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MENSAGENS COM SPAM VOLTAM À MODA NA PANDEMIA

 Aparentemente ‘esquecidos’, e-mails indesejados, e muitas vezes perigosos, voltaram a ficar em alta com a adoção do home office; veja como se proteger

Mensagens de spam são um velho conhecido do qual muitas pessoas talvez tenham se esquecido. Graças a melhorias nos filtros automáticos de provedores de e-mail e serviços de terceiros, o ataque massivo de ofertas mal diagramadas de Viagra e os prêmios oferecidos em concursos do início dos anos 2000 foram mantidos fora de vista. A  enxurrada de spam se transformou em um pequeno vazamento.

Mas, durante a pandemia – principalmente nos últimos seis meses – , muitas pessoas usando serviços de e-mail gratuitos, como o Gmail e o Hotmail, perceberam uma onda de mensagens indesejadas com golpes passando pelos filtros.

Os usuários do Gmail são os que mais têm se manifestado a respeito do problema, e alguns estão tão sobrecarregados com ele, que estão tentando descobrir o que podem fazer em relação a isso.

Segundo a empresa de segurança cibernética Proofpoint, o volume de spam aumentou 30% em 2021 em todos os serviços. A empresa detectou 10 bilhões de mensagens de spam a mais somente em dezembro. Do outro lado do problema estão os criminosos profissionais e marqueteiros, constantemente em busca de novas maneiras de ludibriar os filtros de e-mail e alcançar seus alvos. Segundo Ryan Kalember, vice-presidente executivo de estratégia de segurança cibernética da Proofpoint, as mensagens com spam passaram a ser mais lucrativas do que eram no passado. Os ataques se tornaram mais sofisticados e pessoais durante a pandemia, e houve uma abundância de mensagens de spam direcionadas a pessoas que trabalham de casa, capitalizando em cima de seus temores ao promover tratamentos, máscaras e testes falsos para a covid-19.

PROFISSIONAIS.

 A grande maioria de spam vem da Rússia e de países vizinhos, dizem os especialistas em segurança. Os grupos se especializaram em diferentes tarefas do processo para que um possa apenas vender listas de e-mail, enquanto outro envia uma grande quantidade de  mensagens para um cliente, tenta descobrir maneiras de contornar os filtros de spam ou fica responsável pela lavagem de dinheiro.

”Os criminosos estão ficando mais inteligentes”, disse Jeremy Ventura, estrategista sênior de segurança da empresa de cibersegurança Minecast. “As táticas e técnicas deles estão evoluindo.”

Segundo a Proofpoint, que tem um produto que filtra mensagens de spam para as empresas, nos últimos seis meses se percebeu um uso maior dos serviços do Google, como o Docs ou Drive, por parte daqueles que enviam mensagens de spam, para hospedar seus ataques, ultrapassando a Microsoft, cujos serviços também são muito utilizados.

Em resposta, Bjorn Grubelich, gerente de produto do Google, disse: “Estamos profundamente comprometidos com a proteção de nossos usuários contra tentativas de phishing em nossos serviços e estamos trabalhando continuamente em medidas adicionais para impedir esses tipos de ataques conforme os métodos evoluem”. A empresa diz que “pode” verificar arquivos como o Google Does quando eles são compartilhados.

O QUE BUSCAM.

 O termo spam engloba uma variedade de e-mails irritantes, em sua maioria para ter acesso ao seu dinheiro ou dados (o que, por sua vez, pode gerar dinheiro para quem os envia).

Existem e-mails de marketing que você talvez tenha ou não escolhido, sem querer, receber após fazer uma compra online ou assinar uma newsletter. As empresas também podem obter seu endereço eletrônico por meio de listas que compram, colocando-o em uma lista de transmissão sem o seu consentimento. Depois disso, o próximo nível está repleto de atividades menos legítimas que ainda estão tentando vender coisas como medicamentos não aprovados.

Os e-mails com tentativas de phishing querem enganar o usuário para que revele dados confidenciais, como senhas ou o número do cartão de crédito. Depois há também os e-mails com malware, que pedem a você para fazer o download de algum anexo que dará acesso a seu computador a quem os enviou. Eles visam coletar dados confidenciais pessoais ou financeiros, ou realizar algo como um ataque de ransomware.

No passado, o spam mal-intencionado focava mais no uso de técnicas como vírus. Agora que os computadores estão melhores na atualização automática para corrigir falhas de segurança, aqueles que enviam mensagens de spam estão lançando mão de ataques com interações humanas, usando técnicas como se passar por empresas ou pessoas reais. Mirando mais nas fraquezas humanas do que nas fraquezas do computador.

“Como os ataques são com interações, são piores. Não há nada que eu possa colocar no seu computador para ajudá-lo a não ser enganado”, disse Chester Wisniewski, principal pesquisador da empresa de segurança Sophos.

COMO SE PROTEGER

SENHA

Use uma senha forte, de uso único, e ative a autenticação de dois fatores para sua conta. Caso seja um usuário do Gmail, faça a verificação de segurança oferecida pelo Google. IMAGENS

Desative o carregamento automático de imagens: quando aqueles que enviam spam percebem qualquer sinal de que o e-mail enviado por eles foi recebido (você abriu o e-mail ou clicou em um link), você é identificado como um alvo ainda mais interessante. Verifique se suas configurações de e-mail estão definidas para não carregar imagens de remetentes desconhecidos, o que dificulta o uso de pixels de rastreamento. Existem opções para isso na maioria dos aplicativos de e-mail.

PSEUDÔNIMO

Use um pseudônimo para contas online: todas as vezes que você se inscreve em algo na internet com seu e-mail, corre o risco de ele (e outras informações a seu respeito) acabar nas mãos de profissionais de marketing de terceiros ou ser exposto em um ataque de hacker ou violação de dados. Uma maneira de manter seu endereço de e-mail pouco conhecido é usá-lo apenas para sua correspondência pessoal ou contas importantes, como seu banco.

NÃO CLIQUE

 Não clique em “cancelar sua assinatura” no e-mail: como alguns spams mal intencionados parecem idênticos às mensagens reais de marketing, evite clicar no link “cancelar sua assinatura” no e-mail, a não ser que tenha certeza de quem enviou a mensagem. Em vez disso, você pode clicar em ”cancelar inscrição”, que costuma ficar ao lado do endereço do remetente, e deixar seu serviço de e-mail ver isso por você.

CONFIRA

Verifique se o seu e-mail está comprometido: insira seu endereço de e-mail em haveibcenpwncd.com e veja em quantos vazamentos ele apareceu. Use um gerenciador de senhas, que pode alertá-lo quando senhas aparecem em ataques e vazamentos.

ALIMENTO DIÁRIO

GOTAS DE ALEGRIA PARA A ALMA

DIA 05 DE FEVEREIRO

ESCOLHAS PERIGOSAS

Subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; tomai-a, pois, por esposa (Juízes 14.2).

A vida é feita de escolhas. É como uma encruzilhada. Podemos colocar os pés na estrada da felicidade ou descer aos vales sombrios do fracasso. Somos resultado das nossas escolhas. Sansão tinha tudo para ser um grande herói em sua nação. Foi escolhido por Deus para ser o libertador do seu povo. Recebeu os princípios espirituais para ter uma vida vitoriosa. Porém, nas encruzilhadas da vida, tomou a direção errada. Quebrou seus três votos de consagração. Apanhou mel da caveira de um leão, fez uma festa regada a bebida, porque não quis ser diferente dos moços de sua época, e brincou com o perigo ao contar para a sedutora Dalila o segredo de sua força. Seus cabelos foram raspados, o Espírito de Deus se retirou dele, e o jovem prodígio caiu nas mãos dos filisteus. Sansão perdeu a força. Seus olhos foram vazados e, amarrado, ele ficou à mercê de seus inimigos. Foi levado para o templo de Dagom, um ídolo abominável, e lá, zombaram de Sansão e do Deus de Israel. Aquele que deveria trazer glória ao nome de Deus se tornou motivo de escárnio. Por causa de suas escolhas erradas, mesmo vingando-se de seus inimigos, Sansão pagou com a própria vida. Morreu sob os escombros de um templo pagão. Precisamos ter cuidado para não repetirmos esse erro. Uma escolha errada pode custar caro demais. Precisamos andar segundo o conselho de Deus. Esse é o caminho seguro.

GESTÃO E CARREIRA

CHEFES JOVENS E MULHERES SÃO MAIS FAVORÁVEIS A JORNADA DE QUATRO DIAS

Diretora de empresa britânica diz que lucros subiram 200% desde a adoção de semana reduzida sem redução de salários

Primeiro foi trabalhar de casa. Agora é a semana de trabalho de quatro dias que está mudando a vida profissional de maneiras que teriam parecido impensáveis antes da pandemia da Covid-19.

Pelo menos é isso que você imaginaria, com base nas manchetes das últimas semanas. Na semana passada, o Landmark London, hotel elegante em Marylebone (Londres), anunciou que estava oferecendo aos seus chefes de cozinha uma jornada semanal de trabalho de quatro dias, com salários mais altos.

Um dia antes, a divisão britânica da fabricante japonesa de câmeras Canon anunciou que estava considerando um projeto-piloto que envolveria semanas de quatro dias de trabalho para seus cerca de 140 empregados no Reino Unido, e instituições de pesquisa britânicas revelaram estar buscando empresas interessadas em participar de um teste desse conceito com a duração de seis meses.

Menos de duas semanas antes, a Panasonic, rival japonesa da Canon anunciou planos para oferecer aos seus empregados a opção de uma jornada semanal de quatro dias, a fim de lhes proporcionar um equilíbrio melhor entre vida e trabalho.

E, antes disso, uma jornada semanal de trabalho mais curta já estava sendo testada, planejada ou lançada em toda parte do Atom Bank no Reino Unido aos escritórios da Unilever na Nova Zelândia e os  alunos da Islândia, da Espanha e dos Emirados Árabes Unidos.

Mas os fãs da semana de quatro dias de trabalho podem guardar o champanhe, porque uma nova pesquisa publicada no Reino Unido revela que, pelo menos por enquanto, a jornada semanal de quatro dias de trabalho está longe de ser adotada em massa.

Apenas 7% dos gestores a puseram em prática, ou decidiram fazê-lo, de acordo com

a Be The Business, organização sem fins lucrativos britânica cujo objetivo é estimular o aumento da produtividade.

Isso fica ligeiramente acima dos 5% de fevereiro do ano passado, quando a organização conduziu seu levantamento anterior com dirigentes de pequenas e médias empresas de todo o país; a proporção de executivos que dizem estar pensando a respeito de uma semana de trabalho de quatro dias também subiu, de 17% para 20 %.

Cerca de metade daqueles que não adotaram uma semana de trabalho mais curta declarou que agora era mais provável que considerasse a ideia do que antes da pandemia, mas quase 30% dos entrevistados dizem que jamais a considerariam.

Essas constatações batem com as de outro levantamento com gestores do Reino Unido, esses em sua maioria de empresas maiores, encomendado pelo Chartered Management Institute, no mês passado.

Apenas 6% deles tinham semanas de trabalho de quatro dias em vigor em suas empresas, e, ainda que mais de metade dos entrevistados tenham dito que suas organizações estavam considerando a ideia ativamente, notáveis 73% disseram que acreditavam ser muito improvável que ela viesse a ser adotada.

E isso apesar de grandes maiorias entre os pesquisados acreditem que a semana de quatro dias de trabalho aumentaria a produtividade, tornaria os funcionários mais felizes e facilitaria a retenção de trabalhadores.

No entanto, suspeito que não vai demorar muito para que a semana de trabalho de quatro dias comece a correr, em vez de claudicar. Porquê? Porque os gestores jovens se interessam muito mais pela ideia do que líderes mais velhos que eles estão a caminho de substituir.

Quase 80% dos executivos seniores com idade inferior a 35 anos gostam da ideia de adotar uma semana de trabalho de quatro dias, ante 56% dos executivos com idade de  55 anos ou mais, de acordo com dados do Chartered Management Institute.

Esse descompasso entre as idades também está presente nos dados da pesquisa da Be The Business, que além disso também mostrou que as mulheres em funções de chefia demonstraram um pouco mais de interesse do que os homens pela jornada semanal de quatro dias: 64% ante 57%.

A ideia com certeza funcionou bem para Rachel Garret, 40, diretora executiva do CMC Technologies, empresa altamente especializada de moldagem de metais por injeção, em Suffolk. A companhia adotou em 2015 a semana de trabalho de quatro dias para seus 30 e poucos funcionários, sem corte de salários, na esperança de que isso contentasse os trabalhadores.

“Para nós, reter pessoal e manter os empregados satisfeitos é crítico disse Garrett na semana passada, acrescentando que a produção havia subido 25% desde que a semana de trabalho mais curta foi adotada e que os lucros haviam crescido 200%.

Ela não acredita que a redução na jornada semanal de trabalho seja completamente responsável por isso, mas que o fator tenha exercido influência significativa.

A ideia um dia ousada de folga no final de semana para os trabalhadores surgiu depois que o Revolução Industrial criou um ritmo de trabalho frenético nas fábricas, que deixava os operários em estado de exaustão permanente.

Como aponta o analista político britânico James Plunkett em seu livro End State empregadores progressistas descobriram que jornadas de trabalho mais curtas energizavam o pessoal e que a produção por hora e a produção total cresciam.

Talvez não seja difícil imaginar que os trabalhadores esgotados pela moderna revolução na tecnologia poderiam se tornar mais produtivos caso o final de semana passasse a durar três dias em vez de dois.

EU ACHO …

VATICÍNIO DE CASSANDRA

A sensação de que velhos fedem a mofo virou um argumento intelectual

Não se pode mais – ainda bem – atacar alguém por causa de sua orientação sexual, sua cor de pele ou sua religião. É uma falta de modos. Como mastigar de boca aberta, peidar ou arrotar a mesa. Mas é possível xingar alguém de tiozão com propriedade intelectual presumida e justificativa ideológica sustentada.

Não há muita saída para os idosos. A categoria de idoso repousa sobre a noção de idade avançada, a partir dos 65 anos e, no mercado de trabalho, dos 45 anos.

Se você for rico ou relevante, a categoria de idoso-lixo não é aplicada de forma imediata a você. Como se o dinheiro e o sucesso profissional adiassem o reconhecimento dessa condição de lixo etário. E isso de fato acontece. Ser velho é estar fora da cadeia de relevância.

Claro que a idade implica mais adoecimento, o que demanda dinheiro e cuidados. Idosos pobres são um refugo social claro. É justamente o aspecto social e econômico que dá o tom do desprezo intelectual e ideológico dirigido a essa população refugo.

Idosos morrerão antes dos jovens. Salvo no caso de acidentes de percurso, terão menos espaço de trabalho. Receberão menos investimentos. Terão menos disposição para participar na violência do mundo corporativo e do circo produtivo contemporâneo.

Você pode, tranquilamente, identificar a invalidade do que diz alguém a partir da sua idade e relacionar suas ideias a coisas ultrapassadas, seu universo a um mundo que já morreu. Ninguém vai te considerar um reacionário se você comparar alguém mais velho a um idiota maluco.

Está inscrito na condição moderna enquanto tal a não legitimidade da idade avançada – “o sujeito é um medieval”.

Para escapar dessa falta de legitimidade, você deve parecer “em dia” com o que pensa e diz a parcela mais recente, digamos, da humanidade. Um exemplo disso são os pais ridículos que querem ser mais recentes no mundo do que seus filhos. A própria ideia de progresso implica a desqualificação dos mais antigos na face da Terra.

Mesmo grupos como os negros, as mulheres, os trans ou os gays –sem entrar no mérito do debate– conseguem fazer frente a desqualificação que sofrem porque, além do seu traço identitário, são jovens. Pelo menos aqueles desses grupos que importam e são ativistas, na sua maioria.

Nelson Rodrigues usava a expressão “razão da idade” para descrever um fenômeno nascente por volta dos anos 1960, de sempre se dar razão aos jovens.

Podemos usar esse seu conceito em sentido reverso, como está na moda dizer hoje. Razão da idade reversa significaria, assim, que você pode jogar pedra em alguém desqualificando-o como “tiozão”. A sensação estética de que velhos fedem a mofo se transformou em um argumento intelectual.

Hoje tudo é polarização. Na universidade, nas redes sociais, nas entranhas desta Folha. Aliás, virou modinha entre os inteligentinhos querer decidir quem deve ou não escrever nesta Folha. Uma vergonha.

O ethos da polarização é o silêncio da ideia. Este mesmo silêncio que destruiu o pensamento na universidade se alarga e se aprofunda. O medo da ideia assolará o debate público.

Fosse eu pensar em termos identitários sobre a polarização entre jovens e velhos, seria obrigado a afirmar que só velhos podem falar de assuntos que envolvem velhos como sujeitos sociais e políticos. Nesse caso específico, a polarização não se constitui porque os velhos não têm lugar de fala, só para gemer e dizer idiotices.

Dizem os mais velhos que o Diabo está nos detalhes. Na forma como você xinga alguém, posso identificar sua pertença moral. O ódio é o melhor marcador moral que existe. A condição de lixo está presente na falta de legitimidade estrutural da relação entre idade avançada e discurso legitimado. Aqui, o drama não está no passado, mas no futuro.

A valorização do futuro em detrimento do passado implica a desvalorização da ação realizada – a vida de uma pessoa real – em favor de uma vida que nada fez de fato –a vida de quem acabou de chegar no mundo. Eis a tragédia do contemporâneo, essa época banal e ruidosa.

A passagem do tempo é mortal – redundância proposital. Independentemente de sua identidade social, você, um dia, pagará a conta.

*** LUIZ FELIPE PONDÉ

ESTAR BEM

USO DE MÁSCARA AO SE EXERCITAR NÃO AFETA A RESPIRAÇÃO

Proteção também não interfere na resposta cardiovascular, diz estudo da Faculdade de Medicina da USP

Embora possa causar algum desconforto, o uso de máscaras de tecido não interfere significativamente nos padrões de respiração e fisiologia cardiovascular durante a prática de exercício físico em intensidades moderadas a vigorosas. Foi o que mostrou estudo com homens e mulheres não envolvidos em esporte competitivo.

“O estudo mostra que os mitos de que o uso de máscara durante o exercício físico seria prejudicial, afetando, por exemplo, a saturação de oxigênio do sujeito, não se sustentam”, afirma Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e autor do artigo.

“O uso da proteção não alterou significativamente o funcionamento corporal durante a prática de exercícios moderado a pesado”, completa. O estudo, apoiado pela Fapesp, foi divulgado no plataforma medRxiv, em formato pré-print (sem revisão de pares).

No estudo, realizado por pesquisadores da faculdade de Medicina da USP 17 homens e 18 mulheres saudáveis realizaram testes ergoespirométricos em esteira – que avaliam as respostas cardiopulmonares por meio da troca de gases expirados e inspirados durante o exercício físico – em diferentes intensidades de esforço.

Os participantes do estudo correram com máscara de tecido de três camadas e sem ela, numa outra sessão para que a comparação fosse feita. Foram avaliados diferentes intensidades de esforço.

Os testes permitiram analisar uma infinidade de variáveis fisiológicas , como o consumo de oxigênio e a capacidade respiratória. “Também avaliamos medidas de funcionamento cardiovascular e a saturação de oxigênio e a acidose no sangue. A conclusão foi que as perturbações provocadas pela máscara foram muito pequenas, especialmente nas intensidades abaixo do esforço máximo, que são capazes de trazer enormes benefícios à saúde”, afirma Gualano.

Já nas altas intensidades – quando o sujeito faz o máximo esforço possível antes de entrar em cansaço extremo e parar o exercício – foi possível perceber pequenas alterações respiratórias.

“Mas o organismo consegue lidar bem com isso, por meio de respostas fisiológicas compensatórias”, diz Gualano.

“A saturação de oxigênio, a frequência cardíaca, a percepção do esforço, os níveis de lactato (medida indicativa do equilíbrio ácido-base no organismo), a pressão arterial, tudo isso está dentro do esperado, mesmo com uso da máscara e em intensidades críticas”.

O pesquisador ressalta que os resultados permitem formular novas recomendações para a prática de exercício físico durante a pandemia.

“As máscaras não podem ser usadas como muleta para que as pessoas não pratiquem exercício físico”, diz Gualano.

“A pandemia é longa, e as máscaras, junto com a vacinação são medidas necessárias para que o vírus não se dissemine ao mesmo tempo, é importante que as pessoas continuem se exercitado. Vimos que, entre as intensidades moderadas e pesadas, que sabidamente fazem bem para a saúde, não há alteração marcante de fatores fisiológicos. Portanto, é preciso continuar usando a máscara em ambientes fechados. O uso de máscara e a prática de atividade física não são excludentes.

Segundo ele, “quem quiser fazer exercícios em intensidades exaustivas, pode realizá-los ao ar livre, sem aglomeração e em locais onde seja possível retirar a máscara  por um período para que não ocorra perda de desempenho”.

“É bom lembrar que, mesmo em altíssima intensidade, os efeitos da máscara foram mínimos”, completa.

Outro ponto interessante do estudo foi que, no geral, os resultados foram similares tanto para os homens quanto para as mulheres. “A fisiologia do exercício de homens e mulheres é multo diferente, o que nos levou a pensar que pudesse haver um efeito diferente da máscara, mas isso não aconteceu”, diz.

O mesmo grupo de pesquisadores realizou, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, outro estudo com atletas de alto nível. “Nesse também observamos que as máscaras não prejudicavam o rendimento. Era apenas a percepção do esforço que aumentava: os atletas reclamavam do incômodo provocado pela máscara, mas o desempenho não se alterava”.

Gualano relata que os resultados do estudo foram publicados antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Tendo em vista todos os prejuízos esportivos, econômicos e organizacionais que decorrem da infecção de um atleta competitivo, sugerimos na época que seria interessante pensar no uso de máscara durante o treino, uma vez que o desempenho é pouco afetado; pode ser um trade-off interessante”, diz.

O pesquisador explica que de maneira geral, atletas de alto rendimento costumam apresentar quadros graves de Covid-19. “Mas o risco  não é zero”, frisa Gualano.

“Além disso, há o prejuízo do esporte, pois tem que isolar, testar contactantes e recuperar o atleta, o que é uma perda imensa para o competidor e para a equipe. Nos Jogos Olímpicos, vimos casos de atletas que perderam a competição por terem se infectados. Com a nova onda na Europa e nos EUA, os casos no esporte têm crescido substancialmente e diversas ligas correm o risco de serem paralisadas”.

A equipe estuda agora o uso de máscara durante o exercício físico com grupos clínicos de criança. “Estamos testando os efeitos do uso de máscaras em crianças saudáveis e com obesidade durante o esforço em diferentes intensidades, para entender se as máscaras são seguras em grupos mais vulneráveis também.”

A PSIQUE E AS PSICOLOGIAS

CIENTISTAS TESTAM TECNOLOGIA CONTRA TRANSTORNOS MENTAIS

Dados coletados pelos smartphones ajudam a identificar padrões de comportamento e interação social para rastrear indícios de depressão, mas treinar máquinas é desafio

Para saber mais sobre um amigo, cliente ou até o próximo alvo de uma paquera, explorar as redes sociais é um caminho comum. Se curtidas, selfies e comentários dão tantas pistas sobre nós, quanto a tecnologia pode dizer sobre nossa saúde mental? É isso o que investiga uma nova corrente da ciência.

Análise de mensagens no Facebook, cor de fotos no Instagram e até avaliar o tempo entre cliques estão no radar. A hipótese é de que dados coletados por smartphones podem ser usados para identificar padrões de comportamento e interações sociais. Sem substituir psicólogos e psiquiatras, mas para auxiliar consultas presenciais. O modelo cresce, assim como o debate ético.

Em uma pesquisa desse tipo, um grupo de adolescentes responde a questionários pelo celular sobre como se sentem. Podem ser áudios e até emojis para narrar emoções. No dia a dia, um aplicativo em seus celulares capta fragmentos de sons do ambiente e mede o movimento dos aparelhos. Tudo é analisado para saber o risco de depressão – resultados iniciais saem este ano.

“O grande desafio não é capturar e processar dados. A questão é como dar sentido a eles”, diz Christian Kieling, professor de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), à frente do projeto, que monitora 150 adolescentes pelos smartphones. Entre os voluntários, há jovens já com diagnóstico de depressão, com alto risco de ter o transtorno e com baixo risco, conforme escala validada cientificamente.

Nos áudios, avaliam o conteúdo e a forma”. Já o app capta, de 15 em 15 segundos, amostras de som do ambiente. E há o pacto de confidencialidade: os cientistas não escutam a conversa, mas sabem o número de vozes, para medir a interação social. O app coleta dados de geolocalização e padrões de atividade e repouso – é permitido desligar a qualquer hora. Terapias contra a depressão estimulam conexões e atividade física. Informações sobre interações e movimentação espacial podem facilitar intervenções personalizadas. O grupo deve ter ainda consultas com psiquiatras, exames de sangue e ressonância.

MAPA

Outro estudo, ligado à Federal de São Carlos (UFS­ Car), prevê a tecnologia para ajudar na identificação precoce de possíveis perfis depressivos. O trabalho foi iniciado em 2021, após o suicídio de um aluno. Um modelo computacional vai analisar registros dos estudantes no Facebook. A ferramenta, criada na UFSCar em parceria coma Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Universidade George Mason (EUA), tenta “ler” palavras e expressões indicadoras de possível perfil depressivo. O robô é esperto, mas, ao decifrar a escrita, escapam-lhe entonação e ironia, por exemplo. “Não é porque tem poder de processamento que a inteligência artificial é melhor do que a gente”, diz Helena Caseli, professora de Computação da UFSCar.

Para ter análise mais robusta, serão coletados sinais fisiológicos (batimentos cardíacos e padrões de sono) por meio de relógios inteligentes. Os resultados podem servir para um “mapa epidemiológico” – e estratégias institucionais de bem-estar dos alunos -, além de análises individualizadas. Um dos trunfos é comparar dados de um paciente hoje com informações anteriores dele e ver eventuais mudanças.

EMOÇÕES

Para Felipe Giuntini, pesquisador do Sidia, centro de inovação em soluções digitais, é possível ver, no processamento de dados das redes, um padrão de emoções. Em seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP), ele coletou publicações no Reddit, rede social popular nos Estados Unidos, por dez anos. Foram selecionadas postagens – incluindo emojis – de um grupo de apoio a pessoas com depressão. A análise mapeou palavras como “tristeza”, ”vergonha”, e “entusiasmado” para ver padrões e aprender com a própria rede. Para Giuntini, o algoritmo ajuda a entender alterações de humor dos pacientes.

Em outra frente, a ideia é levar ao consultório quem ainda está longe. “A pessoa vai ao cardiologista e descobre no check-up uma arritmia. Isso não acontece em saúde mental”, diz Alexandre Loch, do Instituto de Psiquiatria da USP. A demora média desde os primeiros sinais até o diagnóstico do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), por exemplo, é de 11 anos.

Loch testa um software para avaliar imagens do rosto e a fala de voluntários, de 18 a 35 anos, em entrevistas presenciais. Análises computacionais rastreiam pausas no discurso, movimentos de olhos, gesticulação e falta de conexão na fala – aspectos que seriam notados pelo psiquiatra na consulta. Mas quem sai da fábrica entende de divã? Um estudo com inteligência artificial para detectar câncer de pele da Universidade de Stanford (EUA) mostra que o algoritmo discernia lesões como um dermatologista. Já na Psiquiatria cada um expõe raiva ou tristeza de um jeito. “Como é mais subjetivo e simbólico, é difícil a máquina aprender”, afirma Loch.

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