeta, encontrarão um modelo flexível voltado para o futuro

O ingresso no ensino médio é um delicado rito de passagem na vida escolar, um salto para um mundo em que o cardápio de matérias se abre e a caminhada para a universidade exige empenho máximo. Quando aportou no Brasil nos longínquos anos de 1950, o Prêmio Nobel de Física Richard Feynman já registrava o seu espanto com a quantidade colossal de conteúdo que era apresentada aos alunos nestas praias: poucas vezes havia visto algo parecido. Por outro lado, observou o Nobel, os estudantes eram afeitos à decoreba e muitos boiavam em conceitos básicos. Pois a situação só se agravou, à medida que volumosos tópicos foram sendo somados à cartilha, fenômeno alimentado por uma tradição enciclopédica que já não pertence a estes tempos digitais. Armazenar tanto conhecimento na cabeça, afinal, perdeu o valor diante da possibilidade de obter a um clique um infinito leque de informações. Hoje, o que conta mesmo é saber juntar as peças, afiar o raciocínio lógico e desenvolver o ímpeto inovador. Escolas mundo afora vêm há décadas se adaptando a tais demandas, lição que o Brasil começa agora a absorver.

A mudança, que vinha sendo debatida fazia duas décadas, será aplicada gradativamente ao longo dos próximos três anos e já dá a partida nesta volta às aulas, valendo para os estudantes do 1º ano do ensino médio. Vai atingir de saída 2,5milhões de adolescentes, que estão, naturalmente, cheios de dúvidas e aflições, assim como seus pais. Mas é boa notícia. O novo ensino médio, como ocorre na maioria dos países da OCDE (organização que reúne os mais ricos), entre eles os Estados Unidos e a tão elogiada Finlândia, será mais flexível, dando ao jovem o poder de escolha sobre parte de sua jornada acadêmica. A ideia essencial é que cada um tem talentos e interesses distintos, portanto pode mergulhar nas áreas que lhe despertam a curiosidade e que pretende abraçar no futuro. “A realidade do século XXI exige que os jovens estejam preparados para a quarta revolução industrial, tendo elevado pensamento crítico, daí a necessidade de uma escola menos engessada”, enfatiza Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV-RJ.

Nessa escola modificada, as únicas disciplinas que seguirão iguais para todos durante o ensino médio inteiro são matemática e português. De resto, os estudantes pinçarão, entre cinco áreas de conhecimento, uma que queira trilhar com mais profundidade, seja no universo das ciências da natureza, seja se direcionando para uma formação técnica. Para pais que podem estar se perguntando neste momento se o filho que tem predileção pelo campo das humanas não aprenderá mais física, por exemplo, a resposta é: a disciplina, bem como todas as previstas na Base Nacional Comum Curricular do Ministério da Educação, continua na grade – o que varia é a intensidade com que serão ensinadas a cada jovem. Na prática, 40% da carga horária, ampliada de uma média de quatro para cinco horas diárias, será reservada a um mundo inesgotável de disciplinas eletivas, que dão uma chacoalhada na vida escolar como a conhecemos.

As escolas, públicas e particulares, passaram os últimos três anos se dedicando à reforma, que faz entrar em cena matérias como empreendedorismo, matemática financeira, oratória, contação de histórias, fotografia, mídia, culinária, e por aí vai. “Não se trata de exigir que o aluno faça uma escolha profissional precoce, mas sim de lhe oferecer opções que dialoguem com seus reais interesses”, pontua Wilton Ormundo, diretor do colégio Móbile, em São Paulo, que preparou um menu com mais de vinte dessas eletivas. Prestes a estrear no ensino médio, Bruno Pozzobon, 15 anos, nutre saudáveis dúvidas sobre qual carreira seguir, mas na hora de marcar o xis em uma das cinco áreas, não pestanejou –   cravou matemática. “Sempre gostei dos números e estou aliviado de não precisar estudar tanto as matérias com as quais tenho menos afinidade”, diz o adolescente, que mira as seletivas “investigações em física” e “programação de computadores”.

Para facilitar a transição e suavizar as angústias diante da novidade, as escolas estão implantando a disciplina “projeto de vida”, em que os alunos são instados a pensar sobre seus objetivos mais adiante com a ajuda de um orientador. Não foi fácil para Gabriela Pedrozo, 15 anos, assinalar sua opção. Ela passou noites insones pensando, até que se decidiu por ciências da natureza. “Fiquei nervosa com a ideia de não gostar das matérias e passar o ano arrependida.” Aí conversou com a família. “Disse a ela o básico: ‘Não tem certo ou errado, o importante é fazer bem, e de preferência com alegria, o que escolher'”,  conta a mãe, a médica Tatiana Pedrozo, 46 anos. Se mudar de ideia no meio da jornada, ela e os outros têm a chance de trocar e lançar-se em nova trilha.

Uma transformação dessa envergadura exige treinamento dos professores e não ocorre sem tropeços. Quem se adiantou e já renovou o ensino médio avalia que a reviravolta compensa sob vários prismas. “É natural que haja um receio inicial, mas a nossa experiência mostra uma aprovação maciça do novo  sistema”, diz Marcos Raggazzi, diretor-executivo do colégio Bernoulli, com unidades em Salvador e Belo Horizonte, que implantou o modelo há três anos.

Os colégios ainda convivem com um ponto de interrogação dos mais decisivos que paira no ar: como o Enem, hoje uma extensa prova que cobra uma vastíssima gama de matérias, se adaptará aos novos ventos? O que se sabe é que a versão reformada da prova entra em vigor em 2024, já foi desenhada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e aguarda a homologação de um grupo de trabalho sob a coordenação do MEC. Pela proposta encaminl1ada, o exame terá uma primeira etapa de múltipla escolha, dedicada à parte do currículo igual para todos, mais a redação, e uma segunda com questões dissertativas divididas por quatro áreas que espelham a lógica dos cursos superiores – cada aluno fará apenas a que se encaixar em sua escolha. “Queremos que o novo Enem seja menos conteudista e sinalize para as competências do século XXI”, explica Maria Helena Castro, presidente do CNE. Ao aderir ao conceito moderno de que educação não é penas estocar conhecimento, mas saber o que fazer com ele, o Brasil vira uma página mais do que necessária rumo ao futuro.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA DIA

11 DE FEVEREIRO

UM GRANDE HOMEM, UM PEQUENO PAI

… julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu (1Samuel 3.13).

Eli foi juiz e sacerdote de Israel por quarenta anos, um período de grande instabilidade religiosa e profunda crise espiritual. Os filhos de Eli, Hofni e Fineias, cresceram na casa de Deus, mas não obedeceram a seu pai nem conheceram a Deus. Eram sacerdotes, mas não honravam a Deus. Eram ministros, mas não amavam o povo. Eram líderes, mas sua vida era uma pedra de tropeço para o povo. A impiedade de Hofni e Fineias tem muito a ver com a deficiência da criação. Eli era um pai ausente. Cuidava dos outros, mas se esquecia da própria família. Eli era um pai bonachão. Não tinha pulso para corrigir os filhos. Todo o povo comentava o comportamento escandaloso desses dois jovens sacerdotes, mas Eli não os disciplinava. Embora casados, Hofni e Fineias adulteravam dentro da casa de Deus. Desonravam a Deus, ofendiam o povo e desacatavam seu pai. Eli era um pai conivente. Além de ser tolerante com os erros dos filhos, era participante de seus desatinos. Amava mais aos filhos do que a Deus, por isso deixava de corrigi-los. Em vez de proteger os filhos, entregou-os à destruição. Finalmente, Eli se tornou um pai fatalista, que aceitou passivamente a decretação da derrota em sua família. Eli foi líder fora dos portões, mas um fracasso dentro de casa. Ajudou o povo, mas perdeu os filhos. Foi um grande homem, mas um pai pequeno.

GESTÃO E CARREIRA

POR DENTRO DAS PROFISSÕES – TECH RECRUITER

Profissionais de TI não costumam procurar emprego. São caçados pelos departamentos de RH, que precisam desenvolver artimanhas para atraí-los. Isso abre portas para uma especialização dentro da área de recursos humanos: a dos recrutadores focados totalmente na área de tecnologia.

O mercado brasileiro vai precisar de 797 mil profissionais de TI até 2025, de acordo com uma estimativa da Brasscom, a associação das empresas do setor de tecnologia. Mas as universidades formarão apenas 265 mil.

Um caso agudo de muita demanda com pouca oferta. E o resultado é óbvio: os profissionais da área passam a ser disputados a tapa. Por conta disso, um ramo do RH, tem se sobressaído: o dos tech recruiters.

Qual é a diferença entre recrutar gente de TI e de outras áreas? Neste momento, pelo menos, muita. Priscila Magalhães, gerente de recrutamento para cargos de tecnologia da Randstad, uma agência de RH, explica: “Quando você divulga uma vaga corporativa, as pessoas se aplicam e você consegue um grupo para poder selecionar. No caso da TI, não. Se a gente só divulgar uma vaga, não temos aplicação.”

Pois é. Os profissionais de TI não estão acostumados a procurar emprego, mas a receber ofertas. E não são poucas. “Precisamos de um exército para encontrar essas pessoas no mercado. É um processo mais difícil. Temos dificuldade até em obter retorno. Eles são tão abordados que é como se nem tivessem mais tempo de dizer ‘não, obrigado’. Acabam respondendo, de fato, apenas a quem lhes interessa responder”, complementa. Para caçar os talentos de que precisa, então, o tech recruiter deve transitar bem no universo da tecnologia. É essencial participar de fóruns e comunidades online, frequentar eventos que reúnam profissionais da área e formar uma rede de contatos que faça boas indicações.

Isso vai ajudar também com a principal competência para um tech recruiter: entender de TI. “Eles não querem sempre ter que explicar o que fazem. Se é um desenvolvedor, pode ser de front end, back end ou full stack. Minimamente, precisamos analisar o currículo do candidato, identificar o que ele faz e saber as diferenças”, afirma Priscila.

Em tempo: front end é a parte gráfica de um sistema, ou seja, aquela com a qual o cliente vai ter contato (a interface de um site de e-commerce, por exemplo). Back end é a programação dos servidores, aquela parte que os olhos do usuário não veem – mas que o coração sente, quando dá pau. E full stack é o pacote completo.

Estar apto a ter uma conversa fluida sobre o lado técnico dos cargos não requer um conhecimento profundo, claro. Grande parte dos recrutadores tech já atuavam em RH antes. São formados em Psicologia, Gestão de Recursos Humanos ou Administração. Eram generalistas com algum tempo de experiência, que aproveitaram a cena favorável à TI para se tornarem tech recruiters.

Priscila destaca que a maior parte desses profissionais aprendeu sobre tecnologia dentro das próprias empresas em que atuam. Na raça mesmo: apelando aos colegas de TI e estudando os conceitos da área. A propósito: estudar é uma constante para um tech recruiter, já que é necessário acompanhar a evolução dos sistemas de software, e entender como isso cria novas funções dentro das companhias. Mas também há formas mais profissionais de ampliar o conhecimento nessa área do RH. Quem estiver disposto a investir pode se matricular em cursos específicos para formação de tech recruiters. Já existem vários no mercado. “Normalmente, são ministrados por profissionais de recursos humanos e professores de TI. Eles ajudam a entender o universo tech e a cultura do setor.” Em empresas maiores, a área de tech recruiting é mais complexa. Aí não basta uma pessoa do RH com essa especialidade, mas toda uma equipe, com um gestor dedicado a ela. “Tem uma posição superemergente: a de lead tech recruiter. Trata-se de um cargo ainda técnico, mas que também tem um upgrade de liderança.”

A psicóloga Nathalia Bertolino ocupa essa posição no Grupo Boticário. Vamos à história dela.

AS COMPETÊNCIAS-CHAVE

Em quase uma década de carreira, Nathalia passou por pequenas consultorias de RH e pelo Magazine Luiza. Lá, onde trabalhou por três anos, teve o primeiro contato com o recrutamento para TI. “Sempre foi um mercado que me chamou a atenção. Busquei me manter atualizada mesmo quando não trabalhava nesse meio”, conta.

No início de 2020, foi contratada como tech recruiter pelo Boticário. Seis meses depois, a empresa decidiu criar um time de RH especializado na área. E Nathalia ganhou uma promoção, para lead tech recruiter. Hoje, tem 13 pessoas em sua equipe, cada uma delas recrutando para um dos diversos times de tecnologia da companhia.

Lá, Nathalia explica, o fluxo de trabalho começa com o desenho de um perfil para a vaga, feito junto à liderança que precisa preencher a posição em aberto. “Costumamos ter um bom panorama dos setores por causa da divisão de trabalho que fazemos. Então, sabemos quais os principais produtos, as atividades e os indicadores de cada um. Mas, ainda assim, procuramos obter o melhor entendimento possível do perfil técnico e comportamental que a posição exige.”

No Boticário, uma saída para facilitar a caça de talentos, foi criar um programa interno de indicações. O RH divulga a vaga em aberto para os colaboradores da área de tecnologia, e eles indicam conhecidos do mercado. Se der certo e a pessoa acabar contratada, o funcionário que indicou ganha uma recompensa.

Em paralelo, os recrutadores lançam mão dos recursos que estiverem ao alcance. “Temos um trabalho muito forte de hunting, de busca de pessoas”, diz. E aí entra a parte de sair para caçar em eventos – o que exige jogo de cintura. “Participamos de eventos não só para obter candidaturas. Estamos lá apresentando a empresa, porque enquanto as pessoas não souberem o que a gente está fazendo, as tecnologias que estamos usando, fica difícil trazer alguém. E também, muitas vezes, vamos abordar a pessoa para dizer que o perfil dela faz muito sentido para nós, mas que se ela discordar e puder indicar outras pessoas, ótimo.”

Outra competência que Nathalia aponta é a capacidade de tomar decisões rápidas, de forma autônoma, já que os processos de seleção em TI são mais dinâmicos do que o normal. “Para nós, o processo de seleção tradicional não funciona, absolutamente. Você precisa correr o tempo todo, para que o candidato não receba outra proposta. É preciso ter proatividade para inverter ou eliminar etapas”, diz.

Para que isso seja possível, é fundamental que a relação entre os tech recruiters e as lideranças da área de TI seja a mais próxima possível. “É preciso pensar nos líderes como parceiros, não como clientes. Até brinco com o time, dizendo que a gente está começando a se distanciar do RH e indo muito mais para o mundo da tecnologia.”

UM DIA NA VIDA

ATIVIDADES-CHAVE

Traçar o perfil de cada vaga, atrair candidatos em eventos e redes sociais, buscar indicações dentro da comunidade de profissionais de TI.

PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS

Traquejo social, para buscar profissionais em eventos e divulgar as oportunidades que a empresa traz aos profissionais de TI, e proatividade: o processo seletivo em TI precisa ser dinâmico, diante da chuva de ofertas que os candidatos recebem. Ater-se a burocracias pode ser um tiro no pé.

O QUE FAZER PARA ATUAR NA ÁREA

A graduação exigida é a mesma dos profissionais generalistas de RH. Pode ser Psicologia, Gestão de Recursos Humanos, Administração…

Para quem deseja se especializar, porém, há cursos de preparação para tech recruiters.

PONTOS POSITIVOS

Como a escassez de profissionais de TI deve persistir nos próximos anos, o mercado para os tech recruiters tende a seguir crescendo.

PONTOS NEGATIVOS

Não há um consenso do que é necessário para se tornar um tech recruiter. Em algumas empresas, uma breve vivência anterior será suficiente. Para outras, pode haver necessidade de conhecimentos mais específicos.

QUEM CONTRATA

Agências de recrutamento e seleção costumam ter uma equipe exclusiva de tech recruiters. Empresas também estão ampliando suas áreas de RH com equipes especializadas em tech recruiting.

SALÁRIO MÉDIO

R$ 3,8 MIL*

SALÁRIO ALTO

R$7 MIL*

*** FONTE: Glassdoor

EU ACHO …

A FAVELA VENCEU?

Você talvez já tenha ouvido ou lido frases de efeito como a “favela venceu”, “pretos no topo” ou “mulheres no comando”. Elas têm em comum o desejo de celebrar pessoas ou grupos vulnerabilizados alcançando melhores perspectivas. O que, ao meu ver, é super válido.

Navegando pelas redes sociais, já vi a #FavelaVenceu ser usada para enaltecer alguma pessoa que cresceu numa favela e teve seus feitos reconhecidos. E ao endossar de onde veio, possivelmente, pode inspirar outros a trilharem caminhos também bem-sucedidos. Ainda vejo a #MulheresNoComando usada no perfil de alguma mulher que conseguiu ser promovida. Bem como pessoas negras que galgam posições de poder no setor público ou privado podem demarcar o marco com a #PretosNoTopo.

Sou do tipo que também comemora microconquistas. Eu me inspiro em trajetórias individuais que conseguem hackear o sistema, a dura estrutura que vem sendo sedimentada há anos pelo machismo, racismo, classismo e outros ismos.

Podemos e devemos celebrar aquelas pessoas que estão comprando casas, fazendo viagens, conseguindo bons empregos ou oportunidades de estudo, por exemplo, e que, apesar de ter um horizonte reduzido por conta de desigualdades estruturais, conseguiram driblar muitas das limitadas expectativas projetadas sobre elas.

No entanto, não concordo com trajetórias individuais usadas para ilustrar que todos podem “chegar lá”, reforçando uma falsa meritocracia que ignora contextos estruturais.

Não podemos esquecer que, há 60 anos, mulheres precisavam ter autorização de seus maridos para trabalhar.

Que tivemos quase quatro séculos de escravidão negra, cujas consequências impedem até hoje histórias coletivas de sucesso. Se temos poucas mulheres e pessoas negras ou trans em cargos de liderança, não é por um mero acaso, falta de esforço, de vontade, ou porque não lutaram o bastante.

Acredito que a favela até pode vibrar quando vemos uma pessoa favelada em destaque, especialmente porque veio de um contexto tão desigual e conseguiu trilhar uma inspiradora curva de resiliência e hackear o sistema. Sua individualidade precisa ser respeitada e celebrada. Mas nós só vencemos como país mesmo, quando enxergamos uma mudança deste cenário vendo perspectivas coletivamente impactadas.

Para mudar a realidade de um país, precisamos considerar que as favelas, as mulheres, os negros, indígenas, pessoas com deficiência vencem (no plural) quando se trata de conquistas que possibilitam avanços coletivos, e não apenas a partir de trajetórias singulares, individuais e excepcionais.

Quando vemos saneamento básico, educação, renda e cultura chegando à favela, aldeias, no campo e espaços periféricos semeamos vitórias plurais e não isoladas. E quando a base se levanta, o país todo ganha.

Vencem quando vimos o que as políticas de cotas foram capazes de fazer ao possibilitar a diversas instituições acadêmicas a oportunidade de conviverem com saberes de grupos antes excluídos destes espaços. Políticas estas que precisam ser renovadas este ano.

Desde 2012, por exemplo, o número de negros em espaços universitários cresceu pelo menos 400%, embora o mesmo crescimento ainda não seja visto nas empresas em cargos de liderança.

A reflexão aqui é simples: queremos somente histórias individuais e excepcionais de sucesso, que em último caso, fadam nosso país ao insucesso da concentração da renda e do conhecimento nas mãos de poucos, ou queremos vitórias coletivas que permitam que avancemos no PIB e como nação? De que lado você está?

LUANA GÉNOT

lgenot@simaigualdaderacial.com.br

ESTAR BEM

COMO PREVENIR AS ‘RUGAS DO SONO’?

 A postura ao dormir pode criar vincos na pele, causados pela pressão exercida à noite

Você já ouviu falar nas rugas do sono ou sleep lines? Mesmo que o termo seja novidade, saiba que sua postura ao dormir tem papel fundamental na formação destas linhas. A pressão exercida sobre a face, o pescoço e o colo durante a noite, principalmente se você dorme de lado ou de bruços, causa vincos que se estabelecem na pele.

A dermatologista Daniela Leal explica que, com o passar dos anos, a pele perde ácido hialurônico, produzido naturalmente pelo organismo, e a capacidade de reter água. O resultado é uma pele menos elástica e mais suscetível à pressão. Por isso, a postura repetitiva ao dormir vai ter maior impacto com a idade. Ou seja, as rugas fazem parte do processo natural de envelhecimento da pele, mas as rugas verticais são resultado dos hábitos ao dormir, diz a também dermatologista Bruna Villarejo, representante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Para ajudar a evitar que as linhas já existentes se acentuem ou que novas apareçam, é importante ajustar a posição de dormir e fazer uso de alguns recursos que diminuam o peso sobre a pele ou impeçam que ela dobre. O mais indicado é deitar-se de barriga para cima e permanecer assim ao longo da noite, mas nem todo mundo consegue se adaptar a esta posição.

Laís Abreu, fonoaudióloga e especialista em exercícios faciais, sugere, para quem está habituado a dormir de lado, acomodar um travesseiro, rolo ou almofada entre os joelhos e outro abaixo do antebraço, para que o braço de cima tenha apoio e não pressione o colo, fazendo ainda com que o rosto não fique comprimido contra o travesseiro. “Começar cada noite virado para um lado também reduz a chance de marcar o rosto, além de evitar assimetrias faciais causadas pela posição. Lembrando que a prioridade é dormirmos bem, então introduzir as mudanças aos poucos é uma boa ideia”, completa Laís.

ACESSÓRIOS.

Além de adaptar a postura ao deitar, as rugas do sono podem ser prevenidas e tratadas com o apoio de alguns acessórios e procedimentos. Uma das opções são os adesivos de silicone, aplicados no rosto, peito e entre os seios. “O que essas ferramentas fazem é anular a pressão no sentido convergente. São produtos que tiram a pressão mecânica de uma mama sobre a outra se você dorme de lado”, esclarece Daniela. Porém, é importante que sejam acompanhados pela mudança de posição na cama para surtir efeito. “Caso contrário, a ruga do sono só trocará de lugar, passando para a região da borda do adesivo, mas não deixará de se formar”, ressalta Laís.

A médica também sugere cautela com a utilização de adesivos na face, já que a repetição de aplicação do acessório pode causar dermatite de contato. “Na hora de remover, é como uma leve depilação na pele, que retira a camada morta. Na outra noite, você põe de novo no mesmo lugar e remove,  o que pode acabar sensibilizando o local.”

Entre os tratamentos, os mais indicados são os que estimulam a produção natural de colágeno e de ácido hialurônico, melhorando a firmeza e a densidade da pele, como os lasers fracionados e os bioestimuladores. Outra opção são os preenchimentos à base de ácido hialurônico, como os skin­boosters, para tratar rugas finas. Já os fios de polidioxanona (PDO) também estimulam a formação de colágeno e auxiliam na sustentação. “É um tratamento para as rugas da região perioral, em torno da boca, comuns de se formarem pela posição de dormir”, diz Daniela.

Para quem deseja um cuidado diário, que irá complementar os demais, a dica são os exercícios faciais. “Quando bem aplicados, podem deixar as regiões de sustentação do rosto mais tonificadas e firmes, além de ajudarem a equilibrar e a conscientizar sobre os movimentos”, explica Laís, que ensina a seus pacientes técnicas que realçam a beleza natural do rosto. A prática ainda melhora a simetria da face, reduz rugas causadas pela repetição de movimentos inadequados e auxilia numa melhor forma de falar, respirar, mastigar e deglutir.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

‘BOMBARDEIO DE AMOR’ – QUANDO O ROMANTISMO SE TORNA MANIPULAÇÃO

Prática, alertam especialistas, começa com excesso de generosidade com novo parceiro romântico para, depois, levar vantagem na relação

Imagine que você está em um restaurante uma noite e, depois do jantar, decide pedir não uma, mas duas fatias de cheesecake de sobremesa. Muitos diriam que isso não é saudável – ou pelo menos que é indulgente – mas todo mundo merece um agrado de vez em quando. Certo?

Se você continuar pedindo duas fatias de torta de sobremesa todas as noites por meses, no encanto, sua saúde pode sofrer.

Esta é uma analogia que Chitra Raghavan, professora de Psicologia do John Jay College of Criminal Justice, usou para explicar como os comportamentos românticos podem se transformar em uma prática manipuladora de namoro conhecida como “love bombing” (bombardeio de amor): ser excessivamente generoso com um novo parceiro romântico e manter contato constante para levar vantagem no relacionamento.

“Um parceiro, geralmente masculino, mas não exclusivamente, enche a outra pessoa de  atenção, carinho, elogios, bajulação e essencialmente cria esse contexto em que ela sente que conheceu sua alma gêmea facilmente”, disse Raghavan em entrevista por telefone. “A realidade é que a pessoa que está fazendo o bombardeio de amor está criando ou manipulando o ambiente para parecer que ele é o par perfeito ou que ela  é a companheira perfeita.”

Soa familiar? Aqui estão alguns sinais e padrões a serem lembrados para evitar essa situação – e conselhos sobre o que fazer se você acha que isso pode estar acontecendo com você.

ATENÇÃO EXCESSIVA E BAJULAÇÃO

Uma das coisas complicadas sobre namoro, disse Raghavan, é que tudo o que acontece em relacionamentos saudáveis também pode acontecer em relacionamentos não saudáveis. Demonstrar atenção excessiva é um exemplo.

“Se alguém presta atenção em você e geralmente está presente durante o primeiro encontro, isso geralmente sinaliza interesse”, disse Raghavan, que também é especialista em violência doméstica e tráfico sexual. “Mas também há pessoas que demonstram interesse de tal forma que você acaba se sentindo consumido por isso.”

Ela acrescentou que pode ser difícil reconhecer a incompatibilidade entre familiaridade (lembre-se, é alguém que você acabou de conhecer) e afeto no momento, especialmente quando uma pessoa está dizendo o que você deseja ouvir: “Você é minha alma gêmea”, “nunca conheci ninguém de quem me sentisse tão próximo” ou “tudo em você é o que eu queria”.

“É muito exagerado, histriônico, mas também pode ser visto como profundamente sedutor e romântico, dependendo do que acontece no meio, do que acontece depois”, disse Raghavan.

ISOLAMENTO DE AMIGOS E FAMILIARES

Pode parecer doce que seu novo companheiro queira passar todo o tempo com você. Mas, mais frequentemente, é um sinal vermelho: a pessoa pode ser uma narcisista tentando isolá-lo das outras conexões em sua vida como forma de exercer controle.

Amy Brunell, professora de Psicologia da Ohio State University cuja pesquisa é focada no narcisismo em relacionamentos sociais e românticos, disse que, embora não haja muitas pesquisas sobre abuso e narcisismo por parceiros íntimos, existe uma conexão. Controlar a vida social de uma pessoa desde o início pode deixa-la sem ter para onde ir quando um relacionamento azeda.

“Isso planta as sementes para a violência entre parceiros íntimos, porque geralmente uma pessoa pode querer sair disso, e aí fica é muito difícil”, disse Brunell em entrevista por telefone.

PRESENTES EXAGERADOS

Raghavan disse que dar presentes aos novos parceiros é uma maneira comum dessas pessoas exercerem influência e, mesmo que elas não tenham dinheiro, podem agir como se tivessem.

“Faz parte da ideia de excesso e de sobrecarregar a pessoa  para que ela seja arrebatada”, ela disse, acrescentando que a “atenção constante, bajulação, sedução, presentes” dificultam” processar que você está sendo sufocado. E quando você está sufocado, você não vê o perigo”.

Os narcisistas tendem a ser materialistas, disse Brunell, então também podem dar presentes para reforçar seu valor e autoestima.

“Isso me lembra um pouco das coisas de Christian Grey naquela série, a doação crônica de presentes sofisticados”, ela disse, referindo-se ao personagem-título de Cinquenta Tons de Cinza. Como esses personagens são abundantes na mídia romântica, ela acrescentou, seu comportamento “se torna nossa ideia equivalente de romance”.

Paul Eastwick, professor de Psicologia da University of California, Davis, cuja pesquisa examina como as pessoas iniciam e se comprometem em relacionamentos românticos, observou que nem todos os grandes gestos devem ser sinais vermelhos.

“De um modo geral, a maneira como damos carinho a outras pessoas, a maneira como mostramos a elas que nos importamos com elas, a maneira como tentamos apoiá-las, todas essas coisas tendem a prever bons resultados”, disse Eastwick em entrevista por telefone. O “love bombing”, disse, provavelmente representa um “pequeno subconjunto” desse comportamento.

APÓS O BOMBARDEIO DE AMOR

Em relacionamentos românticos adultos saudáveis, apoio, desejo e afeto rendem a ser recíprocos, disse Eastwick. Mas em casos de “love bombing”, a atenção flui em uma única direção: uma pessoa tenta se tornar o mundo inteiro da outra.

Raghavan disse que as pessoas que foram “bombardeadas de amor” muitas vezes sentem como se tivessem perdido seu senso de identidade, o que pode levar muito tempo para ser reconstruído.

“Você perde a noção de quem você é porque pequenas coisas estão sendo gerenciadas para você e essas pequenas coisas podem ser qualquer coisa, desde como você se veste até como você se apresenta”, disse Raghavan. “Mas também pode ser o tipo de piada que você pode contar em público ou o tipo de mulher que ele quer que você seja.”

Esses especialistas disseram que as vítimas devem ter paciência e compaixão, e também  podem se beneficiar de terapia. Elas deveriam tentar se reconectar com as atividades e pessoas que importavam para elas antes que esse relacionamento entrasse em suas vidas, aconselharam os especialistas.

“Isso precisa acontecer, aceitar os eventos trágicos e abraçar a positividade do futuro”, disse Raghavan.

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