Decisão da União Europeia de proibir pigmentos usados em tatuagens traz de volta a discussão sobre a segurança das marcas. Até onde se sabe, não há nada de errado com elas
Mesmo sendo um dos mais antigos e cultuados meios de enfeitar o corpo – o registro mais longínquo de uma tatuagem data de 3.300 a.C. -, o costume de adorná-lo com símbolos, frases e desenhos nunca foi lá muito pacífico. De tempos em tempos, surgem debates sobre a natureza dos produtos utilizados e eventuais impactos na saúde. Há poucas semanas, eles ganharam fôlego novamente com a decisão da União Europeia de proibir a utilização de cerca de 4.000 substâncias contidas em tintas coloridas. De acordo com o Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos (Reach), estrutura da organização, os pigmentos conteriam compostos químicos associados ao câncer, às mutações genéticas, às dificuldades reprodutivas e à irritação da pele. O órgão deu aos fornecedores de pigmentos um prazo até janeiro de 2023 para que encontrem novas colorações não prejudiciais, incluindo opções aos populares azul 15 e verde 7, matizes mais queridos.
Atualmente, não há evidência científica que vincule diretamente qualquer tinta de tatuagem ao câncer. Contudo, os questionamentos levantados pelas autoridades causaram uma crise na indústria de tatuagens em todo o bloco europeu. Associações comerciais reclamaram da medida, salientando que o setor já vem sofrendo nos últimos dois anos pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Em comunicado, a Sociedade Europeia de Pesquisa de Pigmentos de Tatuagem afirmou que a proibição não havia sido suficientemente discutida e levaria à criminalização dos tatuadores. Os profissionais, por sua vez, organizaram-se em movimentos para contestar a decisão por meio de abaixo-assinados como o Save the Pigments (salve os pigmentos), que já coletou 177.000 assinaturas. O argumento é que não há consistência científica para embasar a medida. O artista holandês Tycho Veldhoen também levantou a questão de a medida ter sido anunciada repentinamente. “Deveria ter havido muito mais preparação. É como um pintor que, de repente, perde uma parte gigantesca de sua paleta.”
Na verdade, uma consulta pública para discutir o assunto estava aberta desde 2019. Portanto, o setor teve tempo, sim, para se ajustar e encontrar alternativas. “Isso não é uma surpresa ou uma novidade”, disse Eric Mamer, porta-voz da UE. “Sete países já tinham restrições nacionais. É uma espécie de generalização da prática que existe em alguns Estados-membros”, acrescentou. Pelo menos 12% dos europeus têm tatuagens, o que equivale a 54 milhões de pessoas, a maioria entre 18 e 35 anos.
No Brasil, o assunto também costuma despertar certa desconfiança entre quem deseja fazer uma tatuagem, mas não sabe a procedência das tintas. Os pigmentos usados aqui são regulamentados desde 2010 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Existem treze registros de colorantes para tatuagem e micropigmentação válidos no país. Segundo dados da Tattoo do Bem – Associação Nacional de Tatuadores, 85% dos profissionais nacionais usam tintas fabricadas no país e submetidas à avaliação da Anvisa. De acordo com a agência regulatória, todos os produtos utilizados atendem aos requisitos essenciais de segurança e eficácia necessários à aprovação de artigos para a saúde.
A Anvisa informa ainda que a demonstração de segurança e eficácia dos produtos implantáveis deve ser apresentada acompanhada de relatórios de avaliação biológica. “Caso tenha por conclusão a necessidade de realização de testes de biocompatibilidade, deverão ser apresentados os relatórios desses respectivos testes, o que inclui a avaliação da carcinogenicidade. Lembramos, também, que o fabricante precisa estar regularizado quanto às Boas Práticas de Fabricação”, declarou a agência. A Anvisa está acompanhando as discussões na Europa, mas neste momento não tem intenção de modificar a lista dos pigmentos disponíveis no Brasil.
O que não se pode esquecer é que como qualquer cosmético – ou medicamento – os pigmentos são substâncias estranhas ao organismo. Nessas condições, é comum que provoquem reações como inflamações (demonstram que o corpo ativou seu sistema de defesa) ou alergias. Em geral, nada mais grave do que isso. Mesmo assim, são eventos facilmente controlados e, no caso das alergias, prevenidos. “As reações podem ser evitadas fazendo um teste antes”, explica Karlla Mendes, tatuadora brasileira que vive na Austrália e responsável pelo projeto We Are Diamonds, que oferece tatuagens gratuitas para cobrir cicatrizes em pessoas que não se sentem confortáveis com os sinais. As tatuagens, percebe-se, já vão muito além da estética – com zelo, então, cada vez mais serão uma marca de nosso tempo.
A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a madre (1Samuel 1.6).
Nossos sonhos nos alimentam na caminhada da vida. Dão-nos direção na jornada e força nas lutas. Quem tem sonhos, porém, precisa ter cuidado, porque existem muitos assassinos de sonhos à nossa espreita. Ana, mulher de Elcana, precisou lidar com três assassinos de sonhos. A primeira pessoa que tentou matar seus sonhos foi Penina, sua rival. Esta a provocava e a fazia chorar, a ponto de Ana entrar em depressão e não conseguir comer. A segunda pessoa que conspirou contra os sonhos de Ana foi o sacerdote Eli. Não compreendendo o drama vivido por ela, chamou-a de filha de Belial. Eli acusou Ana de estar bêbada no exato momento em que ela derramava sua alma diante de Deus. A terceira pessoa que desencorajou Ana foi Elcana, seu marido. Mesmo sendo um homem amoroso, tentou demover Ana de lutar pelos seus sonhos. Cuidado com os assassinos de sonhos! Eles podem estar muito mais perto do que você imagina. Podem ser membros de sua própria família. Mesmo que todos à sua volta conspirem contra seus sonhos, não desista deles. Deus não chamou você para considerar as circunstâncias, mas para viver pela fé. Não deixe que a opinião dos outros determine seus sentimentos nem que as palavras dos pessimistas matem seus sonhos. Não desista nunca de lutar, pois Deus é poderoso para transformar seus sonhos em realidade.
FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É… MAS EM LAGOAS DIFERENTES!
Pais podem servir de inspiração para seus filhos na hora de empreender, mas apoio é fundamental para que os mais jovens decidam prosseguir no próprio negócio
Muitos pais sonham em ver os filhos seguindo seus passos na hora de escolher a profissão. No empreendedorismo não é diferente, principalmente se considerarmos que no Brasil mais de 90% das empresas são familiares. No entanto, boa parte dos empreendedores que estão chegando ao mercado tem optado por um caminho diferente. Eles têm o empreendedorismo no sangue e querem, sim, seguir os passos dos pais, mas preferem ser donos do seu próprio negócio. E que não necessariamente tem a ver com o negócio dos pais.
Proprietária do brechó Desapegos da Mar, a estudante de marketing Marcela Rubio Prata conta que a veia empreendedora sempre esteve presente em sua vida, principalmente por acompanhar de perto os negócios do pai, o empresário e CEO do outlet imobiliário Resale, Marcelo Prata. “Acompanhar o empreendedorismo real de perto me fez ter a certeza de que realmente era isso que eu queria. O bichinho do empreendedorismo de fato me picou há um ano. Foram várias ideias que surgiram nesse período, no entanto nada que realmente me desse aquela sensação de ‘é isso’. Há nove meses, tudo foi fluindo para o meu grande business ser o Desapegos da Mar, e nesse mercado eu me encontrei”, conta Marcela.
O percurso até abrir o próprio negócio, ela conta, foi engrandecedor. “Eu me sentia frustrada por não ter encontrado o meu caminho, me cobrava muito. O mais incrível é que o Desapegos da Mar aconteceu de uma forma muito natural, exatamente no momento em que eu relaxei e parei de me cobrar tanto”, revela.
O pai, Marcelo Prata, esteve ao lado da filha o tempo todo aconselhando, orientando e apoiando todos os passos. “Nossos caminhos se cruzaram de uma forma muito legal. Ambos atuamos, sem combinar, no mercado de revenda de produtos. Ela com moda e eu no mercado imobiliário, na venda dos imóveis em outlet. O legal é que isso cria muita sinergia nos nossos papos, afinal de contas, o conceito de economia circular, em que o reaproveitamento dos recursos tem papel focal, nos permite comandar as empresas com esse olhar mais amplo e sustentável”, afirma o pai.
Outra vantagem para Prata é poder compartilhar com Marcela as próprias experiências à frente de um negócio em que já atua no Brasil inteiro. “A Marcela está só no começo da sua trajetória, é muito talentosa no que faz e vejo que essa experiência empreendedora está sendo um divisor de águas em sua vida. Torço muito para que o Desapegos seja somente o primeiro passo nessa linda trajetória que ela tem pela frente”, diz o empresário.
INSPIRAÇÕES
Assim como Marcela, Gabriell Freissler também se inspirou nos pais para seguir o caminho do empreendedorismo e ser dono do próprio negócio. Proprietário da AD Clínic, franquia de tratamentos estéticos, ele conta que desde pequeno sabia que gostaria de trabalhar por conta própria e confessa que os conselhos e ensinamentos dos pais empresários foram de extrema importância em sua trajetória. “Com os anos, se aprende com os erros e acertos. O essencial é a perseverança e não desistir. Continuar batalhando para conquistar aquilo que é seu, sem passar por cima de ninguém no caminho, fazendo o correto”.
Psicóloga e estrategista em Personal Branding e Planejamento de Carreira, Mônica Tracanella vêde forma positiva a inspiração que pais podem ser para seus filhos, mas alerta: é preciso trabalhar as expectativas. “Os pais precisam entender que, ainda que sejam os mesmos caminhos, estão sendo trilhados por pessoas diferentes, em momentos diferentes, ou seja, o ‘mesmo caminho’ não necessariamente levará ao mesmo lugar “.
Segundo ela, levar o tema com leveza dentro de casa e apoiar ao invés de cobrar são dicas valiosas para incentivar ainda mais os filhos no caminho do empreendedorismo. ”Propiciar algum trabalho de autoconhecimento, conhecer seus majores talentos e valores mobilizadores ajuda muito a entender que tipo de carreira faria mais ou menos sentido, traria maior ou menor satisfação pessoal e profissional. Algumas reflexões sobre futuros possíveis podem ajudar, e muito, tanto na definição de um objetivo claro e coerente quanto na construção de um plano de ação para atingir esse objetivo”.
APOIO INCONDICIONAL
De fato, pais empresários podem inspirar seus filhos a ir pelo mesmo caminho. Mas outra forma de inspiração igualmente importante é ter o apoio incondicional para seguir a carreira que bem entender, ainda que a profissão escolhida pelo filho nem sequer tenha passado pela cabeça dos pais.
Foi assim com Caroline Cerveira Saya, proprietária da Certa Gula Gastronomia, que largou o curso de engenharia de alimentos para se dedicar exclusivamente à gastronomia. Da ideia maluca de jogar tudo para o alto e mergulhar em um mundo totalmente desconhecido até a abertura da nova empresa, os pais, Fernanda e Flávio, estavam ali, juntinhos, prontos para apoiá-la. “Minha empresa cresceu dentro da minha casa e foi dominando cada ambiente. Já houve momentos em que tinha até farinha de trigo no quarto dos meus pais”, conta.
A decisão de ir para um lugar maior foi incentivada pelo casal, que nos últimos nove anos acompanhou não só o crescimento da filha como empreendedora, mas também viu crescer a empresa de massas artesanais criada por ela. “Em 2017 [cinco anos depois que a empresa abriu, meus pais estavam querendo se mudar da casa para um apartamento pequeno e me ofereceram o espaço. Tive a ideia de montar uma cozinha industrial, ter uma empresa de verdade. Meu pai me ajudou e comandou todo o projeto da obra”.
Pais e filhos também podem caminhar juntos no empreendedorismo gerindo a mesma empresa. É o caso de Erik Manfrim e a filha Priscila, donos da Special Dog Company. “Meu pai é um líder que lidera por meio do exemplo. Sempre foi um modelo para mim e para as pessoas por suas atitudes, não só pelo que fala ou acredita. Certamente, as atitudes dele, as orientações e todas as ações para as coisas acontecerem da melhor maneira possível são de fundamental importância para minha carreira, para minha vida e para o meu sucesso”, diz Priscila.
Para Manfrim, ter a filha seguindo seus passos é motivo de orgulho. “Me sinto muito satisfeito e grato por ver o empenho de todos que trabalham aqui, especialmente dos meus familiares, que assumem papel de protagonismo para fazer com que a Special Dog cresça, seja perpetuada e mais: que dê continuidade àquilo que eu pensei na fundação. Me deixa envaidecido”.
O CEO da Academia Brasileira de Inteligência Comportamental, Edson Carli, avalia que, muitas vezes, tocar negócios de família pode ser uma opção bastante válida “Quando a criança tem perfil empreendedor, isso é percebido logo que ela começa a socializar na escola e com os amigos. Ficam evidentes os comportamentos de troca, escambo, vontade de mudar e liderança”.
O MOMENTO CERTO
Assim como não se pode forçar uma pessoa em uma carreira na qual ela não tem interesse, também não existe o momento certo para mudar os rumos, como explica Edson Carli. Preparação e apoio são os incentivos que farão a diferença e é particularmente importante quando isso parte dos pais. “Existem garotos e garotas de 14 anos que iniciaram seus negócios e tiveram sucesso, assim como pessoas acima de 70 anos que iniciaram ‘novas’ carreiras como empreendedores. Obviamente, quem está empreendendo por opção tem mais tempo de se preparar. Os que empreendem por falta de opção, nem tanto. Vejo muitos pais que se frustram quando os filhos não seguem seus negócios. Eu, particularmente, acho um erro. O sonho de empresa é dos pais, e não necessariamente dos filhos. Um bom gerente formado na empresa é muitas vezes mais adequado ao processo de sucessão do que um filho ou filha que se vê obrigado a dar continuidade ao negócio”, diz o especialista.
A melhor maneira de ajudar é mesmo estar ao lado dos filhos quando o sonho de empreender começa a se tornar realidade. Segundo Carli, alguns pontos são comuns nesse preparo. “É preciso segurança financeira, ter dinheiro para viver de seis a oito meses sem contar com o resultado do negócio e permitir que este cresça e amadureça minimamente, conhecer o público para quem vai vender, capacitação mínima em marketing e custos, pois vejo muita gente falhar por não saber fazer o preço, além de ser necessário acordo familiar, porque é impossível empreender sem apoio do núcleo familiar, tanto para suporte efetivo quanto para entender as ausências e o estresse”.
LIVRE PARA ESCOLHER
Seja para começar um negócio diferente do empreendimento dos pais, seja para seguir com a empresa familiar, seja para ousar em um empreendimento sem que os pais tenham qualquer familiaridade com o mercado, a especialista Mônica Tracanella destaca que a escolha tem de ser única e exclusivamente do filho. ”São eles que vão dormir e acordar com a decisão, seja ela qual for. É muito importante se certificar que a escolha se deu de forma consciente e genuína. Vejo que, no momento da dúvida, alguns jovens acabam optando pela carreira dos pais, principalmente para ganhar a validação ou aceitação deles e também pela sensação de estarem escolhendo um terreno um pouco mais conhecido. Nesse sentido, é fundamental que os pais deixem o jovem bastante à vontade, abrindo um espaço de diálogo e deixando claro para o filho que é ele quem precisa saber o que, para ele, é realmente importante, o que faz ou não faz sentido para ele, e que o amor e a aceitação independem disso”.
De acordo com Mônica, historicamente, a família – em especial os pais – coloca grande expectativa nos mais jovens, querendo ajudá-los em suas escolhas e direcionando para que sigam seus caminhos. ”Até como forma de encontrar maior segurança e estabilidade em suas vidas mesmo. Os pais não podem esquecer que, por si só, o momento já é de muita pressão, insegurança e autocobrança, então precisam ter empatia e tentar oferecer o máximo apoio, sem sufocar”.
No caso de Marcelo Prata, resiliência para enfrentar as dificuldades talvez seja a maior lição que poderia ensinar para a filha. “A vida de quem vive perto de um empreendedor não é nada fácil. Precisamos dedicar muito tempo à empresa, em sobreviver com o negócio, se reinventar o tempo todo e, muitas vezes, ficamos ausentes do dia a dia da família Ou os filhos se sentirão inspirados ou vão odiar a vida empreendedora. Talvez o maior exemplo que fique para os filhos seja a resiliência para enfrentar as dificuldades. Somente quem está mais perto consegue acompanhar quanto esforço, dedicação e frustração estão envolvidos em se construir um negócio. Assim, quando o sucesso vem, junco com ele também vem uma forte referência do que é preciso fazer para alcançar bons resultados na vida. Acho que essa referência para a minha filha é minha maior contribuição para a sua vida e carreira”, finaliza.
DICAS PARA COMEÇAR BEM
Em meio a tempos de crise, abrir o próprio negócio vem sendo alternativa de conquistar independência financeira e diminuir o desemprego. Para ter sucesso ao abrir uma empresa, deve-se definir um planejamento estratégico e financeiro.
PLANEJAMENTO:
Para iniciar um empreendimento é importante fazer um plano de negócios. O modelo Canvas ajuda na organização e no planejamento da sua empresa. A concorrência no mercado é grande, então é necessário pensar em estratégias para trazer algum diferencial a fim de conquistar a preferência do público.
DEFINIR PÚBLICO:
Estabeleça o perfil do cliente com que você deseja trabalhar e busque meios de capturar consumidores de acordo com o segmento desejado. Quanto melhor você conhecer seu cliente, maior será a possibilidade de sua empresa alcançar o sucesso.
ORGANIZE SUAS FINANÇAS:
Crie um plano de organização financeira, utilize planilhas para o controle de ganho e gastos mensal. Essa organização fará que o empresário tenha domínio e equilíbrio de sua atividade financeira.
HABILIDADE DE COMUNICAÇÃO:
Criar uma boa comunicação interna e externa é de fundamental importância para manter seus clientes, fornecedores e colaboradores informados sobre as novidades e eventos da empresa a mantém na memória deles e consequentemente os leva a procurar o seu negócio.
INOVE:
É importante ser criativo e procurar as novidades que estão acontecendo no mercado. Estar por dentro das atualizações garante que sua empresa se diferencie das demais.
5 LEITURAS INSPIRADORAS
A Estratégia do Oceano Azul – W. Chan Kim
O Segredo de Luísa – Fernando Dolabela
Scrum: A Arte de Fazer o Dobro do Trabalho na Metade do Tempo – Jeff Sutherland
Sonho Grande – Cristiane Correa
Biomimética: Inovação Inspirada Pela Natureza – Janine M. Benyus
Aos 17 anos, ela teve a primeira impressão de que só seria ouvida se tornando um ser funcional adulto, ou seja, exercendo uma função que a tornasse respeitável. Assim, pegou o ônibus rumo ao novo shopping que acabara de abrir. Na época pré-internet, ela decorava as linhas onde queria chegar para não ter de perguntar a ninguém de casa; entendia como seu primeiro passo de independência o fato de ninguém saber onde ela iria. De loja em loja, procurava emprego de férias, vendedora de loja era sua meta. Achava lindo quando. passeando, via as vendedoras bem arrumadas, cheias de opinião sobre os produtos, explicando em detalhes as peças e ainda ganhando por isso, parecia um sonho.
Em algumas semanas, foi entrevistada e conseguiu o cargo de vendedora-extra. Primeiro dia, orgulhosa com sua carteira de trabalho em mãos, chega meia hora antes para se vestir com as roupas da loja, sim, além de tudo ainda ganharia um jeans com a camiseta. Era inacreditável. Aprendeu no primeiro dia a dobrar as peças. A gerente da marca explicou com maestria a forma correta para que os tecidos aparecessem melhor com a tal dobradura que ela nunca tinha ouvido falar. Tudo era novo. Ter tíquete-refeição, almoçar fora de casa todo dia, e o melhor, conhecer tantas pessoas novas! Cada cliente que entrava fazia sua imaginação voar, quem seria? Que vida teria? Onde morava? Quantas novas vidas se cruzando com a dela dia após dia. Até que foi chamada para um desafio. A coleção de inverno havia deixado um enorme estoque de jaquetas de inverno e agora, em pleno verão, era proposto um prêmio para aquela que conseguisse vender as tais jaquetas. Era a chance que ela precisava para ir de extra para vendedora oficial,
Nesse mesmo dia, após aceitar a disputa, resolveu colocar em prática um curso de controle de mente que tinha feito no último semestre. A ideia era usar a técnica para ajudar uma depressão diagnosticada, mas agora usaria o que aprendeu para ter foco e atrair clientes para a inusitada compra. Dia após dia, meditava em cada momento livre imaginando pessoas entrando na loja: ”boa tarde, vocês têm jaqueta de frio?”, diziam elas. Chegava a sonhar noites seguidas com a cena que morava em looping em sua cabeça. Passa novembro, dezembro e as jaquetas foram milagrosamente desaparecendo do estoque. Vencedora, a vendedora ganha o prêmio: uma jaqueta para chamar de sua. Em pleno verão tropical de 19S7, alguém deve ter visto ela, toda prosa, caminhando pelo shopping, vendedora fixa vestida em jaqueta troféu.
Estudos comprovam que a prática esportiva traz condicionamento, força e agilidade na metade do tempo. Isso ocorre porque, quando você está saltando, seu pé atinge o solo por períodos mais curtos do que durante outros treinos
Se você já viu Bernadette Henry pular corda, como costuma fazer na cidade de Nova York, é difícil acreditar que ela já fez outra coisa na vida. Ela pula, pula e pula em um padrão rápido e versátil, dois ritmos separados costurados em uma dança complexa e estonteante.
Para Henry, que dá aulas de pular corda, faz malabarismos com um emprego de tempo integral como assistente social e cuida de seu três filhos, dois dos quais são autistas, é a portabilidade, versatilidade e natureza de alta intensidade do exercício que a atrai.
“Amo pular corda por causa da intensidade que você consegue alcançar em tão pouco tempo”, disse ela.
Diante de outo inverno de estressepandêmico e acesso potencialmente limitado à academia, realizar treinos em casa será crucial. E uma série de estudos mostra que pular corda é uma ferramenta incrível para construir força, velocidade e agilidade, mesmo se você não tem muitas habilidades atléticas. É também um treino que pode ser feito em qualquer lugar, com muito pouco equipamento, enquanto exercita todo o corpo.
“As possibilidades são infinitas, contanto que você tenha algum espaço e esteja em uma boa superfície”, disse Henry.
VELOCIDADE E FORÇA
Em uma recente meta-análise de 21 estudos, publicada no Journal of Sports Sciences, o treinamento de salto foi relacionado a resultados mais rápidos do que a corrida. Isso porque, quando você está saltando, seu pé atinge o solo por períodos mais curtos de tempo do que durante uma corrida.
“Menos tempo gasto no solo é mais tempo avançando”, disse Jason Moran, pesquisador da Universidade de Essex e um dos autores do artigo.
E esse tempo de contato reduzido, junto com a força necessária para se levantar do solo, que ajuda a aumentar a velocidade em atividades como corrida.
Além de aumentar a velocidade, também aumenta a potência. Com o movimento rápido do salto, seus músculos e tendões precisam se contrair e recuar mais rápido, ao mesmo tempo que fornecer a mesma quantidade de força. Exercer a mesma quantidade de força em um período de tempo mais curto aumenta o poder.
MELHORA NO EQUILÍBRIO
Qualquer atividade de salto repetitivo aumenta o número e a eficiência das fibras musculares de contração rápida, que são usadas em movimentos rápidos e explosivos.
“Quando você pula corda, os músculos de contração rápida disparam mais rápido e fornecem resposta ao cérebro com mais rapidez”, disse Alysia Robichau, ex- ginasta universitária e médica do esporte no Hospital Metodista de Hotmon, no Texas.
À medida que envelhecemos, perdemos músculos e os de contração rápida diminuem mais rapidamente, o que é um dos motivos pelos quais as pessoas mais velhas têm maior risco de cair. Exercícios como pular corda podem prevenir ou reverter esse declínio em lugares como panturrilhas, tendões da coxa e quadríceps.
DENSIDADE ÓSSEA
O tecido ósseo é dinâmico, baseado em um ciclo constante de construção e degradação. Quando seus ossos são expostos a tensões repetidas, como pular corda, isso os estimula a crescerem mais fortes.
Atividades de alto impacto, como pular corda, demostraram fornecer uma força alta o suficiente para aumentar a densidade óssea. Em comparação com outros exercícios de baixo impacto, “isso será muito melhor para vocêem termos de construção da densidade óssea”, disse Michael Fredericson, cirurgião ortopédico da Escola de Medicina da Universidade Stanford. A pesquisa mostra que os exercícios que envolvem saltos aumentam a força óssea e a força explosiva, ao mesmo tempo que estabilizam articulações.
Todos os diferentes movimentos envolvidos em pular corda são uma forma de movimento mais variado do que o praticado na corrida, onde há movimentos repetitivos.
Frederikson trata muitos jogadores de tênis com músculo e panturrilha rompido. O problema é frequentemente causado pela execução de um movimento rápido, como na hora de dar piques. A maioria dos jogadores, disse ele, não treina as panturrilhas para movimentos tão rápidos e explosivos. Pular corda, que é um movimento semelhante, pode ajudar a prevenir isso.
Esse tipo de exercício requer força e coordenação da parte inferior do corpo, mas você pode desenvolver a habilidade com um pouco de paciência e consistência. Trabalhar até 10 minutos de salto contínuo é mais difícil para muitas pessoas que correr por 30 minutos. Por isso é importante começar devagar, para dar ao seu corpo tempo suficiente para se adaptar.
Ir devagar é especialmente importante se você está apenas começando a malhar após um período de inatividade, se seu corpo não está acostumado ao impacto dos pulos ou se você está se recuperando de lesões. Também importante falar com seu médico antes de iniciar novos exercidos.
No início, pode ser suficiente dar um ou dois saltos de cada vez, até que você tenha consciência de como seus pés e a corda devem se mover juntos. Ou tente pular no mesmo lugar como uma forma de dividir o treino em fases simples. Fique de pé normalmente, com a corda de pular atrás de você, e pule sem balançar a corda. Isso o ajudará a se sentir confortável com o movimento de salto, ao mesmo tempo que ajuda na coordenação para segurar a corda ao pular.
Para se habituar aos movimentos, você também pode passar a corda sobre a cabeça, e deixá-la parar antes de chegar aos seus pés, momento em que você passa por cima dela para desenvolver um senso de tempo para quando a corda vai atingir o solo. Depois que seu corpo estiver acostumado, as coisas ficarão mais simples.
“Você precisa ficar relaxado e não se preocupar com os movimentos da corda e se conseguirá ter coordenação motora”, disse Dwight Pratchett, um ex- boxeador profissional e treinador, que conclui: “Quando você fica tenso, gasta o gás muito rápido.
Para Pratchett, pular corda tem sido uma ferramenta valiosa para melhorar o treino com os pés e a capacidade aeróbica, tanto quanto em seu trabalho como técnico, como em sua preparação física.
O ideal é pular com a planta dos pés, em vez de com os pés chatos, com uma ligeira flexão dos pés. No início, é melhor pular com os dois pés ao mesmo tempo, até se sentir confortável para alternar.
“É difícil conseguir esse ritmo, mas uma vez que você o atingir ele se tornará automático. É quase como dançar.
EQUIPAMENTO CERTO
É importante ter a corda e os calçados corretos para pular. Para encontrar o comprimento correto da corda, fique no meio da corda e puxe-a bem. As pontas devem chegar às axilas. É melhor pular em uma superfície mais macia, como um tapete de borracha, mas um piso de madeira ou concreto funciona bem, contanto que seus tênis sejam adequados.
Se você estiver em uma sala com um teto baixo ou em uma área lotada, você ainda pode pular corda, embora precise modificar sua técnica e evitar os saltos mais altos.
“Quanto mais você pratica em um espaço restrito, mais você se acostuma”, disse Bernadette Henry.
Ela explica ainda que mais de 20 anos pulando corda a ajudaram a perder peso, reverter a sua pré-diabetes, reduzir sua pressão arterial e fortalecer o corpo. É também uma fonte inestimável de alivio do estresse. Quando você está pulando corda, não está pensando no trabalho, na família ou em qualquer uma das muitas outras demandas de sua vida.
Como a escrita pode ajudar no autoconhecimento e na cura de traumas
Fernanda Rena tem 45 anos e escreve diários desde os nove. Volta e meia, relê alguns trechos e se dá conta do quanto mudou desde então e do que continua igual.
“Faz parte da minha rotina olhar diários antigos. Fazendo isso sei, por exemplo, que a minha vida inteira eu me preocupei com determinadas coisas. Sempre fui muito perfeccionista, me cobrava. No colégio, era a prova. No trabalho, achava que não ia dar conta”, diz a jornalista, editora do jornal do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo Fernanda, o hábito de fazer diários permite ir aprendendo a dimensionar a importância que ela dá aos acontecimentos da vida. “Quando leio, eu me pergunto ‘como fiquei tão nervosa por causa de tal coisa?’.
Escrever pode ajudar a se conhecer, dizem os especialistas. O exercício de botar para fora pensamentos e emoções abre a possibilidade de perceber características pessoais e de se fazer uma reflexão sobre si mesmo e sobre o mundo ao redor.
A escritora Ana Holanda viu isso ocorrer com os alunos nos seus cursos de escrita criativa e afetuosa, como ela chama seu método. “A grande questão é que eu achei que fosse interessar para quem trabalhasse de fato com isso, quem é jornalista ou no máximo profissional de marketing”, conta. “Mas, com o tempo, cada vez mais apareciam pessoas no meu curso dizendo ‘Eu vim na verdade porque minha psicóloga pediu, tenho questões que preciso conseguir escrever sobre’. As pessoas começaram a vir por motivos pessoais. Às vezes não contavam na apresentação, mas falavam comigo depois.”
Autora do livro Como se Encontrar na Escrita (Editora Rocco), Ana trabalha o tema também no Instagram – @anaholandaoficial – e no clube de escrita que lançou há um ano. “Meu curso é para quem já se sente íntimo da palavra ou para aqueles que paralisam em frente da folha em branco; para quem quer escrever para si, para o outro, para um livro, um projeto digital ou profissional. O curso é para todos.” Atualmente, ela própria escreve Pequeno Manual da Escrita Afetuosa, com publicação prevista para o segundo semestre deste ano.
TEMAS
“Tenho quase 30 anos de escrita. Comecei como jornalista e passei a estudar que elementos um texto carrega”, lembra Ana, que de lá para cá já criou programas também com objetivos específicos. “Tenho um curso só sobre escrever diários e outro para momentos de dor, como luto, separação ou um filho que saiu de casa.”
Ana explica que não se debruça sobre questões técnicas com os alunos, e sim na transformação do abstrato (os sentimentos) em algo concreto (as palavras). ”A escrita é um reflexo de quem a gente é. Nem todos os dias vão ser bons. Tem de saber o que puxar”, diz a escritora. “Eu não tenho uma formação terapêutica, mas eu conduzo a pessoa para que ela consiga escrever. Vou até aí, em como ela chega na escrita.”
Pode até não ser a finalidade, mas pôr um pouco ou muito de si no papel ou num arquivo de computador pode, de quebra, auxiliar na melhora do português e no ganho de segurança pessoal. Os especialista reforçam, no entanto, que regras gramaticais, acentuação e concordância não devem estar entre as preocupações de quem pretende usar essa prática em busca de autoconhecimento.
REFLEXÃO
Para Mary Yoko Okamoto, professora de Psicologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no campus de Assis, no caso de processos mais profundos, escrever não significa que aquela questão vai se resolver, mas é um primeiro passo. “A escrita, sim, pode ajudar. Num primeiro momento, como uma fonte de reflexão para perceber algumas questões. A pessoa geralmente faz uma imersão nela mesma e isso vem à tona. Ela pode escrever e depois, relendo o material, se dar conta de algumas coisas que estão lá no conteúdo. Outra coisa é que tipo de modificação vem a partir daí.”
Recentemente, a escritora Ana usou as páginas do diário como apoio para atravessar uma fase árdua durante a pandemia. ”Eu me separei no meio de 2020, e foi uma coisa muito difícil para mim, com muita mágoa, coisas não ditas. Passei por todo esse processo e hoje estou apaixonada de novo. Quando releio os textos mais antigos, olho como eu estava. Essa é a beleza do diário. Ele é um retrato de você.”
Fernanda também desfruta desse processo e do que tira dele ao longo dos muitos anos escrevendo diários. “Tem coisas que já consegui mudar, superar. A maturidade me ajudou, e a terapia também. Mas tem algumas coisas que leio, especialmente sobre amores do passado, em que escrevi: ‘Daqui a 20 anos, eu não vou nem ligar para isso’, só que eu vejo que ainda estou ligando”, conta, rindo da situação.
COMO USAR A ESCRITA PARA SE CONHECER MELHOR
Confira dicas de Mary Yoko Okamoto (professora de Psicologia da Universidade Estadual Paulista/Assis) e de Ana Holanda (jornalista, escritora e criadora de cursos de escrita), para escrever exercitando o autoconhecimento.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Ao escrever com frequência, você consegue se dar conta se perspectivas e projetos se realizaram ou não. Caso não tenham se concretizado, vale analisar o porquê. Algo impediu? O plano do que você fez era factível ou superdimensionado?” É importante avaliar a situação como um todo e não só focar no sucesso ou no insucesso”, diz a professora.
OLHAR PARA SI MESMO
“Em situações que envolvem os outros, muitas vezes a pessoa foca no que os outros fizeram ou deixaram de fazer. Mas também deve perceber ela mesma naquela situação: o que impactou, o que mobilizou e o que paralisou?”, recomenda Mary Yoko.
PROXIMIDADE
Segundo Ana, é muito comum nos seus cursos de escrita ver alunos que não se aproximam daquilo que estão escrevendo sobre, especialmente em casos de trauma. ”Escreva sobre a sua dor. Não se coloque num lugar imenso. Você pode começar pelas beiradas”, ensina. “(Por exemplo, se você está usando uma blusa com a cor que era a preferida da pessoa que você perdeu, escreva sobre essa blusa, sobre a cor.”
RESPEITO
Não se force a escrever quando não tiver vontade. É preciso respeitar seu tempo. Mas, de acordo com Mary Yoko, também pode ser bom tentar entender o que levou à pausa.
FORMA DE EXPRESSÃO
A professora pontua que escrever não é para todo mundo. “Tem gente que tem essa maneira de expressão. Para outras pessoas, pode ser mais acessível a música, a pintura ou a fotografia. São as formas de linguagem de cada um.”
Venez parler de tout ce dont vous avez envie avec moi. Donnez vos opinions en toute liberté. Laissez vos commentaires. Je vous attends nombreuses et nombreux !!! / Translation in English for people who don't speak French : come to speak about all you want with me. Give your opinions with complete freedom. Leave your comments. I await you many and many !!!
"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertam-se! Convertam-se dos seus maus caminhos!" Ezequiel 33:11b
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