MÉDICO CONTA COMO A VACINA PFIZER VAI AGIR NO CORPO DAS CRIANÇAS DE 5 A 11 ANOS
Renato Kfouri sabe tudo do assunto e explica por que demorou para chegar a vez dos pequenos

Viva,chegou a vacina! Finalmente crianças de cinco a 11 anos serão imunizadas! Mas você sabe o que isso quer dizer? Será que a vacina vai destruir o vírus?
A essa altura você, provavelmente está cansado de ouvir falar sobre o novo coronavírus, o causador da doença que ficou conhecida como Covid-19. É bem possível também que você conheça pessoas que tiveram a doença e que ficaram longe da família ou foram parar no hospital.
A primeira coisa que temos que aprender é que a vacina é o melhor jeito de prevenir uma doença.
Mas aí você pode perguntar: “Mas meu tio/ avô/ primo se vacinou e ainda assim ficou com Covid-19”. E esta é outra lição importante: vacinas não protegem sempre – pode ser que o vírus consiga infectar a pessoa. Mesmo nesse caso, a doença vai ser bem menos grave do que poderia ser, e o risco de ir para o hospital diminui bastante.
Para nos ajudar a entender como a vacina contra a Covid- 19 funciona, conversamos com o Renato Kfouri, um dos médicos que mais têm estudado esse assunto. Ele é presidente do departamento de imunização (que cuida de vacina) da Sociedade Brasileira de Pediatria. E pediatria é a área da medicina que cuida da saúde das crianças.
“A vacina é algo que se parece com o que causa a doença, com a diferença de que não faz mal”. A vacina engana nosso corpo para achar que ele está sendo atacado, e ele produz defesas, como se fosse numa guerra”, conta Renato.
Com as defesas montadas, quando bactérias ou vírus invadem o organismo, eles não conseguem fazer o estrago que normalmente fariam.
Existem várias maneiras de se construir uma vacina, explica o médico. Uma delas é “amassar, triturar e lavar um vírus até que ele esteja morto”. São as vacinas de vírus inativado, incapazes de fazer mal, e que conseguem ensinar ao sistema de defesa quem é o inimigo e qual é a cara dele.
Muitas vezes só com um pedaço do vírus é o suficiente para construir esse “retrato falado” do bandido, e é esse o caso de duas outras possibilidades: uma é quando um vírus inofensivo carrega um pedacinho do malvadão e a outra é justamente a tecnologia da vacina que acabou de chegar para brasileiros de cinco a 11 anos. Nesta vacina é como se nosso corpo recebesse uma carta contendo uma fórmula secreta da proteína S (spike), uma das principais armas do coronavírus, usada na hora de invadira s nossas células.
Ao produzir e aprender como é a proteína S, treinamos nossas células de defesa e fazemos nossas próprias armas, os anticorpos, que são capazes de impedir que a S funcione.
O sistema de defesa fica bem treinado mesmo depois da segunda dose. Então não se esqueça de voltar ao posto depois de oito semanas.
Falando em esperar, você acha que demorou para a vacina chegar para as crianças?
“Não demorou tanto, era importante ter certeza que ela não iria fazer nenhum mal”, explica Renato Kfouri. “Os mais velhos, seus avós. por exemplo, eram os principais atingidos – por isso chegou para eles primeiro.”
Outra dúvida comum é se a vacina dói ou pode fazer mal. “A picada dói um pouquinho e na hora e é chato, mas a doença é muito pior, bem mais chata. Imagine só você, por não estar vacinado, transmitir o vírus para alguém da sua família e essa pessoa parar no hospital? É muito triste”.
“Todas as crianças têm que saber que já tomaram um montão de vacinas e estão saudáveis. Muitas doenças foram evitadas, e é por isso que estamos aqui”, diz Renato.
“Ainda assim, nenhuma das vacinas garante 100% de proteção. Então, enquanto houver pandemia, temos que fazer tudo que estiver ao nosso alcance para combater a Covid-19: usar máscaras, evitar aglomerações, e sempre lavar as mãos com água e sabão.

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