OUTROS OLHARES

A CIÊNCIA JÁ EXPLICA O ELO ENTRE CÂNCER E OBESIDADE

Pesquisas podem ajudar na prevenção e na criação de drogas

A obesidade aumenta o risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Esse é um conhecimento consolidado, nos últimos anos, por vários estudos epidemiológicos. Mas, diferentemente de outros fatores, como o tabagismo, grande parte das pessoas e até dos médicos não sabe da relação. Desvendar de que forma a gordura excessiva contribui para a gênese do tumor pode ajudar na prevenção e na criação de novos remédios.

Já são conhecidas mais de 200 variedades de câncer e, até agora, a ciência descobriu o elo entre a obesidade e 13 tipos da doença, como os de fígado, tireoide, ovário, rim, pâncreas, estômago, esófago e vesícula biliar. Na lista também estão o câncer no tecido que envolve o cérebro e a medula espinhal (meningioma), o sanguíneo (mieloma múltiplo), o colorretal, o de mama (na pós-menopausa) e o do endométrio (tecido que reveste o útero).

A preocupação despertada pela relação entre a obesidade (em alta no mundo) e a doença tem levado instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o National Cancer Institute (NCI), nos Estados Unidos, e o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, a alertar para a necessidade de prevenção. Com a queda no número de fumantes, a tendência é de que a obesidade se torne o fator prevenível mais relevante na gênese do câncer, segundo a American Society of Clinical Oncology (Asco).

Um estudo publicado neste mês na revista Nature Communications oferece uma nova explicação para montar esse quebra-cabeça. Segundo o trabalho, a adaptação celular à obesidade é governada pelo ácido palmítico, derivado da gordura. Essa adaptação produz alterações nas células-tronco que, em vez de originar tecidos saudáveis, tornam-se carcinogênicas. O estudo foi realizado com cultura celular de tumores de mama de 223 pacientes. “Pessoas obesas são mais propensas a desenvolver câncer e, quando isso ocorre, os tumores parecem ser mais agressivos”, diz Nils Halberg, da Universidade de Bergen, na Noruega, um dos autores. “Essa nova compreensão poderá levar ao surgimento de tratamentos melhores e específicos para pacientes obesos com câncer.” “Não há dúvida de que a obesidade aumenta o risco de diversos tipos de câncer”, diz o médico Paulo Hoff, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). “O que está acontecendo agora, como esse artigo da Nature Communications demonstra, é um refinamento das hipóteses”, afirma.

As primeiras pesquisas retrospectivas (quando os pesquisadores colhem informações a respeito dos fatores de risco aos quais os pacientes foram expostos) apontaram que mulheres obesas na pós-menopausa tinham risco mais elevado de desenvolver câncer de mama. Depois outros estudos mostraram relação com o câncer de fígado. Nos últimos anos, os oncologistas têm observado o aumento dos casos em que esses tumores não são provocados por uso de álcool ou hepatite viral – e sim por acúmulo de gordura (esteatose) no fígado.

OS MOTIVOS

“Ainda há mecanismos que precisam ser esclarecidos”, diz o mastologista Renato Cagnacci, do A. C. Camargo Câncer Center. Mas pelo menos três razões capazes de explicar por que o excesso de gordura aumenta o risco de surgimento de células malignas estão bem estabelecidas. A obesidade eleva a quantidade de insulina no organismo, um hormônio que aumenta o metabolismo e a duplicação celular, algo que pode desencadear tumores. O tecido gorduroso também produz hormônios femininos (estrogênio e progesterona), fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, sobretudo em mulheres obesas na pós-menopausa.

O terceiro fator importante é a inflamação crônica. A obesidade desencadeia a produção de algumas citocinas  (proteínas excretadas pelas células) que deixam a pessoa em um permanente estado inflamatório, algo que aumenta o risco de câncer. “A OMS estima que cerca de 20% de todos os cânceres têm alguma relação com a obesidade”, diz Cagnacci.

Apesar das evidências acumuladas nos últimos anos, o desconhecimento sobre o assunto persiste. “A maioria dos médicos ainda tende a não ver a obesidade como fator de risco para câncer”, diz o oncologista Hoff. ”Isso precisa mudar”.

PREVENÇÃO

A obesidade também parece aumentar o risco de recorrência dos tumores. Trabalhos   epidemiológicos indicam que mulheres obesas ou que engordam depois do tratamento enfrentam um risco mais elevado de retorno da doença. A explicação recai, novamente, sobre os níveis elevados de estrogênio. “Sempre orientamos as pacientes em tratamento a manter um estilo de vida saudável, perder peso e fazer atividade física”, diz Cagnacci.

Com esse objetivo em mente, a artesã Leila Maria de Siqueira Garcia, de 64 anos, reorganizou os hábitos. Ela nunca foi magra, mas chegou a pesar mais de 130 kg durante o tratamento de um câncer de mama. “Um dia me olhei no espelho e decidi que conquistaria um novo corpo”, afirmou. Perdeu 47 kg em três anos. ”Por conta própria,  mudei minha alimentação para reduzir gordura, açúcar e  refrigerante”, diz ela, que recebeu alta do tratamento de câncer há mais de dez anos. “Hoje me sinto ótima, mas quero emagrecer mais uns 5 kg para fazer a cirurgia de reconstrução da mama”, conta.

LIMITAÇÕES

A maior parte das evidências que relacionam a obesidade a um aumento de risco de câncer é derivada de grandes estudos de coorte, um tipo de estudo observacional que se propõe a analisar, em uma população previamente definida, qual será a incidência de determinada doença. Dados de estudos observacionais podem ser difíceis de interpretar. Apesar dessas limitações, há evidências consistentes de que grandes quantidades de gordura corporal aumentam o risco de câncer, segundo o NCI, dos Estados Unidos.

Em 2016, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (larc, em inglês), da OMS, analisou evidências obtidas por mais de mil estudos sobre o tema e concluiu que a ausência de gordura corporal em excesso reduz o risco de câncer. O trabalho foi publicado no The New England Journal of Medicine. “O câncer é uma doença multifatorial. É difícil definir a causa em determinada pessoa”, disse o oncologista Ronaldo Corrêa, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca. ”Em quase 90% dos casos, o fator que desencadeou a doença é um comportamento de vida ou uma exposição ambiental.”

Segundo Corrêa, não existe um estudo que tenha avaliado o risco relativo do excesso de peso na população brasileira. O pesquisador explica que muitas das pesquisas feitas no mundo não analisam apenas as faixas de obesidade. Elas incluem no mesmo pacote todo tipo de excesso. Ou seja: uma categoria de sobrepeso e três de obesidade, segundo a classificação do IMC (índice de massa corporal).

Essa definição de excesso de peso contribuiu para o surgimento de 1,8% dos casos de câncer no Brasil, segundo estimativa publicada por Corrêa e colegas no ano passado na revista científica  PLOS 1. Segundo o Inca, 5 % dos casos de câncer de mama na pós-menopausa são atribuíveis ao excesso de gordura corporal. “Não é incomum que três instituições informem valores diferentes”, diz Correa. “Depende dos dados dos inquéritos populacionais que os pesquisadores usaram.”

PNEUZINHO

Paulo Hoff salienta: “O que aumenta o risco de câncer é a obesidade (IMC acima de 30), não um pequeno sobrepeso”, diz. “Se a pessoa tem um pneuzinho, não quer dizer que ela tem um risco aumentado de sofrer da doença.” A tendência é de que nos próximos anos a quantidade de casos de câncer atribuíveis à gordura em excesso aumente. O avanço do sobrepeso, que já afeta 57,5% dos brasileiros, causa preocupação, porque a tendência é de que continuem engordando e se tornem obesos. É mais difícil fazer uma pessoa com excesso de peso emagrecer do que evitar que uma pessoa com peso normal se transforme em alguém com excesso de peso.

“Adotar um estilo de vida saudável como fator de proteção é uma coisa simples que a maioria das pessoas pode correr atrás e conseguir alcançar”, diz o mastologista Cagnacci. O valor dos benefícios é imenso.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 08 DE FEVEREIRO

AMOR, VERDADEIRO AMOR

Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus (Rute 1.16).

A mais eloquente, vívida e entusiástica declaração de amor que encontramos na Bíblia não é de um homem para uma mulher nem de uma mulher para um homem; é de uma viúva jovem para sua sogra, uma viúva idosa, pobre e estrangeira. É a declaração do amor de Rute a Noemi. Depois de perder o marido e os dois filhos em Moabe, Noemi está de volta a Belém. Volta com a alma coberta por um véu de tristeza. Volta com a alma amargurada contra Deus. Despediu-se dos seus involuntariamente e agora se despede de suas noras voluntariamente. Orfa, a mulher de Quiliom, retorna à sua família e aos seus deuses; Rute, a mulher de Malom, porém, apega-se a Noemi e lhe diz: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti (Rute 1.16,17). Essa abnegada expressão de amor está alinhada com um sublime propósito de Deus. A jovem viúva, por divina providência, irá casar-se com Boaz, um abastado membro da família de Noemi, e se tornará mãe de Obede, pai de Jessé, pai de Davi, o grande rei de Israel. Rute será mais tarde mencionada como uma das ancestrais do Messias, o Filho de Deus. O investimento do amor deu a Rute o maior dos resultados!

GESTÃO E CARREIRA

AÇÕES POR ASSÉDIO CRESCEM NO PAÍS APÓS LONGO PERÍODO DE QUEDA

Reforma trabalhista de 2017 explica queda de processos, mas uso de provas digitais pode justificar reversão da tendência vista em 2021

No início da pandemia, os casos de assédio moral e sexual registrados no Tribunal Superior do Trabalho (TST) diminuíram, segundo especialistas, influenciados pelo medo do desemprego e pelas incertezas do momento. No entanto, dados do TST mostram que os registros de assédio voltaram a crescer em 2021. De um lado, a queda de lucro e a pressão por produtividade podem ter motivado o aumento. Por outro, a maior facilidade em obter provas digitais e o aumento do nível de confiança dos trabalhadores em relação ao emprego também podem ter impulsionado a maior judicialização dos casos.

Em 2021, foram registrados 3.049 processos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral nas varas de trabalho pelo País, segundo o TST. Nos últimos seis anos, a maior queda, em ambos os tipos, ocorreu em 2018. Naquele ano, foi registado cerca de um terço do total de casos de assédio moral do ano anterior – metade dos de assédio sexual. Já em 2019, os números ensaiaram um aumento novamente, mas o primeiro ano da pandemia fez com que caíssem, dessa vez de forma menos acentuada.

Para o TST, ambos os movimentos podem ser explicados pelo contexto legal e econômico. ”Com a reforma trabalhista de 2017, foi introduzido na CLT o princípio da sucumbência, o que significa que a parte que perder total ou parcialmente a ação tem de pagar os honorários do advogado da parte contrária e as custas do processo”, explica a ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). “O reclamante só vai ajuizar uma ação se tiver uma prova consistente. Principalmente no assédio sexual, por geralmente ocorrer entre duas pessoas, a prova é difícil de ser produzida.”

A leve elevação dos números em 2019, diz a ministra, pode ter relação com o maior uso de provas digitais, como registros de celular e redes sociais, que ajudam a embasar os casos. No entanto, a pandemia impôs mudanças econômicas para os trabalhadores, o que pode ter impactado na queda de ações.

“A pandemia deslocou o foco. Em 2020, preponderantemente as ações propostos envolveram questões próprias das rescisões contratuais, porque ocorreram muitas. As pessoas estavam mais preocupadas em ter e manter o trabalho”, diz.

ASSÉDIO  REMOTO

Dados da consultoria de gestão de riscos e compliance  ICTS Protiviti (que recebe denúncias em empresas) mostram que o distanciamento do home office não diminuiu os casos de assédio. No início de 2020, a quantidade de denúncias de assédio recebidas seguiam uma ordem crescente de cerca de 33%, comparada à do ano anterior. Os números caíram quase 50 % em abril e depois dispararam de novo. Já em 2021, o mercado de trabalho mostrou sinais de recuperação, as contratações cresceram e o regime presencial avançou. No primeiro semestre, os assédios morais e sexual registraram 31 mil denúncias, em 347 empresas. O índice representa quase o triplo do registrado em 2019 e em 2020.

SUBNOTIFICAÇÃO

Ainda que os números tenham crescido, há concordância entre especialistas de que são subnotificadas as denúncias nas empresas, em plataformas de compliance e mesmo em órgãos como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o TST.

“Provar esse tipo de situação pode ser algo bem complexo, ainda mais quando estamos falando de crimes ocorridos dentro do ambiente de trabalho, em que as testemunhas trabalham no local e têm o receio de colocar seu emprego em risco”, explica a advogada Luanda Pires, CEO da P2 Consultoria e vice-presidente do movimento Me Too Brasil.

O medo de denunciar aparece em uma pesquisa da consultoria Heach Recursos Humanos, com 400 pessoas. Entre os entrevistados, 64% sofreram assédio no trabalho em 2021, sendo 42%, moral, 20%sexual e 38% ambos os tipos. Apenas 26% denunciaram. Para os 74% que não prestaram denúncias, os principais motivos foram a crença de que a empresa não fará nada (42%) e medo de perder o trabalho (31%). A pesquisa também mostrou   que a maior parte dos assédios vem dos gestores (82%).

“Quem mais pratica assédio é o líder, o gestor. Além de ser a pessoa que teoricamente deveria passar mais confiança para o funcionário, também é a pessoa que replica a cultura na empresa, ou seja, corremos o risco de criar uma cultura de assédio cada vez maior nas empresas”, comenta Élcio Paulo Teixeira, CEO da Heach.

EU ACHO …

TEREMOS UMA EXPLOSÃO SEXUAL PÓS PANDEMIA?

Quando a nossa vida amorosa e sexual voltará ao normal?

Muitos leitores e leitoras me perguntam: ”Será que a nossa vida amoroso e sexual irá voltar ao normal?”

Não sei como responder à pergunta já que não creio que exista vida normal, especialmente no amor e sexo. Até escrevi um livro intitulado “De perto, ninguém é normal’.

Com o objetivo de compreender a tão desejada “normalidade”, realizei uma enquete no LinkedIn que foi respondida por 179 pessoas de 10 a 24 de janeiro de 2022: “Durante a pandemia, sua vida amorosa, sexual melhorou, piorou, ficou igual ou não tenho?’.

Sem tentar generalizar as respostas, até porque o grupo que participou pertence a uma elite educacional e econômica, achei  interessante o resultado: para 34, a vida amorosa e sexual piorou; para 28% ficou igual; para 15% melhorou; e para 13% a vida amorosa e sexual não existe.

Foram apontados como inimigos do tesão: preocupação e ansiedade excessiva, estresse convivência intensa e conflituosa, excesso de intimidade, brigas, críticas, cobranças, reclamações, implicâncias, irritações, rotina, tédio, insegurança, incerteza, desemprego, desesperança, falta de dinheiro, falta de reconhecimento, reciprocidade, falta de escuta  e romance, violência, ignorância, intolerância, pânico, desespero, angústia, exaustão, depressão, entre outros.

Os 28% que responderam que ficou igual relataram que a pandemia não afetou suas vidas amorosas e sexual. Mas como uma tragédia tão cruel, que provocou tantas mortes, doenças, perdas e sofrimentos, pode não ter impactado o tesão?

Os 13% que não têm vida amorosa e sexual não explicaram as causas da ausência de relacionamento, mas, obviamente, a pandemia dificultou novos encontros, impossibilitou as “escapadinhas”, o sexo casual, as aventuras e relações extra- conjugais. Não deve ter sido nada fácil arranjar uma boa desculpa para se encontrar com a (ou o) amante no meio da pandemia, não é mesmo?

Por fim 25% afirmaram que melhorou porque estão com mais tempo e disponibilidade para se dedicar ao prazer do parceiro e ao próprio prazer, com mais momentos de namoro, intimidade e romance. Alguns raros casais me contaram que o amor e o sexo estão melhores do que antes. Para outros, o amor e o sexo pioraram bastante. Nesses casos, o relacionamento já estava em crise e a pandemia só intensificou o que era insatisfatório. Nenhum casal me disse que a vida sexual melhorou apesar da amorosa ter piorado.

Uma jornalista de 45 anos me contou que a vida amorosa melhorou com a pandemia, apesar de a vida sexual estar “devagar quase parando”. A intimidade aumentou, assim como o companheirismo, a cumplicidade e a amizade, mas “o tesão foi para a cucuia”. Para ela, a reciprocidade, o reconhecimento e o amor são muito mais importantes do que o sexo, especialmente em um momento tão trágico. “No primeiro mês da pandemia, foi uma verdadeira lua de mel. Curtimos cada momento de intimidade e transamos todos os dias. Meu marido até me deu de presente de aniversário um vibrador maravilhoso. Mas fui ficando deprimida e perdendo completamente o tesão. Cuido dos meus pais, dos filhos, marido, amigas e não tenho tempo para cuidar de mim. Com tanto pânico, desespero e exaustão, como vou conseguir ter tesão? Nem com o George Clooney e com o vibrador mais caro do mundo. Não é à toa que o número de divórcios e de separações cresceu muito na pandemia. E vai crescer ainda mais quando a pandemia terminar.”

Ela disse que o marido é mais otimista. “Ele leu estudos que mostram que cresceu o número dos adeptos do sexo virtual e de sites pornográficos e que aumentou muito a compra de vibradores e de outros brinquedinhos sexuais. Leu também pesquisas que revelam que, depois das epidemias e das guerras, acontecem verdadeiras explosões de sexo, festas e prazer. Ele acredita que, quando essa tragédia acabar, vamos ter uma explosão do tesão, uma overdose de sexo. Assim, iremos recuperar o tempo perdido e compensar a miséria sexual dos últimos dois anos. Mas quando será que esse pesadelo vai ter um fim?”

*** MIRIAM GOLDENBERG – Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro – (UFRJ), é autora de “A Invenção de uma Bela Velhice”.

ESTAR BEM

DEZ DICAS PARA QUEM QUER COMEÇAR A MEDITAR

Controle da ansiedade e melhora do sono são alguns dos benefícios da prática, que tem diversas técnicas – não necessariamente ligadas à religiosidade

Controle de ansiedade, melhora do sono, aumento da concentração e da imunidade. É longa a lista de benefícios – cientificamente comprovados – atribuídos à meditação, prática com raízes em sociedades orientais que promove o bem-estar físico e mental a partir do foco em si mesmo e no presente.

Há diversos tipos de meditação, cada um deles com suas técnicas, mas nem todas são religiosas. A meditação praticada pelos adeptos dos programas de mindfulness (atenção plena), por exemplo, tem base no budismo, mas é disseminada de forma laica. Veja a seguir algumas dicas de Patrícia Berton, instrutora pelo Mindfulness Trainings lnternational (MTI), para quem nunca praticou meditação e quer experimentar:

IMPROVISE UM LUGAR E COMECE A PRATICAR

Você não precisa idealizar um espaço silencioso, para meditar ao som dos pássaros, se você mora em um centro urbano agitado. Improvise o local da prática de acordo com a sua realidade. Se estiver em casa, por exemplo, entre em um cômodo e peça para ninguém interrompê-lo por alguns minutos. No local de trabalho, busque uma sala, vazia e avise seus colegas que você vai usar por alguns minutos.

PARA COMEÇAR, FECHE OS OLHOS E OBSERVE A SI MESMO

Não há um botão para desligar os pensamentos e sentimentos. Portanto, quando eles surgirem, reconheça-os e deixe-os ir embora.

“Com o tempo, você aprende a não reagir a pensamentos e sentimentos. Você lida com as emoções sem que elas dominem você. Com a prática, desenvolvemos a habilidade de não nos envolver com as coisas que aparecem em nossa mente”, explica a instrutora.

OBSERVE SUA RESPIRAÇÃO

Na meditação da atenção plena, o praticante apenas observa a sua respiração, sem tentar corrigir ou julgar.

A POSTURA DEVE SER CONFORTÁVEL

Não há postura certa ou errada, mas é preciso estar desperto e atento para meditar.

Para começar a prática de meditação, uma das possibilidades é sentar-se com a coluna ereta – mas sem tensão – sobre uma almofada, de preferência firme, ou numa cadeira de assento mais duro. Na cadeira, você pode se sentar mais na ponta, de forma a encostar os pés no chão. Se quiser, coloque uma pequena almofada ou uma toalha enrolada entre o quadril e o encosto.

“Cada pessoa encontra uma postura que é agradável para si”, diz a instrutora. Ao ganhar experiência, o praticante de meditação da atenção plena poderá praticar não só sentado, mas de pé e até caminhando. O conforto também vale para a roupa: prefira um tipo de vestimenta que não incomode ou aperte durante a prática.

COMECE COM POUCO TEMPO

Pouco tempo de meditação já é válido: não precisa ser ambicioso com o tempo da prática. “Os benefícios já começam a aparecer com a prática diária de 10 minutos”, afirma a instrutora Patrícia Berton.

Vá aumentando esse tempo gradualmente, e respeitando os seus limites. “Ninguém corre uma maratona de um dia para o outro”, compara.

O MELHOR HORÁRIO É O SEU

A meditação pode ser encaixada em qualquer horário do dia, segundo a instrutora Patrícia. “Não existe horário que funcione e outro que não funcione. Pratique no horário que caiba na sua vida.”

A PRÁTICA LEVA À CONCENTRAÇÃO

Um dia você estará mais concentrado na meditação e no outro não, isso é esperado. Tenha paciência consigo mesmo e apenas busque praticar com frequência Quanto mais você  praticar, mais terá concentração.

EXPERIMENTE DIFERENTES PRÁTICAS COM APLICATIVOS

As práticas guiadas com ajuda de aplicativos ou vídeos podem ajudar os iniciantes em meditação. É uma forma de experimentar diversos tipos de meditação e testar práticas com diferentes tempos de duração.

BUSQUE UM INSTRUTOR OU GRUPO

Ao avançar na prática, procure um professor, programa ou grupo de prática de meditação, para conseguir tirar dúvidas e conseguir evoluir.

MANTENHA A ROTINA

Para colher os benefícios da meditação, é preciso manter a prática frequente. ”Assim como quem quer ficar bom no esporte ou na música se dedica, é preciso praticar a meditação para buscar resultados. Exige comprometimento”, diz Patrícia Berton.

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

USE COM MODERAÇÃO

Como equilibrar o tempo nas telas em uma sociedade cada vez mais conectada?

Em seus perfis do Instagram e do Facebook, o coordenador de eventos Edvardo Cavalcante, de 33 anos, deixou o aviso: “Estou fazendo um detox das redes sociais. Volto daqui a 21 dias”. É a segunda vez que ele desinstala os aplicativos do celular para evitar ler e publicar posts e stories. Os efeitos são positivos para ele, que gasta de três a quatro horas por dia “passeando” pelo feed. “Consigo dar mais atenção à família, focar em meus objetivos e deixo de me comparar a outras pessoas.”

Em 2020, Cavalcante resolveu fazer a “desintoxicação” das redes sociais de setembro a dezembro. Tomou a decisão depois de assistir ao documentário Dilema das Redes, que retrata a manipulação das informações no meio tecnológico e nas redes sociais e o seu impacto na vida das pessoas. Nos primeiros dias, ele confessa que foi difícil ficar longe do Instagram, mas duas semanas depois ele percebeu que já não tinha mais o costume de ficar checando o celular.  ”Esse hábito vai parando. Vale a pena.”

Tirar um descanso das redes sociais e das telas e mudar a forma de se relacionar com a tecnologia é uma atitude que pode contribuir para a saúde física e mental, já que a pandemia forçou muitas pessoas a passarem prolongadas horas na frente da TV, computador ou celular, seja por trabalho ou lazer.

No ranking de tempo de uso da internet em dispositivos diversos, o Brasil está em segundo lugar, em pesquisa realizada em janeiro de 2021 pela agência We are Social e pela plataforma Hootsuíte. Com 10h08 de uso diário, em média, só perdemos para as Filipinas neste levantamento feito com pessoas de 16 a 54 anos – a média global são 6h54 diárias. Já na pesquisa da Kantar Ibope Media, divulgada em março, 69% das pessoas que acessaram a internet por dispositivos móveis afirmaram não viver sem ela no celular.

”Não só no Brasil, mas no mundo todo estamos fazendo uso exagerado da tecnologia. Elas são sedutoras, têm luz, cor, são estimulantes. Precisamos aprender a fazer o uso consciente, para tirar proveito dela e evitar os seus prejuízos”, diz a psicóloga Anna Lucia Spear King, coordenadora do Laboratório Delete, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dependentes patológicos manifestam sintomas de ansiedade, angústia e nervosismo, como suor e tremores, quando percebem que estão impossibilitados de usar a tecnologia e necessitam de tratamento com medicamentos e terapias.

“Há quem deixe de entregar trabalhos ou estudar porque ficou no celular a noite toda. Essa pessoa talvez não esteja doente, mas já começa a ter prejuízos na sua vida, pois perde a atenção, a concentração, a memória”, diz.

EDUCAÇÃO DIGITAL

De maneira geral, a população está perdendo qualidade de vida por não saber usar a tecnologia de forma adequada, alerta Anna Lucia. “Toda a população deveria receber educação digital para entender que tudo na vida tem de ter equilíbrio. É preciso definir limites no dia a dia, como não usar o celular na hora das refeições ou quando está conversando com alguém.”

Atenta à qualidade de suas relações e sua conexão consigo mesma, a ilustradora Ludmila Lima, conhecida como  Luda Aquareluda, de 37 anos, se afasta por alguns dias das redes sociais a cada três meses. “Quando faço esse detox, sinto a mesma paz que tenho quando estou meditando”, compara. “É muito bom me dar um tempo de silêncio interior, para a mente deixar de receber tantos estímulos, que são viciantes.” Por dia, a artista calcula que passe pelo menos 5h no Instagram e no WhatsApp, canais que ela usa para divulgar o seu trabalho. ”Percebi que eu criava muita expectativa em cima dos posts. Eu ficava pensando se as pessoas iriam curtir ou não”.

Ao notar a angústia de muitas pacientes que relatavam estarem exaustas com seus trabalhos de produção de conteúdo no mundo digital, a psicóloga Mariana Baroni criou um programa de Detox Digital de 21 dias, que atraiu 96 participantes. “Vou apresentar exercícios e propor desafios para ajudar o cérebro a desacelerar e reconhecer gatilhos para a ansiedade e insegurança”, explica.

A psicóloga percebeu que muitos pacientes sofriam de Forno – Fear of Missing Out, termo em inglês usado para designar o medo de perder algo enquanto não está conectado. “Por receio de perder uma informação importante, as pessoas não têm se permitido descansar. Além disso, as redes sociais são arquitetadas para passarmos mais tempo conectados, liberam dopamina e outros hormônios do prazer. Por isso é tão difícil se desconectar. Mas o impacto emocional de tudo isso é enorme”, observa Mariana.

Uma das participantes do programa de Detox Digital de Mariana é a designer de user experience (UX/UT) Natusy Alves, de 28 anos. Ela conta que resolveu se inscrever porque estava ansiosa, cansada e sem foco – e sentia que as redes sociais  tinham tudo a ver com isso. Durante a pandemia, ela chegou a usar o Instagram por seis horas diárias. Em dezembro, desinstalou as redes sociais do celular – sobrou o WhatsApp, necessário para a vida profissional. Já nos primeiros dias de “desintoxicação” ela sentiu a diferença na produtividade. “Estou conseguindo realizar as minhas tarefas no trabalho mais rápido e com mais qualidade porque estou mais presente no que faço.”

Allan Rodrigues de Morais, de 32 anos, também ficou um mês longe do Instagram e do Facebook – sob protestos dos amigos. “Eu estava à beira de uma crise de ansiedade e meu marido, preocupado, me aconselhou a dar um tempo nas redes sociais”, conta. No seu trabalho, de ajudar as pessoas a planejar a vida financeira, ele passava mais de 60 horas por semana nas redes sociais produzindo conteúdo para o seu canal Studio Dindin. “Foi libertador.”

Ao retomar o uso das redes sociais, ele desativou todas as notificações. “Foi durante essa pausa que percebi como o Instagram influenciava o meu consumo, o meu estilo de vida, a minha alimentação, a minha relação com o meu corpo”, conta. “Hoje sinto que tomei controle da minha vida, não faço mais um uso compulsivo”.

COMPARAÇÃO

Entender como a inteligência artificial funciona é essencial para lidar com a tecnologia de forma saudável, na visão de Andrea Jotta, psicóloga e pesquisadora do Laboratório de Estudos de Psicologia e Tecnologias da Informação e Comunicação (Janus) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP.) “Os algoritmos são criados para intensificar aquilo que você já sente, nem sempre de maneira saudável, pois irá reforçar aquele conteúdo que você prestou mais atenção. É preciso potencializar o ser humano para que a tecnologia não seja um núcleo de sofrimento mental”

Por promoverem uma comparação de corpos e modo de vida, as redes sociais podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares e de imagem corporal, afirma a psicóloga Patrícia Gipsztejn Jacobsohn, coordenadora da Clínica Cybelle Weinberg de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia (Ceppan) e membro técnico da Associação Brasileira de Transtornos Alimentares (Astral). Ela acredita que o aumento  de casos de transtornos alimentares na pandemia está relacionado ao uso mais intenso das redes sociais – e à perda dos referenciais da vida presencial.

A psicóloga explica que quanto maior o uso das redes sociais, maiores são os impactos no desenvolvimento de um transtorno de imagem – que faz com que a pessoa se incomode demais com defeitos imaginários ou triviais do seu corpo. “O problema é que esses pacientes não percebem o impacto negativo desse conteúdo quando ele está sendo  consumido. Somente quando o transtorno está instalado”, diz Patrícia Jacobsohn.

“Nas redes sociais, todos se parecem ótimos. Para quem está observando; isso cria uma sensação de falta de capacitação e pertencimento”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Ambulatório de Transtornos do lmpulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Sei que é um desafio, mas a vida concreta e as interações pessoais são fundamentais para o bem-estar humano”, diz.

O DESAFIO DOS PAIS

Games e vídeos deixam a garotada vidra da – e dão um tempo de descanso aos pais e cuidadores -, mas o uso das tecnologias pelas crianças precisa ser controlado pelos adultos, já que eles ainda têm um cérebro imaturo, orienta Jacqueline Vilela, coach parental e autora do livro Detox Digital Para Pais, Profissionais parentais e Líderes Educacionais. “O excesso de tecnologia vai causar uma inundação de estímulos, o que deixará o cérebro da criança em constante estado de alerta, o que gera estresse e reatividade emocional. O grande perigo é que esses sintomas geralmente não são associados ao uso de telas e tecnologias”, diz. A pandemia tornou o desafio de controlar o uso ainda maior, mas os pais não podem baixar a guarda. Jacqueline orienta os cuidadores a ficarem alertas se o filho apresentar irritabilidade acima do normal, queda no rendimento escolar, cansaço e dificuldade de manter o foco.

A farmacêutica Liege Ishida conta que ficou aliviada quando encontrou uma forma de limitar o uso do celular por seu filho mais velho, lvin Ryu Kitu, de 9 anos. Com uma ferramenta de controle parental do telefone, ela pode definir o tempo de até duas horas, nos dias da semana, e três horas nos fins de semana  Antes, era difícil convencê-lo a parar de assistir a vídeos e de brincar com seus games preferidos. “Se eu deixasse, ele madrugava jogando. E isso estava afetando a produtividade escolar e dificultando o diálogo”, recorda. Até abril ele ficava o dia todo nas telas, já que as atividades escolares eram online, das 8h às 15h30.

Combinar com as crianças de forma a limitar os horários e locais de uso da tecnologia quando estão fora da escola, é a melhor saída para as famílias, mesmo que isso seja um desafio, na visão de Tânia Fonseca, diretora da Escola Pequeno Aprendiz, na zona sul de São Paulo. “Não dá para ser radical e proibir o uso, pois a tecnologia pode ser usada para o bem e para o mal. Essa dosagem vai variar conforme a idade”, diz a pedagoga. Para fazer esse controle, não há fórmula mágica: “É preciso conversar e acompanhar o conteúdo que está sendo consumido”.

NA PALMA DA MÃO

Os aplicativos também podem ser seus aliados: confira opções para celular ou computador criadas para limitar e monitorar o uso da tecnologia, evitando seu uso excessivo:

  FOREST: o aplicativo tem um cronômetro lúdico para ajudar o usuário a focar em tarefas e encontros da vida real sem cair na tentação de dar uma espiadinha no celular. Para Android, iOS e Windows; forestapp.cc.

•  ACTION DASH: permite ter uma visão diária dos seus hábitos de uso do celular. Disponível para Android; bit.ly/action-dash

•  BEM-ESTAR DIGITAL: a ferramenta do Google tem o objetivo de controlar o tempo de tela, e aplicar controles parentais. Disponível para Android e Windows; bit.lyjbem-estar­ digital.

•  APP BLOCK: permite bloquear aplicativos no celular em horários determinados, como durante a aula ou trabalho. Para iOS e Android; bit.ly/appblock-android.

•  FREEDOM: permite bloquear sites e apps distrativos. Disponível para Windows, Mac os, iOS e Android. (freedom.to).

•  WE FLIP: o app criado pelo Google é um jogo em grupo, em que perde quem chegar ao celular primeiro. Disponível para Android. (experiments.withgoogle.com/we­flip).

COMO EVITAR O USO EXCESSIVO NO DIA A DIA

Se um “detox” parece difícil ou exagerado para você, procure adotar alguns cuidados para evitar o uso excessivo da tecnologia e seus impactos na sua vida social e na sua saúde física e mental. Veja como:

CONTROLE AS NOTIFICAÇÕES.  Lembre-se de que você pode configurar o seu celular e computador para mostrar apenas as notificações que deseja.

ADOTE para você e para a sua família ferramentas que monitoram o tempo de uso de redes sociais, games e aplicativos. Coloque limites (possíveis) e tente respeitá-los.

EM MOMENTOS DE ESPERA como a fila do supermercado, busque outras distrações – leve um livro, por exemplo. Fazer “nada” também é válido e saudável para a mente.

COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES, não proíba o uso da tecnologia, mas faça combinados, com limites nos locais e horários de uso.

PENSE duas vezes antes de entrar numa discussão online. Antes de fazer o seu textão, respire fundo e reflita se você diria isso pessoalmente à outra pessoa.

NAS REDES SOCIAIS, não compare a sua vida com a de outros. O que é mostrado no feed e no stories é apenas um recorte de uma realidade.

TENTE ORGANIZAR a sua vida pessoal e profissional para permitir um descanso diário das mensagens no computador e no celular, especialmente nos fins de semana e férias.

 QUE TAL COMPRAR um velho e bom despertador? Checar as horas na tela do celular pode prejudicar o seu sono com a luz da tela e levá-lo a acessar conteúdo dos aplicativos.

DETERMINE uma hora-limite para parar de usar o celular. Para não estragar o seu sono, pare de usar telas pelo menos uma hora antes de dormir.

NÃO COMA de olho na TV ou celular. Isso pode levá-lo a comer mal, por estar distraído ou preocupado.

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